março 30, 2025

Analisando Governos Através de Um Oportuno Exemplo

 

Vou utilizar o exemplo Trump vs. Musk, porque um caso internacional reduz a interferência emocional de cidadão e as suscetibilidades políticas nacionais, o que deixa o assunto mais fácil de ser analisado por nós brasileiros, contudo não ocorre o mesmo para os estadunidenses — “Sorry for that, but maybe, an american may do the same using another country as na example, like Brazil, for instance! 😊”.

 

Os EUA caminhavam para a falência.
As contas não fechavam, exigindo sempre aportes adicionais através de árduas lutas políticas para a autorização de extensões de gastos.

Os EUA arcavam, e ainda arcam, com muitos programas globais de suporte criados em outras eras e contextos, e também muitas ações militares externas cujo fracasso ficou latente, enquanto o cidadão americano ficava sem apoio à saúde pública e à educação.

Tudo isso ainda acrescido de uma política externa e de uma filosofia econômica de globalização que fragilizou extremamente os meios de produção internos e portanto devorou muitos postos de trabalho.

Essa estratégia deixava claro que o enfraquecimento interno estadunidense versus uma política externa altamente dispendiosa levavam os EUA à insolvência.
Por duas vezes precisaram revisar o teto de gastos do governo estadunidense, autorizando sua ampliação, denotando uma crise que ficou latente ao término do governo Biden.

Se eu tivesse direito de voto lá, seria um democrata, não porque o partido esteja no melhor caminho, pelo contrário, mas porque entre dois males só resta escolher o “menos ruim”.

E por que?
O partido republicano historicamente está muito associado com “extremismo”, enquanto o partido “democrático” é mais aglutinador socialmente, já que busca resolver assuntos políticos de maneira mais inclusiva, tal como a discussão de gêneros, política externa agregadora, etc.

Embora eu seja de alma um “democrata”, mesmo que estadunidense fosse, fica evidente que Biden e o partido democrata havia “perdido a mão”, presos em contextos do passado, o que resultaria no ocaso da supremacia americana, levando os EUA ao caos em poucos anos, ou talvez menos se ousassem um confronto bélico globalizado. E não estavam longe disso...
Putin percebeu a fragilidade e fez seu jogo, aliás muito bem feito, embora não signifique que esteja necessariamente correto, mas sim efetivo do ponto de vista dele próprio, tal como expansionismo territorial e político.

Convém lembrar da desastrosa política nuclear interna estadunidense, quando um tratado de desarmamento nuclear, abriu espaço para que os Russos espertamente o utilizassem como meio de atingir a supremacia mundial nessa tecnologia, enquanto os estadunidenses usaram como um subterfúgio para diminuir suas despesas ignorando a oportunidade de crescimento dos russos neste sentido.
Erro terrível.
Armas nucleares são necessárias para manter o equilíbrio entre os desiquilibrados governantes de nosso planeta.
Você não pode usá-las sem o risco de autodestruição, mas precisa tê-las para não se submeter à chantagem daqueles que têm!

É um absurdo do ponto de vista humanitário?
Sem dúvida, mas a nossa primitividade gananciosa acaba por exigir tais soluções de modo a manter as fronteiras no lugar em que estão.

Eu realmente não posso acreditar que o governo dos EUA estivesse alheio a tudo isso.
Certamente sabiam, mas diante do excesso de gastos, fecharam os olhos, assim como fecharam os olhos para a fuga do capital produtivo investido nos países asiáticos.
Esse ônus dos governos anteriores levaram os EUA aos desafios atuais e que Trump imagina resolver de supetão, tal como um garoto bravo e intempestivo.
Muito do que ele pensa estaria num bom caminho se a forma de fazê-lo fosse adequada.
Isso seria pedir muito de Trump.

Outro quesito a considerar é a discriminação de gênero incentivada pelo partido republicano, outro tópico que condena o partido pelo seu extremismo.

A força de uma pessoa trans a ponto de transformar a sua fisiologia original em outra, certamente determina a construção de um carácter forte impulsionado por uma natureza tão intensa como aquela que é imprescindível num campo de batalha.

Eu só faço um tipo de discriminação!
Eu apenas discrimino pessoas pelas suas atitudes, mais do que palavras, embora estas últimas possam ser uma antecipação do futuro ou apenas uma solução social de verdade que podemos ignorar.

Apesar de não gostar do estilo “Trump” e “Musk”, é preciso sangue frio e imparcialidade para ver os erros e acertos da forma mais próxima ao pragmatismo que uma administração imbuída da obrigação de fortalecer seu país precisa atender.

O que justifica parcialmente as atitudes desse governo “Trump/Musk” é a extrema necessidade de redução das despesas em função da necessidade maior de realocar recursos econômicos para outras necessidades mais emergentes que o tempo provou necessárias, reconstruindo seu parque industrial e sua independência econômica que no passado suportou e permitiu a sua vitória na WW2.
Um país sem autonomia é presa do inimigo.

Porém... é aquela velha história...
O tempo passa e as prioridades mudam, e a inércia política impede a ação em tempo real.

A tendência à oligarquia e à ditadura é mundial.
Ela  vai tomando as rédeas em todos os setores, sejam políticos, administrativos ou produtivos.


Por que?
À medida que uma população se torna mais rebelde, menos comprometida com as necessidades públicas e sociais, maior a necessidade de políticas fortes, ditatoriais.

Veja um exemplo.
Quando o povo sai às ruas de uma forma incontrolável, o exército acaba assumindo a tarefa de restituir a ordem.

O exército é uma instituição “ditadora” por natureza intrínseca à sua organização,  porque é extremamente hierárquica e sem a liberdade pessoal de manifestação ao longo da cadeia de comando, cujo princípio básico organizacional repousa no cumprimento de ordens recebidas que devem ser cumpridas 
de cima para baixo sem questionamentos, onde a análise pessoal não conta, ou conta pouco, ou ainda com ressalvas em casos especiais quando o a inteligência ou a esperteza de um superior reconhece o valor da informação de que precisa de um subalterno.

A famosa liberdade de expressão estadunidense sustentada pela primeira emenda começa a ser questionada e posta de lado através de soluções que a ignoram.
Estão mandando todos os arruaceiros de volta para casa.
https://www.nytimes.com/2025/03/20/us/politics/republicans-trump-free-speech-campuses.html

Fazem muito bem!!!
O que um estudante estrangeiro tem que se intrometer e tumultuar o país onde é visita?
Afinal ele foi lá para estudar, ou para trabalhar como agitador político subsidiado por interesses de seus país de origem?

Não é uma forma interessante de guerrilha aproveitar-se das amenidades legais de um país para enfraquecê-lo e confundi-lo socialmente?

 A imigração em massa tem o mesmo efeito.
O indivíduo entra no país com a mão estendida de um pedinte, e tão logo melhora sua posição, busca influenciar a política interna do país que o acolheu trazendo os mesmos problemas que o fizeram evadir-se de sua terra natal.
Isso é latente principalmente para os povos com tendência ao fanatismo religioso, onde a forma de governo é teocrática (... acho que para bom entendedor, meia palavra basta!).

O partido democrático adotou a estratégia errada.
Tem sido muito "paizão ou mãezona", “dando muito mole”, e dessa forma não se mantém a ordem, assim como um sargento mansinho não comanda o pelotão, ou ainda, um comerciante que aceita muito fiado acaba falido.

Não só Trump, mas legisladores e políticos começam a compreender que o excesso de liberdade causa caos.
Ou seja, tudo que é extremo está fadado a problema extremo, quando então a solução extrema acontece, para então retornar à moderação assim que o sofrimento pelos excessos extingue a esperança social no extremismo.

A liberdade excessiva é um extremismo, assim como a ditadura é o seu lado oposto pela restrição extrema.

Crianças choronas e manhosas poderiam ganhar de seus pais essa percepção através de uma educação menos permissiva, mas justa, como um presente entregue logo na tenra idade, ajudando a construir uma sociedade menos alienada aos seus limites civis.

O que é preciso não é mudar de partido, mas o partido.

Os democratas precisam aprender que idealismo precisa andar de mãos juntas com o pragmatismo da autodefesa e do respeito empregados na defesa da construção da ordem social e econômica.

Está absolutamente certo mandar de volta para casa ativistas políticos estrangeiros disfarçados de estudantes.

Se o partido democrata não se realinhar rapidamente, aprendendo com as lições de seus fracassos e através da observação dos acertos republicanos, vai acabar virando o partido dos sonhadores  perdedores, vivendo de um idealismo do passado que impede que contribuam com o presente na manutenção da ordem através do exercício do equilíbrio que usa o autoritarismo despótico nos excessos despóticos sociais, concomitante à redução dos efeitos dos conceitos discriminadores que apenas dividem o povo estadunidense e enfraquecem o país, causando cicatrizes que duram gerações e não fecham.


Os EUA precisam recuperar o tempo perdido por políticas externas desastrosas e pródigas, onde tanto o partido democrata quanto o republicano são responsáveis.
Não acredita?
Analise as sucessões presidencias por partido.

Anteriormente, havia uma sintonia maior quanto a algumas das diretrizes majoritárias, que a polarização foi corroendo ao longo do tempo, à medida que os ajustes começaram a ser percebidos e as ações propostas divergiam. Isso é uma das causas da polarização em qualquer país ou cultura.


E como a Europa fica nisso pelas mãos da NATO?

O continente Europeu acomodou-se à política paternalista dos EUA, tal como a Alemanha, tornando-se displicente quanto às suas políticas militares internas de segurança, assim como tantos outros países deste continente. Era conveniente, tal como um filho mal acostumado com uma mãe superprotetora que vai fazendo pelo filho o que ele mesmo deveria fazer por si próprio.
É lógico que isso não funciona.

Agora, a Alemanha corre para recuperar o tempo atrasado, votando por um dos maiores orçamentos do pós-guerra para esta finalidade.
Fica óbvio que precisamos desconsiderar o período em que ficaram de mãos atadas pela derrota incondicional sofrida na WW2.

A NATO precisa renascer.

Esse desafio é também seu grande momento de reerguimento através do crescimento de seu papel e influência mundiais que precisam ser revistos.
Criado no pós-guerra (WW2), esqueceram que o tempo passou e que o contexto mudava paulatinamente.
Grave erro político de seus participantes que, talvez pelo comodismo ou talvez pela inércia política que rejeita tudo que é novo, foram de certo modo apáticos diante das necessidades que a realidade impunha.
Políticos fogem da rejeição como o diabo foge da cruz.

O EUA precisam se fortalecer a ponto de ficarem tão fortes quanto uma Rússia somada à China, porque este é o meio de se manter o equilíbrio político-econômico, vital à contenção do expansionismo territorial, como por exemplo a invasão da Ucrânia.

Infelizmente não é o que acontece por enquanto.
Parece que Trump tem a ilusão de dividir o bolo entre ele e o Putin.
No final das contas, é o Xi Jinping que vai apagar as velas!!


Alguns países da Europa, quando comparados ao passado, degradaram em pujança e perderam  a representatividade bélica e econômica que já tiveram.
Assim como os EUA, eles precisam repensar seus papéis no continente europeu.

Os países europeus são geralmente pequenos quando comparados a países continentais, alguns deles no topo da cadeia socioeconômica, então eles precisam compensar seus territórios menores com mais eficiência, a exemplo da Coréia do Sul.

É bom lembrar que a Coréia do Sul não é um exemplo ideal porque caiu no extremismo pelo excesso que conduz ao stress as novas gerações (burnout).

O grande desafio é a dosagem, porque a diferença entre remédio e veneno está na quantidade.
A moderação é um atributo da excelência, um desafio ao trabalho de aperfeiçoamento da nossa individualidade.

Extremismo é a emoção descontrolada que destrói e mata, cedo ou tarde.


A Inglaterra é um país insular que depende de suas antigas possessões obtidas durante o seu auge do colonialismo descarado e convertidas em “ Commonwealth realms”, um colonialismo com novo rótulo, que visa somar força política, além de proteção militar sob um título mais aceitável.

É uma solução relativamente limitada e frágil, como repetia a Rainha Elizabete — além de rainha era uma política sensível.
Seria preciso que seus participantes pudessem seguir o caminho dos pequenos países asiáticos para pertencer ao topo que o futuro reserva à supremacia dos vencedores na disputada tecnologica que irá compensar os obstáculos inerentes ao seu espaço geofísico natural.
Provavelmente, à medida que alguns deles despontarem em pujança, buscarão independência se o “Commonwealth” não se tornar genuinamente interessante às partes.


Nenhum partido tem todas as verdades, nem todas as melhores soluções.

Assim como cada um de nós precisa trabalhar em equipe, unindo forças para a consecução de um objetivo comum, a despeito de nossas diferenças pessoais e mágoas, também os partidos políticos precisam exercitar a união independentemente dos interesses e vantagens econômicas dessa relação, tal qual a divisão de dois rios que se unem para desaguar na foz de um estuário fluvial, já que um país pode ser imaginado como um rio ou lago.

Trump vai exercendo a autocracia.

Eu penso em Trump como um "projeto", porque ele, afinal, é um projeto de retrocesso político.

É fácil começar um projeto.
Difícil mesmo é finalizá-lo bem.

Hitler parecia tão fantástico em seu início aos olhos ansiosos e ingênuos de uma população ansiosa e  agressiva querendo soluções mágicas, de uma hora para outra, como forma de compensação de erros acumulados ao longo de sua trajetória enquanto nação, assim como toda a parcela da população estadunidense que votou em Trump por similitude de sentimentos.

Hitler caiu, e levou todos juntos, assim como os seus devaneios de poder.


Trump/Musk percorrem um caminho de recuperação pela imposição de poder.

O que preocupa não são os devaneios, 
mas a forma de implementá-los.


No final das contas, a diferença entre o sucesso e o fracasso está mais na forma de implementar um objetivo que nele próprio, já que todo objetivo evolui ao longo da sua execução, ou fenece pela sua improbidade.

Faço votos para que os EUA não precisem destruir seu passado para reconstruir seu aprendizado de retorno para ele.

Todos, enquanto cidadãos ou países, precisam que o maior bastião da democracia mundial reencontre seu caminho, ressurgindo da experiência do amadurecimento que finalmente pode compreender que democracia não é liberdade ampla, mas divisão de poderes com responsabilidades conjecturais.






 

 

>sites

https://www.nytimes.com/interactive/2025/us/trump-agenda-2025.html

https://www.nytimes.com/video/us/politics/100000010059382/democrats-responding-to-trump.html

 

 

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