novembro 18, 2025

Sentido de Vida

 1° Edição,  sem  revisão


Quem nunca se deparou com a pergunta:

Qual o sentido da vida?

Vivemos de propósitos passageiros que vão disfarçando essa lacuna de conhecimento, que nos momentos extremos, parecem faltar como os alicerces que mantêm a nossa força e o equilíbrio de viver.

Garantir o futuro dos filhos, superar os desafios no emprego, administrar a nossa vida social, e buscar alguma compensação para tanto esforço, mediante momentos de descanso ou fuga, onde uma viagem parece preencher o vazio do cotidiano que nos coloca como galinhas poedeiras, precisando sempre provar nossa produtividade social, econômica, técnica e mesmo emocional, seja no suporte daqueles que nos rodeiam, como em nós mesmos.

Eu vivi como um surfista que pega uma onda e logo busca a emoção da próxima, aperfeiçoando suas habilidades e satisfazendo o ego que parece um vórtice tragando o propósito de viver.

Pior que o surfista que desafia as ondas ao mesmo tempo que teme o tubarão que surfa junto buscando seu alimento, vira e mexe eu sentia a sua abocanhada, exigindo de mim qual o sentido final do depois, aquele “depois” de tudo, como um final de festa em que resta a limpeza para cair na realidade.

Muitas vezes no auge do desespero parei de surfar.
Nestes momentos, tornava-me o próprio tubarão que devorava o meu sentido de viver.

Eu precisava de uma solução, mas questionar o sentido de viver é tão sem sentido quanto perguntar a um bebê quais são seus planos de vida.
Se você pensar que é exagero, basta comparar a parcela de conhecimento humano diante do Universo.


À medida que o tempo passava, eu amadurecia, e começava a juntar algumas frases atribuídas a Jesus, buscando algum outro ângulo de abordagem.


1- "E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados."
Mateus 10:30

2- “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem.
Eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.”
João 10:27–28

3- “Por isso o Pai me ama: porque dou a minha vida para a reassumir.
Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou.
Tenho poder para a dar e poder para a reassumir.” 
João 10:17–18


Juntando tudo isso, comecei a pensar que talvez, melhor que buscar um sentido de vida, seria ponderar primeiro a importância que Jesus dá a ela.

Na segunda frase citada acima, Ele também afirma ser responsável por nossas vidas, e deixa a entender que se estende a todos.

Jesus não precisava ter vindo, como ele deixa claro na terceira, e prova que domina a vida através de sua ressurreição no terceiro dia.

Ele morreu por livre e espontânea vontade, como exemplo de fidelidade aos princípios que ensinava. Poderia ter fugido, renegado sua fé, desmentido, etc.

Isso é um ponto importante a ressaltar.
A sua morte é interpretada como um ato para redimir nossos pecados.
Eu interpreto essa redenção através do nosso próprio esforço ao seguir seus ensinamentos:

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”
João 14:6

A interpretação de que a Sua morte "lava os nossos pecados", induz a uma conclusão inadequada àquele que se precipita, podendo imaginar que isso aconteça sem o nosso próprio empenho, como se já tivéssemos lavados pelo seu sacrifício!

Vejo isso como uma manobra religiosa, e tem seu lado positivo.

Quem lava os nossos pecados somos nós mesmos, onde o exemplo Dele da Via Crúcis deixa mais que claro que será pelo nosso próprio esforço ao atender os seus princípios, custe o que custar. Ele, na verdade, dava o exemplo vivo de que cada um deve carregar a sua própria cruz.

Fica difícil divulgar uma religião que leva ao extremo o exercício de seus preceitos.

"Se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor perder um dos teus membros do que ter todo o corpo lançado no inferno."
Mateus 5:29–30


Então, eu imagino que alguém deu “um jeitinho” de não assustar os fiéis menos fervorosos usando uma frase com interpretação dúbia.

Após juntar Suas demonstrações de amor, certeza, comprovações (seus milagres), coerência onde seus ditos se consubstanciam apesar de contextos diferentes, e todo o sacrifício e empenho que Ele próprio trouxe a si, só podem conduzir a uma única certeza:

“A vida é algo extremamente importante para ter justificado a Sua vida entre nós, com todo o sofrimento dela decorrente.”

Não sabemos o propósito final da vida, como ela acabará quando todos estiverem em equilíbrio através de seus ensinamentos, mas sabemos que seu propósito é a construção, e a reconstrução de nossa natureza conforme seus ensinamentos.

Então, mais lúcido pelos anos, eu me repreendi, entendendo que buscar entender algo que não podemos, além de pretensioso, não deveria servir de justificativa para escaparmos àquilo que realmente dá sentido à Vida, por hora, ou seja, trabalhar em nós a tentativa diária de viver os seus ensinamentos no limite de nossas forças.

Afinal de contas, pelo primeiro item da lista acima, se até nossos fios de cabelos estão contados, tudo que nos acontece segue a Sua lógica, que ainda não podemos entender, tal como a criança que na escola aprende coisas que não sabe onde irá utilizar, mas que através do tempo e de seu empenho, vem mais tarde agradecer o exercício de uma tarefa que parecia inútil, mas que consubstanciou o seu crescimento pessoal na fase adulta.

E àquelas crianças que rejeitam o aprendizado, justificadas por suas dúvidas ou certezas imaturas, que servem mais como desculpa da preguiça que busca o conforto do hoje, esquecendo a construção do amanhã, aprenderão suas lições, mais cedo ou mais tarde, pela forma mais difícil, porque a oportunidade desperdiçada cobra tributo caro.



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