junho 28, 2021

A LIDERANÇA MUNDIAL SE CONSOLIDARÁ ATRAVÉS DE NOVOS PADRÕES

 


 




O modelo de liderança atual fundamenta-se nos mesmos padrões que têm justificados as intermináveis guerras que recheiam a história de conquistas temporárias de liderança e poder.

São eles:

- O medo de perder a autonomia justifica tudo em nome da liberdade em defesa da pátria, apesar de que muitas vezes seus cidadãos sejam escravos dessa mesma pátria.

- A ambição pelo enriquecimento à custa da pilhagem (taxação, etc.).
Esse é o sentido que predomina a maioria das invasões.

- O controle ideológico.
Se não pensam como nós, logo se tornam uma ameaça à autonomia do nosso modo de vida.
O controle ideológico é uma crença tão intensamente arraigada à nossa forma de agir e sentir, aliás, mandatória em nossa vida pessoal, que se torna aparentemente um motivo diferente dos dois anteriores, quando na maioria das vezes apenas os acoberta, justificando “religiosamente” ou “filosoficamente” o sentimento de escravidão que rege nosso pensar.

Sim, escravidão ainda é o princípio que sustenta o nosso modo de ver e agir como cidadão, comunidade, povo e nação.
Observando-se melhor, tanto o primeiro caso (a proteção da autonomia), como também o segundo (pilhagem), são, na verdade, meios de melhorarmos nosso “status quo” através da exploração de terceiros e isso é o princípio que rege a escravidão — ou seja, a submissão pela imposição a terceiros de modo a atender os nossos interesses sem a noção equilibrada de vantagem recíproca.

A exploração de terceiros é intrínseca ao nosso modo de pensar, a tal ponto, que apenas classificamos como “escravidão” os seres submetidos à nossa vontade que são de nossa própria espécie, do contrário, escravizar tudo aquilo que não é “humano” parece como algo natural, como se tudo o mais girasse em torno de nosso ego.

O conceito de “geocentrismo”, onde a Terra seria o centro do Universo, foi reflexo desse sentimento que ainda predomina o nosso Universo de pensamento onde todos os seres e coisas parecem estar lá exclusivamente para atender às nossas necessidades de bem-estar.

"A verdade é que cada um de nós tem uma convicção inata de que o mundo inteiro, com todos e tudo nele, foi criado como uma espécie de apêndice necessário de nós mesmos.Nossos semelhantes foram feitos para nos admirar e atender às nossas várias necessidades."
Jerome K. Jerome (1859-1927)

Através dessa franca introspecção sobre quem realmente “ainda somos”, fica muito mais fácil entender o porquê de tantas guerras, que não só consomem recursos preciosos que poderiam ser empregados na construção de uma sociedade mais avançada moralmente, como também contribui para a destruição do planeta como fontes de aquecimento global, poluição e destruição.

Esse é o panorama atual que herdamos desde os tempos que se perdem no tempo e ditam o nosso comportamento.

Diante de um planeta agonizante, a necessidade ditada pela redução dos recursos, fomentará o aumento da disputa e da tensão, acrescentando ao nosso instinto “escravocrata” um sentimento de justificar “atos genocidas” cada vez mais frequentemente, até cair na trivialidade do cotidiano, exacerbando a nossa agressividade e nos tornando ainda mais impermeáveis às percepções de que o comprometimento dessa “fartura” do passado que nos permitiu continuarmos arraigados a esses vícios emocionais, comprometerá a nossa sobrevivência futura, ao menos da forma como conhecemos nossa sociedade hoje.

Existe um instinto que prevalece sobre os demais  — o instinto de sobrevivência, autopreservação.
Ele pode ser a ponte para a mudança comportamental planetária da nossa espécie.

Hoje buscamos a autopreservação a qualquer custo, resolvendo o agora e comprometendo o amanhã. Se continuarmos nesse curso de ação, faltarão também recursos humanos porque será inevitável que o nosso autoextermínio venha a reduzir o número de participantes dessa provável corrida genocida.

Antes de atingirmos tão degradante estágio de autodestruição, ainda resta a possibilidade de que grupos mais racionais comecem a perceber que não existe nação sem que se cuide de seu povo e entender a importância disso como alavanca política de estabilidade e manutenção da força de uma nação.

Uma nação torna-se forte através de um povo fortalecido.
A miséria e a fome nunca sustentaram o poder por muito tempo, mas são instrumentos certos do caos quando morrem as esperanças e nasce a revolta contra os próprios instrumentos de poder que fracassaram em sua missão.

Se grandes líderes começarem a formular uma projeção provável do que seria o povo descontrolado pela ausência generalizada da subsistência básica, onde o conceito de “estado” é suplantado pela sobrevivência a qualquer custo, também começarão a perceber que a força da liderança política virá se consolidar através de quem forneça um plano de esperança consistente subsidiado em ações de preservação e reconstrução do “habitat” que nos preserve como “humanos”.

As nações que investirem no cometimento desta meta arregimentarão a cumplicidade de outras, cujo bloco se constituirá no alicerce do poder que definirá a nova ordem.

Não importa quanto poderosa uma nação possa ser isoladamente, porque o isolamento será a sua maior fraqueza.

Essa mudança comportamental que sucede os momentos críticos, inclusive em nossa vida pessoal quando os acontecimentos inesperados dão uma guinada em nossa forma de viver e pensar, sustentará a força pela esperança no sucesso da nossa sobrevivência sob um novo padrão comportamental que erradicará o modelo anterior em direção ao aperfeiçoamento “sócio-moral” de nossa raça. Ele virá pelo mesmo medo que sustentou o padrão anterior, porém modificado pelo medo do extermínio.

Poderá ser a grande guinada que alçará voo pelas mãos dos políticos e líderes hábeis que puderem fazer a leitura dessa ansiedade humana crescente em favor de conduzir a massa na direção da liderança que nutre o futuro. Ou seja, a liderança se consolidará pelo esforço político em catalisar a esperança e o empenho coletivos na reconstrução da vida.

A nossa mudança comportamental não virá pela bondade, nem pela inteligência, mas justamente pela reengenharia daquilo que nos conduziu ao estado crítico —  medo e ambição.

Coletivamente, tememos mais que racionalizamos, inteligimos menos que sentimos. Nada mais natural que a mudança se realize pelas mesmas forças que nos conduzem prioritariamente.

Toda a natureza parece, geralmente, ser regida por esse princípio de autocontrole, nascimento, apogeu, queda e transformação em direção à adaptação mantendo o ritmo da vida pela evolução.

 

 



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