Eleições de segundo turno no Brasil mais atrapalham do que ajudam.
Além do dispêndio dobrado de esforços, o eleitor é obrigado, eventualmente, a escolher no segundo turno um candidato que não o representa.
Oras, se voto traduz a representatividade e justifica a autenticidade de uma democracia, colocando dois "galos na rinha" obriga à tão indesejada polarização que vem descontruindo o sentido do voto no cenário brasileiro.
O segundo turno é o grande incentivador do voto útil, defensivo.
Uma verdadeira democracia não deforma a vontade do eleitor, ainda mais considerando que o voto no Brasil é obrigatório.
Polarização é um processo antidemocrático que favorece à centralização de poder subsidiando os caminhos da ditadura.
Se o seu candidato não foi para o segundo turno, como fica? Vota naquele que você não quer só para o outro não ganhar?
Se desejamos reduzir os efeitos nocivos da polarização, o voto de segundo turno deveria ser abolido.
Uma nova votação, e com todos os candidatos, só se justifica em caso de empate técnico em que as taxas sejam iguais, sendo pouco provável que isso ocorra duas vezes seguidas.
Democracia é justamente isso: governar com diferenças, compartilhando poder para compartilhar benefícios.
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