março 08, 2018

Políticos ou Empresários, Onde está a culpa?



Rebate ao artigo que circula pelas redes sociais, publicado no Le Monde Diplomatique - Brasil.


O processo político-econômico lembra um modelo simbiótico reflexivo, onde um depende do outro alternadamente, trocando momentos de condução e submissão, ora assumindo papel ativo, ora passivo e outras vezes de sócio, coautor ou cúmplice.


Nao existe papel fixo nem para o bandido nem para o mocinho. Na troca de interesses, a maioria das vezes, assumem o mesmo papel, concomitantemente.

Se o povo é mula de carga ou patrão, depende exclusivamente dos contextos dos momentos políticos no cumprimento das necessidades demagógicas.

A verdadeira garantia que ambos, políticos ou empresários, poderiam oferecer àqueles que sustentam o sistema através do labor advém da própria conciência moral, puro fantasma que não encontra abrigo nem mesmo nas tumbas reconditas da consciência, já que até elas dependem dos interesses econômicos que subjugam completamente estes tipos de atores da vida.

Eles, em sua maioria, afluem naturalmente para estas posições pela natural afinidade que estas oportunidades oferecem à natureza humana mais ambiciosa que social, pura ironia que atropela qualquer modelo humano de gestão sócio-econômica.

O povo é uma massa heterogênia e disso decorre sua impotência, fraqueza e submissão.

Momentos históricos únicos concederam poder temporário às massas justamente por conseguir tecer fios de coesão nos interesses comuns confeccionando o régio e fugaz manto de suas efêmeras vitórias.

A maior parte do tempo o povo veste-se dos farrapos de suas convicções esparsas, difusas, divergentes e na maioria das vezes disformes com a sua realidade ou mesmo inconscientes dela própria, em sua maioria.

Um sistema reflete a natureza de suas partes e portanto imaginar que pode trair a si mesmo num milagroso ato que excede à própria compreensão de sua natureza é o mesmo que esperar de um sapo um voo alado a grande altura. Sapos não nascem para águias.

Sistemas políticos ou econômicos são como as garrafas que não têm poder de mudar a natureza daquilo que contêm,  apenas preservá-los em suas próprias transformações, tal qual  os vinhos que maturam pelo tempo, mas que levam em seus rótulos a esperança do consciente coletivo.

 Marketing...

O resto é pura esperança, já que dizem ser a última que morre.
Será mesmo?

André Dias

diplomatique.org.br


NOTA:

Esta página é dedicada à minha irmã Iara.

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