Esperança é um desejo que sabemos lidar com a sua
improbabilidade.
A decepção é uma perspectiva com que contávamos, mas que não
aconteceu, contrariando os nossos desejos.
Quanto mais forte o desejo e a sensação de realidade futura
que depositamos, maior é o sentimento daquilo que chamamos de fé.
Pensamos que exclusivamente a fé, por si mesma, é suficiente
para realizar nossos desejos.
Lembrando um ditado chinês:
“Cuidado com o que deseja, porque pode acontecer”.
Juntando todos estes pensamentos, podemos estendê-los em outros.
O desejo é sentimento e muitas vezes ele não anda de braços
dados com a razão.
Desejos, por si próprios, são insuficientes para garantir que estejamos no melhor
caminho.
Se a fé é baseada em desejo puro, então ela conduzirá pelo
mesmo caminho do desejo.
Afinal, “É pela árvore que se conhece os frutos”.
A fé sustentada pelo desejo também sustenta as perspectivas
que, diante do fracasso, planta a decepção em nossas almas.
Quando o processo é muito intenso, leva à revolta.
Restam as perguntas...
Quem é o responsável pelos seus próprios desejos, senão você
mesmo?
Quem é o responsável pelas suas crenças, senão você mesmo?
Quem é o responsável pelas mentiras que aceitou, senão você mesmo?
Quem é o responsável pela confiança que depositou a terceiros, senão você mesmo?
Enfim, quem é o responsável por suas próprias opções, senão você mesmo?
Diante do ciclone alimentado pelos caprichos dos desejos e
esperanças não realizadas, da fé não cumprida, culpamos as pessoas que nos
decepcionaram, o mundo e responsabilizamos Deus.
Não culpe um líder religioso que lhe transmitiu os ensinamentos que lhe decepcionam,
porque no final das contas, a escolha de segui-los foi sua.
Deus não tem culpa se a forma como você imagina que Ele seja não é realmente o que Ele é.
Ele é o que Ele é, independente do que você imagina que Ele seja.
Assim também são as pessoas.
Deus e as pessoas não podem ser responsabilizadas por não cumprirem nossas expectativas, porque as nossas expectativas e desejos são nossos e não necessariamente deles, ou mesmo de Deus.
O despotismo é um sentimento natural do ser humano, e por isso passa desapercebido, alimentando a nossa vocação natural à escravidão, porque impor conduta pessoal ao próximo é suprir a sua liberdade individual.
O indivíduo precisa atender às suas responsabilidades coletivas, mas as individuais fazem parte do livre arbítrio que dá sentido à vida, ao ato de viver.
Dessa forma, faz mais sentido transferir a responsabilidade exclusivamente para nós mesmos por todas as nossas opções, contudo, sem o sentimento de culpa uma vez que faz parte do processo de crescimento, aprendizado e evolução.
É preciso ter coragem para entender que a decepção com a
nossa fé, nossas crenças e esperanças são escolhas próprias, que nós mesmos
fazemos, e diante disso, precisamos encarar assumindo a responsabilidade integral
de seus resultados.
Erros que nós mesmos alimentamos pela incapacidade de entendermos melhor a
realidade que nos cerca, as pessoas, a vida como ela realmente é, e não como imaginamos.
Errar faz parte natural do processo natural de evolução.
A vida é um conjunto de opções.
E a opção é uma responsabilidade sua, intransponível, lembrando que as suas consequências
sempre retornarão para você, mais cedo, ou mais tarde, mas infalivelmente.
Não se decepcione com os outros, mas com você mesmo!
Não se decepcione com Deus, mas com você mesmo!
Não trate a correção do seu erro como autoflagelação, mas como
redirecionamento, aprendizado que faz parte dessa escola chamada “vida”.
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