Embora criança, não passavam desapercebidas aos meus olhos infantis muitas percepções que os adultos julgavam que não entenderia, então dessa forma, as conversas seguiam indiferentes à minha presença o que me rendeu muito aprendizado, diante de um pai muito culto e amizades similares.
O grande algoz da ditadura foi a “paranoia” da inteligência militar que não vacilava em desaparecer com alguém e torturar, seja por uma declaração divergente que pudesse representar um possível perigo em uma mesa de um bar, ou mesmo pela companhia imprópria de alguém comprometido.
Estes exageros desgastaram muito o regime militar que não soube dosar e agir com sagacidade social. Eram truculentos.
Os militares aprenderam muito com a lição, e hoje contêm-se em seus redutos, aguardando.
Fora isso, daquilo que me recordo, o Brasil caminhava na ordem com segurança, saindo do atoleiro e subindo a rampa de seu fugaz momento de glória antes de mergulhar na ditadura da corrupção.
Aqueles que criticaram a ditatura sem o equilíbrio da inteligência, hoje precisam conviver com a ditadura do crime, cujo crime maior é o desrespeito humano generalizado, indiscriminado, vitimando todos sem qualquer critério que o da ambição alucinada.
O equilíbrio pertence aos estágios maiores da evolução.
Enquanto isso, navegaremos nesta direção no mar revolto das emoções irracionais, da ignorância e da perplexidade.
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