"Emoções ou sentimentos são estados de desiquilíbrio da força."
Parece algo tirado do filme "Guerra nas Estrelas".
Acredito que o autor tenha tentado denominar de alguma forma
a energia que constitui a expressão do espírito - esse "algo" que
anima a matéria.
E penso que a "força" seria a energia gerada pelo
efeito existencial.
Vou denominar aqui de efeito-existência.
Vou denominar aqui de efeito-existência.
Entendemos como super natural que sejamos regidos pelos
sentimentos - raiva, tristeza, dor, amor, alegria, medo, vaidade.
De fato o é porque definem nossa natureza corrente.
Tal fato pode assumir outra visão se visto por outro ângulo,
utilizando outro referencial.
As religiões têm em comum que os efeitos das nossas ações
formariam o nosso resumé, utilizado em nosso julgamento por uma divindade.
Seja essa divindade interna, nós mesmos através da nossa
consciência, ou externa, algo como Deus.
A divindade pode ser vista como alusão a um novo referencial
- uma outra forma de vermos a nós próprios.
Porém, e se pensarmos em outra direção?!...
E se o sentimento for apenas uma representação instável do
desiquilíbrio do efeito-existência?
Instabilidade nos remete a pensamentos de controle.
Controle é de certa forma repressão, limitação de algo que
pode fugir do desejável.
Se há controle, há presença de desiquilíbrio.
A ausência de desiquilíbrio dispensaria qualquer controle.
Eu penso em "equilíbrio" como um estado natural,
estável por natureza, onde não há alegria porque inexiste tristeza, onde não há
controle porque inexiste desarmonia.
Equilíbrio representa estabilidade, não há alternância de
estados emocionais.
Desaparecem os conceitos de dor-conforto, alegria-tristeza,
enfim toda a dicotomia emocional que nos rege.
No estado de plenitude a energia fluiria com intensa
harmonia e portanto inexistiria sentimento tal como o conhecemos.
A ausência de sentimento é por nós interpretada como algo
frio, sombrio e doentio, porque não conseguimos imaginar nada diferente daquilo
que não carregue a emoção em alguma de suas formas.
Faz sentido pensar que o estado de equilíbrio puro
aproxima-se de algo como não estar feliz por não ter tristeza.
Não se sentir confortável, por inexistir dor.
A dicotomia é substituida por uma forma única, pura e
estável.
É o estado da alma que transcende em direção à unicidade.
A razão não mais sobrevive como uma entidade autônoma,
disputando seu espaço com os sentimentos, como se cada um deles fosse parte de um quebra-cabeça instável, mutante onde as peças
repentinamente perdem seus encaixes pois que se transformam em outras durante o processo evolutivo em busca de
harmonia.
Tal como a luz pura, seríamos algo como um lazer do
efeito-existência.
O lazer porém é direcionado, ao passo que essa energia emanada do efeito-existência flui como uma frente de onda contínua gerada pela
forma-pensamento.
Forma-pensamento é um termo tirado da literatura espírita
onde o ser não mais faz uso da forma corpórea.
Toda a nossa vida parece girar em torno do controle e
melhoria dos nossos sentimentos.
Nossos erros são em sua grande maioria gerados por
disfunções emocionais.
Nossos meios de correção passam pela necessidade de
educarmos, aperfeiçoarmos e reavaliarmos emoções-ações.
Nossas ações são ditadas pelas emoções.
Nossa vida e as consequências que suportamos são presas das
mesmas.
Fica claro que a nossa existência tem como objetivo principal a educação
emocional, que se nutre do aprendizado constante que por sua vez abre os horizontes da percepção, agilizando a correção comportamental.
Afinal, o nosso comportamento é efeito de sentimentos somados.
Afinal, o nosso comportamento é efeito de sentimentos somados.
É por isso que é difícil imaginar algo diferente disso, e
supor que amor não é sentimento mas uma forte energia de harmonia agregadora,
construtora, buscando induzir tudo o mais no mesmo sentido que trafega.
Amor é a nossa concepção mais pura de sentimento.
Também muito confundida com os impulsos hormonais e as
carências emocionais.
Muitas vezes que pensamos amar, na verdade buscamos suprir
necessidades pessoais, tais como a fuga da companhia de nós mesmos, ou o meio
de equilibrar necessidades físicas.
O estado de plenitude não carrega esse tipo de amor.
Transcende a isso.Neste contexto, passa a fazer muito sentido a afirmação que o "céu está dentro de nós".
As emoções seriam como a ação dos ventos, das vagas, das correntes, da temperatura, da luminosidade, e dos tremores do solo. É um sistema caótico, e aleatório, de origem divina. Jamais saberemos a amplitude da próxima vaga, ou de onde soprará a próxima rajada de vento, mas ainda temos um mínimo controle sobre o leme e as velas de nossas vidas. Resta saber se somos bons marinheiros, e se escolhemos corretamente o porto de chegada.
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