Sabemos que um dos efeitos colaterais da economia mundial é a tendência à concentração de poder.
O poder econômico vai ampliando seus monopólios através de intricados artífices políticos, contábeis e outros nem mencionáveis, mesmo que as leis tentem proteger o mercado e os consumidores.
Este relatório da Universidade de Waterloo, no Canadá, apresenta 10 atores financeiros de grande influência: Apenas 10 atores financeiros são a chave para enfrentar mudanças climáticas.
O poder econômico tem duas fontes principais:
1. Poder militar, ou seja, o poder pela força.
2. Poder financeiro.
O poder militar, porém, depende do financeiro, e portanto tudo se resume em capacidade de pagamento, ou seja, em poder financeiro.
A capacidade de pagamento decorre da capacidade de obter fontes de recursos.
As fontes de recursos, por sua vez, são regidas pelas leis do mercado, de oferta e procura.
Se a procura cai, o preço despenca.
É nisso que reside o enorme poder que o Povo tem nas mãos.
A falta de consciência de contexto, ou seja, entender o que realmente está acontecendo e como isso vai transformar uma pobre vida popular em algo ainda mais doloroso, é o primeiro obstáculo à percepção coletiva de poder.
O segundo obstáculo nasce das vantagens pessoais como prioridade, em qualquer contexto.
Isto impede a união de massa em nome de um objetivo maior.
Algo que depende de um líder para materializar essa união.
É a miopia da paixão, uma triste mazela popular que dita a maioria de suas ações, mais pela emoção que pela razão. E assim, o esporte e a música preenchem quase que totalmente a vida do quotidiano popular.
Muito similar à vida do cidadão romano nos tempos de Império Romano: "pão e circo".
O terceiro obstáculo é a descrença que a soma de pequenos atos é como as gotas da chuva que formam as enxurradas, e estas as avalanches.
O indivíduo não se move enquanto não vê outros na mesma ação — é o efeito "boiada" ou "cardume".
Vira um ciclo vicioso.
Falta a convicção de fazer o que se tem que fazer independente dos outros.
Oras, a grande massa detém as rédeas do consumo em pequenas ações, assim como as formigas podem tombar um elefante em ações coletivas.
Gandhi compreendeu que a libertação de seu país viria pela não colaboração em massa.
A história provou que estava certo.
A grande massa pode derrubar o valor de ações, fazer despencar preços, impor padrões de consumo e uma série de outras ações que irão diligenciar o poder econômico invertendo o processo usual onde o mesmo trabalha fundamentalmente em favor de si mesmo, do lucro do hoje, como se o amanhã não chegasse.
O consumo consciente de bens pode regular o mercado e reduzir a poluição, fomentando a pesquisa em fontes alternativas que venham a colaborar na solução da continuidade da nossa espécie através de uma evolução gratificante.
As formigas parecem, neste sentido, mais espertas que o HOMO SAPIENS, que de "SAPIENS" não me parece muito...
Talvez teria sido mais adequado denominar por algo como "HOMO PROPE SAPIENS", ou seja, "HOMEM QUASE SÁBIO".
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