Países provêm uma estrutura de organização contra as invasões externas - os poderes militares.
Atualmente, os riscos de invasões internas são tão grandes quanto os externos.
Veja o exemplo do EUA com a invasão do capitólio liderada por uma facção radicalista com predicados do regime de Putin.
O mesmo exemplo no Brasil.
Aqui, as facções radicais também vão nutrindo a mesma afinidade — tomar o poder através de um lider que se julga "missionário", um fato que impressiona muita gente que estabelece como critério a solução pela submissão através da força.
A China funciona assim, milenarmente, antes ou depois da revolução de Mao.
Mais sobre o assunto nesta publicação.
Suponhamos que tais forças viessem a fazer sucesso.
Então, os países convertidos estariam alinhados com a Rússia de Putin, China de Xi e todos os outros regimes ditatoriais.
Do ponto de vista ideológico, não haveria mais rivalidade.
O risco de guerras terminaria?
Temporariamente, sim!
Definitivamente, não!
Por quê?
A disputa continuaria por qualquer outra razão, seja por rejeitar uma liderança ou por tentar estabelecer uma nova. Ou ainda, pela necessidade de disputar recursos, ou pela divergência da condução política geral apesar de comungarem os mesmos regimes despóticos.
A guerra é mero subterfúgio da incapacidade do ser humano de encontrar solução para os seus sentimentos insanos, porém sempre justificados de alguma forma que atraia adeptos, disfarçando uma necessidade de concentração de poder e riquezas tão intensas quanto "My precious".
Vamos para Marte.
Marte não é um planeta autossustentável e portanto dependeria da Terra para construir a estrutura da cadeia de suprimentos que viesse prover sua independência.
Quanto tempo isto levaria?
No ritmo de autodestruição planetária da Terra, a civilização de Marte ficaria à deriva antes que o projeto fosse concluído.
Se temos capacidade para sustentar a vida em meio inóspito como Marte, então por que não aplicar tal capacidade em nosso próprio planeta?
Só faria sentido um investimento dessa grandeza que compete com a oportunidade de se investir aqui mesmo na solução climática se a Terra não tivesse solução de continuidade.
O problema é que as propostas surgem colocando a questão da "falta de continuidade" que na verdade traduz o pensamento apocalíptico de autodestruição.
Viesse uma praga que fizesse retroceder a civilização em alguns punhados e o planeta se autorregenaria.
"Civilizar" qualquer planeta é repetir a mesma saga da Terra.
Raciocinamos como cupins que consomem o meio até que precisem mudar para um novo.
Esse raciocínio nem encontra compatibilidade entre a velocidade da nossa autodestruição com o avanço tecnológico atual que demanda mais tempo para que uma missão colonizadora tenha êxito.
Isso remete mais ao devaneio dos mais "sedentos" de recursos, normalmente aqueles com maior sucesso econômico cujo desespero de manter suas vidas gloriosas buscam alternativas pouco viáveis que contemplam apenas a sua casta econômica, uma minoria que utilizou a maioria para enriquecer.
Os EUA gastaram rios de recursos em guerras externas a pretexto de defender a sua democracia, enquanto abandonaram suas necessidades internas estranguladas pela ditadura do capital ou pela ganância extrema que rege boa parte da "elite" da sociedade.
Os trilhões de dólares gastos externamente poderiam prover acesso à saude e educação para todos os americanos à deriva do sistema que reverteria positivamente para a economia americana.
Obama até que tentou com o seu “Obama Care”.
Verdadeiras democracias promovem igualdade de acesso à educação e à saude para todos os seus cidadãos. Uma igualdade que só é lembrada na hora da votação!
Abandonaram a si mesmos para mudar externamente o que não pode ser mudado pelas armas, e acabaram por comprometer internamente os mesmos valores que justificaram defender apenas externamente.
Contraditório...
Lobbies das indústrias da guerra?
Dois exemplos diferentes, cujo fracasso tem a mesma causa.
A solução não está apenas no avanço tecnológico, mas também na melhora comportamental social do homem como "ser quase humano".
É infrutífero buscar solução na causa equivocada.
Apenas trocamos de problema, mas o final é sempre o mesmo.
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