outubro 17, 2011

Punição é mais efetiva que estímulo?



Certa ocasião, após ler uma notícia na BBC, enviei um email a um grupo, cujo conteúdo segue abaixo.

Super Example of Life - PORTUGUESE



Retornaram o seguinte comentário: 

26 anos preso injustamente???
Que tristeza.... nada pagará ou apagará..


O que me levou a ponderar o seguinte:

Realmente...
O seu comentário suscitou-me reflexões antigas, sumarizadas em 10 tópicos principais.
Aqui vão...


1. Quanto a pagar, considerando que a promotoria é do "estado", então quanto ficaria a indenização do "estado" para um caso assim???
"É pagável???"

2. São exemplos como esses, bem como outros no dia a dia, que me fazem crer que, embora tenhamos socialmente caminhado bastante, nossa sociedade ainda é mais punitiva que estimuladora.

Nossas leis são pródigas em punir, mas proporcionalmente quase omissas em premiar.

3. Ainda somos uma sociedade globalmente "draconiana".

4. Se por exemplo, as regras de trânsito procurassem também premiar um bom motorista por boa condução após alguns anos, por exemplo concedendo um limite de velocidade um pouco maior dado à sua habilidade e responsabilidade comprovadas ao longo do período, tenho a certeza que teríamos uma soma positiva dobrando os efeitos finais, onde a punição empurra e a premiação puxa.
O efeito final seria muito maior, estimulando o ego das pessoas a adquirirem o "status de bons motoristas" com tratamento diferenciado.
Afinal, movemos céus e terras para satisfazermos nossos egos.

Lembrando que a lei estabelece os limites nivelando sempre por baixo, para que possa atender a maioria, então de que serve melhorar?

5. Eu acredito que legisladores deveriam cursar "psicologia", ou ao menos manter um corpo de psicólogos, de tal forma que pudéssemos legislar de forma "mais esperta".

6. O caso é que punir é fácil.
Estimular exige inteligência.

7. Lembrando o email da Isis sobre "tiradas políticas", eu me lembrei de uma econômica, atribuída ao Lee Iacocca (se não me falha a memória), quando um executivo causou um prejuízo monstro na companhia.
Questionaram-no porque não o demitia, e ele respondeu:
"Agora que nos custou alguns milhões de dólares para que ele aprendesse, porque o daria à concorrência?"

Tenho a certeza que a redução do stress pelo medo e o estímulo do senso de justiça estimulam positivamente o comportamento humano, que aliado ao estímulo pela premiação, tornariam a conduta humana mais próxima do desejável socialmente, acelerando seu crescimento moral e social.
Um hábito induz outro.

8. Muitos pais, inconscientemente, absorvem este comportamento social draconiano, reduzindo os efeitos da educação que poderia contribuir muito mais efetivamente, mas cuja estratégia punitiva acaba gerando mais rejeição e isolamento entre pais e filhos.

9. Como vemos, é literalmente uma grande teia, uma web não apenas digital mas também social, onde os comportamentos são herdados e interativos, com direito a "efeito dominó".
Afinal, a digital apenas gradativamente materializa a social.

10. O mundo muda, mas muda lentamente.
A tecnologia anda mais rápido.
Caminharíamos para uma sociedade moralmente muito aquém de seus avanços tecnológicos??
Então, neste caso, podemos começar acreditar em alienígenas pilotando naves espaciais pelo cosmos enquanto torturam suas vítimas...

Pois é... viagem! : ))
Ou talvez, pesadelo...

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