O sentimento de solidão incomoda ou torna-se até insuportável à maioria das pessoas.
A solidão pode estar associada aos sentimentos de rejeição social, falta de aprovação e carinho.
É comum a necessidade de sentir-se aprovado, aceito e amado socialmente.
Tais sentimentos suportam nossa egolatria e carência.
Amor não é carência, pelo contrário, a carência vampiriza o amor.
Amar alguém é geralmente confundido com o sentimento de precisar de alguém.
Isso é carência. Não é amor.
Amor é dativo, capaz de sustentar até mesmo a capacidade de renúncia a si mesmo em favor do bem estar do próximo.
Um exemplo máximo de amor é a vida de Jesus — a renúncia levada a extremo pelo bem geral em defesa do amor pelo próprio exemplo.
A solidão é filha da carência, e a carência por sua vez da aprovação e aceitação sociais associadas à necessidade de nos sentirmos amados.
Outro vetor da solidão vem da necessidade de trocar, compartilhar e interagir quando aquilo que temos internamente não supre o que precisamos.
Por exemplo, quando pedimos uma opinião é porque a nossa própria não é suficiente.
Ou seja, só buscamos “lá fora” o que não temos “aqui dentro”.
Começamos a conhecer o verdadeiro amor quando começamos a nos livrar das carências que cultivamos, quando então também iniciamos a aprender a dar mais que receber. A necessidade de troca vai diminuindo, até desaparecer.
Egoísmo é o sentimento no sentido inverso ao amor que incentiva a carência.
O amor é dativo por sua natureza intrínseca de renúncia a si mesmo em favor do próximo, portanto é um fluxo de energia de dentro para fora que passa a ser sustentado pela alma capaz de gerar energia ao invés de mendigá-la através da carência, na tentativa de suprir o que lhe falta, seguindo o fluxo inverso do amor.
A solidão é uma grande aliada na conquista de nós mesmos, contribuindo para o autoconhecimento e construção da força interna que sustentará esse fluxo de energia de dentro para fora.
É por isso que tantos que procuram iluminação buscam o isolamento na construção daquilo que habitará em nós mesmos como elemento gerador de energia autossuficiente.
Ninguém dá o que não tem.
Vencer a solidão parece algo difícil ou quase insuportável, mas só no começo.
Com o tempo, fica cada vez mais fácil e a sensação acaba como uma memória do passado.
O que sentimos quando vencemos a solidão?
Plenitude.
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