março 12, 2023

O Sentido do Sentido Oposto Soluciona Quase Tudo

 



O que você vê na figura acima?


Se a primeira percepção foi um coelho, a tendência é que você seja mais realista que utópico.
Se viu um pato, o contrário. Pelo menos segundo este artigo:
Personality test: The animal you see first tells us if you are utopian or realistic


Como tudo na Internet, pode ser ou não, porém se de fato funcionar seria um bom teste das nossas tendências. 

Eu vi um coelho, porém já conhecendo este tipo de teste, logo procurei ver a "outra figura", quando então "achei" o pato. Depois li a notícia para ver o que ela me contava.

Por que o comentário acima?
Este texto trafega entre esses dois mundos: do realismo ao utopismo.
A mesma figura vista de duas formas diferentes e nem por isso irreais.


Um cientista trabalha com base na realidade a partir de seus conhecimentos, mas ele necessita de uma teoria, uma hipótese para avançar além das fronteiras que ele conhece.

Enquanto hipótese, a teoria trafega na dualidade entre essas fronteiras do realismo e do utopismo, mas sem ela, o cientista não teria uma direção, um propósito. O tempo e o trabalho do cientista vão definir a posição dessas fronteiras transformando a hipótese em tese consolidada, ou mais um caminho trilhado na experiência humana sem os resultados esperados, porém com o seu valor a exemplo de Thomas Alva Edson que aprendia com os erros, e que estes os aproximavam do acerto. 

Algumas frases atribuídas a ele:

Eu aprendi muito mais com os meus erros do que com meus acertos.
Uma experiência nunca é um fracasso, pois sempre vem demonstrar algo.
Se quiser ter uma boa idéia, tenha uma porção de idéias.
O caminho mais curto é sempre tentar mais uma vez.


Socialmente, podemos aplicar a mesma estratégia.

Temos vivido mergulhados no propósito de sobrevivência onde o inimigo maior é o próprio ser humano.

Quando você entra em plataformas de streaming (Netflix, Prime Video, HBO Max, Disney+, etc.) e busca filmes, pode perceber que a maioria deles estão centrados nesta temática: lutar contra um inimigo humano ou humanóide.

O termo humanóide foi escolhido porque até mesmo as ficções científicas apresentam os alienígenas vistos pela saga da disputa com características adequadamente humanas. Podem ter formas físicas inspiradas em misturas de animais ou seres que nos lembram a nossa própria fisionomia, porém distorcidas em algum aspecto para denotar sua superioridade, por exemplo, grandes olhos e grandes cérebros. Com exceção de alguns filmes que trazem uma mensagem diferente (E.T.), a maioria acaba em luta por sobrevivência.

No trabalho, respiramos o mesmo clima de disputa, onde as armas de aço são substituídas pelo ácido da "armação" de todos os tipos.


Resumindo, três tópicos principais parecem cristalizar nossos pensamentos:

- Sobrevivência pela destruição
- Ambição
- Sexo


Esta análise vai trabalhar nos dois primeiros.

Utopicamente, imagine que as nações ao invés de investir em guerra, começassem a investir em cooperação mútua.

Super utópico, surreal ao extremo, mas... permita-se imaginar algo assim como uma hipótese de laboratório mental, uma técnica que foi utilizada por Einstein para desenvolver a sua teoria da relatividade. Abandone qualquer preconceito ou voe livre através da imaginação.

Não mais haveria o perigo de invasão, porque o sentido de propriedade territorial deixa de existir na forma como entendemos o termo. 

Veja um exemplo.
A nação A e a nação B cooperam entre si.

Desta cooperação nasce a liberdade migratória, tornando as duas nações repletas de cidadãos de A e B.
Estes cidadãos, por sua vez, acabam formando laços emocionais porque passam a ter um filho, um parente próximo que lhes sejam importantes e o senso de divisão territorial vai se diluindo através dos laços de união.

Um segundo efeito.
A cooperação elimina a competição, na sua forma extrema, por recursos.

Ela existiria a curto e médio prazo, mas à medida que a cooperação vai acelerando a solução da distribuição de recursos, desaparece a competição e os extremos da carência vividos pela fome e pela exclusão social.

Haveria mais empregos, e portanto, a pressão por disputa também reduziria.

Não seria o paraíso porque os problemas sempre precisariam encontrar seu caminho inicial de solução diante da cobiça, avareza e dos desafios técnicos.

A imensa fortuna gasta em destruição seria revertida para a construção.

Em médio prazo, a maioria dos problemas que causam tensão social estaria amenizada.

Em longo prazo, a transformação social seria drástica no sentido reverso àquele que caminhamos hoje: a pobreza e a miséria dos recursos naturais de que dispomos pela destruição dos mesmos que é justificada pelos conflitos dessa disputa.
Totalmente contraproducente, realmente insano.


Nos extremos dos resultados negativos ou positivos, o sentido de fronteira entre os países perde o sentido que emprestamos hoje, estejam eles totalmente destruídos ou harmonizados.


Seja pelo lado da construção ou da destruição, o resultado é o mesmo.


A diferença reside na qualidade de vida final.







março 10, 2023

A Sanidade Insana! O Contraditório do Cotidiano








Países provêm uma estrutura de organização contra as invasões externas - os poderes militares.
Atualmente, os riscos de invasões internas são tão grandes quanto os externos.
Veja o exemplo do EUA com a invasão do capitólio liderada por uma facção radicalista com predicados do regime de Putin.

O mesmo exemplo no Brasil.
Aqui, as facções radicais também vão nutrindo a mesma afinidade —  tomar o poder através de um lider que se julga "missionário", um fato que impressiona muita gente que estabelece como critério a solução pela submissão através da força.

A China funciona assim, milenarmente, antes ou depois da revolução de Mao.
Mais sobre o assunto nesta publicação

Suponhamos que tais forças viessem a fazer sucesso.
Então, os países convertidos estariam alinhados com a Rússia de Putin, China de Xi e todos os outros regimes ditatoriais.
Do ponto de vista ideológico, não haveria mais rivalidade.

O risco de guerras terminaria?

Temporariamente, sim!
Definitivamente, não!


Por quê?

A disputa continuaria por qualquer outra razão, seja por rejeitar uma liderança ou por tentar estabelecer uma nova. Ou ainda, pela necessidade de disputar recursos, ou pela divergência da condução política geral apesar de comungarem os mesmos regimes despóticos.

A guerra é mero subterfúgio da incapacidade do ser humano de encontrar solução para os seus sentimentos insanos, porém sempre justificados de alguma forma que atraia adeptos, disfarçando uma necessidade de concentração de poder e riquezas tão intensas quanto "My precious".

Vamos para Marte.

Marte não é um planeta autossustentável e portanto dependeria da Terra para construir a estrutura da cadeia de suprimentos que viesse prover sua independência.

Quanto tempo isto levaria?

No ritmo de autodestruição planetária da Terra, a civilização de Marte ficaria à deriva antes que o projeto fosse concluído.

Se temos capacidade para sustentar a vida em meio inóspito como Marte, então por que não aplicar tal capacidade em nosso próprio planeta?

Só faria sentido um investimento dessa grandeza que compete com a oportunidade de se investir aqui mesmo na solução climática se a Terra não tivesse solução de continuidade.

O problema é que as propostas surgem colocando a questão da "falta de continuidade" que na verdade traduz o pensamento apocalíptico de autodestruição.

Viesse uma praga que fizesse retroceder a civilização em alguns punhados e o planeta se autorregenaria.

"Civilizar" qualquer planeta é repetir a mesma saga da Terra.

Raciocinamos como cupins que consomem o meio até que precisem mudar para um novo.
Esse raciocínio nem encontra compatibilidade entre a velocidade da nossa autodestruição com o avanço tecnológico atual que demanda mais tempo para que uma missão colonizadora tenha êxito.

Isso remete mais ao devaneio dos mais "sedentos" de recursos, normalmente aqueles com maior sucesso econômico cujo desespero de manter suas vidas gloriosas buscam alternativas pouco viáveis que contemplam apenas a sua casta econômica, uma minoria que utilizou a maioria para enriquecer.

Os EUA gastaram rios de recursos em guerras externas a pretexto de defender a sua democracia, enquanto abandonaram suas necessidades internas estranguladas pela ditadura do capital ou pela ganância extrema que rege boa parte da "elite" da sociedade.

Os trilhões de dólares gastos externamente poderiam prover acesso à saude e educação para todos os americanos à deriva do sistema que reverteria positivamente para a economia americana. 
Obama até que tentou com o seu “Obama Care”.

Verdadeiras democracias promovem igualdade de acesso à educação e à saude para todos os seus cidadãos. Uma igualdade que só é lembrada na hora da votação!


Abandonaram a si mesmos para mudar externamente o que não pode ser mudado pelas armas, e acabaram por comprometer internamente os mesmos valores que justificaram defender apenas externamente.

Contraditório...
Lobbies das indústrias da guerra?

Dois exemplos diferentes, cujo fracasso tem a mesma causa.

A solução não está apenas no avanço tecnológico, mas também na melhora comportamental social do homem como "ser quase humano".

É infrutífero buscar solução na causa equivocada.

Apenas trocamos de problema, mas o final é sempre o mesmo.





março 07, 2023

O Desafio Social Nos Tempos da Cibernética e a Educação Sob Novo Ângulo

 




A sociedade cibernética precisará vencer o desafio autoimposto para evitar a exclusão social em massa que poderá escalar até consequências graves fecundando ainda mais os problemas econômicos e comportamentais que alimentarão as correntes radicalistas com o combustível inesgotável da marginalização que busca a sobrevivência. Os desesperados e revoltados são os mais suscetíveis.

Além da ideologia, também o desespero pela falta de alternativa torna-se uma fonte adicional de radicalismo. A última talvez seja numericamente mais significativa que a primeira diante de condições extremas. Afinal, a subsistência corre sempre à frente dos princípios para a maioria de todos nós.
A fome não pensa em outra coisa que não seja obter comida.

O radicalismo é como um rio cuja nascente tem origem na rejeição de modelos tradicionais como meio de estratégia ágil, cuja corrente vai arrastando a todos que se aproximam premidos pelo desejo de solução.


A robótica é a inteligência artificial (IA) embarcada, ou seja, móvel, representando talvez a competição mais severa que o ser humano já criou para si mesmo.

A ciência da computação viabilizou o tratamento da informação em larga escala e com isso multiplicamos a produção do volume de informação que é preciso absorver para acompanhar as novas necessidades.

Gerações anteriores necessitavam de menos informação para se tornarem "produtoras aptas".

A título de exemplo, vamos usar a própria informática como demonstração através de uma linguagem de programação, escolhendo entre as muitas, uma das mais populares, por exemplo, a linguagem Java que nasceu para embarcar qualquer dispositivo.

No momento que escrevo este post, a linguagem Java está consolidando sua 21° versão, e seguindo para a próxima em ciclos semestrais.

Quando essa linguagem teve seu grande impulso há alguns anos atrás, o aluno tinha àquela ocasião cinco versões para estudar.

Compare com o aluno atual que terá que conhecer todos os detalhes de 21 versões, ao invés de apenas cinco delas.


Convém ainda lembrar que sistemas digitais normalmente utilizam uma malha de linguagens e recursos estruturais onde todos têm suas versões próprias, em constante evolução através da criação de novos recursos e métodos de trabalho ou pela modificação dos anteriores em busca do aperfeiçoamento ou da correção (eliminação de bugs).

Conclui-se que o conhecimento necessário é diretamente proporcional ao número de versões multiplicadas pelo número de tecnologias utilizadas em um projeto, que atualmente é superior a pelo menos meia dúzia delas.

Por essa conta simples, o leitor pode perceber a quantidade de informação adicional que a geração atual precisa assimilar, e então ponderar o que será exigido das gerações seguintes.

A informática é a nascente da cibernética, o que amplia ainda mais o escopo de conhecimento, cuja tendência natural irá modificar todos os campos do conhecimento humano pois que a cibernética tomará parte em todas as atividades como o meio e a forma de materializar não somente a informação mas o gerenciamento de processos através de seus eventos e correspondentes ações pertinentes a cada atividade.

Conclusão!
O volume de informação cresceu e continua crescendo exponencialmente, mas a capacidade do cérebro humano não acompanhou nem acompanhará, a não ser que venhamos a sofrer uma mutação genética à moda X-men! :-)


A questão da aceleração crescente ficará cada vez mais intensa, pois o crescimento desse crescimento é assustador.

A grande maioria da sociedade não pode lidar com esse volume de dados.
Dessa forma, aumentaremos a fragmentação das atividades que por si só acrescerão mais problemas de gerenciamento e integração, e inevitavelmente constituirão o caminho para o impasse de uma complexidade crescente.

Neste contexto, quando tudo urge novas medidas, ainda fazemos provas baseadas em repetição por memorização quando deveríamos tratar da "habilidade informacional" e aperfeiçoar nossas habilidades interativas levando esse conhecimento como a base fundamental que deve alicerçar o ensino!

Desculpas por cunhar um termo na frase acima (em itálico), mas no restante do texto fará sentido.


Por exemplo, quando um candidato é indicado para ser sabatinado, as questões exigem mais memória que a capacidade de organizar e concluir de forma produtiva e harmônica às necessidades do cargo mediante um fluxo de coleta de informações que ele precisará administrar durante o seu exercício.


Nossos métodos de avaliação estão ultrapassados, insistindo em uma fórmula adaptada para outra era cujo tempo vai obrigatoriamente colocá-la em cheque e em desuso na atual.

Vejamos um exemplo.

Através de serviços inteligentes, um juiz não precisa conhecer a legislação completa, porque a mesma cresce e se modifica continuamente. A tentativa de atualizar-se abordando estratégias antigas acabaria por roubar o tempo disponível para exercer a profissão.

Os sistemas inteligentes serão capazes de lidar com a complexidade dessa volumetria de dados, e portanto, a educação necessita apenas revisar seus métodos de modo a não continuar exigindo a inutilidade de disputar habilidades de memória quando a habilidade que realmente fará diferença está na integração e utilização dos recursos ditos "inteligentes", de modo a acrescer valor aos mesmos oferecendo resultados compilados pela nossa capacidade de inteligir que seja efetiva à sociedade e não um simples repasse de uma "cola" de algo oferecido por uma máquina, que parece conduzir a percepção atual dos usuários.


A educação precisa reinventar-se trabalhando novos métodos de desenvolvimento dessas habilidades aliados às novas estratégias de avaliação para adaptar-se à Cibernética.

Cibernética é a comunicação entre homem e máquina e vai definir o futuro em todas as atividades humanas cada vez mais intensamente, a exemplo dos carros autônomos.

Ontem e hoje, a educação trabalha mais policiando e rejeitando as novas ferramentas da Cibernética, enquanto mantém a tradição do mesmo estilo de avaliação quando o volume de informação e complexidade eram incomparavelmente menores, privilegiando mais a memória que a capacidade de se aliar aos novos recursos que expandem os limites do cotidiano às nossas vidas.

Esta política de rejeição que percebe mais a ameaça ao "status quo" do que as vantagens de crescimento, agindo  em detrimento da construção da habilidade do futuro — a capacidade de conciliar e elaborar múltiplas fontes de informação e não simplesmente em armazená-las.

Esse comportamento é observado ao longo de toda história a cada novo degrau que impõe mudança ao anterior, e aqueles que permanecem no anterior sempre sucumbem.

Resistir às mudanças necessárias mantendo métodos ultrapassados produzirá cada vez mais exclusão em massa já que a maioria não dispõe dessa capacidade de memorização, algo que as máquinas podem suprir alternativamente, e que portanto já não faz mais sentido continuar acumulando tal tarefa para o ser humano.
Seria o mesmo que negar o valor das máquinas agrárias retornando às enxadas.


Os frutos da Cibernética, tal como ChatGPT e os demais serviços precisam ser absorvidos na grade educacional promovendo a habilidade de seu uso, e não sendo demovidos ou  restringidos por seus efeitos causados pela falta de orientação dos professores justamente pelo despreparo destes!


Sem uma nova estratégia, continuaremos fazendo "cola", tanto alunos como não alunos, quando podemos de fato usar a capacidade de coordenar um conjunto de dados para suprir entendimento e elaboração sob demanda, cabendo às escolas educar seus alunos mais para a análise do que para a retenção de dados em memória.

Alguns podem argumentar que memorizar é útil, pois agiliza.
Sim, é verdade, mas uma verdade relativa e temporária.

A "computação vestível" (Wearable computer)  irá suprir essa última lacuna completamente.
A memória digital integrada às atividades humanas será cada vez mais utilizada para interagir com esse universo, substituindo a forma tradicional de memorização que age na tentativa de competir com bancos de dados. Não faz sentido!

A pressão aumentará obrigando a remodelação dos conceitos de interação e educação.
Se não bastasse a mobilidade computacional, seremos nós mesmos biônicos, não por opção, mas pela necessidade de competirmos.


Recentemente, Elon Musk não obteve sucesso na liberação do uso de chips em humanos, mas outros virão.
U.S. regulators rejected Elon Musk’s bid to test brain chips in humansVideosPicturesGallery


É só questão de tempo, até que o primeiro chinês com um chip implantado em seu corpo comece a fazer maravilhas, e também desastrosas ameaças aos que ficarem de fora.
Esse povo tem uma visão muito pragmática da "utilidade humana".

E não duvidem disso, pois que o governo chinês não terá tantos pudores em utilizá-la, depreendendo-se pelo que conhecemos do perfil ditatorial de seu governo, recentemente consubstanciado durante a imposição da quarentena sobre o povo a qualquer custo — até onde puderam aguentar, quando então começaram as manifestações em massa apesar da repressão intensa — Afinal, é melhor ir para a rua apanhar que morrer dentro de casa sem tentar algo. Na rua, suas chances aumentam.

Se os chineses ainda não o fizeram, é porque lhes falta o chip, pois a China por enquanto não domina o processo da alta integração de chips, dependendo do ocidente para obtê-los.


Infelizmente, a implantação de chip tem o lado extremamente negativo já que potencialmente poderia terminar com o último bastião da liberdade humana — o pensamento.

As imposições da competição colocam a ética em segundo lugar.
A forma como pensamos e agimos hoje definem outras prioridades, colocando a sobrevivência pela competição no topo de todas as outras.

O comportamento humano não tem deixado outro recurso.


A reeducação da educação social deveria ser uma das mais altas prioridades para os governos que não pretendem ver a sua hegemonia implodida pela inadaptação de seu próprio povo.

Se hoje os governos secundarizam o incentivo ao raciocínio na educação, mantendo o foco na "repetição" pelo que guardamos na memória temporariamente, amanhã esse enfoque continuará a produzir cada vez mais uma casta de desajustados não pagadores de impostos, ameaçando a estabilidade desses governos e onerando as suas administrações.


A ironia do lado negativo da evolução é o seu poder pelo lado positivo.

Inevitavelmente o sistema terá que reverter o pensamento que povo educado é contrário aos seus interesses demagógicos já que a base econômica futura dependerá da capacidade de seu povo interagir de forma inteligente com a cibernética, extraindo o máximo. Este é um dos novos palcos da competição futura entre as nações.


Evolução é algo fantástico porque transforma a destruição no próximo capítulo da reconstrução que acresce um próximo passo.





março 06, 2023

O Feudalismo no Terceiro Milênio — Um Produto de Exportação Para Marte


Ainda garoto, quando estudei o feudalismo no segundo grau, sentia-me aliviado que vivesse no século XX.

Na minha inexperiência jovial, sentia-me seguro e feliz por pensar que a humanidade houvesse superado uma fase tão negra de sua história.

Superamos o século XX, tido como um símbolo de progresso e avanço científico, entrando para o auspicioso século XXI sob o imaginário dos avanços da exploração espacial e da cibernética com todas as outras riquezas da criatividade humana pelas mãos da ciência.

Nesse cenário auspicioso, a política sempre representou um braço da atividade humana em dissonância com esse panorama.

À medida que o século XXI foi caminhando, se de um lado a ciência foi nos surpreendendo com a materialização de muitos sonhos, do outro parecemos retroceder a um feudalismo com nomes diferentes.


Afinal... O que é mesmo feudalismo?

"O feudalismo foi a forma de organização social e econômica instituída na Europa Ocidental entre os séculos V a XV, durante a Idade Média. Baseava-se em grandes propriedades de terra, chamadas de feudos, que pertenciam aos senhores feudais, e a mão de obra era servil."

fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/feudalismo.htm


Transpondo o conceito para os dias atuais, podería-se dizer que "feudalismo" é toda relação de poder que submete à servilidade seja através de hierarquias políticas e/ou econômicas.

A relação de 'poder" e "servilismo" são a base da nossa sociedade em todos os tempos.
O que muda é apenas o nome para caracterizar a época que ela marca através de suas características, porém mais ligadas ao desenvolvimento tecnológico do que ao social já que a relação de poder é  intrinsecamente a mesma — quem detém o recurso determina a vassalagem de quem não o possui.

Socialmente, continuamos praticamente no mesmo lugar, com pequeninos avanços, porém sem mudança de base.

A conclusão é que a sociedade evoluiu mais em suas alternativas de produção de recursos que em sua estrutura social.

  • A leis são aplicadas pelo poder que define quando atendê-las ou não.
  • A leis são criadas pelo mesmo poder quando convenientes para mantê-lo.
  • A relação de servilismo mantém-se com todas as gradações da hierarquia social em função do status econômico ou político, algo que sempre houve.
  • O trabalho escravo é materializado através de pagamentos insuficientes, horas de trabalho excessivas, condições insalubres, e uma infinidade de circunstâncias que não deixam a "escravidão" pertencer ao passado, de uma forma ou de outra, respeitando a sua gradação.

Se você utilizar os tópicos acima para analisar a história em todas as suas fases, ignorando os avanços tecnológicos, poderá perceber que a música tem a mesma letra, só muda a melodia e o ritmo.

À maioria de todos nós nem mesmo consegue imaginar uma sociedade sem "servilismo", embora possível, e muitos ao lerem o texto podem estar indagando o autor sobre como poderia ser diferente de algo tão natural como "eu mando e você obedece"?!

Uma sociedade sem servilismo seria viável?
E se for, como seria?

Esses princípios foram ensaiados em teorias de esquerda, cujos ensaios saíram do papel para serem transformadas em pesadelo de um servilismo estatal generalizado com mãos férreas.

Karl Marx é brilhante no idealismo de algumas propostas.
Por exemplo:


Se esse princípio fosse aplicado na prática, o servilismo sofreria um severo golpe, mesmo sem citar os princípios filosóficos defendidos por Jesus Cristo através de uma visão filosófica e humanitária que justificou uma divisão na forma como o tempo é contado para a maioria das civilizações atuais, mas não para todas.

Infelizmente a aplicação da assertiva de Marx falha dos dois lados.

Na realidade, em cada um há o desejo de dar o menos possível e obter o máximo de suas necessidades, quando não "infinitas", pois a ambição parece não conhecer limites.

Conclusão: o socialismo ou comunismo na prática apenas justificou a mudança de mãos no poder.

Quando trafegarmos do servilismo para uma sociedade cuja relação de trabalho não adoeça pelo poder e pela ambição, teremos então alcançado um novo marco da civilização humana, cujo resultado será um estado de consciência pessoal coerente com os meios que a sustenta, promovendo produção e a distribuição de recursos que sinergizam o progresso mediante o bem-estar geral.


Nossos problemas seriam relativamente simples se não fosse pelo caráter doentio de nossas emoções.

Então acabamos achando mais viável transferir o problema para uma provável civilização em Marte em condições muito mais adversas do que resolver nossos problemas por aqui mesmo à medida que vamos comprometendo nosso meio ambiente!

Sonhos de visionários cegos pelos egos megalomaníacos?!!!


Por acaso essa civilização colonizadora seria emocionalmente diferente da nossa?

E se continuarmos como estamos indo, "logo logo" nem precisaremos viajar tão longe para viver o desafio de habitar um planeta inóspito!!!  :-|
Poderemos colonizar um planeta estéril por aqui mesmo! :-)

Marte só faria sentido se pudesse suprir a Terra.

Não é a primeira vez que se transfere  a solução para o meio externo quando na verdade ela está dentro de nós mesmos, por nós mesmos!


março 01, 2023

ChatGPT e O Boom da Inteligência Artificial - Reflexos Sociais

 





Assim que você, após o seu cadastro (sing-up), acessa o site do ChatGPT, vem imediatamente o aviso informando que as suas informações "poderão" ser analisadas (vide acima).

O aviso é necessário pois um grande ponto fraco desta tecnologia é que a privacidade inexiste em virtude da forma como o dado precisa ser manipulado, e sem criptografia.

Um efeito interessante é que a maioria da sociedade jogou pelo ralo a noção de privacidade pessoal quando surgiu o Facebook e outras medias pessoais.

Depois, então, vão acontecendo os problemas...

O indivíduo não entende como o criminoso tinha tantas informações a seu respeito a ponto de permitir planejar um sequestro, roubos ou golpes de todos os tipos e etc., como se já não  bastassem as "viroses digitais" e toda sorte de meios de invasões de sistemas, além dos vazamentos de senhas de serviços importantes como Google Gmail e uma fila sem fim de notícias do gênero.

Inteligência Artificial (IA), como a maioria das coisas da vida, traz o lado bom e o ruim.

O lado ruim também ganhou mais um apoio funcional poderoso:
Versão ‘do mal’ de ChatGPT ignora filtros da IA e cria softwares maliciosos


As notícias vão aparecendo, muitas delas anúncios disfarçados, mostrando como o indivíduo pode "se dar bem" usando ChatGPT para seus negócios.

4 ways ChatGPT can radically up your job search
(4 maneiras pelas quais o ChatGPT pode melhorar radicalmente sua busca por emprego)


É bom lembrar que quando você está "logado" em uma plataforma, a sua identidade é conhecida, os seus dados e tudo o mais que você digitar poderão ficar gravados de tal forma a compor um banco de dados com um perfil inteligente a seu respeito, mais esperto do que você desejaria.

A sua atividade e o seu perfil ficarão tão mapeados, que talvez o sistema venha a lhe conhecer melhor que você mesmo, dependendo da intensidade com que você troca informação com a plataforma.

Assim como outras plataformas de serviços, o ChatGPT também fica sujeito a vazamentos de informações.

Ficará cada vez mais difícil preservar o siligo de empresas, porque seus empregados em perfis próprios vão buscar socorro neste tipo de ferramenta diante dos prazos apertados, insanos, ou simplesmente por comodidade ou necessidade competitiva.

O Walmart destacou-se pela sua visão aguçada, arrancando na frente diante do perigo:

(Preocupações com a privacidade do ChatGPT: Walmart diz não discutir segredos comerciais com a IA)


Algumas notícias vão surgindo, onde se discute também os efeitos sobre o nosso comportamento psicológico pessoal e coletivo.

Uma hipótese sugere a crescente dependência do ser humano na tomada de decisão através da ajuda desse tipo de ferramenta de consulta que propõe solução pronta, estimulando o indivíduo a comprar "comida pronta", e portanto "saber cozinhar" vai ficar cada vez mais raro, o que vai contribuir gradualmente com a perda da capacidade de fazê-lo por si mesmo.
Uma hipótese que faz sentido porque, ao gênero humano, o que é fácil vicia, e quanto menos se pensa, menor é o desejo de pensar.

Pais, professores e filhos terão mais tensão social.

Se antes o indivíduo incauto entregou seu "bate-papo", agora vai entregar todo o resto, incluindo sua proatividade, paulatinamente.


Outro aspecto negro da IA é a manipulação implícita do viés.

IA é programação, e portanto programas podem ser programados para ter viés de qualquer natureza, exercendo dessa forma influência ideológica.

Seria o mesmo que "fake news" com "esteróides", capaz de reagir com inteligência de acordo com o perfil do leitor, e portanto, tornando-se muito mais efetivo na arte do convencimento e da condução de massa.


('Eu trabalhei na IA do Google. Meus medos estão se tornando realidade')


Temos ainda, ao menos, mais um efeito colateral de viés.
O robô do chat utiliza a Internet como fonte de consulta.
À medida que aumenta o conteúdo enviesado na rede, maior a tendência de que a informação acabe fazendo parte da base de dados do sistema, contaminando a elaboração da informação entregue.

Os filtros de informação agem .por duas formas antagônicas.
Se muito restritivo, empobrece os resultados. 
Se mais flexível, deixará vazar o viés indesejável.

E se o volume de informação considerada "negativa" aumentar indefinidamente formando um perfil de pensamento predominante? 
Os administradores da plataforma ficarão em situação difícil, sujeitos às exigências legais, que por sua vez abrem também a oportunidade para a manipulação "legal" de conteúdo imposta à maioria — o nome disto é ditadura embalada na sua forma digital.

Internet e IA juntas apenas multiplicam o velho problema humano em lidar com a natureza do pensamento.

Anteriormente, as barreiras naturais de comunicação e produção de informação que não dispunham desses recursos conduziram o comportamento humano às revoluções e guerras.

Agora teremos um fator crescente de aceleração, dada às novas condições, intensificando o processo de convergência de pensamentos em massa e com mais intensidade, lembrando que antes havia o benefício de uma população planetária menor e com também menor poder destrutivo.

Dois fatores colaterais deste contexto, já por si só difícil de regular e governar, catalizarão a velocidade desse processo de transformação. São eles:

- Diante da velocidade da transformação, sobra menos tempo para o indivíduo pensar, refletir e observar os efeitos. Mais decisões em menor tempo.

- Estimula o "efeito cardume", ou seja, quando as decisões pessoais acabam seguindo a maioria já que decidir torna-se um processo mais difícil.


Serviços de media social — Twitter, Facebook, TikTok e etc. — agregarão tais recursos às suas plataformas, contribuindo ainda mais com a "produção de informação" que se transformará em uma fábrica mais sofisticada, produzindo a influência mediante o tom adequado ao receptor, como quem embala o vinho de acordo com o gosto do cliente, onde a qualidade do conteúdo é consumida pela aceitação da embalagem personalizada "ao gosto do freguês".

Teremos a customização da informação qualificada não apenas pelo tipo de público alvo como também adaptada à forma individual de cada um.

O que antes era feito pelo rádio e pela TV, esta última principalmente em horários privilegiados, hoje é ubíquo em horário integral por todos os meios de comunicação, levando o indivíduo a acreditar ainda com mais intensidade na realidade que lhe é projetada tal como uma avalanche de informação que desce o morro dos interesses humanos levando os mais incautos e desprotegidos.


Uma coisa é certa.
Inteligência própria e informação pessoal preservadas irão valer ainda mais, muito mais, porém será também mais difícil para quem não utilizar a ferramenta, podendo ficar em desvantagem competitiva.

O cachorro correndo atrás do próprio rabo?


Existe alguma contrapartida a favor do usuário.
Ele poderá, por exemplo, aperfeiçoar a criação de perfis falsos, mas poucos serão capazes.


A tecnologia não caminha de mãos dadas com a democracia, porque a perda da privacidade favorece a manipulação social.

A massificação da produção de informação "enlatada" por "robôs digitais" vai reduzir o valor da  produção de informação, muitos perderão o emprego e terão seus salários achatados, porém super valorizará a informação que não pode ser produzida por meios digitais inteligentes, e que portanto, depende da centelha do talento humano.


Hoje, nossa era dará à maioria a oportunidade do começo no uso de robôs.
Amanhã, serão os robôs que usarão os humanos sem "centelha divina" — robôs estes conduzidos por uma elite (intelectual/financeira) que elegerá o recurso como meio ainda mais poderoso de manipulação e controle.



Seria possível ver algo bom em tanta coisa aparentemente apenas negativa?

Dependendo das convicções pessoais do leitor, tais fatos podem ser positivos ou até mesmo extremamente ameaçadores.

Analisando a conjuntura pelos olhos do evolucionismo, aliados à crença de uma força maior diretriz, podemos então pensar no lado positivo dessa mente diretora extremamente superior à nossa.

Tal quadro de conjunturas negativas poderá reverter positivamente quando o ser humano começar também a mudar a sua índole e mentalidade social através da necessidade advinda da luta pela sobrevivência.

Talvez seja aquele caso em que as coisas precisem ficar realmente ruins para que tenham conserto.

Não é assim a maioria das vezes, quando só colocamos a tranca depois que a casa foi invadida?

Neste caso, a solução advirá quando entendermos melhor que é preciso respeitar uma porta, mesmo sem tranca!

Então saberemos entender pelo sofrimento onde realmente termina o nosso direito e começa o do próximo.

Por enquanto, é apenas teoria e plataforma para palanque político.

A solução existe.
Resta aplicar.
É só questão de tempo cobrado em muita destruição.

Fênix.



Série O Radicalismo e o Dilema Israel vs. Hamas - A Procura da Solução N.5

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