outubro 09, 2010

Cristo às avessas...

Cristo é uma figura tão distante quanto a nossa ignorância.
Imaginar alguém tão mais avançado intelectual e moralmente atingi os limites da ficção.
A fantástica expressão de humildade começa na sua capacidade de fazer passar desapercebida tamanha distância que nos separava dele.

A sua vida foi exemplo daquilo que pregava.
A sua morte, exemplo de coragem e superação através do amor naquilo que se crê e por todos aqueles a quem se dedica tal sacrifício.

É necessário coragem e autosuperação. Muita!
Ainda mais, entender que o bem vale por si só, sem recompensas,
apenas como expressão da natureza da alma quando transborda amor.

Entendemos Cristo às avessas...
Como aquele que sofreu para carregar a cruz por todos, porém no seu último ato silencioso, deixou o rastro que nos conduz ao Pai.

agosto 17, 2010

Filme: Origem (Inception) - Uma Visão Reversa

08/17/10 01:20:51


Resumindo os Princípios do filme:

1. Você pode partilhar o sonho de outra pessoa de algum modo.
No filme uma máquina o permitia.

2. Você pode sonhar um sonho dentro de outro.

3. A cada nível acima, o tempo conta 20 x mais devagar.
Uma semana real, representa 6 mêses em um sonho, ou seja, o que acontece em uma hora num sonho, na verdade durou 5 min. na vida real, isto é, aproximadamente 20 x mais lento.
Se fizermos um sonho dentro do outro, supondo que o primeiro nível - o da realidade, represente a duração de uma semana, no terceiro nível teríamos por volta de 10 anos.

4. A condição para que possa ocorrer um sonho dentro do outro reside no estado de consciência do estado anterior. Ou seja, um sonho dentro do outro requer um estado de adormecimento cada vez mais profundo que o dos níveis anteriores.
Por isso, no filme, buscam a ajuda de um químico que através de sedativo garante a estabilidade do processo, desde que o sedativo não corte a resposta ao estímulo somático mecânico-sensorial.

5. Se você morre em um nível superior (dentro de um sonho), porém sedado no nível inferior, em que esteja participando do sonho de outra pessoa, imerso e materializado no mundo fruto da interação consciente-subconsciente dessa outra pessoa (o sonhador), você fica preso no limbo, ou seja, um estado mental de consciência bruta (raw) e parcial, ou de semi-inconsciência, preso no hiato espaço-temporal do patrocinador do sonho - o sonhador.

6. À medida que você sobe os níveis, ou seja, um sonho dentro do outro, e por sua vez dentro do outro, o efeito colateral é de perda da consciência de realidade. O sonhador ou viajante(aquele que está imerso no sonho do sonhador) perde o referencial, uma vez que este vai se diluindo pela coexistência das sucessivas camadas de projeções mentais produzidas por si próprio em cada nível, pois que todas coexistem paralelamente de alguma forma, embora projetadas em suas respectivas dimensões de pensamento.

7. O viajante, ou sonhador, necessita de um totem.
O totem é um artefato de características únicas e peculiares que apenas o seu possuidor conhece.
Desta forma, o dono do totem poderá distinguir a realidade do estado de sonho, uma vez que o totem tem um comportamento único no estado real, que difere daquele em sonho. No filme, o personagem principal utiliza um pião estilizado, que não para de rodar nunca quando em sonho, porém na realidade, todo pião para em algum momento.

8. Um totem é pessoal e não deve ser conhecido por outra pessoa, portanto não pode ser tocado por outra pessoa, de modo que a mesma não possa projetar seu comportamento, iludindo o dono do totem, o que lhe permitiria assumir o controle da distinção entre o real e o imaginário.

9. Todo sonhador manifesta suas defesas promovidas pelo subconsciênte e que são disparadas pela intrusão de elementos estranhos ao sonho, pois que são projetados pela ação do pensamento de outra pessoa que não ela mesma.
O sonhador não tem ação direta sobre o subconsciente, pois este se manifesta fora do controle do consciente.
Dessa forma o sonhador não as pode controlar.

10. Basta uma pequena e simples ideia.
Mais potente que um vírus, cresce alimentada pelo seu próprio hospedeiro, assumindo seu controle.


O filme aborda ainda dois pontos importantes quanto à estratégia da coação:

a. A melhor forma de mudar uma ideia é que a sugestão parta de algo que não haja um dono ostensivo, mas que seja conclusiva pela força da evidência dos fatos
que parecem naturais e aparentemente genuinos ou não, fruto da realidade que nos cerca.
A sagacidade na capacidade de mudar ideias ou influenciar pessoas vem dessa capacidade em gerar tais fatos indutores artificialmente, de tal forma que os
mesmos não possam ser distinguidos daqueles reais. Gera-se um fenomeno artificial para que o observador conclua o que se deseja que ele conclua - coação
autoinduzida.

b. A infiltração no subconsciente mais efetiva ocorre com a ajuda da própria pessoa, seja de forma consciente ou não.
Ou seja, faça a sua ideia parecer dele próprio.

c. Para atingir o objetivo, no filme buscam "plantar" a idéia através de uma cartase.
O filho e o pai tinham severo problema de relacionamento.
A reconciliação mediante uma nova interpretação para os fatos anteriores promoveriam a solução dos conflitos íntimos do filho pela ação positiva da reconciliação.

Com base nestas regras podemos extender mais algumas conclusões, como consequencia das mesmas.
São elas:

A. Se na transição entre as dimensões do material para o imaterial temos o alongamento do tempo, então no sentido inverso temos a sua compressão.
Ou seja, se saimos de um estado menos denso para um mais denso, comprimimos o tempo. Isto significa que 1 hora no estado menos denso ocorreria em tempo equivalente a cinco minutos no estado mais denso.
Este princípio parece encontrar respaldo na física - buracos negros, deformação da curva espaço-tempo diante de massas de elevadíssima densidade e a alteração da trajetória da luz diante de campos gravitacionais extremos (Einstein em espaço-tempo curvo - a trajetória da luz se curva na presença de fortes campos gravitacionais). Afinal, se velocidade é espaço/tempo (V=S/T), comprimindo a matéria, portanto o espaço, teremos que diminuir o tempo se quisermos manter a velocidade constante...
Então, se pudermos materializar o pensamento, poderíamos fazer com que a pessoa vivesse rapidamente de forma comprimida o que ela levaria 20 vezes mais tempo no estado menos denso.

B. As crenças religiosas atribuem a possibilidade de uma vida em espírito (estado menos denso) ao qual retornamos após a morte do corpo físico.
A maioria dessas crenças têm em comum a existência do espírito, ou seja, algo do consciente/inconsciente que sobrevive à morte.

Unindo-se a hipótese A e B, uma vida na terra de aproximadamente 70 anos, seria equivalente a 70 x 20, ou seja a 1400 anos de vida do espírito.

Isto induz a uma quarta conclusão interessante.
Se existe uma força superior que vela por nosso crescimento, então a materialização em nível mais denso seria sua estratégia para acelerar 20x o nosso crescimento espiritual através do aprendizado em 70 anos daquilo que levaria 1400 em estado menos denso de matéria, ou seja o espiritual, supondo que o material seja o provisório, uma vez que é encerrado pela morte do corpo físico em contraposição ao espírito que é eterno.

Faz muito sentido.
Se viagem ou não, "is up to you"... : )

junho 26, 2010

Passado & Presente – Visões inversas de uma única verdade

No passado, quando ainda jovem (18 anos), o espírito de um chinês que se autodenominava chinês do manto amarelo, disse-me através da mediunidade de Dna. Marta (médium das obras póstumas de Noel Rosa), que eu não teria assistência dele por ser muito prepotente, mas sim meu querido amigo Chao L. C., que mais tarde formara-se médico vindo a tornar-se cirurgião, como havia almejado.

Se não fosse essa prepotência, certamente não teria realizado o impossível durante a fase em que precisei reconstruir nossas possibilidades financeiras nas agonizantes estruturas industriais de uma atividade fabril com a qual nunca me indentifiquei.

Há 10 anos, iniciei algo que sabia ser muito “maior do que eu mesmo”. Era um estado de consciência da inconsciência do que estava por vir. Sobrevivi à desesperança e principalmente às crises de impotência e falta de sentido em tudo à minha volta e do meu destino. Não sei onde encontrei forças para prosseguir com algo absurdo se analisado da forma como entendemos os propósitos que dão sentido ao sentido da vida que entendemos viver e fazer sentido.

É um círculo vicioso do nosso pensar/sentir, onde enredados nos enredamos interagindo na grande rede que é a vida.

Hoje, ao contrário do passado, cuja prepotência fora meu ópio para sobreviver onde não poderia ter visto chance de vitória, precisei adquirir a consciência da minha impotência e ignorância, sobreviver a ela, e enfrentar o mesmo inimigo – o impossível, sem os benefícios da ignorância que a prepotência traz.

Paradoxo da Vida

Eu não sei o que eu fiz de errado antes para merecer existir depois!
Certamente a vida não encontra sentido pelo que fazemos apenas, mas por aquilo que simplesmente é sem que saibamos muito além de um restrito sentimento de necessidade.

O que é a verdade?

Todos nós trazemos o conceito de forma intuitiva.
Lutamos por ela, porém mal conseguimos definí-la.
O conceito de verdade é a base do julgamento, mas quem julga a própria base?

Quando conseguimos tratar a recursividade da questão, transcendemos adquirindo novos referenciais.
Quando eu me refiro a novos referenciais, não significa eleger novos pela negação dos anteriores. Negar é um princípio trivial que estabelece ciclos alternantes.
O critério de verdade, se recursivo, poderá então tratar a si próprio oferecendo uma base segura de expansão e depuração, e requer ser evolutivo.

Um noite muito além do que sou...

Retornava do cinema, enquanto dirigia meu velho, fiel e eficiente carro, um Palio. Rodando ligeiro e veloz, acompanhando meus pensamentos, fui muito além daquilo que posso pensar normalmente.
O sentimento não foi de algo novo nem tão pouco antigo, mas sentia como algo meu que estivesse escondido de mim mesmo há muito tempo, sem que eu soubesse da sua existência. É como encontrar algo que nunca soube que tinha, mas no entanto com a sensação contraditória de reencontro.
O pensamento surgiu de forma espontânea, transportando-me para uma forma de ver a vida muito além de tudo que havia até então percebido. As coisas adquiriram outro sentido. As verdades mais concretas encontraram alternativas concorrentes à altura. Eu percebi claramente que a nossa percepção é mesmo muito restrita.
Sofremos, retemo-nos nesse sofrimento, torturamo-nos e tudo porque desconhecemos ou não conseguimos enxergar uma forma mais libertadora de interpretar o cotidiano.
Transcender a si próprio foi a melhor sensação de liberdade e paz de espírito que experimentei.

Rapidez x Qualidade

O que adianta correr para nada ou no melhor das hipóteses terminar rápido o malfeito?
É o mesmo que agilizar o fracasso...
On the other hand...
O que adianta o bem-feito que não termina a tempo?
In medio, virtus?

O que é, será que é?

O que é Deus?
Deus existe?
Seja qual for a resposta que você der, será sempre uma projeção daquilo que você mesmo filtra pelo que é capaz de perceber.
Acreditar em Deus na forma estrita que imaginamos torna-se questionável. Todo o conhecimento provém de percepção humana, portanto falha e evolutiva.
Deus não escreveu nenhum livro, e o “Maior Deles” também não escreveu de próprio punho.
Tudo o que sabemos vem de relatos e conclusões daqueles que presenciaram e de outros que alegam o mesmo. Na maioria das vezes, fontes discordantes sobre o mesmo fato, ratificando que a percepção é “forma de entendimento pessoal”.
À medida que avançamos no conhecimento, vamos enriquecendo nossa percepção.
Se compararmos o que entendíamos por Deus em tenra idade, depois logo adiante no fulgor da juventude, e posteriormente quando o tempo vem testar nossas convicções, podemos avaliar a volatilidade daquilo que acreditávamos como absolutamente “Verdade”.
“Verdade” volátil?
Verdade que é verdade, muda???

Seja feita a sua vontade assim na Terra como no Céu

As coisas são como são. Quando suportamos com tranquilidade, reduzimos o sacrifício. Este trecho do Pai Nosso deixa claro esse pensamento.

O que adianta revoltarmo-nos contra o fogo que queima?
É melhor aprender a utilizá-lo...

Tudo é como é! E nada é, tudo está.

Tudo é como é.
E nada é, tudo está.

Estas duas frases paracem tolas, ou sem muito sentido; no entanto, importunam.

Subjetivamente podemos sentir que algo escondido fica ali, desafiando nossa capacidade de percebê-la.

A primeira sugere “aceitação”.

E o que é aceitação?
Seria submissão contravontade? Inanição, covardia, comodismo?
Aceitação é a capacidade de distinção entre aquilo que podemos e devemos mudar daquilo que não podemos.

Aceitação ativa vai mais além.
Em tudo aquilo que vemos, projetamos algo daquilo que somos ou queremos ver.
A verdadeira aceitação permite ver as coisas da forma como elas são, e não como projeções do que gostaríamos que fossem.

A segunda frase mostra que a vida é efêmera uma vez que é evolutiva.

Evolução é mudança constante, portanto tudo está como é naquele momento.

janeiro 22, 2010

Música e Software

A música induz estados de almas. Isto é fato.

Aceitamos o fenômeno intuitivamente, de forma natural pelos efeitos que produz, mas não entendemos como um conjunto de 7 notas, em sequências apropriadas, pode induzir nosso comportamento, alterando e conduzindo nosso clima mental.

São vibrações físicas transformadas em sentimentos através de transdutores neurológicos, cujo processo começa no ouvido, algo tão banal, mas se pararmos para pensar torna-se grandioso e complexo.

Pensar a respeito, fora da visão cotidiana, permite vermos coisas que estão à nossa volta e não percebemos.

É como rodar um cubo, para ver os outros números das outras faces. Geralmente ficamos olhando sempre a mesma face desse cubo. Tedioso!

Podemos ver a música como um plugin de software. Nós somos o framework, cujo comportamento é alterado pelo plugin.

Ora, se o meio físico altera nossa alma, então nossa alma é suscetível a esse meio, o que nos leva a concluir que possui, ao menos em parte, a mesma natureza, ou seja a alma tem natureza comum com o meio físico onde se manifesta.

Isso nos conduz à possibilidade de imaginarmos o nosso meio físico como algo denso quando comparado com os outros mundos que se manifestam fora da capacidade de percepção dos nossos sentidos, mas imersos em leis físicas comuns que parecem compor a natureza do Universo.

Fica claro que nossas parcas máquinas e softwares são uma cópia singela e extremamente diminuta daquilo que somos, pois não conseguiríamos imaginar nada realmente diferente daquilo que já vimos anteriormente.

Você, consegue imaginar uma cor diferente de qualquer cor existente no arcoiris?

Série O Radicalismo e o Dilema Israel vs. Hamas - A Procura da Solução N.5

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