julho 14, 2017

Brasil, e os males que vêm para bem...


Há males que vêm para bem... já diz o ditado.



Aqueles que já passaram dos 40 anos já têm tempo de janela para poder dizer com bom respaldo de experiência:
  "Eu ainda não havia visto uma situação como essa!"

De um lado um ex-presidente sendo processado por corrupção, do outro o substituto de um presidente cassado lutando por meios políticos para não ter o mesmo fim, apesar da rejeição popular e interna,
enquanto um caudaloso rio de escândalos diversos varre como tsunami o território nacional, alterando a pacata rotina das orgias dos recursos públicos que "terminavam sempre em pizza".

Quando jovens, já acompanhávamos a mesma novela, eterna!
Eu chamo de novela, porque só muda os atores, o nome, o local, etc., mas a base geralmente é sempre a mesma - "alguém armando pra alguém".

Quando lula (letra minúscula mesmo) ainda fazia campanha no ABC Paulista, logo após abandonar a carreira de torneiro mecânico, eu ainda bem jovem já cogitava, perguntando-me até onde seria preciso ir para a população enxergar e poder amadurecer civicamente.

Foi preciso que o Brasil num golpe de sorte, entre o nióbio, petróleo e o panorama mundial, pudesse reunir riquezas em tamanho suficiente para despertar escândalos proporcionais.
Anteriormente nosso país vivia "atolado" em dívidas internacionais, de canequinha na mão a esmolar para o FMI... Quem não lembra disso?
Não tínhamos olhos nem recursos para outra coisa.
Sem tudo isso que agora vivemos, continuaríamos no mesmo círculo vicioso anterior, privados da oportunidade de um rombo suficientemente grande, cujo buraco não permitisse ser tapado sem deixar vestígios.
Odebrecht, lula, cabral e uma lista imensa testemunhando sobre a necessidade do sistema político ser modificado, a exemplo de nações mais avançadas onde o político é um mero assalariado do povo, sem luxo e liberdades que atentem seus brios cívicos e morais.

Todo mal tem seu lado positivo.
E o lado positivo da cobiça é que ela é autodestrutiva, incontrolável em estágios avançados.

O indivíduo começa desviando pequenos valores de um caixa.
Ninguém olha, ou não quer se importar.
Se dá bem, fica entusiasmado. Pronto! Está contaminado pelo vírus.
Começa assim, aos poucos, em pequenos atos, que por serem pequenos parecem ter o poder de abafar a consciência e suas consequências.
Ledo engano... pois esquecem do efeito colateral dessa "droga psicológica".

O destino presenteou o Brasil com uma rara oportunidade de transformação por conscientização.
Saberemos usar?
Acredito que ainda não servirá como solução definitiva, mas é certamente um primeiro passo para sair da "mesmice" que suportamos por toda a vida.
Até que enfim, sobem as cortinas do show da corrupção em amplo, mundial e quase irrestrito show!

As pizzas que viraram tsunami deixarão as suas marcas e algum proveito advirá.



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