fevereiro 06, 2025

Uma Visão Geral: EUA, Trump, Musk, Brasil e o Mundo pelo Que a História Nos Conta

 


Este post trará diversos assuntos interligados usando uma sequência nem sempre linear, mas ainda assim entrelaçados, tal como na vida. Conectar os pontos faz parte do jogo divertido de combinar as peças do quebra-cabeça.

As notícias são assim! Como peças de um quebra-cabeça que o leitor vai unindo para formar o panorama total, ou algo mais próximo disso, já que a realidade é subjetiva e restrita às informações que a constituem.

O objetivo desse blog não é buscar seguidores!!!
Mas buscar pensadores!!!

Seguidores são uma responsabilidade!
Eu não desejo tal responsabilidade!

Seguidores “copiam e colam” e portanto não representam seres que fazem diferença, porque normalmente suas decisões são reflexos de terceiros.

Por isso o site não tem anúncios, porque eu não vendo ideias, apenas as compartilho e cabe a você decidir o que há de interessante nelas, e então elaborar você mesmo as suas conclusões.

Eu defendo que o indivíduo precisa construir suas próprias bases, e assumir a responsabilidade por elas, porque ninguém pagará por suas opões, senão você mesmo.

Aqui, eu apenas colaboro fornecendo matéria prima para o pensamento pela conexão de fatos e opiniões.

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Na sequência dos últimos posts, abordamos IA e a reviravolta republicana pelas mãos de Trump.

Como tudo na natureza, temos dois lados, sempre vantagens e desvantagens.

Referente a IA, o modelo autogenerativo do DeepSeek tem alguns pontos fracos:

* Ele depende de muita informação e treinamento para gerar "conhecimento" ou "inteligência" própria.

* Disso decorre que a demanda de energia e tempo são maiores.

* Dessa forma, o que o modelo economiza no aprendizado assistido, ele dispende de outras formas.

Como vê, não podemos interpretar as notícias da forma como elas nos são entregues.
Logo, a guerra não me parece tão desigual, mas que provocou um boom, ahhhh isso provocou!
O importante mesmo era o “boom”!.

Neste comentário, o leitor começa a perceber como que “eu percebo” as notícias.
Elas despontam do impacto na media. A gente recebe o impacto, mas sem levar tão a sério.
Afinal de contas, não existe nada que não tenha suas vantagens e desvantagens.

Agora, vamos para outro assunto. Trump!

Por que Trump ganhou?

Todos nós fizemos essa pergunta, de uma forma, ou de outra.


Sempre existirão muitas abordagens, mas a que prefiro é aquela onde a eleição reflete a satisfação de um povo com o governante/partido anterior em contrapartida às expectativas em que o povo aposta para as mudanças que desejam como forma de curar as suas frustrações não atendidas.

Por mais de uma vez o governo estadunidense não conseguiu fechar suas contas, quase paralisando suas atividades. Se isso acontecesse com você, seria o mesmo que você gastasse bem mais do que pode, e então precisasse correr atrás de crédito para honrar os seus compromissos. Se você não mais tiver crédito no mercado, você estará falido.

E isso aconteceu durante o governo Democrata.
Existem atenuantes, pois foi um momento duro, onde os EUA dispenderam muito com ajuda internacional, como por exemplo nos conflitos envolvendo a Ucrânia e Israel, mas não para por aí.

Os EUA vêm sangrando há muito tempo com intervenções internacionais que poderiam evitar, e pior, sem o sucesso esperado, colhendo mais fracassos militares e políticos que lucros, tais como os erros no Vietnã, Somália, Afeganistão (Taliban), Iraque e outros interesses, numa contínua guerra sem fim. E guerra custa caro! Ainda mais longe de casa!

Junte-se a isso, a transferência de parte de suas forças industriais para a China, que se transformou em concorrente, enfraquecendo o seu parque industrial e favorecendo a concorrência.

Enquanto isso, a saúde e a escolaridade nos EAU acabaram sem o amparo necessário.
O presidente Barack Obama(Democrata) buscou amenizar a carência da saúde através do Obamacare (Affordable Care Act - ACA), e foi severamente criticado, enfrentando até hoje resistência e ameaças à permanência do projeto.

Ao mesmo tempo faltou sensibilidade para o presidente Joe Biden e do seu partido perceberem o momento político de seu povo. Se um vociferante oponente ganha espaço popular apesar de toda pressão judicial de seus crimes, então fica mais que óbvio que o povo está se identificando mais com um perfil forte na esperança de solução, colocando tudo o mais em segundo plano, inclusive o carácter lícito do candidato a presidente.

Algo semelhante acontece na Argentina com a eleição de Milei, que trouxe promessas de soluções, como cortes radicais nos gastos do governo de modo a promover o equilíbrio econômico do país, dizendo não à mesmice do governo anterior.


A extrema direita ganhou espaço pela força que promete o mito de solução e segurança onde o fracasso de outros partidos abre espaço para o seu próprio funeral.


Não é fenômeno meramente político, mas muito mais social decorrente de coisas simples como preço dos alimentos, índice de desemprego, inflação e outros itens que corroem as condições de sobrevivência do povo que sente isso direto na própria pele sem amenidades.


Não foi o que aconteceu na Alemanha de Hitler?
Ele também era de extrema direita, e a força de seu discurso, cheio de ódio e ressentimento foi encontrando eco e sintonia com o desejo alemão de superar suas perdas da WWI, lutando por seu reerguimento.

Sufoque um povo hoje, e ele responderá, cedo ou tarde.

É por isso que ouvimos falar de genocídio praticado com os uígures, um povo de minoria étnica em Xinjiang, a noroeste da China.
Muito mais frequentes e intensos são o eventos genocidas no continente africano.

E por que?
Porque o ódio tem sementes extremamente poderosas.
Aqueles que praticam o genocídio visam erradicar as sementes desse ódio, mas nunca conseguem, e um dia, de uma forma ou de outra, tal como fênix, ressurgem das cinzas das brutalidades sofridas buscando justiça.

Hitler só chegou onde chegou porque disse ao povo o que ele queria ouvir, e no momento certo, cuja sintonia com a massa acabou por elegê-lo como herói e vingador, o salvador da pátria atendendo à ingenuidade de uma esperança que é mais sentimento exaltado do que razão!
E povo o que é, senão mais sentimento do que cérebro?!

A infeliz percepção do sentimento acima de tudo, os conduziu ao extermínio e sofrimento intensos impondo à Alemanha um derrota tão desastrosa quanto os comentários finais de Hitler repudiando o próprio povo alemão como responsáveis!
Brabo, hein!!!

Por isso, eu não acredito na democracia plena, igual para todos, porque nada mais desigual do que  direitos iguais para pessoas diferentes.
E não é justamente este preceito que a lei estabelece através de intermináveis artigos que vão discriminando o julgamento desta ou daquela ação? Deste ou daquele perfil comportamental?
Legislar é essencialmente isso!

E a discriminação econômica também não determina classes?
Classe A para quem pode pagar classe A.

A nossa sociedade é baseada em meritocracia, ao passo que a democracia plena é baseada no descompromisso desses princípios que nos regem!
Não faz sentido!!!  Absolutamente nenhum!!!

Só mesmo quem não teve tempo de pensar pode realmente suportar que democracia é sinônimo de tudo igual para todos.
Seduz quem pensa pouco.
Infelizmente, a maioria.


Infelizmente, por outro ângulo faz sentindo sim, leitor!
Sabe por que?
Porque atende aos interesses demagógicos, por influenciar pessoas com pouco ou nenhum acesso à cultura. Influenciar pessoas despreparadas é mole, e de fato uma covardia!!!

Oferecendo um ensino que não consegue cativar seus alunos, que resulta em alta evasão escolar, é muito interessante demagogicamente.
Eles dirão: damos oportunidade de ensino gratuito através das escolas públicas, mas infelizmente a evasão é muito grande!  Eles não querem aprender!

Não são apenas os alunos, mas também os professores que sem investimento ministram aulas pobres que não cativam o interesse dos alunos.

Quanto menor a cultura, mais frágil a razão e mais determinante se torna a emoção como meio de decisão.

Tudo isso aumenta o risco de um repeteco da experiência alemã entre 1933 a 1945.

Voltemos para Trump.
Um homem associado com extremismos e declarações flamejantes...
Alguma semelhança com a experiência alemã?!

Ainda por algum tempo, qualquer candidato que desejar fazer frente a Trump terá que jogar pelas mesmas regras, usando os mesmos truques e sentimentos que falam à grande parte da população.
E os democratas não perceberam isso!  Kamala não tinha esse perfil apesar de outros que a qualificavam para a disputa.

O problema daqueles que se tornam elite é que eles se distanciam do povo.

Trump teve a mesma sorte de Hitler. Chegou com o discurso certo na hora certa.
Não foi sagacidade, foi a coincidência de alguém que deu sorte de estar expressando um desejo comum pela forma que era desejada pela maioria estadunidense por ocasião das eleições.
Então o senso de justiça ficou abaixo da necessidade de reforma.
Não importa ter um criminoso desde que resolva os nossos problemas!
A verdade é essa!
Dura e crua.
Isso me faz lembrar da nossa experiência aqui no Brasil com Lula e STF.


Um candidato apto precisará rivalizar com Trump atos tão vociferantes, intensos e repletos de bravatas, mostrando o velho e mítico espírito do cowboy, disparando as balas verbais de seu revólver político em direção aos seus inimigos, ou àqueles que não mais querem se submeter aos seus caprichos, imprimindo aquele senso de força raivosa que acalma a ansiedade de um povo que sabe que caminha para a corda bamba se não tomar cuidado, e por isso gosta disso, porque interpreta tudo isso como poder de mudança!
Ledo engano!!


O EUA lutaram muito lá fora e abandonaram-se internamente.
Fica perceptível essa visão pelas atitudes de Trump e seu partido, e não é para menos, um país que não está conseguindo fechar suas contas tem que sanitizá-las, se quiser voltar a ser o que foi, do contrário desestabiliza sua economia interna a exemplo da Argentina, e do que poderá acontecer ao Brasil de forma mais intensa.

A verdade é que o EUA de hoje é um país em situação relativamente frágil, e cachorro que muito late não morde, e quando morde é tardio, porque seu inimigo enquanto isso, no silêncio, vai tomando ação para silenciá-lo. E Xi já mostrou a calma e o silêncio que um inimigo mortal sabe conservar.

Não posso deixar de admirar o estilo de Xi, mesmo sabendo que suas intenções são mortais à liberdade como a conhecemos, por isso eu separo admiração de opção/ação. Não é à toa que foi eleito o grande líder da China, tornando-se algo que lembra um imperador e sua corte —  o partido comunista.

São imperialistas e se não tiverem uma força moderadora, irão dominar o quanto puderem.


Quanto aos EUA, não há como escolher o lado pior, se Democratas ou Republicanos, porque ambos trouxeram contribuições e desacertos.

Os Republicanos pelas mãos de Elon Musk irão buscar equilibrar as contas do governo, porque em aritmética básica política não conta e os EUA precisam disso.

O EUA desempenharam é ainda desempenham papéis magníficos, tanto na área humanitária como através de suas defesas ideológicas, muitas vezes uma liberdade que se expressa apenas nos anseios dos discursos mas que não suporta a realidade do cotidiano e morre, abandonando seu próprio povo.

Em alguns aspectos, o Brasil com todas as dificuldades devidas aos desvios políticos e à corrupção inerente ao sistema, ainda assim é, de certa forma menos cruel que o estadunidense, tanto na educação quanto na saúde, porém ainda muito longe do necessário.
Não fosse a corrupção no Brasil, seríamos primeiro mundo.

O EUA não enfrentam mais um inimigo com alguns parceiros, mas um bloco econômico com interesses fragmentados, difusos, contraditórios e entrelaçados formando uma teia complexa de interesses que a globalização teceu, e não há como dela se desvencilhar.

Alguns analistas, inclusive americanos, em suas publicações mencionam a tentativa de retrocesso em algum momento político. Isso é totalmente equivocado por qualquer um que acredite nisso como solução. Fortalecer a economia de seu país não significa caminhar para o isolamento, mas reestruturar a sua diversidade produtiva de modo a estabelecer o equilíbrio de sua balança comercial, porque trocar é fundamental, uma vez que os recursos estão espalhados pelo mundo sob diversas mãos que os controlam.

Por exemplo, o Brasil precisa do EUA, e vice-e-versa.
Hoje talvez menos que os “americanos” precisem da gente, mas o futuro tem suas surpresas, seus novos parceiros e alianças, e quantos países que bradavam sua superioridade na relação de dependência não terminaram amargando os prejuízos do isolacionismo, caminhando para a depressão econômica e científica?!

O que vai determinar as lideranças do novo mundo que está por nascer virá do entendimento que a luta armada aos poucos transfere-se para as lutas de bastidores do business mundial.

Será o jogo econômico de interesses multilaterais que determinará a hegemonia daquele que puder prover mais influência nas rotas das commodities, nas soluções ambientais de toda espécie, porque logo será a diferença entre a produtividade e a carestia, e mais tarde entre a morte e a vida.

Quem dominar tecnologias de recursos hídricos, geração de soluções à continuidade da produtividade da biomassa que sustentará de forma regenerativa a atividade humana, ou seja a famosa e tão falada economia sustentável, poderá permanecer ou ascender ao topo do poder.

Temos as plantações ressentindo-se do aumento da temperatura, regiões secando, enquanto o fogo vai substituindo o verde, a exemplo do que aconteceu na Califórnia recentemente, quando aprendemos que fogo corre rápido e o mundo precisará aprender a correr ainda mais rápido para substituí-lo com soluções.

Realmente, os EUA precisam cuidar um pouco mais deles próprios.
A época de extrema fartura e vantagem tecnológica e econômica se foi, junto com os sonhos de uma Hollywood tomada pelas chamas de um clima radicalizado.

Apesar das grandes contribuições do partido Democrata e seus presidentes, eles perderam o tom do momento. A perda de Elon Musk  para os republicanos já marcava problemas internos intensos, e essa falta de percepção.

Kamala Harris, apesar de excelente opção, era solução fora do timing político.
É covardia atribuir a ela o fracasso, pelo contrário, ela conseguiu um sucesso esplêndido diante das circunstâncias, mas para rivalizar de igual para igual com Trump precisava ter o mesmo dom da retórica agressiva, mesmo que o fizesse de forma mais elegante, um dom que a crueza de Trump carece.

O partido republicano, também com longa tradição histórica de contribuição (Abraham Lincoln), infelizmente assumiu o momento tomado de um sentimento de radicalismo graças a Trump.

E Trump escolheu o homem certo para cuidar das contas do “business público”.
Se Musk não conseguir, o partido Republicano ficará em situação difícil, e provavelmente poderá querer varrer a sujeira para debaixo do tapete de alguém, até do próprio Musk se ele estiver frágil politica e/ou economicamente.


Na Alemanha de Hitler, Hitler tinha o voto massivo do povo, e a oposição que aparecia, ele exterminava. Putin gostou da fórmula de poder. Um discípulo esmerado!

Quanto aos EUA e Trump, precisamos lembrar que quase a metade não votou nele, muito parecido ao que acontece num Brasil dividido.

Isso tem as suas vantagens, pois quando um líder tem apoio popular total, o orgulho e a presunção sobem à cabeça do líder que perde a noção da realidade.

Além disso, tanto nos EUA e Brasil, seus presidentes têm seus cordéis de controle.

Se Trump blefar demais, os EUA vão precisar mostrar o jogo (como no poker) e isso vai se tornar, muito provavelmente, um peso insustentável para a sua economia já claudicante, já que à época de Hitler havia supremacia bélica e tecnológica inquestionável durante o período do pré-lançamento das campanhas de conquistas territoriais, o que não acontece com os EUA.

O mundo, durante a WW2, precisou se dedicar com afinco para superar essa defasagem sob as penalidades do conflito.
 
Esse quadro difere muito da situação atual entre os países, incluindo os EUA.
Seria necessário um estopim de proporções excepcionais, não pelo tamanho, mas qualitativamente, que pudesse definir rapidamente blocos que pudessem entender que o momento oferecesse vantagem muito larga de vitória e submissão do bloco opositor para que a WW3 venha acontecer.

O que desiquilibra este cenário é a guerra nuclear.
O que a mantém restrita é o desiquilíbrio incontrolável das projeções técnicas que poderiam garantir vitória para um dos lados.
Acredite. Se não fosse isso, houve momentos que a WW3 poderia ter acontecido.


Hoje, o que eu desejo sinceramente, para todos os países que lideram a economia mundial é que haja continuidade dessa fragilidade econômica de forma generalizada, reflexo de uma nova era que se aproxima por novos desafios em face de super população e da ameaça dos recursos insuficientes para mantê-la da forma com vem sendo mantida.


Guerra custa muito caro, e pobre não faz guerra!
E se um país buscar a guerra sem alavancar muito bem as suas bases, será como os fogos de artifícios que brilham com esplendor mas terminam no chão, para serem varridos.
Felizmente, a manutenção das bases de um povo depende de muitos recursos que hoje estão muito distribuídos e entrelaçados como anteriormente comentado, e não existe guerra que suporte intensa divisão de necessidades, como não existem fogos de artifícios que suportem a umidade interna.

Enquanto isso, graças às divisões, entrelaçamentos e fragilidades, vamos ganhando tempo sob uma paz frágil e constantemente ameaçada, porque mata úmida não pega fogo, mas se tornando muito seca e com ventos favoráveis, uma faísca é suficiente para consumir tudo à sua volta.

A História como ciência é fantástica!
É pena que muitos professores não a saibam transmitir.
Todo criança adora uma história, e se bem contada, ela prestará atenção e irá assimilar sua mensagem.
A maneira como a História é ensinada nas escolas é um desastre.
Não cativa.
Não mergulha no imaginário do aluno.

O nosso presente sempre repete a história com as transformações da evolução agregada, mas os princípios humanos que a regem mudaram pouco quando comparados à tecnologia que a transfigura.

Por isso a história se repete, e também se renova quando “advinha” nosso futuro.



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