Ao ler hoje de manha, na primeira página do Jornal Estadão, imediatamente ocorreu-me que a manchete parece carregar um tipo de racismo implícito, subliminar, em nossas crenças, ou seja, não percebida, mas determinante na influenciação modificadora do nosso comportamento.
Por que "população negra"?
Marketing para atrair uma parte da população baseada em critérios raciais?
Sim, parece óbvio, mas vamos pensar melhor sobre isso.
Por que não apenas "população" com uma foto incluindo várias raças, inclusive a negra?
Os próprios negros também fomentam a perpetuidade do racismo quando exigem para si benefícios e distinções baseadas na cor da sua pele.
Por exemplo, garantia distinta de alocações em instituições de ensino.
Qualquer distinção, privilégio, direito ou negação deles com base em critérios físicos é racismo implícito, por mais justificável que seja o seu contexto, como é o caso da manchete acima.
Mantenho a convicção que não houve por parte do editorial daquele jornal qualquer intenção racista, porém racial.
Isso é fruto desse racismo, quase inconsciente, que tanto aqueles chamados de "brancos" quanto aqueles denominados de "negros" carregam no subconsciente e que continua a alimentar esse equívoco humano de carácter genocida.
Isso me faz lembrar o episódio quando Einstein desembarca nos EUA, fugindo da perseguição nazista, que se baseava também em critérios de distinção fenotípica (conjunto de características genéticas observáveis no corpo) para sustentar seu genocídio em massa.
Ao preencher o formulário da imigração, no campo "raça", ele parou por um momento, pensou, escrevendo depois em letras maiúsculas: HUMANA.
Somos todos HUMANOS, indiferente à cor da pele, seja branca, amarela, vermelha ou negra.
E no futuro, quando houver uma geração nascida em Marte, teremos também os "verdes". :-)
Dessa forma, enquanto entendermos que a cor da pele define necessidades diferentes, continuaremos racistas, quer implícitos ou explícitos, agressivos ou complacentes.
E se também considerarmos a miscigenação das raças, tal distinção torna-se ainda mais insustentável.
E aqueles que lutam pela abolição do racismo e da escravatura cultural impregnada em nossas almas, devem ter em mente o cuidado constante de expurgar do afã de sua luta por direitos igualitários aquelas justificativas onde os critérios e as atitudes estejam contaminadas desse hábito social de distinção por raça, pois que são contraditórias aos próprios objetivos que buscam alcançar.
Ninguém luta efetivamente contra a discriminação usando o mesmo princípio.
É o mesmo que tentar enxugar com água.
O caminho da prosperidade geral e da paz, sua consequência, inicia pela compreensão que somos TODOS, sem exceção, filhos do mesmo "Pai", independente à crença que se tenha sobre a origem da vida.
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