julho 14, 2024

Encarando a Realidade

 

Precisamos admitir que por maior que sejam as nossas convicções e por maior que seja a fé em nossas crenças, ninguém conhece Deus, viu Deus ou pode definir o que fosse com precisão.

Tudo não passa de crença construída na especulação da alma combalida e manipulada por suas próprias necessidades em busca da felicidade. É um ato de fé sem consubstancia de uma realidade única indisputável que seja reconhecida por todos a ponto de poder unir religião e ciência.


Religiões procuram apoderar-se de "Deus", do que Ele seja.

Nenhuma detém a propriedade.
Nenhuma pode provar de forma absoluta a sua assertiva.

Algumas mais radicais ameaçam com a morte aquele que ousa questionar.
São geralmente as crenças mais despóticas, e, portanto, as mais atrasadas.

Resta a você escolher a sua melhor definição.
Você é livre.
Você não precisa de um sacerdote, seja lá qual for a religião dele, para lhe contar sobre Deus, porque ele também não sabe.
Tenha certeza disso!

Nenhuma religião podendo ter a propriedade de "Deus" torna-se apenas projeções humanas de eventos tidos como divinos, apoiados em textos tão antigos cujas origens ficam escondidas pela névoa do tempo.

Não vejo "Jesus Cristo" como uma religião, mas como alguém que trouxe princípios Universais de conduta social, uma espécie de "código divino à verdadeira conciliação", que podem nos conduzir às soluções sociais que hoje são as promotoras dos desequilíbrios de toda ordem, ora pelas guerras, segregações e genocídios, ora por uma série infinita de disposições incompatíveis com a "Ordem Universal".

E os princípios de "Jesus" podem ser traduzidos em poucos itens.
O resto é adereço inútil plantado por aqueles que desejam conduzir massas pelas formalidades enquanto as fazem esquecer do que é realmente fundamental.

As lições de Cristo (Jesus de Nazaré) foram tão manipuladas quanto todas as verdades que podem conduzir o Homem à sua libertação e crescimento, quanto aquelas que os detêm nas profundezas da ignorância através da submissão de onde colhem suas fortunas.

E se você deseja encontrar algum caminho de paz e felicidade, abandone tudo que não seja essencial e concentre-se nos tópicos principais de Seus ensinamentos, simplesmente tentando aplicá-los na prática. Será difícil, as dúvidas surgirão, mas esse é o caminho desse processo de autoconstrução.

Só a prática consolida lapidando a pedra bruta da alma em busca da verdade que nos possa conduzir à felicidade. 

As rezas têm valor quando subsidiadas pelas ações diárias no mesmo sentido daquele a quem se pede.

Bens materiais são sustentações necessárias ao corpo físico, mas não garantem por si só a sustentação da alma através de sua consciência que reflete seu estado de espírito.

Comemorações religiosas servem para nos lembrarem disso, mas se vivêssemos diariamente com este objetivo não seriam lembranças, mas momentos de reflexão sobre o avanço de nosso progresso, um enfoque totalmente diferente que tais datas geralmente têm.

O fato de você recordar um dever em determinada data não define o objetivo principal em si, mas lembra que a lição de casa precisa ser vivida diariamente, aceitando constantemente seus fracassos, falhas e lutando com a depressão e o desânimo que elas causam, enquanto nos mantêm atados ao sofrimento.

Diversão e outras amenidades são importantes, como é importante para o paciente o alívio da dor, ao menos temporariamente para ele retomar suas energias; porém transformar um bom aliado em porta de fuga apenas aumenta o sofrimento do processo que se atrasa, e desse atraso acresce sofrimento adicional que poderíamos evitar.



julho 13, 2024

Transcendência


 


O sofrimento advém da escuridão da alma que não consegue ver a luz.

A alma, diferente do corpo físico, só vai enxergando a luz à medida que vai harmonizando e sincronizando a razão, a consciência e o sentimento, porque é justamente deste processo que nasce a sua capacidade de começar a perceber a escuridão de si mesma, trafegando por inúmeras armadilhas da ignorância que nos separa da felicidade.

Os que vão chegando ao portal que nos transporta para a dimensão da felicidade que imaginamos, são tomados pela surpresa e pela decepção ao descobrirem que o portal é uma borda de um abismo, uma fronteira intransponível por suas dimensões.

Muitos, levados pela revolta, retroagem e retornam com a única esperança de compensar a miséria de suas vidas interiores com algo externo que acresça algum sentido de felicidade, estrangulando seus sonhos sem nunca conseguir matá-los, sufocando suas consciências sem nunca conseguir silenciá-las.

Outros, paralisam pelo desânimo. Atônitos, permanecem ali, nas brumas da inanição.

Alguns poucos, consumidos por um desejo irrefreável, encontram a razão de viver na esperança de construir uma ponte que os permita atravessar para o outro lado.


Estes são chamados de loucos e sonhadores, porque diante da distância e a profundidade do abismo, tornam a conclusão de uma ponte impossível, no entanto, esses mesmos loucos não vêm mais sentido em continuar indefinidamente no marasmo da repetição que os mantém presos no limbo da ignorância e da dor, preferindo ocupar suas almas e alimentar as suas esperanças nesta construção impossível, que vai sendo copiadas por outros que fazem o mesmo, aprendendo com eles suas técnicas, pois diante das circunstâncias desse abismo e do material disponível, a ponte só pode sustentar seu próprio criador.

Seus construtores precisam durante a construção também enfrentar seus próprios demônios que buscam retê-lo, formando aliados com aqueles que atacam a ponte alegando que seus esforços deveriam ser empregados para somar forças na construção de algo factível, uma desculpa razoável para disfarçar a inveja ao verem que alguns já têm a ponte tão adiantada que já não mais alcançam seu construtor, acrescido do desejo oculto de tomar escravos que lhes sustentem o sentido de seus próprios interesses na amenidade de seus desconfortos.

Aqueles que conseguem alicerçar suas pontes sobre rochas firmes, construindo uma defesa sólida de sua cabeceira concomitante à estrutura que permite passo a passo prosseguir na direção desejada, vão se distanciando, caminhando pela solidão de algo que precisa ser feito por si próprio, parte do preço cobrado nesse esforço.

À medida que os construtores mais avançados prosseguem, vão descobrindo que muitas pontes terminam vazias e inacabadas. A primeira conclusão é que seus construtores desistiram ou encontraram a morte caindo nas profundezas do abismo. Então a pressão aumenta porque o fracasso de alguns estremece o sonho de outros, e só a persistência na certeza de um propósito maior que faça sentido à falta de sentido de seus passados, pode sustentar a continuidade.

Já muito distantes, descobrem que a neblina vai se tornando cada vez mais espessa, dificultando cada vez mais prosseguir na construção de suas pontes, e assim mesmo continuam, quando então descobrem que apenas atravessaram a nuvem mais espessa que pairava no vale, divisando o sol que lhes aquece.

À medida que prosseguem, essa luz vai transformando seus corpos, inchando suas costas. E apesar do medo de morrerem diante da luz que imaginam condenar a saúde mediante tanto esforço, continuam assim mesmo.

À medida que trabalham, vão alcançando paragens onde a luz, agora menos difusa, permite divisar outros. Percebem então que já não mais estão tão sozinhos. 
Cada um em sua ponte, embora separados pela distância, suas construções seguem paralelas na mesma direção, formando um senso de unidade que os conforta.

O tempo passa, interminável diante da ansiedade.
E os grupos que começaram suas pontes próximas uns dos outros, vão construindo uma sensação de paz e conforto através do que suas mentes podem trocar, e embora não vejam com clareza os demais grupos, ainda assim têm o conforto de seu próprio grupo.

O sol segue, aquecendo ainda mais intensamente o grupo mais adiantado.

Quebrando a rotina de suas vidas, um som novo espalha-se pelo ar, despertando suas atenções na mesma direção de seus ouvidos, quando vêm um companheiro do grupo despencar da ponte, desaparecendo na escuridão do abismo enquanto luta por bater inutilmente suas asas, ainda molhadas, que acabaram de nascer.

Angustiados, porque a transformação de seus corpos são semelhantes, perdem-se em suas conjecturas.
Imaginam para si o mesmo final de Ícaro, mas seguem, porque não encontram sentido em retroceder.

Algumas horas se passam quando tornam a escutar o mesmo som de algo arfando, como que escalando as profundezas dos paredões de ar daquele abismo.
O som do esforço, cada vez mais forte, lhes prendem a atenção, quando súbito desaparece, levando suas almas aflitas imaginarem o término de tanto esforço pelo fim do suplício.

Silêncio.

O mesmo silêncio das noites límpidas nas paragens isoladas da natureza distante do burburinho humano, que nos remetem a contemplar a beleza da grandeza de um universo estrelado, quando então, veem surgir sobre eles, batendo suas asas com destreza, aquele mesmo que pensaram ter perdido pela pretensão de voar, fazendo-os entenderam que a profundeza do abismo os protegia, pois de tão grande, era justamente o que lhes daria tempo de secar suas asas, fortalecer seus músculos e lhes ensinar o controle de seus voos.

E a semente da coragem renovou os ânimos do grupo, permitindo a cada um, à medida que suas asas brotavam a seu tempo e molhadas, enfrentar o medo de mergulhar na escuridão do abismo de seus passados como a última etapa para poderem ressurgir à claridade das alturas que já não mais precisando de suas toscas pontes poderiam agora voar em direção à luz que um dia sonharam alcançar à beira do abismo, quando entenderam que o portal é a própria transformação às custas da construção de suas próprias pontes sobre o abismo da ignorância que cava a sua própria profundidade até o momento que seus esforços, no sentido certo, lhes deem asas.

Teimosos, aqueles que ia chegando ao seu destino não conseguiam permanecer ali, reprimindo indefinidamente o desejo de ajudar.

Então retornaram apontando a direção através de seus voos, tal como faróis que orientam os navegantes durante o mau tempo, sustentando a rota da vida àqueles que podem ver sua luz.






julho 09, 2024

Por Que Não Um Novo Caminho Quando Uma Crença Milenar Nunca Resolveu?



Já vamos passando da hora para perceber que o caminho que temos traçado ao longo de toda a existência da Humanidade apenas extinguiu seus grupos mais conturbados, mais radicalizados pela emotividade, porém sem poder para exterminar suas sementes.
A WWII é um exemplo vivo e recente.

A emoção é fundamental ao nosso sentido de vida, mas também converte-se no cerne do sentido oposto, onde a morte é a solução para tudo.

Somos uma civilização planetária que vem caminhando pelas mãos da caridade de uma natureza pródiga, sempre reconstruindo o que essa civilização destrói, ora pelo imediatismo tresloucado do ódio, ora conduzidos por estratégias que apenas adiam a solução real do problema.

A solução social pelos meios bélicos é uma fórmula gasta, já provada ineficiente diante de resultados colaterais que levam a replicar-se indefinidamente. Tal como a morfina que atenua a dor, mas não cura o paciente, até que a morte ocorra por uma dor maior cuja agonia encontra misericórdia no fim, uma vez que a causa reside na multiplicação das sementes que se deseja extinguir.


Parece que a nossa inteligência alcança capacidade para criar inteligência artificial, mas não alcança capacidade para aperfeiçoar a inteligência social.


O filho carrega o código genético de seus pais, assim como a IA carregará o código de regras que espelham nossas crenças.

Hoje somos limitados na capacidade de ação porque somos lentos.
A IA é um mero meio de reprodução de nossa capacidade de perceber padrões e evoluir na percepção de novos através dos anteriores pautados em regras e procedimentos que seus criadores escrevem, porém, com uma diferença: VELOCIDADE.

Estamos iniciando a maternidade da multiplicação de nós mesmos, de nossos erros que terá uma velocidade extrema e, portanto, também alcançaremos rapidamente o extremo de suas consequências.

Como se não bastasse a velocidade obtida por meios externos, também se empenham em transportar tais meios internamente, implantando chips em nossos cérebros.
Elon Musk, que ontem empenhava-se em advertir o mundo sobre os perigos da IA, agora destaca-se pelo pioneirismo através da sua empresa Neuralink com esse objetivo.

Qualquer equipamento carregando nossa frágil tecnologia cibernética pode ser hackeado, ou modificado por algoritmos que sejam executados sob certas condições, tornando esse equipamento um meio de controle ou destruição.

Nossos pensamentos, coletados através de seus sinais elétricos por sensores neurais, serão interpretados por sistemas inteligentes, promovendo a mesma privacidade que temos com os nossos dados pessoais nos celulares, ou seja, quase nenhuma.

Se nós, como raça, não detemos o controle do principal requisito que sustente relações sociais capazes de trazer paz e equilíbrio, então estes meios não só serão úteis para expandir nossas capacidades pessoais como também impô-las ao domínio de outros rumo a mais destruição na esperança de surpreender o inimigo para submetê-lo.

Muito provavelmente, implantaremos tais chips em nós mesmos consensualmente para continuarmos competitivos a qualquer preço, e aqueles que se negarem talvez sejam submetidos à força, paulatinamente.

O domínio da massa sempre coube aos oradores que tocam os seus sentimentos.
Agora, eles também, estão na fila do sucateamento, acompanhados por toda classe política e judiciária, porque o poder e a lei serão transferidos de mãos para os cérebros que conseguirem flutuar nessa luta pelo poder total.

Muitos desses homens são guiados pelo senso de autoproteção, alegando que se não o fizerem, outros o farão.
Outros dirão: "se não pode com o inimigo, junte-se a eles."

O eterno senso de autoproteção paradoxal que imagina proteger a vida sob o manto da morte.


Também estamos substituindo a parcela substituível da Humanidade, na falta desta, para disputar mais poder através da destruição. Estamos na era dos drones e robôs que vão aos campos de batalha em busca da destruição dos recursos adversários, para depois, quando o primeiro deles estiver exaurido, então tornar-se submisso ao vencedor.

Há quantos milênios temos repetido tal receita rudimentar e primitiva?!!

Nossos cérebros amadureceram, mas a alma continua infantil.


É muito pouco provável que não sejam escritos códigos que não espelhem a base do nosso erro, pois carregarão, em sua maioria, a imagem de seus criadores que encontram solução apenas pela competição através da destruição recíproca, tal como um filho que carrega o código genético de seus pais e a influência de seu meio.

Da mesma forma que aceleramos a IA no sentido equivocado do senso de segurança e sobrevivência, deveríamos começar a construir um novo código de ética, porque certamente temos pontos em comuns: o desejo de viver, e não apenas viver, mas em termos alguma felicidade que dê sentido à vida.

Precisamos de uma reengenharia social pelas mãos da negociação tão intensa quanto investimos nas alternativas inteligentes e bélicas.
Infelizmente não vemos isso com a mesma pujança no sentido contrário!


Quando vamos acordar que uma célula cancerosa contamina as demais, até que suas metástases tomem conta do corpo e impeçam a vida da maioria das células sãs, tomando-lhes sua energia até sugarem o último sopro de vida, quando então merecem o mesmo destino? 

Basta isolar o suprimento de sangue que as alimenta e elas vão perecer por si mesmas.

Esse foi o princípio que Gandhi percebeu para enfraquecer a economia e a opinião pública da Inglaterra: a não cooperação como uma fórmula de solução.

Somos como médicos da morte que alimentam seu próprio câncer.
Em Marte, ou ficar orbitando a Terra, ou esconder-se num buraco, não sana o problema, mas apenas adia a continuidade desse processo, porque não será um novo início, seja em Marte ou não, que proverá solução de continuidade se não houver antes a extinção do amor à morte que carregamos dentro de nós mesmos.

Mesmo que Marte virasse uma realidade independente da Terra, apenas teríamos dois planetas com o mesmo problema. Então pegamos novamente nossas naves para infectar novos planetas, exatamente como o câncer se propaga, ou seja, viramos uma doença do Universo que nos abriga e que agora deseja propagar-se por ele como meio de sobrevivência que compromete o todo. 

Certamente, devem existir civilizações que tenham alcançado o equilíbrio social e tecnológico muito superiores ao nosso, pois isto seria um requisito muito provável para evitar a sua autodestruição diante de muito poder tecnológico, tal qual o desafio que principiamos a viver hoje.

Ou será que é preferível imaginar que o Universo, esta vastidão que parece infinita, foi feita só para nós, e ainda, que a nossa tecnologia seja superior às demais?

O aumento das atividades não identificadas (UFOs), a ponto de entidades oficiais, ao que parece, começarem a reconhecê-las publicamente, talvez pela incapacidade de se continuar contendo-as, nos leva a considerar a possibilidade de uma clara preocupação neste sentido, de um código de ética Universal mais avançado que evita a intervenção direta, mas visa conter o desequilíbrio que podemos causar, ou talvez não tão avançado quando desejariam as nossas esperanças ou conclusões, no entanto, diante de tal superioridade técnica dessas naves, se o quisessem fazer, já o teriam feito.


Uma hipótese?!!
Talvez.

Ou será que o medo e a pretensão nos manterá acreditando que somos os únicos e ainda mais... os donos desse Universo contando com uma superioridade inquestionável?!!!

Bom, acredito que muita gente ainda pense assim.
Talvez ainda não pararam para pensar porque estão refém do medo que congela a razão ou causa pânico às massas despreparadas pela inconsciência de suas vidas pegas de surpresa.


É necessário mudar nossos rumos direcionando nossos esforços no sentido contrário à destruição, através da reconstrução social planetária que permitirá subsidiar a climática em larga escala.

Se não o fizermos, algo o fará, mas não sabemos a que preço, seja pela natureza intrínseca de nosso planeta ou não.

Talvez a verdadeira loucura não residiria em repetir eternamente os mesmos erros até uma destruição tão extensa que reduza a nossa capacidade de nos destruirmos mutuamente?

E quanta dor decorrerá de tão amargo remédio?

Então pensando assim...
Quem seria mais visionário?
Aqueles que analisam o futuro com base no aprendizado do passado ou aqueles que se negam a fazê-lo repetindo eternamente os mesmos erros e efeitos há milênios?






Adapting and Competing: Harnessing AI Capabilities Without AI Taking Over You

  AI is a major IT achievement. LLM (Large Language Models) has been in development for decades and was worth all the effort of its engineer...