Para entender o “hoje” é necessário entender o “ontem”, pois
o primeiro é consequência do segundo, por isso história é tão fundamental
quanto matemática na busca do conhecimento.
Sem conhecer o ontem é como sofrer de amnésia ao acordar de manhã, em que você se olha no espelho e não sabe quem é.
O Brasil tem uma história já bastante longa para que se possa acomodar em um texto resumido, por isso adota-se um momento marcante em que tivemos o embate mais recente e significativo entre a esquerda e a direita/centro.
Sem conhecer o ontem é como sofrer de amnésia ao acordar de manhã, em que você se olha no espelho e não sabe quem é.
O Brasil tem uma história já bastante longa para que se possa acomodar em um texto resumido, por isso adota-se um momento marcante em que tivemos o embate mais recente e significativo entre a esquerda e a direita/centro.
Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves venceu a eleição para presidente da República do Brasil no Colégio Eleitoral, encerrando a ditadura militar no país. Entretanto, Tancredo morreu, e quem assumiu o cargo foi seu vice, José Sarney.
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Tancredo resumia a esperança daqueles que se opunham ao
crescente movimento de esquerda liderado por Lula.
A morte de Tancredo trouxe profundo pesar e frustração, pois
representava as esperanças de um bom governo que viesse a resgatar a imagem da
direita e do centro, já bastante desgastadas por subsequentes dificuldades e fracassos,
dando margem ao crescimento dos partidos de esquerda, em particular o PT sob o
carisma popular de Lula.
O governo de José Sarney, substituto de Tancredo, não conseguiu herdar a confiança nem oferecer os resultados superestimados pela esperança que Tancredo Neves resumia.
O governo de José Sarney, substituto de Tancredo, não conseguiu herdar a confiança nem oferecer os resultados superestimados pela esperança que Tancredo Neves resumia.
Sarney sofria com uma alta inflação, além de crises internacionais.
Para tentar "desafogar o país", o governo criou diversos planos econômicos.
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Para tentar "desafogar o país", o governo criou diversos planos econômicos.
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A direita lutava com momentos difíceis da economia nacional
e mundial, sofrendo seus revezes.
Os planos econômicos tornaram-se impopulares e seus
resultados fomentaram ainda mais o descontentamento geral, oferecendo ampla
oportunidade à crítica crescente da esquerda, favorecendo a estratégia de Lula,
pelo PT.
Diante destas circunstâncias que favoreciam ao fomento da
esquerda, na eleição seguinte em 1989, na disputa presidencial pela sucessão de
Sarney, ocorre a grande e primeira polarização entre esquerda e direita –
Collor versus Lula.
A população contrária à política esquerdista concentrou seus
votos em Collor, por falta de opção e desespero, sem perceber os riscos que
mais uma decepção profunda poderia trazer, tornando a direita cada vez mais
fraca e impotente, fortalecendo inevitavelmente a esquerda de Lula.
Eu (o autor deste blog) entendia à época, que era mais sensato deixar a esquerda assumir a experiência naquele momento economicamente desfavorável e difícil, pois contribuiria para reduzir as expectativas do movimento de esquerda, tornando-o tão questionável quanto o de direita já que as falhas e revezes seriam inevitáveis diante das circunstâncias, pois que então a esquerda sairia da sua posição confortável de apenas alimentar a esperança nacional através de oposição teórica persistente sem apresentar um passado prático que permitisse avaliar de fato até onde as promessas poderiam se cumprir diante de uma realidade difícil, desafiadora.
Foi a única vez em que votei em Lula.
Eu (o autor deste blog) entendia à época, que era mais sensato deixar a esquerda assumir a experiência naquele momento economicamente desfavorável e difícil, pois contribuiria para reduzir as expectativas do movimento de esquerda, tornando-o tão questionável quanto o de direita já que as falhas e revezes seriam inevitáveis diante das circunstâncias, pois que então a esquerda sairia da sua posição confortável de apenas alimentar a esperança nacional através de oposição teórica persistente sem apresentar um passado prático que permitisse avaliar de fato até onde as promessas poderiam se cumprir diante de uma realidade difícil, desafiadora.
Foi a única vez em que votei em Lula.
Eu entendia que o eventual fracasso de Collor como presidente, o que me parecia muito provável, seria o
início da maioridade do Brasil de esquerda, de um Brasil vermelho.
Naquele momento, o Brasil precisava experimentar algumas decepções com a esquerda, e descobrir que não se trata de partido, mas da postura ética de um povo que permite conduzir uma nação ao progresso distribuído em todas as camadas sociais.
Naquele momento, o Brasil precisava experimentar algumas decepções com a esquerda, e descobrir que não se trata de partido, mas da postura ética de um povo que permite conduzir uma nação ao progresso distribuído em todas as camadas sociais.
Meu coração verde e amarelo pesou quando Collor venceu.
O PRN (Partido de Reconstrução Nacional) pregava:
“.. a reconstrução moral é pré-requisito para todas as demais tarefas que enfrenta a sociedade brasileira no campo político, econômico e social. ...”
Fonte: Fundação Getulio Vargas
Infelizmente Collor confirmou-se como uma grande decepção nacional, seguida de
Itamar Franco e posteriormente Fernando Henrique Cardoso.
Era o que a esquerda de Lula precisava: uma sucessão de fracassos.
Era o que a esquerda de Lula precisava: uma sucessão de fracassos.
O Brasil então avermelhou de vez cansado de tantas
decepções, seja com a direita, o centro ou a esquerda socialista e menos
radical de FHC.
O pensamento prático, imediatista da população,
principalmente a mais carente, radicalizou sua postura à semelhança do que
ocorreu em tantos países onde o regime presente insistiu em falhar.
Lula vitorioso nas eleições de 2002, assumi em 2003, diante
da falta de qualquer oponente que oferecesse uma contrapartida de esperança à
altura do sonho de esperança que Lula prometia, represada na alma nacional diante
de tantas frustrações.
O governo de Lula favorecido por um bom momento da economia
nacional no panorama mundial, deixa a sensação que parece consolidar o sonho de estabilidade da moeda e crescimento da economia, transferindo
seu legado ao governo de Dilma, sem deixar transparecer, contudo,
seu maior inimigo: corrupção em larga escala que corroeria, mais cedo ou mais
tarde, seus resultados, principalmente se diante de um novo cenário econômico desfavorável,
demonstrando toda a fragilidade daquela esperança forjada em propagandas de
cunho popular, buscando satisfazer o anseio simplista de um povo através de
alguma mudança radical como solução de um velho problema.
À medida que os bons ventos da economia mundial e nacional mudavam de direção, trazendo seus problemas e desafios, o sonho de esquerda começa a enfrentar a realidade de seu desgaste, fragilizando a posição de Dilma, porém preservando a imagem de Lula, que em contrapartida pôde e soube aproveitar-se de sua sorte, já que a corrupção latente de seu governo e seus erros ainda levariam algum tempo para se tornarem públicos.
O impeachment de Dilma e a sucessão de Temer, um governo também
marcado pelos mesmos problemas do governo anterior, apenas fomentam e
fortalecem ainda mais a ilusão nacional dos “brasileiros vermelhos”,
magnetizados pela ilusão de um falso milagre que marcou suas lembranças com o status quo de estabilidade e progresso
de uma era favorecida pelos bons ventos da economia, mas que não resistiria à
corrupção latente em larga escala em que a direita é seu braço forte.
Então eu me pergunto:
Existe mesmo direita e esquerda no Brasil?
Ou a corrupção e o descaso só mudam de rótulo?
Ou a esquerda sugaria a direita até sufocá-la, assumindo o controle total do país à semelhança dos golpes políticos deste gênero ocorridos em vários países, a exemplo da Venezuela?
Lembre-se a articulação do governo Lula com a América Latina avermelhada...
A questão é que a esquerda tem dificuldade em produzir, haja visto o modelo Chinês que precisou abrir sua economia para se tornar o que é hoje.
É inevitável que o Brasil percorra novamente este caminho de sonhos vermelhos até que possa compreender de fato, pela experiência prática da decepção, que o sonho de progresso de uma nação não se consubstancia por um homem, mas pela ética de um povo que torne ético o seu governo, onde a corrupção transforme-se em crime lesa-pátria com punição extrema, em todos os níveis socioeconômicos, seja da iniciativa privada ou da representação pública.
A corrupção mata nossos sonhos, nosso povo pela falta de atendimento
médico adequado e pronto, sem educação e com o futuro comprometido pela ilusão.
A decepção fará o momento em que a maioria dos cidadãos compreenderá que só se obtém o progresso socialmente distribuído quando suas próprias ações no dia-a-dia servirem de exemplo.
A decepção fará o momento em que a maioria dos cidadãos compreenderá que só se obtém o progresso socialmente distribuído quando suas próprias ações no dia-a-dia servirem de exemplo.
O governo de um povo nasce de sua alma.
Fonte: Veja
Quando a esquerda já começa a culpar a crise por suas mazelas repassando responsabilidades! ...
Não seriam os próprios erros de Dima que conduziram à fragilidade de seu mandato?!
Você consegue fazer alguma relação deste evento com o texto? 😊
PUBLICAÇÃO UOL - A GUERRA POLÍTICA E FAKE NEWS
O UOL publicou hoje uma pesquisa feita sobre as "Fake News" e a estratégia de guerra política na polarização partidária. UOL Fake News e guerra política e [des]informação Por volta de uma semana atrás, publiquei dois posts no meu blog procurando mostrar os riscos da polarização entre esquerda e direita. Houve gente que até negou essa polarização, seja por incapacidade de percepção ou má fé. Outros a defenderam... É bom lembrar que os extremos conduzem às situações extremas. Em 16/09/2018 - O Risco da Extrema Direita como Estratégia Para Conter a Extrema Esquerda Em 15/09/2018 - Um Resumo Para Entender o Brasil das “Eleições 2018” de Uma Forma Simples e Seu Possível Futuro...
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