Todos nós temos nossos inimigos internos, fantasmas dentro de nós, frutos da nossa forma de reagir às coisas.
Eu tenho vivido bem comigo mesmo.
Exorcizei minha consciência, a casa do nosso eu.
Entendo que devo isto ao fato de ter aprendido uma forma boa de conviver com o erro dos outros e, por conseguinte, com os meus próprios.
Aceitando os erros dos outros ficou muito fácil aceitar os meus.
Isso faz lembrar que “É perdoando que se é perdoado”.
Isso não acontece porque Deus faça barganha.
É consequência lógica de um padrão de cobrança que nos autoimpomos.
Também aprendi melhor sobre o que é perdão.
Perdoar não é oferecer condições para esquecermos o que foi feito e com isso facilitar que se repita o erro.
Usar o esquecimento como estratégia de perdão, não é perdoar.
Faz mais sentido entender o perdão como parte da nossa conscientização de que não é carregando peso desnecessário que podemos avançar mais rápido na construção de nossas qualidades. Pelo contrário, fixar-nos na culpa do que fizemos não nos redime do que foi feito, apenas nos imobiliza e desperdiça o tempo e a energia que podemos investir em compensar nossos erros com ações efetivas que revertam ou amenizem o mal que causamos.
Perdão não é ser complacente, conivente ou facilitar a continuidade do erro por inanição, aceitação ou tolerância daquilo que não está bem, daquilo que não traz bons frutos.
Perdão é substituir um sentimento ruim por algum bom que ajude a consolidar o crescimento do nosso entendimento no sentido de amparar nossas ações de forma a não repetirmos os mesmos erros, compensando aqueles que já foram feitos, nem tão pouco continuar contribuindo para sustentar erros do próximo, o que nos torna coniventes.
Errar faz parte do processo.
Continuar errando não.
Repor o mal com o bem é o único caminho do perdão verdadeiro.
Omitir-se a título de perdão é na verdade omissão por comodismo.
Entendemos tão pouco de perdão, amor e educação, que é justamente o caminho em direção a esse conhecimento que concretiza a evolução moral de nossas almas ao longo de nossas reencarnações na busca pela felicidade.
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