fevereiro 01, 2025

Trump, Xi Jinping, Putin e o Eterno Ciclo das Civilizações

 

Haverá bons frutos do que está acontecendo entre potências emergentes, desafiando o “status quo” estabelecido após a segunda grande guerra mundial, enquanto outras potências, outrora símbolos de pujança, estejam declinantes, regressivas ou obsoletas.

Este cenário faz parte da dança de poder que aprendemos pela história de nossa civilização.

Por exemplo, podemos lembrar que já tivemos o Império Romano no seu auge impondo o seu modelo socioeconômico aos mais fracos, e depois de sua queda “a fila andou”.


E antes disso?

Vieram inúmeras civilizações com o mesmo ciclo, apogeu e queda, e muitas delas deixaram seus escombros como “souvenirs” históricos que ainda perduram para a delícia dos turistas e historiadores.

O sistema chinês é imperialista e dominador como o russo, assim como também os EUA são.

A diferença é que os EUA aprenderam a dominar por modelos econômicos, enquanto a Rússia de Putin insiste no velho modelo pelas armas. Essa análise merecia ser um pouco mais refinada, porém o espaço de leitura não comporta.


A maioria do povo estadunidense mostrou o que deseja, e agora com Trump, os EUA assumem o papel que sempre exerceram sem os subterfúgios “diplomáticos” de antes, porém com a desvantagem de um modelo de governo descentralizado por oposição e vontade popular, que chamam de democracia, e que eu prefiro chamar de "balburdiacracia", porque de um lado pregam direitos iguais para pessoas diferentes, enquanto o sistema jurídico, social e econômico fazem o oposto.


Os EUA estão severamente doentes, assim como o modelo chinês.

O Russo perdido, em transição, aguardando o curso da história para definir seu destino. Já teve seu namoro com a democracia e a perdeu para Putin.


Graças a essas fragilidades, continuamos vivendo a esperança de protelar ou evitar o terceiro grande conflito.


Hegemonias de blocos do Oeste tendem a seguir o caminho da fragmentação pela perda da linha ideológica dos EUA através das ameaças e ações de Trump, resultando em perda global.


Agimos tal como lobos, que diante da fraqueza do inimigo, aproveitamos a oportunidade para devorá-lo, portanto, assim como os lobos, precisamos viver em “alcateias” para fazer frente às ameaças, já que sozinhos, pouca ou nenhuma chance teríamos.


Trump blefa pelo desespero de recuperar o seu auge? 
"Make America Great Again" (MAGA).

Vejo mais como um fruto do desespero que precisa readquirir seu controle que começou a escoar pelas mãos da incompetência acumulada por uma série de decisões infelizes do passado que resultou em tiro no próprio pé, ou quem sabe nos dois pés de uma nação.


Os EUA por ganância desenfreada de seu sistema capitalista radical, foi produzir na China, abandonando seu próprio povo, porque ficava mais barato e trazia mais lucro aos seus acionistas, transferindo capital, tecnologia e “modus operandi”, aproveitando-se de uma oportunidade surgida de uma época em que o sistema comunista chinês naufragava, quando seu povo sem emprego, formava filas em oportunidades de trabalho em troca de muito pouco.


A China, através da “dedicação do capitalismo” dos EUA aprendeu com seu professor, e adaptou seu modelo de trabalho e de política, sugando ao máximo aquilo que precisava, enquanto remodelava seu sistema, reescrevendo suas estratégias que no passado conduziram à sua miséria econômica. Jogada de mestre!


A Apple, pela visão de Steve Jobs, é um desses exemplos de figuras obcecadas pelo lucro, mas sem visão adicional das consequências que adviriam.

A China deveria erigir uma estátua a Steve Jobs, enquanto os EUA deveriam fazê-lo também, porém de cabeça para baixo, como símbolo que os fizesse recordar que a política de produção de um país precisa acompanhar as suas necessidades primárias como nação, principalmente compartilhando os dividendos econômicos com seu povo, não pela caridade que gosta de ostentar suas doações como mostra de status econômico durante eventos sociais. 


Um povo não precisa de caridade. 

Um cidadão precisa de oportunidade.


O capitalismo selvagem, assim como qualquer processo radical, traz em seu bojo as sementes de autodestruição que regulam as leis naturais, e acabam por produzir sua própria destruição, regulando o equilíbrio que define a natureza em todas as suas manifestações, sejam aquelas naturais ou produzidas pelo Homem.

E por essas leis, hoje os EUA amamentaram seu próprio desafiante atual, que soube transformar sua miséria em oportunidade de crescimento pujante.

Tudo isso tem um efeito muito bom.

Assim como a concorrência entre fabricantes diminui os preços do mercado de commodities, a competição pela supremacia entre países também traz seus bônus.

Finalmente a China aprendeu a utilizar o modelo estadunidense de domínio geopolítico, porém conta com a vantagem do sistema centralizador que o suporta, enquanto a “democracia” estadunidense relegada ao sabor dos excessos capitalistas conduziu o seu povo à falta de oportunidade de acesso à educação e saúde para todos, que refletindo-se nos resultados das urnas da última eleição, elegem um líder que busca pelo blefe ou pela força recuperar-se, porém correndo o risco, assim como num jogo de poker, de que uma nação já se sentindo forte o suficiente, seja por uma coalizão ou não, decida “pagar para ver”.


Então, muito provavelmente, viveremos uma reprise das grandes guerras, com a respectiva destruição de todas as partes, porque blocos muito fragmentados tornam-se caóticos.

E novamente seremos reconduzidos pela destruição mútua a um estado de melhor equilíbrio, assim como acontece na física em que os sistemas buscam estados energéticos mais equilibrados e estáveis, atendendo ao “Princípio de Mínima Energia”.


UMA NOTA OPORTUNA

Muitas pessoas podem reagir ao se aplicar princípios científicos aos destinos das civilizações, já que entendem que Deus os regula. 

As religiões tendem a insistir em separar a ciência delas próprias, assim como a ciência. E tal disputa oferece dois lados pobres, um pelos aspectos da crença beata, e o outro pela negatividade materialista. Novamente um caso de radicalismo. 

Eu acredito que a verdade é uma só, pois havendo duas verdades diferentes e opostas, uma delas então seria necessariamente uma inverdade, e se as diferenças fossem harmônicas, fundiriam-se em uma só, complementando-se.

Dessa forma, não faz sentido separar religião e ciência, e ambas precisam fazer as pazes através do apoio recíproco, já que a religião avança em área muito além da capacidade da ciência, e pode se tornar um guia valioso para ela.

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Os EUA tiveram o seu período de supremacia tecnológica, mas foram moderados pelos anseios dos russos, o que reduziu os efeitos extremos de ambos. Mais uma vez, vê-se que o sistema tende a fornecer forças opostas buscando reduzir os desequilíbrios.

Todas as nações têm suas qualidades e defeitos e cada povo vai colhendo de acordo com a sua percepção coletiva, enquanto a individual luta para sobreviver diante das diversidades com os seus conterrâneos.


Já houve tempo em que eu me identificava pertencer a um lado.

Hoje, eu me identifico apenas com princípios, porque nações são volúveis como seus próprios povos, cujos princípios ficam ao sabor do momento assim como o vento.

E se um dia for preciso escolher um lado, terei que fazê-lo forçado pelas circunstâncias, buscando aquele menos conflitante com os princípios em que acredito, não por um momento político, mas por uma tradição histórica que parece demonstrar melhor a verdadeira natureza de um povo.


Graças às crises internas das potências mundiais mais dominantes, iremos protelando a solução que a natureza dá para situações extremas, ou seja, recomeçar de novo.

Isso nos lembra um clássico do cinema: “O Planeta dos Macacos”.


Aceite isso ao se olhar no espelho, pois nossa condução moral e social é primata.


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