novembro 29, 2022

Hot Crowns - Capítulo IV - Rufinus e a Revogação

 



PREÂMBULO

 “Hot Crowns” é uma distopia política contando a história de uma nação imaginária na luta para encontrar seu melhor caminho nos descaminhos da paixão.
Qualquer semelhança com a história de qualquer nação é mera coincidência.

O imaginário é uma colcha de retalhos onde costuramos nossas percepções e sob ela nos abrigamos.

Este post faz parte de uma série: Capítulo anterior


Hot Crowns - Capítulo IV - Rufinus e a Revogação


Rufinus era um plebeu com pregresso militar, dono de um temperamento rebelde e provido da inconsciência que se confunde com a coragem daqueles que se acreditam predestinados divinos.

A pressão de sua veia autoritária logo causou forte hemorragia de talentos que compunham a sua realeza. Opiniões contrárias levavam ao afastamento de seus defensores. 

Rufinus ao longo de seu governo foi colecionando atos despóticos tornando claro que sob a capa da fidelidade à pátria de um bom soldado havia também escondido um ditador ainda mais fiel a si mesmo.

As ações de Rufinus refletiam a sua rebeldia dos tempos militares.
Foi se indispondo com altos representantes e reis de outros reinos, ora por um comentário desnecessário, ora pregando a disponibilização de armas à população como faria qualquer militar em momentos críticos em tempos de invasão e guerra, quando então até um cidadão sem preparo torna-se apto pelas circunstâncias. O reino, porém, não estava em guerra, mas parecia querer caminhar para uma.

Seu descompromisso com as políticas de preservação de recursos naturais de seu reino, desfez medidas e implementou outras que causaram grande retrocesso, mal-estar e angariou a antipatia de muitos reinos que se afastaram de seu reinado retirando os seus apoios políticos e econômicos. 


Rufinus também causava constrangimentos buscando alianças com outros líderes e reinados de natureza déspota ou avessos às tradições de seu reino, em desprestígio das alianças tradicionais que sempre garantiram o status quo de liberdade e paz que seu povo auferia.

Rufinus através de seu estilo sem a amenidade do dom político, agradava grande parte dos súditos que sintonizavam com esse discurso contundente, apoiados por aqueles que odiavam a dinastia Opus.

Muitos tomados pela cegueira do fanatismo, outros que, mesmo não havendo a paixão fanática, não conseguiam perceber as sinalizações que os atos de Rufinus iam gerando, levando-os a manter seu apoio.

Havia ainda uma categoria de súditos que reunia um misto de esperança, rejeição a Opus e interesse proveniente das atenções especiais de seu lider que a utilizava como massa de manobra e que detinha grande influência nos setores de geração de bens como também no seu fluxo.

Rufinus a despeito de tudo dividia com Opus I o prestígio do reino, tornando uma guerra de Titãs onde só haveria um grande perdedor, o próprio povo — correndo o risco da perda de seu estilo de vida tradicional por qualquer um que alcançasse a vitória plena na execução de seus objetivos mais recônditos, cujo espólio de guerra resultaria em graves prejuízos para o reino, onde o próprio povo certamente pagaria a conta por seu mau investimento. 

O reino corria risco diante da escalada de rivalidades de acabar seguindo a história de um outro reino, que há muito tempo atrás por causa de uma divergência interna sobre o tratamento político dado à escravidão terminou levando o seu povo a uma guerra civil entre o norte e o sul. Para a sorte do mundo, o norte venceu e a escravidão inicia seu longo caminho da transformação do preconceito racial em convivência pacífica e equitativa dos direitos independentes da origem racial.

O povo do reino de Opus I e Rufinus parecia não ser mais aquele mesmo povo que formava o reino de outrora cuja natureza era mais conhecida como sendo a de um povo que parecia pacato, anestesiado talvez pela ignorância que o véu do tempo foi levantando com a ajuda paulatina de uma sucessão de erros de todos os segmentos sociais pela disputa da vida através da justa distribuição das riquezas, aliás, uma causa comum dos conflitos.

Rufinus tinha a seu favor, no entanto, o mérito de ter servido à causa anterior, quando foi necessário  comutar a natureza do governo que ele substituiu, já que ele fomentava a esperança de renovação de poder.
Grande parte dos apoiadores, aferrados a este sonho, não tinha olhos de ver ou não cedia à frustração de seus sonhos, seja por falta de opção ou humildade em refazer caminhos quando o destino final deixa de atender o propósito inicial.

Havia no reino uma classe especial de súditos que desejava transformar o reinado a qualquer custo.
Acreditavam eles que era preciso garantir fosse o que fosse ("whatever it costs") e por isso buscavam o caminho da luta através do autoritarismo, empunhando armas se necessário. Entendiam como a única forma de devolver a ordem que o deslumbramento de poder de que se apossou a dinastia Opus havia comprometido diante da sucessão de escândalos que foram insuflando seus corações. Um fenômeno muito semelhante àquele que ocorria em outro reino de grande prestígio e poder, que parecia uma tendência geral àquela época entre a liberdade e o despotismo.


O poder prolongado é como o ópio que consumido ao longo dos anos vai transformando a personalidade que mergulha o ser nas penumbras da ilusão autodestrutiva e da presunção egocêntrica.


Seria Rufinus um mal necessário?

Teria o remédio efeito colateral ainda pior que a doença?

Algo como a morfina, que na dose certa tira a dor e promove conforto ao paciente, porém em dosagem excessiva mata?

Enfim, o conjunto de ações de Rufinus levou o conselho ao desespero, pressionado por suas imposições e inferências que são características das personalidades despóticas ou daqueles que buscam o autoritarismo.


Rufinus sabia comandar no estilo que os militares são treinados para fazê-lo.
Era apenas um soldado que havia alcançado alguma colocação na hierarquia militar, porém não tão alta que o distinguisse, e como tal tinha algum prestígio com as forças militares do reino, mais pela afinada da sua origem militar comum que por seu passado militar.
Também os militares dividiam-se pela dúvida geral em que se perguntavam até onde o remédio que sara não condena o paciente à morte?

Os militares haviam aprendido sua lição através do pesado caminho que líderes anteriores trilharam, e mantendo-se fiéis aos resultados do passado, mantinham-se cuidadosos na participação desse jogo de poder sem deixar de preservar seu papel fundamental na defesa do status quo do reino.

O futuro de Rufinus estava sendo selado por ele próprio...
Abrira muitas frentes de batalha sem poder ampliar seu exército na mesma proporção a exemplos de muitos outros reinos no passado que caíram pela mesma inabilidade.

Não há rei que prossiga seu reinado cavando o próprio isolamento e fomentando o desprestígio de poderes em favor de si próprio. Tudo caminhou para que muitas forças por ele hostilizadas se unissem, internas e externas ao reino, oferecendo suporte às mais ousadas das estratégias.

O apoio popular de Rufinus contudo subsistia, mesmo diante de atos de descaso com a saude da própria população que lhe dava apoio. Talvez esse fenômeno se sustentasse mais pela força do desespero e do ódio que tornam cego o bom senso da crítica mais equilibrada capaz de entender que todo ser humano tem dois lados, e de perceber qual o lado que está prevalecendo no final das contas.

Um fator curioso que contribuía para agravar a tensão era a tendência que ressurgia em vários reinos àquela ocasião, onde grupos de radicais levantando antigas doutrinas do ódio e fazendo uso da força pelo fanatismo intransigente estavam derrubando reinados e assumindo o poder de outros reinos apoiados em grande parte por seus próprios súditos mediante movimentos armados e muito bem organizados em exércitos que disputavam à força de batalhas o domínio político e econômico.

Talvez o panorama geral do mundo àquela época servisse de inspiração a Rufinus e explicasse seu interesse pela popularização das armas e seu despotismo como meio de alcançar seus objetivos.
Talvez não, porque muitos entendiam que o direito à própria defesa lhes havia sido roubado deixando-os à mercê da sorte sem direito a autodefesa sendo necessário uma mão forte que conduzisse os destinos do reino.



A polêmica sempre foi o combustível dos ânimos que conduz os destinos dos reinos.

Divida para conquistar.
Crie a dúvida para dividir.
Insufle os ânimos pela polêmica.
Angarie ação pelos ânimos insuflados.

A velha receita, tão velha como a humanidade, não falha!!!


Súditos são formados pela vida, em sua maioria sob o chicote da necessidade diária onde sobra pouca ou nenhuma oportunidade para ver mais longe quando os olhos se preocupam em divisar por perto uma forma de suprir a necessidade mais urgente do hoje, do amanhã, da semana, mas jamais com a segurança do longo prazo daqueles que não dependem de prover o seu sustento na troca diária de labor.

A miopia do pensamento é um efeito colateral crônico da população em face do desmazelo do Homem pelo Homem.


Talvez o leitor fique confuso e entediado diante da diversidade de panoramas que compõem este palco de acontecimentos, mas a reação de um povo é produzida pelo amálgama de razões diversas fundidas no cadinho da emoção coletiva. 


É justamente por esses motivos diversos, que somados, levam as coisas acontecerem como acontecem e cuja complexidade afasta o povo do entendimento que lhes beneficiaria com uma boa parte da solução de seus problemas.


O conselho contestado em sua autoridade percebeu que havia retornado ao ponto de partida quando Opus I fora destituído, anulando os progressos dos esforços anteriores quando lutara ao lado do condado e de seu intrépido juiz para evitar o destroçamento da liberdade de poderes, desprovido dos caprichos exclusivos de uma majestade déspota que concentra todo o poder em si mesma.

A luta dos reinos para escapar da saga das ditaduras reais parecia querer devorar vários reinos, e este reino não era exceção.


À medida que o tempo passa sob a ação do desespero, igualmente busca-se soluções ousadamente desesperadas, mesmo que sem coerência com as ações passadas, rasgando tudo o que fora escrito antes e refazendo o que havia sido decidido.


Onde deveria haver a verdade que sustenta o sentido de justiça e segurança, havia agora duas verdades flamantes na gangorra dos interesses do reino, dividindo drasticamente sua sociedade em dois grandes blocos, fomentando o pior.


Uma medida extrema exige um álibi que a sustente, algum artifício que servisse para justificar a anulação do que se havia consumado através de uma somatória de decisões não apenas sacramentadas, mas também em execução, revogando tudo o que houvera sido decidido e feito, respectivamente.

Desta vez a solução não veio de longe mas da criatividade do próprio conselho que, em sua maioria, se converteu em um dos mais ferrenhos opositores de Rufinus, e que na sequência alucinada de eventos decidiu aceitar como bom o aparecimento inusitado e muito surpreendente de documentos particulares extraídos de origem irregular por meio de ação criminosa às escondidas que foram subtraídos das instalações pessoais dos principais envolvidos, aquele juiz e seu grupo, à revelia de todo o processo, ignorando a impropriedade dos meios, contrariando os princípios cabais do direito em voga naquele reino, mas que ainda assim mesmo justificariam a anulação de todas as ações subsequentes condenatórias de Opus I, tudo justificado a título da perda de idoneidade da imparcialidade de julgamento de todas as ações em todas as cortes, inclusive aquelas que foram julgadas na própria corte do conselho, a máxima corte do reino, sem que se apresentasse à população maiores detalhes, promovendo o cancelamento da condenação de Opus I e tornando-o apto a competir com Rufinus já que não havia outro candidato à altura para conquistar a maioria da preferência popular, tudo isso em tempo hábil, bem antes do pleito do reino, para evitar levantar ainda mais suspeitas.

Afinal, entre os dois males, o conselho entendeu que Rufinus era ameaça ainda maior que Opus I, e que este último talvez já houvesse aprendido a sua lição sobre os limites de seu poder através das experiências passadas que lhe subtraíram a liberdade.
A seu favor contava que, ao longo de seu passado, não havia se mostrado tão arredio às negociações como Rufinus.

A questão que resta, que o conselho não pesou em suas decisões é que "lobo perde o pelo mas não perde o vício".
Opus I talvez apenas aprendera daquela lição que precisava elaborar uma estratégia mais refinada para atender seus interesses. Homens assim, são por demais fiéis aos seus objetivos. Beira à obsessão.

Era necessário fazer com que Opus I retornasse em tempo de substituir Rufinus e garantir seu retorno no intrincado processo de votação de que os súditos do reino participavam como um meio de fazer ver ao povo que eles eram parte do poder, ao menos na sensação que promove.

Havia, portanto, ainda por vencer o desafio do pleito através de sua contagem.

Apesar da grande contestação sobre a credibilidade da sistemática de contagem de votos daquele reino, e mediante as muitas reclamações e protestos, imaginaram que havendo uma pequena diferença entre os valores finais, tornaria muito difícil arguir a ilegitimidade do processo já que todo o reino havia se dividido em duas facções que lutavam entre si. Bastaria apenas um ligeira vantagem para validar o novo rei, e tudo ficaria dentro do esperado e aceito.

E o conselho contou com a sorte e a sua capacidade na eficiência de organizar o pleito, ansiando para que os resultados pudessem reconduzir Opus I ao trono que lhe fora subtraído pelas próprias decisões desse conselho.

E no mundo das grandes personalidades, o objetivo principal vale o sorriso e a conciliação superficial que atende aos interesses imediatos fazendo o passado desaparecer tão rapidamente quanto as pegadas deixadas na areia da praia política, por mais pesadas que sejam, que após a maré alta levar seus beijos de espuma pelos braços de suas ondas desaparecem com se não tivessem existido.

São as ondas que vão e voltam arrastando e apagando toda a memória da praia, fazendo-a reviver com um novo propósito a cada nascer do sol da esperança que calidamente sustenta o calor do povo e conforta o seu sonho de segurança.


Continua no próximo capítulo, o último da temporada:
Hot Crowns - Capítulo V - A Mortal Guerra dos Bastidores


NOTA DO AUTOR:
Este próximo e último capítulo será o mais trabalhoso e difícil.
Dessa forma, sua publicação demandará mais esforço, e por conseguinte, mais tempo.
Desculpas, e muito obrigado.



Contra Deus


 


Contra Deus ninguém luta.

Apenas se engana, provisoriamente, enquanto Ele aguarda, pacientemente, o momento da lucidez necessária provida pelos sofrimentos das consequências colhidas para que a ingenuidade do opositor transforme-se na força que agrega a construção do amanhã dele próprio e de todos os seus irmãos, sem exceção.

A negação da sua existência faz parte do processo de evolução que aos poucos vai acrescentando à capacidade de percepção àqueles que buscam um sentido maior para a vida.

Aqueles que ainda nem isso buscam, vão apenas percorrer um caminho mais longo até que a encruzilhada da vida os conduza para esse caminho.

O "status quo" do Universo é imutável.

Somos nós que mudamos, seres que participam desse processo de evolução da vida a partir do crescimento pelo entendimento racional e emocional.

Nenhuma religião é dona de Deus, já que criada pelo Homem inspirada em eventos divinos, contém a sua natureza falível.

Nem tão pouco Deus teria uma religião, pois algo supremo é ele próprio o caminho, a verdade e a luz.






novembro 26, 2022

Hot Crowns - Capítulo III - A Estratégia

 


PREÂMBULO

 “Hot Crowns” é uma distopia política contando a história de uma nação imaginária na luta para encontrar seu melhor caminho nos descaminhos da paixão.
Qualquer semelhança com a história de qualquer nação é mera coincidência.

O imaginário é uma colcha de retalhos onde costuramos nossas percepções e sob ela nos abrigamos.

Este post faz parte de uma série: Capítulo anterior


Hot Crowns – Cap. III – A Estratégia


A oposição lutava com o “carisma consolidado” que leva os mais exaltados ao fanatismo!

Fanatismo ameaça a estabilidade do poder de um reino pois o radicalismo é cego pela paixão que lança mão do imediatismo a qualquer custo como promotor de soluções.

Uma vez que um líder preenche o vácuo de liderança faz-se muito difícil superá-lo.

Não basta uma nova liderança ser tão cativante quanto a primeira.
Ela precisa ser mais sedutora.


Diante do impasse pela falta de vocações, restava aos opositores da dinastia Opus uma estratégia nova que pudesse abrir um caminho à solução que se buscava: finalizar a hegemonia daquela dinastia pois a oposição temia que ela pudesse se radicalizar caso os destinos do reino prosseguisse sem qualquer ação mediadora.


Em um dos condados do reino surge um grupo com essa nova estratégia.

Se não era possível competir com o carisma e a articulação política da dinastia Opus, então restava apenas mergulhar nos meandros de seu poder para encontrar as ilicitudes, e a partir delas desgastar a sua imagem diante de evidências e provas, conduzindo os culpados às penalidades cabíveis, até mesmo à supressão da liberdade.

A teoria era brilhante, mas na prática ardilosa já que exigia um grande esforço de diligência investigativa, muita sorte que dependia de informações de terceiros no afã de levantar os “descaminhos” do poder na busca de recursos monetários por meios alternativos, uma vez que o rastro das atividades  sensíveis precisam desaparecer como condição básica de execução, ainda mais tratando-se de pessoas de altíssima influência e poder econômico, portanto possuidoras de todos os meios à disposição de seus interesses para atingir seus objetivos.


Afinal de contas, um rei sustenta-se por sua capacidade de diretriz econômica e política, sendo esta última a habilidade de negociar interesses concomitantemente à simpatia pública.


Este condado concentrou-se na busca das eventuais falhas de sigilo na distribuição de recursos econômicos, já que sem estes não há reinado que se sustente.

Reis precisam de recursos, riquezas e moeda de troca de favores, sem o que não podem exercer seus poderes à plenitude, e no afã desta conquista, acabam cedendo às oportunidades sedutoras dos caminhos tortuosos, já que mais fartos e ágeis, que vão traçando ao longo de seus reinados os cursos de rios tortuosos conduzidos por um mal comum: a ambição humana como meio de alavancar ação.

O sorriso é a porta de entrada, mas a capacidade econômica é o meio para a porta de saída.


Esse condado concentrou-se em rastrear todas as operações econômica de Opus I, registrando seus envolvimentos com grandes personalidades do reino.
O trabalho não poderia deixar de florescer!

Todo rei que se preze precisa negociar poder através de favores que se convertem em moeda de troca. 

O desafio consiste em fazê-lo sem que a corrupção torne-se um estilo que acabe por prender a sua vítima nos laços da dependência.

Grandes nobres estavam na lista desses favores do rei em operações oficialmente não regulares, mas frequentes em qualquer reinado, embora essa frequência não justifique a ilicitude, termina por se converter em modus operandi comum a qualquer sistema político, pois nasce de uma característica humana que define seu atraso social, principalmente quando os objetivos finais são escusos, inconfessáveis.


A "Lei" sempre está aquém das necessidades dos maiores interesses e os lobbies buscam atualizá-la, mas enquanto isso, como o grande capital não tem o hábito da espera, precisa antecipar-se a ela.

Com o tempo, mediante as ações de grupos que negociam interesses, as leis são paulatinamente flexibilizadas para atender os lobbies mais poderosos.


Este grupo do condado, à medida que avançava nos trabalhos, começou a produzir evidências jurídicas, quando então entendeu que diante das provas era o momento de iniciar processos administrativos reais.
Por isso procurou um juiz que tivesse a coragem de fazê-lo, já que do sucesso ou insucesso da empreitada certamente acarretaria reveses pesados de toda ordem para todos aqueles que ousaram contestar as irregularidades de tão forte dinastia.


O condado deu por início os processos que envolviam não só o rei como altos nobres, começando por estes, abrindo o seu caminho através dos enfrentamentos menores para subsidiar o maior.

Afinal, um rei não subsiste sem carisma e sem poder econômico!
Uma vez que é certo que qualquer reinado tem seus segredos à disposição de quem possa escrutiná-los e prová-los, o grupo trabalhou intensamente como só mesmo devotos o fazem.

Até hoje, ninguém sabe contar os motivos que levaram aquele juiz de condado e seu grupo a desafiar poderes de uma dinastia real tão poderosa, muito superior a deles.
Uns acreditam que o fora por idealismo e patriotismo, outros alegam interesses pessoais na busca de ascensão rápida. Outros, ainda, entendem que por ambos, quando se justifica a segunda através da primeira à própria consciência.

O fato concreto é que eles apostavam suas carreiras, as suas vidas.
Uma aposta alta que logo conquistou o interesse de todos!

Seja como for, as ordens de prisão começaram a ser expedidas pelo juiz com base no que fora recebendo, e a cada réu cúmplice do rei Opus I que fora preso havia de ser subjugado a interrogatórios que pudessem destrinchar as intrincadas cadeias de recursos que subsidiavam as operações econômicas de Opus I que teciam a capa da transparência, algo tão cobiçado.

Opus I, além de político era também hábil em apagar suas pegadas de poder, no entanto, inexiste ser humano perfeito, e algumas ossadas ficaram mal enterradas ao longo de sua caminhada apesar de todos os esforços em contrário.


À medida que as investigações prosseguiram, a divulgação dos eventos foram se popularizando e adquiriu grande interesse público onde as grandes personalidades do reino pareciam ter perdido o direito à exceção do erro, fazendo parecer que a lei de fato valia para todos, da mesma forma.
Teriam mesmo arrancado a venda de Têmis, a deusa da justiça?!
Venda essa, aliás tão subjetiva, pois a mesma venda que ignora o privilégio, também ignora.
Seja como for, esse símbolo de fato reflete o nosso senso de justiça à sua natureza humana, jamais divina.

O povo via isso com os olhares do alento e da esperança que só a miopia da natureza humana proporciona.

O processo de julgamento finaliza condenando os réus que, insatisfeitos, recorreram à sua revisão, que no entanto confirmou a sentença condenatória.
O juiz determina a prisão de Opus I em ato único na história às vésperas em que se preparava para voltar ao poder.

Era um momento dramático, que tirava um rei em plena atuação no palco político na frente da plateia de todo o reino!

A prisão do rei, ainda mais nestas circunstâncias, tornou-se um show que rivalizou com os maiores eventos desportivos já havidos no reino, ecoando por todos os outros, onde a justiça parecia florescer  naquele reino renovada e com a força de credibilidade genuína que deveria ter, projetando a imagem daquele grupo e do juiz ao pedestal de heróis para uns e super vilões para outros.

A grande muralha acabava de ser erguida, separando o mesmo povo, definitivamente.

Opus I usou de todos os recursos, alcançando os juízes mais altos do reino em novo julgamento, que no entanto confirmaram por maioria de votos os resultados anteriores.

Aquela minoria que se posicionara contra não esgotaria suas ações na frustração daquele momento. Até o senso de direito ganhou seu muro da vergonha separando duas verdades, já que este senso se baseia na verdade, e ao que parece a verdade seria uma só, mas dessa forma fazia nascer duas verdades que solapavam o sentimento de confiabilidade no próprio exercício da justiça que decidia sem a competência da segurança em fazê-lo.

Ao todo, três cortes confirmaram as mesmas decisões.

Opus I parecia estar fadado a permanecer um longo tempo no cárcere, maior que o seu prognóstico de vida face à sua idade avançada.

O reino em polvorosa ficou sem Opus I e seu substituto não tinha o perfil que era preciso para competir com Rufinus, o líder que havia conseguido aglutinar a oposição da dinastia Opus, outrora dispersada, e com quem competia à ocasião em que houvera sido encarcerado.

Rufinus representava a oportunidade que a longo tempo era esperada como solução de substituição a Opus I que pudesse alavancar a massa em número compatível aos seguidores da dinastia Opus.
Talvez fosse essa a esperança daquele grupo e seu ousado juiz, dar ao povo uma oportunidade nova, contudo, o entrave maior consolidou-se pela ausência de um líder que pudesse realmente conduzir de forma segura esse processo de transição, já que não basta subtrair algo deixando vago o que não se pode substituir. 

O vácuo de liderança traga o equilíbrio, e o equilíbrio se conquista pela sedução da maioria.

A estratégia daquele condado havia sido concluída com êxito, buscando conciliar a lei com a política na prevenção de solução da continuidade indômita de Opus I e sua dinastia, mas o tempo traria surpresas inesperadas para todos, onde tais falhas de estratégias e de talentos mudariam permanentemente o espírito e a cultura desse reino.


Continua no próximo capítulo...





novembro 23, 2022

Hot Crowns - Capítulo II - O Revés

 


PREÂMBULO

 “Hot Crowns” é uma distopia política contando a história de uma nação imaginária na luta para encontrar seu melhor caminho nos descaminhos da paixão.
Qualquer semelhança com a história de qualquer nação é mera coincidência.

O imaginário é uma colcha de retalhos onde costuramos nossas percepções e sob ela nos abrigamos.

Este post faz parte de uma série:  capítulo anterior 


Hot Crowns – Cap. II – O Revés


Opus I, que dera inicio à dinastia da oposição pelo povo contra o status quo, diante da necessidade de um retiro espiritual para decidir os novos caminhos de expansão de seu reino, havia endossado o empossamento de Opus II, um dos mais fiéis de sua dinastia, na premissa que poderia governar através de sua influência, quando necessário, até seu regresso.

O poder, no entanto, tem a força que nos toma por refém dos nossos desejos mais íntimos de grandeza, tornando-nos cegos, surdos e com profunda amnésia de nossas origens, resultando  na indiferença àqueles que nos sustentam no poder, imaginando que esse momento de delírio megalomaníaco é por si só suficiente para que nos suportem as intemperanças da arrogância e da intolerância durante o apogeu desse poder.

Opus II buscava impor sua autoridade  aos murros sobre sua mesa imperial, porém ficava cada vez mais isolado do conselho.  A sua intemperança denotava mais sinal de fraqueza do que demonstração de força. Era na verdade, uma lacuna de poder que buscava impressionar através de explosões de temperamento descontrolado.

Os verdadeiros líderes seduzem, envolvem e conduzem sem que os liderados se imaginem seduzidos, envolvidos ou conduzidos.

Esse não era o perfil de Opus II, cuja fala dura repelia quando deveria atrair.
Faltava-lhe o dom de cativar.

Assim começou a queda de Opus II ao longo dos anos através do poder subjacente do conselho que esperava o momento certo para agir. Havia no conselho uma oposição que aguardava uma oportunidade no silêncio enquanto cavava os túneis sob os alicerces políticos do rei substituto no desejo de minar toda a dinastia de Opus I, para sempre!

 

No momento certo,  mediante as fraquezas de Opus II e pelo desgaste político constante que as suas posturas somadas às decisões impopulares vinham corroendo seu equilíbrio político, o conselho percebeu a oportunidade para depor o sucessor temporário de Opus I de tal forma que transformasse essa ação como legítimo instrumento de salvaguarda do reino e trouxesse para essa iniciativa os louvores dos heróis que resgatam o povo de um futuro sombrio nas mãos de uma dinastia ímpia.

A estratégia deu resultado aos olhos populares mediante um show organizado pelo conselho diante da massa em evento público que por meio da votação demonstrava que a maioria dos votos contrários à continuidade de Opus II consumava a legitimidade da manobra de interesses.

O circo político estava instalado levando as massas ao delírio, atraindo a atenção de todo o reino.
Um show que continuaria a adubar os ânimos do povo, outrora mais distante dos reveses políticos, mas que agora crescia em sua participação, porém cada vez mais dividido. Parte da população tornara-se seguidora da dinastia Opus e o restante dividia-se em grupos rivais, o que dificultava estratégias unidas de manobra política na luta pelo poder.

O fruto inusitado da novidade daquelas ações gerava um estado de surpresa e confusão.
Os meandros jurídicos, conforme as leis do reino, serviam de amortecedor emocional, mas não evitavam a emoção crescente represando-se na alma da massa dividida e confusa.

Rei deposto é rei substituído.

Ao conselho não restava outra opção que não fosse escolher o próximo da linhagem real —  o príncipe Lupus —  que apesar de não contar com o carisma de que necessitava, ainda assim tentou autenticar-se no governo do reino, contudo enfrentado objeções de parte da corte e do conselho, já que ali estava não por escolha mas pela demanda sucessória naqueles casos. Ainda assim, os rivais felicitavam-se por acreditar que o mal maior havia sido superado sinalizando um passo à frente em direção às suas metas na disputa de poder.

Durante o curto reinado de Lupus, não lhe foi possível conquistar a alma do povo nem tão pouco segurar as rédeas da corte, apesar de seu porte educado não ser capaz de fomentar a liga que estabelece a hegemonia de comando.

Um poder estável é mantido pelo poder econômico e pelo carisma.
Faltava a Lupus ambos.

Ainda, tornando tudo pior, os bons ventos que sustentaram o início do reinado de Opus I haviam sido substituídos gradualmente por mudanças desfavoráveis do panorama geral em todos os reinos. Uma mudança de sorte que passa desapercebida aos olhos dos súditos, cuja massa é pragmática tomada pela necessidade de suprir o cotidiano sem muita memória do ontem, porque "investimento" é algo para nobres que podem aguardar o tempo para o seu retorno financeiro, onde instrução faz parte desse privilégio, seja pela educação ou pela vocação, algo que não é acessível à grande maioria.

E assim Lupus teve a sua chance e sem a ajuda da sorte e sem um carisma competitivo ficou à deriva das forças evocadas pelas boas lembranças e do carisma da dinastia Opus gravadas na alma do povo durante o seu reinado, ora pelo fanatismo, ora cultivadas pelos pequenos favores à  população carente. Eram sementes que continuaram a germinar mesmo depois que o lavrador abandonara a terra.

Era necessário conter a massa que começava a dar sinais de uma inquietude que preocupava a corte e o conselho, trazendo constrangimento à estabilidade do reino.

Era preciso encontrar um rei que pudesse rivalizar em carisma com Opus I, já que Lupus fracassara, apesar dos esforços deste em permanecer mais tempo.

O conselho do reino aprendera a lição que não se erradica uma liderança sem que se possa substituir por outra de igual força, pois o déficit de poder agregador é tão ameaçador quanto o seu excesso.

Mas quem? E como?

Apesar dos esforços, não se encontrava talento à altura e não havia tempo para formá-lo.

Talvez fosse a hora de mudar de estratégia, buscando outros meios, porém quais?

Esse era o desafio que buscava abrir a porta para a renovação do poder através da subjugação da dinatia Opus.


Continua no Cap. III


novembro 18, 2022

Hot Crowns - Capítulo I




PREÂMBULO

 “Hot Crowns” é uma distopia política contando a história de uma nação imaginária na luta para encontrar seu melhor caminho nos descaminhos da paixão.

Qualquer semelhança com a história de qualquer nação é mera coincidência.

O imaginário é uma colcha de retalhos onde costuramos nossas percepções e sob ela nos abrigamos.

Este post será editado através de uma série sequencial.

Este é o primeiro da série.



Hot Crowns – Cap. I – A Vitória


Como toda boa história, esta não será diferente. Também começa com...

Era uma vez um reino que há muito lutava por uma identidade política que estabelecesse uma ordem diversa daquela que há muito vigorava.

Finalmente, um rei logrou sucesso na disputa da coroa e pela primeira vez a oposição pode ocupar o posto mais importante do reino, o posto N.1!

Esse rei havia adquirido grande habilidade política ao longo de uma longa trajetória de luta pela identidade política daqueles que eram explorados pela oligarquia reinante compostas pelos donos dos capitais.

Ele reunia a esperança das multidões que há muito sonhavam com o seu governo.

Durante os anos iniciais este rei reconstruiu a estrutura de que necessitava para cumprir as promessas de bonanças financeiras e estabilidade social pelo labor de sua longa experiência.

Foram anos de paz, estabilidade, tudo favorecido por uma conjuntura mundial social e política favoráveis. Dessa forma, este rei além da experiência, fora também agraciado com a sorte de um contexto favorável.

O povo feliz e aqueles que lutaram para que galgasse a liderança do reino estavam satisfeitos.

Aqueles que não, também não tinham oportunidade de reclamar porque os bons ventos das finanças aquietavam os ânimos.

O mesmo vento que aquecia a economia mundial também aqueceu a cobiça daqueles que buscavam aproveitar um pouco mais das benécias do momento, levando o reino a alavancar seus negócios concomitantemente aos interesses pessoais de seus favorecidos — a mesma oligarquia anterior que soubera adaptar-se aos novos tempos. 

A oposição tomada pelo silêncio da desvantagem apenas aguardava sua oportunidade.

O tempo passou.

O rei, precisando descansar, indicou um substituto que obteve aprovação da maioria.

O substituto, porém, mesmo que refletisse as ideias do rei anterior, não tinha construído o traquejo da negociação com a oligarquia e o povo que formam a ponte de estabilidade aparente que todos gostam de usufruir em seus sonhos de segurança e felicidade.


Continua no Cap. II


novembro 15, 2022

Comunismo, Um Sonho Que Prática Virou o Pesadelo do Povo Que Dizia Proteger

 



Achei essa imagem na Internet.

Gostei porque representa exatamente o que vemos na prática!
Um mão decepada e ensanguentada sustentando um sonho que amputou de seu corpo o próprio membro.

Bem significativo. "Very meaningful".

Na prática, comunismo é isso mesmo!

A teoria é linda!!!
É o céu na Terra.
O poder do povo pelo povo!

Tão belo quanto a história do Chapeuzinho Vermelho ou da Cinderela.

Na prática o que vemos como resultado final do comunismo???

Vemos uma China que enriqueceu quando flexibilizou seu regime vermelho em prol do capital “capitalista” que alavancou seu crescimento industrial formando a nação que hoje Xi Jimping submete aos seus rigores pessoais, ou seja, suas opiniões despóticas do que seja adequado para a China, levando seu povo ao desespero e às manifestações violentas contra os absurdos do isolacionismo para conter o COVID a qualquer custo, prendendo as pessoas em casa sem prover subsistência. Algo como que condenando à morte por você ter COVID ou à prisão domicilias, já que que não podem sair de casa a qualquer pretexto!

Não acredita?
Existem várias notícias a respeito, segue o link da última, manchete 
hoje na BBC:

China zero Covid: Violent protests inGuangzhou put curbs under strain


Um homem não pode ter tanto poder assim.

Apenas um homem, nunca!

 Homens são falíveis e portanto é preciso criar um regime onde o consenso prevaleça para nos proteger das loucuras do autoritarismo quando alguém sonhando pousar como “pseudodivindade” inebriado por seus sonhos de grandeza extrapola a realidade.

No site abaixo, cujo link está no final, respondi aos seus idílicos sonhos “comunistas” na forma como segue:


Todas as nações comunistas estão atrasadas em relação às não comunistas.

Putin é um fracasso já que herda do comunismo o espólio de atraso tecnológico.
(Sorte da Ucrânia. Sorte nossa!)

King Jong Il outro caso de fracasso do comunismo, onde a qualidade de vida do povo nem se compara com a qualidade de vida do povo da Coreia do Sul.

A China só alavancou seu sucesso econômico quando foi capaz de flexibilizar sua política atraindo capital do mundo “capitalista”.

O comunismo é um fracasso econômico e mundial.

A maioria dos regimes comunistas provêm uma renda per capta inferior àquelas dos regimes não comunistas.

O comunismo é um fracasso social na prática que só tem servido ao despotismo.

Aliás, seu único grande sucesso.

Basta olhar para todos os países que adotam tal política para ver como o povo vive na miséria ou muito pior que em outros regimes onde o “Estado” não é o senhor absoluto. 

Comunismo é uma ideologia boa na teoria, na prática é um pesadelo para o povo.
 
Qualquer regime que conduz ao extremismo pela ditadura, o que é algo natural na ditadura pelo "Estado" é um "lixo".

Publicado no Reddit em 15/11/2022:

www.reddit.com/r/brasillivre/comments/yv2vqm/comment/iwi61im/?context=3

 

E o povo continua sonhando com a história da carochinha, ou seja, um Estado provedor que vai suprir as compensações às desigualdades humanas!

Isso nunca vai acontecer enquanto o Homem não aprender a "amar o próximo como a si mesmo"!

E quando isso acontecer, qualquer regime será bom!


Minha experiência com a plataforma de media digital Reddit

  

 




Minha experiência com a plataforma de media digital Reddit foi um momento divertido recheado de surpresas boas e não tão boas.

Afinal de contas, qualquer inciativa humana tem suas restrições, mas se você transformá-las em uma oportunidade de diversão e desafio, o que antes era “chato” fica muito divertido — serei capaz de “baipassar” o sistema?

Eu procurei o Reddit como uma plataforma de intercâmbio de ideias onde pudesse divulgar as minhas.
A priori, o Reddit cumpre seu dever, porém, ainda deixa muito a desejar...

Parte do seu direito de se expressar vem do número de pontos que você possui em termos de aprovação da comunidade, que são chamados de “karma”, nome aliás que vem bem a calhar já que uma ideia compartilhada acresce seus “Karma” no sentido teosófico.

Ao votar você pode retirar o acesso de postagem do autor dependendo do número de pessoas que concordem com você ou não. A discordâncias subtraem pontos do seu karma.
Ou seja,  você tira do indivíduo o direito de opinar contrariamente à maioria, pois muitas comunidades exigem um número mínimo de karma.
O sistema dá essa deixa, funciona assim.

O lado positivo dessa política é que se evita os ataques das dissidências, algo que seria tão comum se não fosse essa barreira de proteção.

O lado negativo dessa mesma política é que a plataforma vira instrumento do fisiologismo e da ditadura do pensamento.

O algoritmo atual é infeliz, acho eu!

A plataforma de postagem tem sucesso, talvez também porque reforce um sentimento que hoje é o desejo da maioria.

O efeito disso é que o isolamento da diversidade oposta à ideia do grupo, a médio e longo prazo, cria nichos de condicionamentos mentais, onde as pessoas ficam com a sensação de que estão absolutamente certas porque todos comungam o mesmo pensamento.
Isso é uma condição de conforto, mas infelizmente e cruelmente imprópria à autocrítica.

Esse tipo de estratégia incentiva à auto-hipnose de grupos que se isolam em suas ideais, o que vai criando uma crença cada vez maior naquilo que se deseja acreditar.

É o caminho para o fanatismo.

Ou o algoritmo reflete de fato esse desejo da plataforma, ou é incapaz de prover uma filtragem da diversidade de pensamento adequada às hostilidades das divergências.

Seja como for, Reddit necessita de melhoras para habilitar a expansão livre de ideias de seus usuários.

E quanto ao sistema de moderação? Como funciona?

Foi divertido burlar suas barreiras e pareceu bastante ingênuo à medida que existem muitas formas de burlar o sistema que não detalho aqui por motivos óbvios.
Bom, eu sou um profissional de TI e reconhecer padrões e algoritmos faz parte da profissão.

Minha história em poucas palavras:

- Fui condenado por ideias não extremistas em grupos que se autoproclamam como “brasileiros que sustentam um site de pensamento livre” (eu disse, livre!  kkk),  mas que na verdade abrigam o sentido do radicalismo que é moda no momento.

A desaprovação geral foi rápida e perdi todos os meus pontos, ficando sem “Karma” suficiente para postar, ou seja, para publicar minhas ideais.

A comunidade me puniu, saindo de quase 30 pontos para apenas 6 pontos em poucas horas, o que me deixava inelegível para publicar nos sites, ou comunidades, que exigem um mínimo de pontuação a partir de 15 pontos  ou mais (karmas).

Achei o algoritmo uma ode ao fisiologismo.
Você fala o que querem ouvir, tudo bem!

Do contrário, você é execrado.

Eu não recorri ao Reddit para suprir meu ego mas para divulgar minhas ideais que extremismo não é solução para o crescimento de uma nação.

Aceitei a perda dos “karmas” como quem aceita a perda de pontos num jogo onde o juiz é tendencioso.

A plataforma não deveria punir você porque as pessoas discordam, restringindo sua capacidade de expressão.
A plataforma, através do algoritmo atual favorece o autoritarismo, à ditadura.

Neste aspecto o Reddit é uma plataforma pobre que deixa muito a desejar.

Veicular ideias e ser capaz de exercer um poder moderador imparcial ainda parece um desafio aos algoritmos de moderação.

Quem sabe se o tempo não trará ao Reddit a evolução necessária para acompanhar seu tempo no tempo certo, nas necessidades que o hoje impõem?

Tenho certeza que “meu colegas de TI” lutam por isso.

 

 




novembro 12, 2022

Poder Moderador Uma Necessidade e Um Meio Para a Autocracia e a Manipulação De Massa





Postei hoje de manhã no "reddit" o seguinte texto no canal de "artigos":


Afinal, o que seria ser um gênio?

Podemos observar três qualidades principais que suportam a genialidade.

A partir destas três características, podemos imaginar contextos especiais de acordo com a intensidade de cada qualidade na composição da natureza de uma pessoa.

E se o gênio tiver alta capacidade de inteligir, mas for desprovido das demais?

Genialidade precisa de um toque especial.

A capacidade exclusiva de lembrar tudo é algo extremamente valioso, mas se for despojada de um toque pessoal de criatividade e inferência que diferencie do comportamento humano médio, torna-se algo parecido com o potencial que máquinas são capazes de suprir.



Após alguns minutos, o post foi censurado e removido pelo moderador do site.





Inconformado com o critério de arbitrariedade, torne a postar no canal de "discussão", o seguinte:


Quando um poder “moderador” deixa dúvidas à manipulação da autocracia?

O moderador removeu hoje um post meu e documentei.

Fiquei na dúvida do porquê.

O texto é apolítico, não tem discurso de ódio ou preconceito.
É uma análise tranquila tratando da distinção da capacidade de inteligir e da sua interação com a memória na formação do talento.

Vejo, no entanto, post e textos liberados com palavras de baixo escalão e com viés de toda natureza.

Seria justo que o moderador desse SIM satisfação do seu critério de reprovação de forma pontual, ou seja, não basta apresentar um link para “as regras”. É necessário apontar no post removido onde está o texto e a respectiva regra que ele inflige.

Do contrário, media vira ferramenta de manipulação de massa.
O que então nos diferiria da política Russa, Chinesa e etc.?



Além dos pontos que também me removeram, pois a pontuação é importante para ter direito a publicar, também censuraram o direito à discussão democrática, como eu já esperava.




www.reddit.com/r/brasil/comments/yt6xcr/quando_um_poder_moderador_deixa_duvidas


Então eu pergunto para o leitor:

Já vivemos numa "ditadura do sistema", porém silenciosa, sub-reptícia?

Enquanto as postagens mais descabidas circulam, textos que levam análise ampliando o horizonte do "pensar" parecem não agradar, seja qual for a desculpa para censurá-los.

Então decorrem algumas questões...

Imagine o perigo que o poder do sistema tem através da media nas mãos manipuladoras de um sistema que poderia, por exemplo, favorecer a desinformação e conduzir subliminarmente seus leitores?

Tudo com aparência de algo muito democrático, lícito e mesmo ingênuo.

Então eu penso nos jovens.
Se eles não podem ser preparados para analisar e pensar, o que seria deles no futuro, num sistema assim?

"Assets" do sistema?


Quando jovem recebi aulas de "raciocínio" durante os últimos anos de preparo que antecediam o ingresso ao terceiro grau de instrução.

Nestas aulas o objetivo não era memorizar a informação dada pelo professor para então, apenas demonstrar a capacidade de repetí-la em uma prova. O objetivo era outro: éramos estimulados à análise e questionamento livres.

Isto foi no final do período da ditadura militar.
Pensando bem, parece que aquela ditadura tinha seu viés de liberdade mais tolerante que o atual!

Tik-Tok e "diversions", mesmo perniciosas podem!
Até mesmo na China!!!!

Agora.... Pensar é censurável!  :-)




novembro 06, 2022

O Governo Nem Sempre é a Causa, Mas Pode Ser a Consequência

 



Este post vai ser curto e o leitor vai entender rapidamente o porquê.


Nem sempre o governo é a causa da ditadura, muitas vezes é a consequência da ditatura cultural que o povo endoça, carrega, seja no lar, no trabalho ou politicamente.

Diz a máxima popular:
"Cada povo tem o governo que merece!".

Ao longo do tempo, o que a história tem demonstrado é que governos assíncronos com a vontade popular acabam mais cedo ou mais tarde caindo (revolução bochevique, etc.)

O Brasil autocrata de hoje não é necessariamente uma consequência top-down, mas bottom-up.

Em outras palavras, grande parte do povo sustenta a autocracia.

Por isso o leitor possa compreender, através de outro vetor social, porque a polarização está em voga.

:-|



novembro 02, 2022

A Provável Causa da Radicalização Conduzindo a Maioria ao Extremismo

 






Por que povos pacíficos tornam-se radicais sustentando o extremismo como solução de massa?


Soluções extremas surgem do desespero alimentado pela desesperança.
Extremistas são pessoas como outra qualquer, que em determinado ponto, perdem a esperança pelas vias da espera e demandam solução imediata, a qualquer preço.

O sistema político e judiciário, sustentado por uma economia viável são os antídotos aos extremismos de toda ordem.

Democracias sustentam-se por quatro vias principais: politica, justiça, economia e educação.


Quando a política entra em crise de conduta e credibilidade, espera-se que a justiça reestabeleça a ordem.

A "lava jato" representa o grande gatilho de intensificação dessa polarização.
Coincidência???
Não, certamente.


Um sistema judicial que condena e inocenta a mesma ação, demonstrando a sua volatilidade e fragilidade, deixa de representar a esperança de milhares de almas, que perdem o rumo quando a última esperança cai por terra diante da ordem que precisava ser reestabelecida através da verdade.

Afinal de contas, o poder judiciário é o guardião da ordem de uma nação.
É Ele que sustenta a credibilidade do povo em suas Leis.

Se o guardião falha, se confunde, vacila, a crença na ordem cai por terra, fazendo fermentar o desejo de ajuste social por meios radicais, através da luta onde as facções irão medir suas forças.

O nome disso é "guerra".

Brasil está em "guerra" social e política e o grande fator de contribuição foi a perda do prestígio do sistema judiciário onde a máxima autoridade é o STF (Superior Tribunal Federal).
O máximo comando sempre recebe os créditos da vitória ou da derrota, não é isso?

Eu me pergunto como um juiz poderia garantir sua imparcialidade mediante indicação política!!!
Justiça não pode ter viés de qualquer espécie, jamais!!!

A imparcialidade é o capital que constitui o direito ao crédito de seus julgamentos.


O STF jamais poderia ser composto por indicação política, e sim por "meritocracia".


Se um presidente ou partido persiste muito tempo no poder, ele pode querer ir moldando politicamente seus ministros, incluindo o STF.
Um exemplo recente:
Bolsonaro quer 'controlar' STF com proposta que amplia nº de ministros, diz Celso de Mello

Temos também o mesmo exemplo pelo PT, cujo ministro esforçou-se por retribuir sua indicação.

Você não faria o mesmo?
O ser humano é fraco e o sistema deve proteger-se de sua fraqueza.


Os cargos no STF não deveriam ser vitalícios, mas temporários e com espaço de tempo entre os exercícios de mandato para habilitar uma reeleição.


Isto seria o mínimo para reduzir o efeito do "interesse pessoal" sobre o "coletivo".


O STF está devendo à nação o "mea culpa".

E se os ânimos continuarem a escalar, a lei vira mera decoração constitucional, como já aconteceu várias vezes ao longo da história das nações.

Afinal, o que é lei?
É um conjunto comum de princípios comuns aceitos pela maioria e sustentados pelo poder econômico.

Quando o poder econômico se divide, a lei se fratura.
Qual versão vai valer?
Nas guerras, a vitória determina a conquista do espólio e força uma versão sobre a outra.


Ainda temos tempo de consertar, mas será um caminho muito difícil diante de um novo presidente com um passado tão polêmico, independente de quem fosse o vitorioso.
Ambos tinham processos e têm!!!


Quem deveríamos culpar: os que condenaram ou os que inocentaram?
Quem está certo???


Ambos estão na corda bamba da dúvida e da desconfiança que sustenta a desordem que leva à exaltação de ânimos conduzidos pelo extremismo da desesperança que busca uma solução rápida a qualquer custo.

Este é o Brasil de hoje, e também o "status quo" de outras nações que têm problemas semelhantes.
Dessa forma, não temos do que nos envergonhar já que é um mal comum, mas muito a temer pela desagregação da ordem e da economia, já que a política está esfacelada por conveniências.

A democracia está em "cheque", mas o autoritarismo também!!

A diferença é que a situação da primeira é transparente e da segunda é aparente pela repressão.

Precisamos reconstruir o senso de respeito e de ordem começando pela revisão e aplicação da Lei com mais lisura, transparência e coerência.

Difícil conviver com um presidente cujo passado é tão polêmico, tão pouco o seria com o outro, cujo presente deixou tantas lacunas, que se não fossem por elas, teria vencido com tranquilidade.

Mais difícil ainda aceitar um sistema judiciário que ao invés de aclarar e colocar os pingos nos "Is", adiciona mais combustível na fogueira da dúvida com duas decisões antagônicas.

STF, apesar do seu "egrégio saber", que parece ser insuficiente para alijar os efeitos da indicação política, ou seja do vetor "viés de QI", o que não se coaduna com o senso de imparcialidade de juízes, ainda mais ocupando as mais altas posições do sistema judiciário.

STF, como cidadão, eu sinto que devem um "mea culpa" à nação, principalmente pela forma como reverteram o processo com provas fora do mesmo, o que é uma aberração, ainda mais de forma não transparente.

Também aqueles que condenaram devem um "mea culpa" porque, afinal de contas, alguma coisa no processo deu margem a um retrocesso pelo STF.


Eu não consigo aceitar a dubiedade de algo que precisa ser por natureza justo e certo, e acredito que também os aproximadamente 25% da nação que não aceitaram as opções propostas à presidência.


A minha crença que extremismo é um mal maior resguarda-me pela certeza que faz conter meus ânimos, o que me protege da paixão do extremismo, mas a muito custo, porque nas minhas veias corre sangue "verde, amarelo, azul e branco" da nossa democracia, jamais o vermelho que se derrama através de soluções autoritárias como assistimos pelo mundo não democrático.


NOTA:

A autor não tem partido político no momento, porque não crê que a política possa ser algo em que se abandona os princípios defendidos para atender negociações de alianças convenientes de última hora.
Uma coisa que assistimos como algo trivial e normal durante estas eleições, mas que para mim é parte da causa que nos conduz ao caos da descrença. Você não sabe, de fato, em quem vota, porque seu candidato pode mudar a bandeira conforme a oportunidade dos ventos políticos.


novembro 01, 2022

Extrema Direita ou Esquerda? Qual a Sua Opção?


 


A sociedade é uma rede de conexões humanas.

Cada um de nós, ao longo da vida, ao menos uma vez já experimentou a paixão do radicalismo, adotou alguma atitude extrema, seja pelo desespero ou pela paixão, ou ainda por uma certeza tão certa quanto à nossa incapacidade de perceber alguma alternativa melhor quando a alma, extremamente envolvida emocionalmente, não deseja outra coisa que alimentar esse mesmo sentimento.

Politicamente, extrema direita e extrema esquerda acabam se unindo pelas pontas no círculo da vida por seus resultados finais comuns. Ambas, terminam em ditadura, opressão, autocracia e terror.
Nota: se lhe parece inverossímel, veja nota no final da publicação com informações adicionais.

Não importa se ditatura de esquerda ou de direita, pois todas as ditaturas são imposições de minorias sobre maiorias. Seja pelas mãos fascistas, nazistas, socialistas, comunistas ou pelos excessos do capitalismo. Nascem da certeza que um pequeno grupo ou um homem pode consertar o mundo.

Faz parte da nossa herança cultural extremamente arraigada à ordem disciplinar da hierarquia que nos salva do caos já que precisamos de líderes, uma vez que não somos capazes de agir coletivamente através de pensamentos comuns que nos conduzam à produção harmônica de resultados.

A maioria de nós é incapaz de imaginar uma sociedade em que a liderança seja um "sentimento comum agregador" e que portanto, liderança transforma-se apenas em coordenação, mas nunca em imposição, já que precisa ser consubstanciada também pelo sentimento de aprovação geral.

A diversidade ainda é inimiga da harmonia enquanto falta a inteligência para compor a malha do jogo da vida pelas vantagens que ela traz diante da riqueza de alternativas diferentes, transformando tudo o que não é reflexo de nós mesmos em inimigos de nossos valores.


O resultado coletivo final é sempre a submissão popular ao comando de ditadores.
Estes,  muitas vezes nascem de intenções iniciais autênticas que terminam corrompidas pelos egos inchados daqueles que acabam por acreditar que possuem o poder consertar o mundo através de seus métodos.

Nenhum dos grandes líderes religiosos, em todos os tempos, e que se consagraram notoriamente reconhecidos por sua grandeza espiritual rogou a si mesmo a possibilidade de impor sobre o livre arbítrio alheio as regras de suas convicções pessoais.
Nem mesmo Jesus, um ser capaz de multiplicar alimentos, curar e levantar mortos.
Gandhi alicerçou suas ações inspirado por seu exemplo  para reconstruir a identidade de seu povo.
Foi uma das raras pessoas que entendeu o poder de seus ensinamentos e que conseguiu aplicá-los na prática. E o significado deste feito é enorme, provando-se que são exequíveis mesmo na modernidade, quando o Homem começa a galgar sua evolução pautada fundamentalmente pela tecnologia.

 

Quando me desespero, eu me lembro que durante toda a história o caminho da verdade e do amor sempre ganharam. Tem existido tiranos e assassinos e por um tempo eles parecem invencíveis, mas no final, eles sempre caem - pense nisso, sempre.
Mahatma Gandhi


"Olho por olho e o mundo ficará cego. "
Mahatma Gandhi


E o tempo passa...
O tiranos entram e saem, e o mundo continua mundo, apenas agravado pelas consequências dos extremos.


Radicais ou extremistas não respeitam lei nem a divergência negociada, apenas seus próprios desejos devem prevalecer. Eles se tornam a personificação da brutalidade dos ditadores e autocratas.

Tudo não passa de delírio, um misto de ego sem limites e a perda da noção daquilo que sustenta uma sociedade.
Perdem o principal propósito que um líder reúne, já que dele é esperado a orientação à transformação social na escalada evolutiva sem transpor o senso individual de crescimento coletivo, já que evolução não é imposta, mas é, antes de tudo, a percepção espontânea de novos valores sociais e materiais mais harmônicos com o sentido da vida compartilhada quando o indivíduo passa a perceber suas vantagens em detrimento da violência tirana.

Todos os ditadores, a seu tempo, caem e desaparecem apenas enriquecendo fatos históricos sem muita importância já que apenas repetem os mesmos erros de sempre: imposição do Homem pelo Homem.

Alguma imposição é uma necessidade porque sem ela não haveria ordem.

Então o leitor deve se perguntar:
Isso não seria uma contradição?
Ou, ainda, um mal necessário??

A resposta vem da observação de fatos naturais, da mesma natureza que nos provém a criação e que nos sustenta até hoje.


"A batata é uma alimento conhecido e popular, porém contém glicoalcaloide que age como fungicida ou pesticida. Em grandes doses, ela causa problemas gastrointestinais, paralisia e alucinações, podendo levar à morte em casos mais raros. Consumir pequenas porções do tubérculo não faz mal, mas comer dezenas de batatas grandes, de uma vez, pode ser arriscado."
summitsaude.estadao.com.br

O uso de insulina é solução às diabetes.
Em doses maiores que as necessárias, mata.

Morfina anestesia a dor, mas acima da dosagem recomendada é fatal.

A água constitui a maior parte do nosso corpo — 50 a 75%, porém se consumirmos água em excesso causará problemas sérios, desequilibrando as taxas de sódio e potássio podendo levar a graves consequências, inclusive à morte.

O sódio e o potássio são essenciais, desde que participem dentro de taxas adequadas.
O excesso mata.

Se a floresta é derrubada para criar gado, gera-se proteína para sustentar a vida.
Se houver excesso, converte-se em morte pelo superaquecimento planetário.


Tudo na natureza é regido pelo princípio da "proporcionalidade adequada".


Extremismo é antinatural e representa desequilíbrio.
O resultado final é sempre destrutivo.
E não importa o carácter da atividade, se política, econômica, religiosa, etc.


Extremismo ou radicalismo social é fruto da exacerbação alimentando os excessos dos sentimentos negativos calcados no imediatismo brutal.

Fanatismo é cego porque é fruto da paixão.

Paixão é um extremo da emoção que perde a conexão com a razão, que vira serva do sentimento a criar subsídios aparentemente racionais para dar suporte à paixão, de modo que pareça razoável, lúcida e racional.

E desde quando a racionalidade com viés pode ser considerada racionalmente justa?

Você se submeteria ao julgamento de um juiz fanático?

Fanáticos pensam menos. Temem e ambicionam demais.

É o princípio da "loucura sã".
Parece normal, age como um indivíduo equilibrado mas está consumido pelo vírus da paixão.

Não existiram facções sem que uma delas existisse primeiro.
Uma sustenta a outra, ambas filhas da incapacidade de se conectar à vida com equilíbrio.

O equilíbrio planetário depende da melhoria do nosso equilíbrio comportamental coletivo.

É necessário afastar o ego e o medo para aproveitar o que há de positivo em todas as iniciativas que precisam contemporizar com o meio social e físico que sustentam a vida.

Nenhum extremo, até hoje, provou ser solução, pelo contrário, foi sempre o caminho para a dor das revoluções sociais e das guerras.
O fanatismo patrocina ambas.

Enquanto isso... o desequilíbrio dos extremos sociais vão patrocinando o desequilíbrio dos extremos climáticos.


NOTA:

É bom lembrar que os extremos conduzem às situações extremas.
Extrema esquerda e direita unem-se pelas pontas extremas.
Não importa o regime, acaba tudo na mesma vala!

E para quem desejar conhecer um pouco mais sobre os descaminhos dos radicalismos:

https://alsdias-eassim.blogspot.com/2022/03/e-foi-assim-que-aconteceu-e-continua.html

https://alsdias-eassim.blogspot.com/2018/10/voto-de-reprovacao-nao-e-voto-nulo-ou.html

https://alsdias-eassim.blogspot.com/2018/04/regimes-socialistas-vs-regimes.html

E também pode pesquisar sobre nazismo, facismo, comunismo (Mao Tse Tung/China, Stalin/União Soviética).

A história é rica de fatos e ensinamentos neste sentido.

Só nega quem não quer ver ou não conhece...

Série O Radicalismo e o Dilema Israel vs. Hamas - A Procura da Solução N.5

    Israel, A Jihad e O Mundo drillback.com/notes/viewinfo/6552781cc388f6d383edee68 ----------------------------------------------- Quais as...