janeiro 25, 2022

Sofismas são armadilhas traiçoeiras






"A soul that is kind and intends justice discovers more than any sophist."

Sophocles (496 bc-406 bc)

 

"Uma alma que é bondosa e pretende justiça descobre mais do que qualquer sofista."  

Sófocles (496 ac-406 dc)


 Os sofismas são traiçoeiros.

Eles nos conduzem a conclusões que parecem absolutamente lógicas e verdadeiras, mas não resistem a uma análise mais cuidadosa.


Uma garota com o ar vitorioso e domidador diz para a colega:

"Não é ele quem vai me comer. Sou eu quem vou comê-lo!"

E ri toda segura de si...


Já que os direitos são, em tese, iguais, a lógica reversa parece correta e se tornaria relativa ao ponto de vista de ambos.

Uma coisa é certa, se os direitos fossem iguais, então por esse mesmo ponto de vista haveria no máximo empate.

Ninguém ganha.

Então... o "riso" vitorioso da garota se dilui em suas próprias ilusões.

O argumento, no entanto, não resiste à análise por outro viés.


Se o garoto ficar com todas de sua cidade e redondeza, ele vira herói.

Ele é "O Cara"!

Pode casar que a esposa sai ostentando o marido ao seu lado como seu troféu — foi comigo que ele ficou!

Eu sou "a mulher" para esse garanhão.


Se uma garota fez o mesmo, ela termina com a fama de galinha, vadia, mulher fácil e até prostituta(mesmo que ambas as partes tenham repartido as despesas, ou não...).

Se casar, o marido também ostentaria um troféu, porém de natureza muito distinta.


Se uma pessoa admite depender da opinião alheia, então a acertiva inicial cai por terra mostrando as suas garras sofistas que vão lacerar o futuro do incauto.


Filosofia é algo traiçoeiro.

É preciso "rodar o cubo" para ver todas as facetas, analisar de todos os ângulos e ver qual deles lhe serve melhor.


Onde foi que a pessoa se deixou pegar por um sofisma?

Quando ela viu o mundo como ela gostaria que fosse, justo; no entanto, o mundo é como ele é.

Para dicidir bem é preciso ter olhos de ver e pés no chão.

Buscar olhar as coisas como elas são e não como gostaríamos que fossem.


E este raciocínio é valido também para aquele que deseja contribuir para a mudança do mundo em algo mais justo.

Se não escolher um caminho sincronizado com a realidade, termina como sonhador.

Se desejar uma mudança muito grande, tropeça no degrau.


Todo limite nasce dos nossos limites e daqueles que nos cercam.


janeiro 08, 2022

Pandemia e Aquecimento Global: Fim de mundo? Ou Começo?

 



Conversando sobre o tema, diante de tantos acontecimentos globais, fica a sensação de ameaça e fim de mundo. Alimentar esse pensamento, só desistimula nossos melhores propósitos de vida, tornando-nos proprensos a mergulhar nas alternativas que desacreditam da vida porque talvez desconheçam a sua capacidade de recuperação nas mãos de forças maiores que sustentam a vida Universal.

Foi quando então, lembrei das previsões do Chico Xavier, que noticiou que a lua teria água para prover a sua colonização científica, mais tarde confirmado pela NASA, que à ocasião da descoberta não divulgou.
Se quiser obter mais detalhes sobre a previsão do Chico e outros assuntos super interessantes, sugiro esta reportagem repleta de depoimentos e comentários. Vale a pena! É uma mensagem de esperança coerente que vai tornar sua alma mais leve, seu espírito mais confiante. O nascer do sol depois do anoitecer.

E ponderando sobre o assunto, arrisco o seguinte.


O prazo de 50 anos terminou em 2019.

Ou seja, segundo a previsão de Chico Xavier, foi dado o prazo que, se em 50 anos não ocorresse tal guerra, teríamos grandes avanços científicos, do contrário mergulharíamos num caos geofísico e climático planetário.

Porém... contudo... todavia... a ameaça de guerra nuclear e extermínio em massa permanecem.

Ou seja, durante o período de observação estipulado não houve guerra mas também tal ameaça não se extinguiu, não é?!!

Observando estes acontecimentos por outros ângulos, podemos supor que as entidades responsáveis pelas conduções planetárias (sim, "conduções" pois somos uma comunidade planetária Universal onde a vida se manisfesta de múltiplas formas em múltiplos planetas), procuram reduzir o nosso sofrimento no caminho do aprendizado, buscando interagir no processo através de meios que colaborem no sentido de se evitar desfechos mais sofridos tal como aqueles advindos de um planeta em agonização repentina pela destruição nuclear massiva, deixando aos sobreviventes o legado de furacões, terremotos generalizados, tsunamis, enchentes drásticas, secas extremamente serveras e os efeitos nocivos da radiação residual, diante inclusive da possibilidade de alteração do eixo da terra ou até mesmo a fissura planetária (hipótese levantada por alguns).

"Pandemia" e "Aquecimento" são duas forças conjuntas, aliadas.


A pandemia acelerou o convívio digital, ou seja, aquele efeito através da imagem, como temos no cinema onde "sentimos, choramos e vivemos momentos" com algo que de fato não está ali fisicamente, pois é pura imagem, mas capaz de comandar nossas emoções sem interação física.

A comunicação digital e a virtualização aumentam a capacidade do ser humano crescer na área do pensamento e da introspecção já que não tem mais o convívio físico diário como a fonte principal de suas atividades.

A pandemia estimulou a introspecção através do isolamento, já que a fuga de si mesmo ficou mais difícil porque a vida "social externa" ficou mais reduzida e passamos a exercitar o desenvolvimento da “afetividade e emotividade” sem os meios físicos diretos como forma preponderante de convívio.

Isso tem um efeito de importância vital porque exercita a emotividade além dos nossos círculos pessoais conectados fisicamente.

A media social, tal como Facebook, WhatsApp e etc., também têm construído essa ponte de conexão que aos poucos vai nos mantendo unidos mais pelo pensamento que pelo convívio físico.

A aceitação desse processo é difícil, a rejeição é grande como em todo processo novo que causa desconforto aos velhos hábitos, porém vai se estabelecendo principalmente junto às novas gerações que ainda não construiram este hábito arraigado aos padrões anteriores.

O efeito imediato parece ser que esse processo estimula o ser humano ao isolacionismo, reforçando o egocentrismo; porém é um efeito inicial logo contrabalançado pela descoberta que o isolacionismo é apenas físico, pois mentamente ele precisa conviver com uma comunidade virtual.

A diferença fica apenas na redução da crença na associação que convívio físico é mandatório para nos sentirmos conectados às pessoas. Elas descobrirão que esse sentimento de conexão, de proximidade, pode ter equivalência tão intensa quanto ao que estamos habituados porém através de outras formas.

Isso não é um pensamento novo, mas antigo, inclusive já explorado pelo cinema no filme Cocoon.


O enfraquecimento deste hábito mandatório que demanda aproximação física para aumentar nossa sensibilidade vai abrir caminho para tornar o ser humano mais sensível com aquele que ele necessariamente não convive dessa forma.

Esse processo contribui para que a hierarquia de sentimentos que determinam as nossas ações torne-se mais flexível, fazendo-nos mais sensíveis aos problemas que estejam ocorrendo fora do nosso "mundo pessoal territorialista".

Assim teremos a reconstrução pela reavaliação dessa hierarquia de valores que crescerá do territorialismo (dependente do espaço em que circulamos) para o universalismo, força essa que comanda nossas atitudes emocionais e determina a nossa escala de importância onde vem primeiro nossa casa, nosso bairro, nosso time de futebol, nosso estado, nosso país, e etc. em detrimento da importância do todo, como se o todo não pudesse determinar a sobrevivência das nossas prioridades no sentido inverso.

A redução dessa dependência emocional territorialista vai contribuir definitivamente para nos tornarmos mais sensíveis aos problemas do próximo, de forma generalizada.

As fronteiras das nações se tornarão menos mandatórias que o sentido de comunidade global.
E para que isso aconteça, é preciso que a mudança seja de baixo para cima, a partir da soma das mudanças de atitudes individuais.


A lição através do isolamento é dura, mas também somos duros de aprender a lição de "amor ao próximo" trazida por Jesus.


A seu termo, a ciência encontrará a solução para a pandemia, mas tal como uma guerra, deixará seus frutos.


Outra contribuição vital da pandemia é a redução da poluição através da aceitação e incorporação de novos hábitos pela substituição de antigas práticas por novas tecnologias, como é o caso do trabalho remoto, conduzindo-nos ao segundo fator: o aquecimento global.


O aquecimento glogal, diante da fragilidade da planeta, nos levará a entender, cada vez com mais intensidade, que temos um problema único.

Da psicologia, é fato consumado que interesses comuns unem as pessoas.


Então passamos a ter um novo estímulo forte o suficiente — o da sobrevivência, para concorrer com aqueles que nos levam às guerras  — territorialismo, intolerância e ambição .


Embora dramático e muito sofrido, não podemos negar os efeitos positivos do que estamos superando.
Certamente, se não fosse nossa renitência nos velhos males, nossos sofrimentos seriam mais amenos e o processo mais leve.


Só mesmo o desejo de sobrevivência para enfrentar o de autodestruição.

Só mesmo o aumento da nossa sensibilidade emotiva para ampliar o interesse pelo próximo.


Isto faz lembrar aquele ditado popular:

"Deus escreve certo por linhas tortas."



Assista ao vídeo da reportagem repleta de depoimentos e comentários.


janeiro 03, 2022

Eleições de Segundo Turno Polarizam e Prejudicam a Democracia



 

Eleições de segundo turno no Brasil mais atrapalham do que ajudam.

Além do dispêndio dobrado de esforços, o eleitor é obrigado, eventualmente, a escolher no segundo turno um candidato que não o representa.

Oras, se voto traduz a representatividade e justifica a autenticidade de uma democracia, colocando dois "galos na rinha" obriga à tão indesejada polarização que vem descontruindo o sentido do voto no cenário brasileiro.

O segundo turno é o grande incentivador do voto útil, defensivo.

Uma verdadeira democracia não deforma a vontade do eleitor, ainda mais considerando que o voto no Brasil é obrigatório.

Polarização é um processo antidemocrático que favorece à centralização de poder subsidiando os caminhos da ditadura.

Se o seu candidato não foi para o segundo turno, como fica? Vota naquele que você não quer só para o outro não ganhar?

Se desejamos reduzir os efeitos nocivos da polarização, o voto de segundo turno deveria ser abolido.
Uma nova votação, e com todos os candidatos, só se justifica em caso de empate técnico em que as taxas sejam iguais, sendo pouco provável que isso ocorra duas vezes seguidas.

Democracia é justamente isso: governar com diferenças, compartilhando poder para compartilhar benefícios.


Extrema Direita é Solução?




"The accumulation of all powers, Legislative, Executive, and Judiciary, in the same hands, whether of one, a few, or many, and whether hereditary, self-appointed, or elective, may justly be pronounced the very definition of tyranny."

"A acumulação de todos os poderes, legislativo, executivo e judiciário, nas mesmas mãos, seja de um, de alguns ou de muitos, seja hereditário, autonomeado ou eletivo, pode ser justamente pronunciada a própria definição de tirania."

James Madison (1751-1836)


 

"Não podemos nos entregar!
Temos que lutar por nosso direito à liberdade, sempre!"


Esta frase tem sido muito utilizada pela extrema direita que apresenta propagandas mostrando a disseminação dos regimes socialistas e comunistas pelo mundo.
"O Brasil cercado pelo comunismo..." e etc.

Embora a frase faça total sentido àqueles que entendem o valor da liberdade política e social, ela esconde uma "pegadinha" que se você não estiver esperto vai acabar caindo no engodo dos regimes "extremos".

Se votamos na extrema direita com medo da esquerda então buscamos pelo voto útil evitar o segundo.

Contraproducente.
Buscando preservar a liberdade, apoiar um "ditador" de direita é um equívoco.
É o mesmo que pensar em corrigir um problema trocando por outro de mesma natureza.

Nos extremos não existe liberdade, seja de direita ou esquerda.

Essa filosofia me lembra aqueles que trocam de problema só pra variar um pouquinho, como se resolvesse.

E dessa vez, ninguém pode reclamar que não sabia! 😄

Este artigo neste link discute a respeito desta estratégia de voto defensivo, ou também chamado de "voto útil", mostrando como o radicalismo de um lado leva ao outro, e vice-e-versa, exemplificando como os desmandos do capitalismo (ditatura de direita, seja pela mão de militares ou não) conduziram a China ao comunismo (ditadura de esquerda).

A história ensina a gente.

Sem a história é como se a gente vivesse sem memória do que faz, então repete o erro porque já esqueceu o que aprendeu, ou nem aprendeu porque não procurou aprender!!! 😐

Se depois desse artigo mostrando o exemplo da China você não repensar, então certamente você também ainda não percebeu, ou sentiu, quanto despótico é qualquer regime extremo, ou quanto despótico e impositivo se torna qualquer tipo de extremismo.

Torne o seu voto uma extensão da sua crença, porque mudando o seu voto, seja por medo, estratégia ou por defesa, sempre estaremos reagindo às polarizações sem que se efetive a razão daquilo que dá sentido ao voto — representatividade.

Se o voto deixa de ser representativo e se torna reativo, o sistema perde autenticidade.

O segredo da liberdade de um povo é evitar a concentração de poder.

É contraproducente proteger a liberdade de um povo fortalecendo concentração de poder.
Concentração de poder sempre conduz à ditadura, seja da direita ou da esquerda.


E será assim enquanto não mudarmos nossa percepção social e política, cuja evolução virá pelas mãos da necessidade de preservar o planeta habitável, ou seja, de sobrevivermos...



  

Série O Radicalismo e o Dilema Israel vs. Hamas - A Procura da Solução N.5

    Israel, A Jihad e O Mundo drillback.com/notes/viewinfo/6552781cc388f6d383edee68 ----------------------------------------------- Quais as...