janeiro 29, 2021

Você Reclama da Concentração de Renda no Capitalismo?





Entre comunismo e capitalismo democrático, por falta de melhores opções, sempre escolhi, sem sombra de dúvida, o segundo.


Se a sua escolha é oposta, provavelmente vai arguir que a exploração patronal em busca da concentração de capital não pode continuar sustentando um regime que escraviza trabalhadores.

Não posso tirar a razão daqueles que lutaram para que essa relação se tornasse mais justa, mas tão pouco posso dar crédito para uma crença que induz a um Estado forte que  resulta num "status quo" ainda pior.

No primeiro é o dono do capital tentando tirar proveito da força de trabalho e no segundo é o Estado submetendo seu povo para o mesmo fim, o empoderamento de um único partido, um único grupo de pessoas privilegiadas que se tornam os novos patrões totalitários de toda uma nação.

O resultado é sempre o mesmo, porém no segundo é pior porque o empoderamento é ainda mais centralizado. Nada mais é do que uma forma de ditadura.

No capitalismo, as diversas forças disputam poder e sustentam o governo, porém sendo democrático, mesmo que não totalmente democrático, já que seus representantes políticos, subjugados pela corrupção, fogem às suas funções de compromisso com a idoneidade de propósitos pelos quais foram eleitos traindo o povo que os elegeu, ainda assim representa mais um vetor de composição de poder, reduzindo a centralização do mesmo.

Já em regimes comunistas, reduz-se a um único partido, cujo poder é inquestionável e qualquer ato de crítica ao Estado é crime.

Oras, o que é um único partido senão uma forma totalitária e centralizadora de poder?
"Aqui, ninguém mais fala, ninguém mais manda. Só eu sei o que é melhor."

E de tão forte, que se você maldisser esse governo, até mesmo a menor crítica, estará em sérias dificuldades, o que é muito diferente dos regimes democráticos capitalistas que permitem as manifestações pacíficas, a crítica e ainda oferecem um meio, embora árduo e longo, de conquistas sociais alimentadas pelo desejo do povo. 

É importante lembrar, principalmente aos mais jovens, que a história do Homem foi escrita pela luta constante da conquista de liberdade e pela busca do equilíbrio social, ora colocando a esperança num regime, ora em outro.

Não faço aqui menção aos regimes monárquicos, mesmo sendo outra modalidade de extrema concentração de poder, porque felizmente está em desuso.

A extrema-direita também foge ao senso democrático já que é sectária, portanto eu a vejo como uma doença social fruto do radicalismo e da falta de amor ao próximo. Dessa forma, não cabe falar em "extrema-direita democrática", ou "água seca". É outra forma de despotismo a exemplo da concentração de poder de um grupo menor que não estende direitos iguais a todos.
Os exemplos, modalidades e "sabores" (digo, sabor do sofrimento alheio) são muitos: fascismo, nazismo, etc.  Aqui você encontra uma lista de tipos de ideologia.

O mundo hoje é mais dualista, centrado entre a esquerda e a direita, aliás algo ultrapassado, totalmente impróprio às necessidades de conservação do planeta, que requer medidas mais universalistas que especialistas, onde a necessidade global demanda uma retomada de rumo acima dos interesses regionais.

É o caso da pesca no mundo.
Mais informação? Você pode começar por aqui.

Todas as guerras, explosões sociais e derramamentos de sangue têm sempre a mesma origem — disputa de poder em nome da defesa da liberdade.
Só muda o lugar, o idioma e o ponto de ocorrência na linha do tempo.
É uma ladainha eterna, e parece sem fim, talvez até o fim da vida como a conhecemos hoje.
Disso conclui-se que somos essencialmente escravocratas, do contrário subjugar outro povo para tirar proveito não faria sentido.

No mundo atual, no nosso dia-a-dia, se você observar os países comunistas, poderá perceber rapidamente onde a concentração de poder é mais coesa, portanto mais impositiva, mais escravizante, mais cruel.

O capitalismo democrático sofre do mesmo mal, mas precisando buscar composição de forças entre as várias partes (partidos, bases correligionárias) acaba por  enfraquecer essa concentração de poder e também torna mais dinâmica a dança do mesmo, que mais facilmente muda de mãos, o que não acontece no "outro lado", onde um mesmo grupo se prevalece por longos períodos, enquanto durar o regime ou a existência do líder, o que reduz quase a zero, ou até mesmo elimina o direito de lutar por melhores condições, ou até mesmo se manifestar (Twaian vs. China, Coreia do Norte, Venezuela, Vietnã do Norte, etc.).

Em países assim, não há partido de oposição e qualquer opositor vira criminoso, seja ostensivamente, ou discretamente através da eliminação do mesmo (lembra dos últimos casos de envenenamento de opositores políticos? Por exemplo, Rússia).

Então eu torno a perguntar...
Embora ambos os regimes tenham problemas de concentração de poder, qual deles é mais centralizador, mais ditatorial, mais cruel, mais desumano?

Aquele que ainda permite a manifestação de oposição e até mesmo a luta por direitos, ou aquele que lhe nega até mesmo esse direito, controlando com mãos de aço (armas) as mãos vazias de um povo enfraquecido, subserviente, semi-escravo, sem direito algum, exceto aquele de trabalhar com seus camaradas pelo bem do Estado?  Aliás, do Estado, ou do grupo que o monopoliza?

Afinal, quem é o Estado senão o pequeno e único grupo que se apoderou do poder total?

Pensa no exemplo daqueles  países que mencionei: Venezuela, China, Coreia do Norte, Vietnã do Norte, etc. etc. etc.

E agora, consegue ver com mais clareza?

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