O que você vê na figura acima?
Se a primeira percepção foi um coelho, a tendência é que você seja mais realista que utópico.
Se viu um pato, o contrário. Pelo menos segundo este artigo:
Personality test: The animal you see first tells us if you are utopian or realistic
Como tudo na Internet, pode ser ou não, porém se de fato funcionar seria um bom teste das nossas tendências.
Eu vi um coelho, porém já conhecendo este tipo de teste, logo procurei ver a "outra figura", quando então "achei" o pato. Depois li a notícia para ver o que ela me contava.
Por que o comentário acima?
Este texto trafega entre esses dois mundos: do realismo ao utopismo.
A mesma figura vista de duas formas diferentes e nem por isso irreais.
Um cientista trabalha com base na realidade a partir de seus conhecimentos, mas ele necessita de uma teoria, uma hipótese para avançar além das fronteiras que ele conhece.
Enquanto hipótese, a teoria trafega na dualidade entre essas fronteiras do realismo e do utopismo, mas sem ela, o cientista não teria uma direção, um propósito. O tempo e o trabalho do cientista vão definir a posição dessas fronteiras transformando a hipótese em tese consolidada, ou mais um caminho trilhado na experiência humana sem os resultados esperados, porém com o seu valor a exemplo de Thomas Alva Edson que aprendia com os erros, e que estes os aproximavam do acerto.
Algumas frases atribuídas a ele:
Eu aprendi muito mais com os meus erros do que com meus acertos.
Uma experiência nunca é um fracasso, pois sempre vem demonstrar algo.
Se quiser ter uma boa idéia, tenha uma porção de idéias.
O caminho mais curto é sempre tentar mais uma vez.
Socialmente, podemos aplicar a mesma estratégia.
Temos vivido mergulhados no propósito de sobrevivência onde o inimigo maior é o próprio ser humano.
Quando você entra em plataformas de streaming (Netflix, Prime Video, HBO Max, Disney+, etc.) e busca filmes, pode perceber que a maioria deles estão centrados nesta temática: lutar contra um inimigo humano ou humanóide.
O termo humanóide foi escolhido porque até mesmo as ficções científicas apresentam os alienígenas vistos pela saga da disputa com características adequadamente humanas. Podem ter formas físicas inspiradas em misturas de animais ou seres que nos lembram a nossa própria fisionomia, porém distorcidas em algum aspecto para denotar sua superioridade, por exemplo, grandes olhos e grandes cérebros. Com exceção de alguns filmes que trazem uma mensagem diferente (E.T.), a maioria acaba em luta por sobrevivência.
No trabalho, respiramos o mesmo clima de disputa, onde as armas de aço são substituídas pelo ácido da "armação" de todos os tipos.
Resumindo, três tópicos principais parecem cristalizar nossos pensamentos:
- Sobrevivência pela destruição
- Ambição
- Sexo
Esta análise vai trabalhar nos dois primeiros.
Utopicamente, imagine que as nações ao invés de investir em guerra, começassem a investir em cooperação mútua.
Super utópico, surreal ao extremo, mas... permita-se imaginar algo assim como uma hipótese de laboratório mental, uma técnica que foi utilizada por Einstein para desenvolver a sua teoria da relatividade. Abandone qualquer preconceito ou voe livre através da imaginação.
Não mais haveria o perigo de invasão, porque o sentido de propriedade territorial deixa de existir na forma como entendemos o termo.
Veja um exemplo.
A nação A e a nação B cooperam entre si.
Desta cooperação nasce a liberdade migratória, tornando as duas nações repletas de cidadãos de A e B.
Estes cidadãos, por sua vez, acabam formando laços emocionais porque passam a ter um filho, um parente próximo que lhes sejam importantes e o senso de divisão territorial vai se diluindo através dos laços de união.
Um segundo efeito.
A cooperação elimina a competição, na sua forma extrema, por recursos.
Ela existiria a curto e médio prazo, mas à medida que a cooperação vai acelerando a solução da distribuição de recursos, desaparece a competição e os extremos da carência vividos pela fome e pela exclusão social.
Haveria mais empregos, e portanto, a pressão por disputa também reduziria.
Não seria o paraíso porque os problemas sempre precisariam encontrar seu caminho inicial de solução diante da cobiça, avareza e dos desafios técnicos.
A imensa fortuna gasta em destruição seria revertida para a construção.
Em médio prazo, a maioria dos problemas que causam tensão social estaria amenizada.
Em longo prazo, a transformação social seria drástica no sentido reverso àquele que caminhamos hoje: a pobreza e a miséria dos recursos naturais de que dispomos pela destruição dos mesmos que é justificada pelos conflitos dessa disputa.
Totalmente contraproducente, realmente insano.
Nos extremos dos resultados negativos ou positivos, o sentido de fronteira entre os países perde o sentido que emprestamos hoje, estejam eles totalmente destruídos ou harmonizados.
Seja pelo lado da construção ou da destruição, o resultado é o mesmo.
A diferença reside na qualidade de vida final.
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