Indivíduos inconformados com as dificuldades para atingir seus objetivos muitas vezes lançam mão do argumento que "o fim justifica os meios".
Acreditam possuir este direito em função da nobreza de seus propósitos.
Quando uma lei ou regulamento são desrespeitados, criticamos, principalmente quando fere um direito que temos.
Quando você reclamar pela decepção que teve com algum político, lembre-se que esse mesmo político pode devolver-lhe a mesma resposta: "Muita das vezes, sim" , já que justificaria pelos "seus próprios fins, ou seja, os dele".
O argumento também foi muito conveniente aos comunistas e extensivamente usado.
Presumo que seja útil também a um "Jong-un", pois pessoas assim alegam que o "seu especial propósito" contém em si a justificativa suficiente para desrespeitar aquilo mesmo que eles procuram estabelecer.
E ancorando-se nos exemplos que a história nos oferece fartamente podemos repensar aqui, alguns outros, inclusive mais fortes, mais sofridos.
Recorda-me "Mein Kampf " cujo título original era “Viereinhalb Jahre [des Kampfes] gegen Lüge, Dummheit und Feigheit” – “Quatro anos e meio de luta contra mentiras, estupidez e covardia”, alterado porteriormente por Max Amann.
Repare que os títulos "parecem cheios de razão"!!!
Trata-se de uma narrativa repleta de justificativas, onde o "fim a título de propósitos muito especiais", justificariam mais tarde os meios que fizeram a humanidade mergulhar em vasto sofrimento a partir de setembro de 1939.
Mais detalhes aqui.
Ou seja, atropelam direitos (ou melhor explodem :-) ) , no desejo de alcançar seus fins.
Há também os exemplos menores e menos radicais, fartos no noticiário político para aqueles que acham que é exagero os exemplos anteriores, mas lembre-se, o que consideramos aqui é a similitude de princípios.
Enfim, a lista daqueles que um dia acreditaram que "o fim justifica os meios" é tão grande, que só é menor que a lista dos males causados.
Do mais radical exemplo, ao mais simples, todos têm em comum uma coisa: o mesmo princípio - "eu quero fazer valer o que penso, no que eu acredito, e não importa a regra que tenha violentar para obter os meus fins".
Não podemos nos igualar conceitualmente àquilo que renegamos.
Repito.
Não podemos nos igualar conceitualmente àquilo que renegamos.
Hoje, o argumento "pode parecer" a seu favor, mas amanhã poderá ouvir de alguém a mesma frase, no sentido oposto, na violação dos seus direitos.
Um erro não justifica outro.
E quando a lei perde o respeito, o que sobra de uma sociedade?
Então, vira terra de ninguém, ferindo até mesmo o direito à propriedade.
Só é possível ponderar com clareza sem o exercício do orgulho.
A sociedade equilibra-se pela tênue linha do direito, do respeito aos conceitos e princípios, assim como equilibra-se o ecossistema da Terra através de sua fina camada atmosférica.
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O "Estado Islâmico" justifica suas transgressões por amor a "Alá" (Deus).
Um fora da lei justifica suas transgressões por amor a si mesmo.
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Quem pactua com o erro, não tem direito de reclamar do desrespeito.
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É improvável que a obsessão em conseguir algo deixe entrever a razão.
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Você só constrói um mundo novo melhor não repetindo os mesmos velhos erros.
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