junho 21, 2025

Aprendendo a Decifrar

 

1° Edição, sem revisão

 

Eu tenho a certeza de quem sabe que vai decepcionar alguns, para delírio de outros, porém respeito a liberdade de pensamento de todos.

Ainda assim escrevo porque não busco seguidores, mas compartilhar pensamentos com leitores que desejam estimular a arte de analisar.

Afinal a decepção faz parte das diferenças de opiniões, e todos nós temos sempre alguma opinião diferente, do contrário seríamos clones de Adão e Eva, e ainda que tivessem existido, pois não creio no mito, na fábula ou na lenda, ressaltando, no melhor das hipóteses, o que já temos hoje em dia: a polarização.

A fábula deixa claro por si própria que Adão e Eva tinham ideias diferentes, já que um deles tomou a atitude de comer a tal maçã. Se é que era maçã! Não poderia ser banana? Ficaria mais coerente com o resultado.

Evitei mencionar que fosse a Eva — pois poderia ter sido o Adão — que tomara a iniciativa.
De um lado, seria machismo, e do outro, feminismo, e como desaprovo ambos, o importante é fixar-se na deixa em que fica claro que seus pensamentos eram diferentes, como também em outro detalhe, do porquê que a ação não foi tomada por ambos, como um verdadeiro casal em harmonia dignos de pertencer ao paraíso.

Veja só... Repare que um deles já começava a fazer coisas escondidas do outro, e nem tinham comido a tal maçã.

Vai que... conversaram antes, e um deles não concordou, e outro tomou a ação independentemente.
Típico de casal.

Pois é...
Tristeza, né!! 
😊

Afinal, até mesmo no paraíso já existia dessas coisas (paraíso estranho esse!!!), incluindo polarização criada pelo próprio “Deus” da história, já que apenas uma árvore continha o bem e o mal.

Isso é polarização, não é não?!!

Um “Deus” polarizado já na origem dos tempos.
Que horror!!

Isso sempre me “matou” por dentro... porque "detona" o sentido evolucionista que toda a natureza resplandece mediante os "zilhares" de eventos neste sentido, incluindo a capacidade de regeneração e adaptação que sempre demonstram o poder de recriar constantemente o estado anterior acrescendo algo mais no próximo passo.

Isso, sim!, tem "cheiro" de Deus, e aqui sem as aspas.

A ideia mais razoável para se imaginar o que seria Deus, talvez ficasse mais próxima da percepção de que a Divindade poderia ser a última parada da evolução — o ponto final onde habita a verdade e a perfeição.

Partindo do princípio que se existirem duas verdades diferentes, um delas deve ser mentira, porque a perfeição remete o pensamento para a unicidade, resultante no estado mais perfeito de todos e, portanto, se houvesse dois diferentes, ou iguais, ou um deles seria uma cópia, ou um passo anterior do outro, no melhor da boa vontade.

Soube da história quando criança, e engoli a seco, fazendo força para que os lábios não adquirissem vida própria, delatando meus íntimos pensamentos.

Eu podia não ser uma criança tão inteligente, mas não via sentido em comprar problema sobre algo, que afinal, não passava de uma alusão ilustrativa que satisfaz a ansiedade humana em ter respostas para tudo, até mesmo onde sua inteligência não alcança. Também acresce ao fato, que eu estudava numa escola de orientação católica. O silêncio ajudava a garantir minhas notas.

Gostaria de lembrar ao escritor que eu não acredito na pureza das crianças.
Tenho experiência própria disso! kkk
São apenas miniaturas de adultos, momento muito oportuno para conhecer sua verdadeira natureza sem os disfarces da elaborada hipocrisia da fase adulta.

Outra coisa que me chama a atenção nesta história é a natureza desse “Deus”.
Afinal, se "Ele" é o cara, então sabe tuuuudoooo!!!
Tuuudooo mesmo!

Sendo o criador dos dois, também está ciente que os criou com uma natureza que ele mesmo produziu, e onde a curiosidade fazia parte dela, e que a melhor maneira de estimular essa natureza é justamente proibir.

Esse “cara” (que eu não consigo, em sã consciência, chamar de Deus) sabia que acabariam comendo, e ainda jogou o anzol da proibição.
Isca infalível!
Malvado.
Então, porque que Ele colocou a tal árvore se já conhecia a natureza, 
que ele mesmo criou, do pobre do Adão e da pobre Eva. É o mesmo que colocar um pet canino num quarto, sabendo que ele gosta de um osso, dizendo a ele que não coma. Tadinho, por mais que ele se segure, um osso é irresistível.
Se você quer punir o seu cãozinho, não inventa subterfúgio. Pelo menos é mais honesto.


Esse “Deus” dessa fábula é tão humano, que parece ter as mesmas maldades da sua criação
, assim como os “deuses” da mitologia.

Isto remete àquela frase famosa, e vocês sabem de quem:
"É pelos frutos que se conhece a árvore".

Logo, fruto podre, árvore ruim. 
Isso não tem cara de "Deus".

Deixo uma nota de elogio para mitologia greco-romana.
Lia essa mitologia quando era criança, que meu pai paciencioso sustentava, porém através da minha tosca mesada — meu pai era esperto, media o nível de interesse —, já que eu começava a trocar os chicletes e balas por algo mais duradouro. Não posso deixar de mencionar com muito carinho que devo a ele, que ao final da coleção, eu já devia muitos meses adiantados de mesada, e ele, muito habilmente, disse a mim:
“Vai, tá bem!... Quantos capítulos faltam para completar a coleção?”
Faltava mais que a metade.
Eu arrisquei o número em que parei e deixei que ele perguntasse qual era o último, já com a resposta na ponta da língua!

Ele sacou a carteira do bolso, e me deu o dinheiro!
Nunca tinha visto tantas notas de 10 nas minhas mãos!
Comecei até mesmo a reparar suas colorações, como um bobo deslumbrado, e isso não passou desapercebido aos olhos dele, que discretamente filmavam meu carácter em formação. Ali era outro teste, se de fato tanta grana iria terminar empregada no objetivo inicial.

E terminou, devidamente encapada na estante de casa.

Ao final dessas leituras, percebi que elas caiam numa rotina humana resumível em pontos básicos da sua natureza instintiva, e que se tornou presumível, portando desinteressante, chegando à conclusão que seus autores eram gênios da psicologia humana, muito antes de Freud, encontrando um jeitinho genial de espelhar o que somos para nós mesmos sem que nos irritássemos por isso.

Esses autores gregos e romanos eram sensacionais.

Aprendi muito de “Freud” com eles! :-)

Começando pelas das razões que dão origem às guerras, e finalizando com uma educação sexual do que é a vida na prática, e nisso Freud parece ter se especializado.
 
Eu não consigo encontrar sentido neste “Deus” do Adão e da Eva, exceto que a imaginação de quem criou a história demonstra uma criatividade duvidosa, parecendo mais enredo de filme e novela, cheia furos e lacunas, mas as pinturas e afrescos que ilustravam a coleção levavam-me a horas repetidas de contemplação.

Afinal, percebe-se que as fakes news nasceram com humanidade.

Nisso eu acredito! 
😊



 

 

 

 

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