setembro 24, 2022

Mariposas e Humanos: Alguma coisa em comum!





Mariposas e Humanos trafegam na escuridão.
Mariposas por serem insetos de hábitos noturnos.
Humanos por serem seres navegando através do tempo pela busca do conhecimento na escuridão da ignorância. É a força que provém do "dom da razão" e que disputa pela curiosidade o domínio do meio que o subjuga.

Humanos e mariposas, ambos se deslumbram com a luz, podendo eventualmente fenecer por essa mesma atração irresistível.

Diante da "débil razão", o instinto de sobrevivência toma lugar nas decisões, assessorado pela intuição e estimulado pelo desejo. 

Quanto menor a nossa capacidade de compreensão, maior é o papel do sentimento na definição de valores e ações.

Em nossa busca, emprestamos "conhecimento" daqueles que admiramos por ter uma qualidade que não possuímos, acreditando que esse processo seja confiável justamente porque, de tão natural, passa mesmo desapercebido à nossa autocrítica.

Alguém, cuja projeção social se destaque, é candidato a influenciar seus admiradores pelo ofuscamento da razão que o brilho do sucesso lhes causa. Almas desejosas de preencher o vazio daquilo que tanto estimam, mas não possuem, são presas fáceis do deslumbramento.
Esse processo de transferência alivia o "void" da impotência e da frustração.

Fãs "emprestam" ou "copiam" algo que muitas vezes nem mesmo ponderam a respeito.
Simplesmente copiam.
Simplesmente replicam.
Simplesmente endossam.
Simplesmente aplaudem por estarem felizes em idolatrar seus ídolos.
Simplesmente agem no embalo do deslumbramento.
Um processo hipnótico autoinduzido.

E a propaganda, através do marketing, tira imenso proveito desse deslumbramento hipnótico, tornando obrigatória a rotina da associação de imagens, ícones e comportamentos que são avidamente consumidos pela compulsão psicológica de massa.

Esse processo é tão velho e intrínseco à alma humana quanto ela mesma.
Civilizações mais antigas idolatravam, e algumas ainda idolatram, elementos naturais (fogo, água, terra, ar, etc.) como seres divinos.
À medida que fomos aprendendo um pouquinho, começando a entender melhor o ambiente que nos sustenta a vida, fizemos a transposição de nossas crenças dos elementos naturais para as entidades imaginárias, caminhando pela criatividade do universo politeísta à singularidade do monoteísmo.

É justamente este instinto de idolatria que alimenta grande parte dos fenômenos sociais, dos quais muitos terminaram conduzindo seus seguidores às catástrofes que a história vai catalogando aos milhares.


Hitler magnetizou a geração de uma nação.
A população em massa votou espontaneamente endossando suas ideias que refletiam a falsa luz do ressurgimento da dignidade alemã através da submissão pela força de outros povos, usando a discriminação como meio agregador para fortalecer o sentido de união de um povo através da pretensa superioridade de uma raça.

Vivemos ainda o extremo absurdo onde um povo justifica o direito de submeter outro, ou mesmo exterminar, a pretexto de razões diversas que acabam diluídas pelo tempo no caldo da insanidade dos genocidas, deixando escorrer de seus escombros os efeitos deletérios às nossas construções do hoje, infectando o presente e o futuro, como se já não bastasse destruir o passado.

E assim, vemos o ressurgimento do fascismo, do nazismo, além de outros extremismos, tais como fantasmas ressurgindo da morte trágica causada por seus próprios efeitos, voltando a assombrar a paz mundial, tirando vantagem do "esquecimento do aprendizado social" que foi virando passado para as gerações futuras, algo que passa a pertencer ao imaginário sem a experiência da dor que é vivenciada.

Simplesmente copiar o pensamento daqueles que admiramos é um movimento do sentimento que rouba à razão a sua função de análise.

È preciso colocar o sentimento em seu devido lugar, sob a contenção da cautela e da parcimônia.
Mais ainda, exige cuidado redobrado com aqueles que nos cercam de afetividade construída no cotidiano da convivência orientados pelo desejo de influenciar e controlar as nossas ações.

A razão precisa pautar-se pela imparcialidade enquanto busca um aprendizado.
O processo exige esforço contínuo na busca da resposta que muitas vezes só a persistência logra sucesso.

É cômodo e prazeroso "clonarmos" o comportamento daqueles que admiramos.
É como se estivéssemos adquirindo uma parte dos poderes e qualidades dos nossos heróis, algo que tanto ambicionamos a ponto de tornar o nosso bom senso cego, de fato!

Os sentimentos podem se transformar na tumba da razão enterrada sob a laje do prazer e da preguiça que buscam o caminho mais fácil e confortável ao ego.

Infelizmente, o sentimento não raciocina, apenas compila a soma de nossos desejos, consolidando o seu atestado de incompetência para dirimir as decisões. Baseia-se naquilo que somos hoje, quando a razão busca construir aquilo que podemos ser amanhã à procura de suprir as lacunas do hoje que tanto nos prejudicam.

O melhor caminho indica o controle que suporta esse sentimento de ansiedade até encontrarmos a resposta daquilo que procuramos, porém através de nós mesmos, para então consolidar ou não o pensamento daqueles que admiramos e respeitamos. Não existe aprendizado real sem a vivência na prática através da experiência que marca as nossas almas. E este processo exige paciência e espera, tal como amadurecem as boas bebidas que pagam o seu tributo ao tempo até que possam assumir seu lugar no topo do paladar mais exigente.

É preciso sempre questionar os nossos heróis, agindo ora como promotores públicos na defesa da sociedade, ora como seus advogados de defesa.
A imparcialidade é o que faz diferença na qualidade final da destilação de nossos pensamentos.

Afinal de contas, seremos nós que arcaremos com as consequências de nossas decisões e não aqueles que elegemos como ídolos.

Proteja o seu corpo pela sua cabeça, que é o seu melhor escudo.

É preciso caminhar pelas próprias pernas ao invés de buscar a carona de um "colo" mesmo que elas sejam fracas, porque o seu fortalecimento se consolida justamente por essa caminhada.

Os lobos se alimentam de cordeiros.
Os influenciadores de mariposas.



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"Every man has his own courage, and is betrayed because he seeks in himself the courage of other persons."

"Todo homem tem sua própria coragem e é traído porque busca em si mesmo a coragem de outras pessoas."

Ralph Waldo Emerson (1803-1882) 



"Men often bear little grievances with less courage than they do large misfortunes."

"Os homens muitas vezes suportam pequenas queixas com menos coragem do que grandes infortúnios."

Aesop (620 BC-560 BC) 



"Efforts and courage are not enough without purpose and direction."

"Esforços e coragem não são suficientes sem propósito e direção."

John F. Kennedy (1917-1963) 



"There is no living thing that is not afraid when it faces danger. The True courage is in facing danger when you are afraid"

"Não há ser vivo que não tenha medo quando enfrenta o perigo. A verdadeira coragem está em enfrentar o perigo quando você está com medo"

Frank Baum (1856-1919)


Coragem é a capacidade de conviver com a incerteza apesar do medo que nos aconselha.

O sinismo precede ao golpe, que sucede ao aprendizado, muitas vezes adicionado das consequências da vingança.

Do autor do post


setembro 11, 2022

PROATIVIDADE - Precauções de Segurança Com Roubos de Celulares




Prevenir, reduz o stress e os riscos nestas horas em que menos esperamos que algo assim aconteça conosco.
Geralmente, é só com os outros! :-)

Proatividade é o melhor remédio, porque depois...
não adianta chorar o leite derramado. 

Seguem algumas coisas que, feitas antecipadamente, podem reduzir ou mesmo evitar o problema.


1. Criar limites de movimentação financeira:

a. da conta corrente

b. do PIX


2. Anotar o IMEI do seu celular.

Digite *#06#
Será útil nos procedimentos em caso de roubo.


3. Ter um celular de reserva, ou utilizar um celular exclusivo quando em trânsito.

Este celular deve conter o mínimo que você precisa.
Pode utilizar apenas uma conta bancária de segurança, isolada da principal, ou apenas alguma forma de pagamento por cartão de crédito cujo débito pode ser anulado se agir em tempo.

Evitar PIX atrelado na sua conta principal.
Se quiser mesmo utilizar o PIX, vincule àquela outra conta de segurança e limite os saques de ambos, da conta e do PIX. Valores maiores ou excedentes ao limite diário, usar o cartão de crédito.

4. Ao atender o celular no carro, se estiver dirigindo, não o faça. Há golpistas especializados na quebra de vidros.

Se não estiver dirigindo, acerte uma posição de corpo que proteja o celular, por exemplo, atendendo com a mão que não fica do lado da janela, ou dando um giro de corpo, mas se você ficar de costas, sem visão alguma, ficará mais vulnerável.


5. Não atender o telefone no passeio público.

Entrar em alguma loja, banco, etc.


6. Não expor o celular em mesas ou deixar em bolsas.

Bolsas acabam penduradas ou trafegando ao lado ou atrás do portador o que facilita o roubo.
Também podem ser arrancadas cortando-se a alça (é algo que acontece muito rápido)


7. Não clicar em links desconhecidos, não importa se e-mail ou sites de Internet. 

Se precisar fazê-lo, não utilize o celular onde residem os aplicativos de operação financeira.
Faça de outro celular, o celular de guerra (aquele mesmo que você utiliza para andar na rua).
Deixe o celular sensível em casa ou algum lugar seguro.

Se precisar de movimentar a conta por estar viajando, converse com o seu gerente sobre formas alternativas de proteger-se nestes períodos, como cheques de viagem ou mesmo uma conta corrente aberta para este propósito e desvinculada da sua conta corrente principal, que contém seus recursos principais, ou a mesma conta de segurança que utiliza no seu dia-a-dia.
Dessa forma, você poderá ir fazendo transferências parciais de uma conta para outra à medida da necessidade dirigindo-se à instituição bancária, ou talvez, se houver, depósitos programados.


8. Manter seus dados principais em ambiente seguro, não aqueles mais sensíveis pois estes devem ficar exclusivamente na memória, relembrando-se todos os dias.

Por exemplo, adotar e-mails criptografados.
Há diversos serviços de e-mail oferecendo este serviço.
Uma busca trará vários deles, incluindo gratuitos (proton) e a bom preço (tutanota).


9. Guardar na memória as senhas vitais.

Evitar anotar em qualquer lugar que tenha contato com a Internet.

Uma alternativa é utilizar um driver USB (ou cartão) encriptado, tendo o cuidado de guardá-lo em lugar seguro (não carregue com você) e ao conectar usando o notebook ou o celular, desligar previamente o serviço de dados (conexão Internet).

O único momento sensível acontece quando você grava dados na media (driver USB ou cartão).
É vital ter certeza que, além de estar desconectado da Internet, Wi-Fi ou qualquer rede que não seja a sua rede local utilizando cabo, desde que seu ambiente de sistema operacional seja confiável (observar próximo item, antivírus/firewall).
Sempre retirar a media ao término do uso ou quando for reconectar serviços externos (Internet, etc.).


10. Utilizar antivírus pago de preferência com firewall.

A sugestão anterior tem um ponto frágil.

Se o seu notebook ou celular contiver algum software que rastreia o seu teclado, ele gravará todas as informações digitadas que serão transmitidas tão logo você volte a se conectar.

A parte positiva é que, nesse período, você terá digitado a senha de encriptação do driver USB(ou cartão), que será inefetiva quando acessar a Internet porque o driver já não estará mais lá.

Resta apenas o risco ao digitar a sua senha bancária no aplicativo da instituição (aquela que você apenas leu do arquivo no driver para relembrar mas não digitou ou copiou em nenhum lugar).

Este risco é minimizado em virtude das precauções de segurança adotadas pelas instituições financeiras responsáveis pelos aplicativos.

Ainda assim, um bom antivírus, bem conhecido, respeitado e licenciado, vai ajudá-lo na tarefa de ressarcimento junto à instituição em caso de logro.

Convém conversar com o suporte da sua instituição ou o seu gerente,  ou ainda atentar para as constantes orientações fornecidas pelo aplicativo através da sua instituição financeira.

Se ficar evidente o desleixo da vítima, dificilmente ela conseguirá obter ressarcimento.



Fonte adicional - O que fazer depois de roubado:

brasil.estadao.com.br/noticias/geral,celular-roubado-saiba-o-que-voce-deve-fazer


DICA

No texto, comenta-se apenas a segurança da leitura do driver ou cartão, porém em algum momento é necessário gravar essas informações e para isso precisamos ter certeza que o nosso celular, tab ou notebook seja seguro. 

Segurança total só existe quando o equipamento fica isolado do mundo, ou seja, sem qualquer comunicação externa. Ele não se conecta a Internet e também não se conecta a rede local se houver. 

Um celular velho, um tab fora de uso, ou mesmo aquele velho notebook que parece imprestável, pode realizar essa tarefa. As informações passam a ser gravadas no driver ou cartão exclusivamente em aparelhos isolados, sem comunicação alguma, e nos aparelhos que se conectam de alguma forma, o driver ou o cartão é apenas lido quando desconectado da rede.

E se você não tiver um aparelho que possa isolar?
Só resta cautela, tomando todas as medidas de segurança que puder com o uso do seu dispositivo, o que vai reduzir muito a probabilidade de risco.

setembro 10, 2022

O Povo Não Tem Noção do Próprio Poder, Mas as Formigas Têm!




Sabemos que um dos efeitos colaterais da economia mundial é a tendência à concentração de poder.
O poder econômico vai ampliando seus monopólios através de intricados artífices políticos, contábeis e outros nem mencionáveis, mesmo que as leis tentem proteger o mercado e os consumidores.

Este relatório da Universidade de Waterloo, no Canadá, apresenta 10 atores financeiros de grande influência: Apenas 10 atores financeiros são a chave para enfrentar mudanças climáticas.

O poder econômico tem duas fontes principais:

1. Poder militar, ou seja, o poder pela força.

2. Poder financeiro.


O poder militar, porém, depende do financeiro, e portanto tudo se resume em capacidade de pagamento, ou seja, em poder financeiro.

A capacidade de pagamento decorre da capacidade de obter fontes de recursos.

As fontes de recursos, por sua vez, são regidas pelas leis do mercado, de oferta e procura.

Se a procura cai, o preço despenca.

É nisso que reside o enorme poder que o Povo tem nas mãos.

A falta de consciência de contexto, ou seja, entender o que realmente está acontecendo e como isso vai transformar uma pobre vida popular em algo ainda mais doloroso, é o primeiro obstáculo à percepção coletiva de poder.

O segundo obstáculo nasce das vantagens pessoais como prioridade, em qualquer contexto.
Isto impede a união de massa em nome de um objetivo maior.
Algo que depende de um líder para materializar essa união.
É a miopia da paixão, uma triste mazela popular que dita a maioria de suas ações, mais pela emoção que pela razão. E assim, o esporte e a música preenchem quase que totalmente a vida do quotidiano popular.
Muito similar à vida do cidadão romano nos tempos de Império Romano: "pão e circo".

O terceiro obstáculo é a descrença que a soma de pequenos atos é como as gotas da chuva que formam as enxurradas, e estas as avalanches.
O indivíduo não se move enquanto não vê outros na mesma ação — é o efeito "boiada" ou "cardume".
Vira um ciclo vicioso.
Falta a convicção de fazer o que se tem que fazer independente dos outros.

Oras, a grande massa detém as rédeas do consumo em pequenas ações, assim como as formigas podem tombar um elefante em ações coletivas.

Gandhi compreendeu que a libertação de seu país viria pela não colaboração em massa.
A história provou que estava certo.

A grande massa pode derrubar o valor de ações, fazer despencar preços, impor padrões de consumo e uma série de outras ações que irão diligenciar o poder econômico invertendo o processo usual onde o mesmo trabalha fundamentalmente em favor de si mesmo, do lucro do hoje, como se o amanhã não chegasse.

O consumo consciente de bens pode regular o mercado e reduzir a poluição, fomentando a pesquisa em fontes alternativas que venham a colaborar na solução da continuidade da nossa espécie através de uma evolução gratificante.

As formigas parecem, neste sentido, mais espertas que o HOMO SAPIENS, que de "SAPIENS" não me parece muito...
Talvez teria sido mais adequado denominar por algo como "HOMO PROPE SAPIENS", ou seja, "HOMEM QUASE SÁBIO". 





setembro 04, 2022

Na Mão Suprema, o Mal Converte-se em Bem






Diante de tantos eventos negativos, certamente todos nós já experimentamos a tristeza ou a depressão querendo alimentar a desesperança em nossos corações, quando nos perguntamos "o que será do futuro, dos filhos, da coletividade?...".


Na mão do Supremo, o Mal converte-se em Bem!
...porém cobra seu preço em sofrimento.


Olhando o passado, através de seus eventos, fica mais fácil alimentar a certeza que o mal é autodestrutivo, e portanto, temporário.
Ele parece eterno por estar indefinidamente em nossas vidas, mas na verdade o mal é como sementes doentias que logo são transformadas lá na frente em colheitas proveitosas.

A sensação de "eternidade" do mal e de seu aparente "poder" não vem da sua natureza, mas da sua repetição frequente, porque ainda precisamos caminhar mais pelas tentativas inadequadas que por aquelas melhores que serão o nosso cotidiano assim que atingirmos um grau de lucidez maior. Então, neste momento, o mal será como uma ocorrência espúria em nossas vidas, um obstáculo menor.

O mal não se sustenta por si mesmo, por isso precisa repetir-se como forma de sobrevivência.
Os eventos mostram isso. Vejamos alguns dos mais famosos pela repercussão que tiveram.

Quando pensamos na colonização da Índia pelo Império Britânico, podemos ver dois lados.

A colonização de um povo sobre outro geralmente é imposta, o que gera subserviência e leniência à cultura estrangeira. É uma forma de escravidão mais amena, onde os grilhões não forjam a liberdade individual mas ainda impõem que o coletivo seja um provedor de recursos dos colonizadores, portanto atendendo antes aos interesses destes.

A cultura indiana era muito distante da ocidental. Isso não é um problema, mas reduz a interação entre elas.
Hoje, os hindus têm o inglês como o seu segundo idioma.
O idioma, que antes era barreira, hoje é o meio que provê benefícios de aproximação e cooperação mútuas.
Seus hábitos e cultura mesclaram, enriquecendo-os, e portanto tornaram-se mais próximos das vantagens que a cultura ocidental tem por oferecer, somando-se àquelas da oriental.
Todas as partes ganham.


Outro exemplo de carácter global — Hitler!!


Uma catástrofe para o mundo e para a Alemanha que amargou, e que ainda amarga, os resquícios de seus excessos.

Nasceu de uma justificativa genuína que buscava retomar a dignidade do povo alemão, entretanto, foi transformada pelo ódio em ferramenta de sua própria desgraça pelos excessos e desrespeito de toda ordem onde a vida humana resumia-se a números.

O mundo conheceu a consequência do despotismo fanático.
Ao que parece, contudo, essa experiência ainda é insuficiente para evitarmos tais excessos definitivamente.

Continuamos alimentando polarizações exacerbadas e políticas despóticas sustentadas por aqueles que tiram vantagem da ignorância e da incapacidade de lembrança da maioria, consagrada pelo povo que não pode acumular o conhecimento necessário para entender melhor o mundo em que vive, e portanto vive à deriva da mentira.

O mundo, entretanto, diante do esforço de guerra na busca de se proteger da grave ameaça, promoveu  um avanço acelerado pelas necessidades competitivas que esta impõe através do engenho humano que não poupou esforços.

Nasce a utilização do computador ainda em seus estágios iniciais, porém ainda sim melhor do que havia à época, como uma máquina mais veloz para quebrar os códigos das comunicações inimigas. Tivemos o radar, o sonar e tantos outros feitos da engenharia, incluindo os foguetes desenvolvidos na Alemanha nazista por Wernhen von Braun, que mais tarde migrou para os EUA dando impulso à NASA.

A mesma semente que buscava destruir a Inglaterra e mudar o curso da história (essa foi uma das últimas esperanças do sonho de Hitler), tornou-se a semente que fomentou, nas mãos certas, o progresso tecnológico que expande os horizontes do homem além dos céus em que nasceu.


Putin


A Ucrânia representa um marco no nosso milênio, quando um povo torna-se disposto a doar a vida em troca de sustentar sua identidade patriótica, colocando um ponto final na crença que a conquista pelas armas, por si só, seja suficiente para expandir fronteiras. Tudo isso ao custo de muito sofrimento e muitas vidas.

Os EUA e os países aliados no esforço de apoio à Ucrânia, agora mais maduros pelas experiências anteriores acumuladas em suas incursões orientais, souberam conter-se, sem contudo omitir-se. 
Apoio que um povo fez e faz por merecer através da sua determinação e resistência.

Uma OTAN desprestigiada e questionada quanto à possibilidade de sua substituição por algo mais europeu através de proposta do presidente francês Macron, acabou revertendo a tendência sectarista em processo de percepção da necessidade de aumentar esforços europeus e americanos conjuntos.

Reviveu, energizando o conceito comum que as nações europeias e americanas têm sobre liberdade, respeito e proteção, fazendo renascer a Fênix da união ainda mais forte e consciente da sua necessidade de unir esforços em torno de um ideal único que vai abrir caminho para uma política mundial  e universalista.

É o começo daquele caminho para o futuro longínquo das "federações intergalácticas" através da engenhosidade das ficções, cuja imaginação precoce, porém madura, é capaz de ver o mundo como um processo evolutivo.


Então podemos imaginar...


O "mal" deve carregar um sentimento de frustração tão intenso quanto seu esforço de destruir o bem.

Quanto mais o "mal" apressa seu passo, mais acelera o avanço em direção ao bem, porém não sem cobrar seu pesado tributo em sofrimento.

"Deus escreve certo por linhas tortas."

Este dito remete para alguns dos pensamentos de Gandhi:


"Remember that all through history, there have been tyrants and murderers, and for a time, they seem invincible. But in the end, they always fall. Always."

"Lembre-se que ao longo da história, houve tiranos e assassinos, e por um tempo, eles parecem invencíveis. Mas no final, eles sempre caem. Sempre."







"When I despair, I remember that all through history the was of truth and love have always won."

"Quando me desespero, lembro que ao longo da história a verdade e o amor sempre venceram."



Einstein era um admirador de Gandhi. 
Muitos foram seus comentários de elogio.








setembro 03, 2022

Bem e Mal, Polarização e Decisão. Vivendo os Excessos da Dicotomia

 



A primeira impressão da foto acima é muito positiva, inspira carinho.
É a mística do Tarzan e da sua mãe Gorila que moldou nosso pensamento.

Lendo-se a notícia publicada pela BBC sobre esta foto(BBC tem versões em português, ou o tradutor do Google) verá, que segundo os especialistas, a interpretação é muito diferente da nossa singela cultura "cinematográfica".

Cinema é um misto de lenda sobre fatos reais, e por isso é tão amado.
Se o cinema espelhar uma realidade sem alavancagem no "background" do público, não emplaca bilheteria.

O problema é que a nossa cultura é formada por esta mistura entre realidade e ficção, e por falta de mais informação, acabamos incorporando a ficção como realidade.
Nós gostamos disso!

Talvez o sucesso das "fake news" seja também decorrente dessa cultura complacente com a ficção.
Não só adoramos ficção como também a mentira é parte do dia-a-dia.

O julgamento para formar a nossa opinião vive o período da dicotomia extrema, a polarização ditando que a sua escolha é o "Bem", portando os divergentes fazem parte do "Mal".

Essa lógica conduziu a muitas guerras, e ainda conduz.
Um exemplo clássico é "as cruzadas", promovidas por interesses econômicos sob o pretexto religioso cristão que à época era personalizado pela igreja católica. Erro crasso.

O "Estado Islâmico" reedita esta política.
Se não acredita no que eu acredito, ja era...

Por essa lógica, o indivíduo tomado de excesso de emocionalidade, acaba "encarnando o xerife que defende a sua cidade", como é caso ocorrido em Goiânia no link abaixo, pelo Jornal Estadão.

Violência política chega às igrejas e coloca em alerta lideranças evangélicas petistas
Fiel foi baleado na perna por um policial militar de folga após discordar do pastos; caso aconteceu no interior da igreja Congregação Cristã no Brasil em Goiânia

Esse comportamento em que o indivíduo encarna a personificação do "anjo vingador"  é fruto justamente do radicalismo, o que é aliás um contrassenso já que "anjo" que é anjo não poderia alimentar sentimentos de vingança. 
Neste caso, falta ao indivíduo o hábito de pensar sobre esses temas e diante de um conhecimento pobre adota soluções da mesma ordem.

Depois de ler o conteúdo da notícia da BBC (acima) ficamos diante de um fato mais realista.
Para alguns pode ser um "baque" no romantismo, gerando alguma decepção.

Saber que o macaco apenas preserva a futura comida (já que ele não tem geladeira), e que dificilmente um pet é adotado no clã, o nosso sentimento em relação à foto muda. Se a pessoa for radical, vai repudiar a natureza esquecendo que ela própria faz parte disso sendo carnívora e sustentando uma dieta baseada na indústria de consumo de outros seres vivos, inclusive semelhantes, pois muitos deles são também mamíferos.

Os estudos comportamentais sobre os golfinhos, animais com um halo mágico e que nem sempre são condizentes com as interpretações que damos, vão desvendando o lado negro destes seres tão maravilhosos.

Então autor? Está se contradizendo?
Chamando de "maravilhoso" o "lado negro da força"? (e viva Star War, um clássico!).

Então fica a pergunta no ar...
Como pode a natureza unir o bem e o mal, fazendo coexistir ambos na mesma criatura?

Nem amar ignorando a natureza intrínseca, nem tão pouco odiar.
O desafio é conquistar este equilíbrio.

Nisto resume justamente o processo evolutivo, ou seja, a trajetória da primitividade ao refinamento à medida que o mal é autodestrutivo, o bem vai se consolidando pela lenta experiência coletiva como solução às consequências que o mal sustenta.

É como olhar essa foto do macaco!
Tudo tem dois lados.
Se esta espécie de macaco não tivesse aprendido a guardar o alimento, simplesmente mataria o filhote ou o deixaria à mingua, já que a fome foi satisfeita devorando a mãe.
Os macacos aprenderam ao longo do tempo as vantagens de não desperdiçar "adotando os pets", o que é esperto!

Hoje, as culturas ocidentalizadas, não costumam comer seus "pets", a exemplo dos chineses que o fazem naturalmente, promovendo feiras permanentes que vendem cachorros e outros animais como vendemos coelhos, cabras, etc.

Nós não nos alimentamos dos "pets" simplesmente porque eles nos alimentam com algo mais importante que a sua proteína. Eles suprem a nossa carência emocional.

Não existe verdadeiramente "amor" onde há "carência".
Amor é dativo. Não pede nada em troca, nem mesmo atenção ou companhia.

Os cães e gatos conseguiram um bom emprego!
(o trocadilho faz sentido por ambos os lados...)

Nota: durante o cerco de Paris pelos nazistas, desapareceram todos os pets, inclusive os ratos que infestavam a cidade, quando as forças alemãs cortaram as linhas de suprimento.
Tudo é uma questão de momento e contexto!

Diante de uma análise comportamental rápida, fica claro que a radicalização da dicotomia só acresce emoção imprópria ao processo de aprendizado, conduzindo às soluções inadequadas, senão tristes que apenas retardam nosso caminho para conquistar a felicidade de uma sociedade melhor.

Não devemos acolher o mal, mas tão pouco combatê-lo com excessos já que eles, por si mesmos , são um erro. Não se combate o mal tornando-se parte dele.

Um dia, olhando para o problema como olhamos para a foto desse símio, podemos descobrir que não estávamos tão certos assim!

Temos hoje duas grandes lutas!
Esquerda ou direita, ambas radicalizadas.
Que diferença vai fazer se perdermos a minguante democracia que ainda temos, seja pelas mãos de um lado ou de outro, já que ambos buscam defender-se da mesma coisa?

O ódio, o rancor e o desejo de vingança vão alimentar muito provavelmente a composição do novo governo acirrando ações. 

E isso não é bom!

Encarar o que entendemos por mal ou por bem com equilíbrio emocional é a melhor forma de encontrarmos soluções melhores.

O dia que o povo comungar essa opinião, então a democracia vai se aproximar daquilo que idealizamos que ela possa se tornar.

Enquanto isso, só resta suportar com paciência e coragem o processo de aprendizado coletivo.





Série O Radicalismo e o Dilema Israel vs. Hamas - A Procura da Solução N.5

    Israel, A Jihad e O Mundo drillback.com/notes/viewinfo/6552781cc388f6d383edee68 ----------------------------------------------- Quais as...