novembro 15, 2023

Série O Radicalismo e o Dilema Israel vs. Hamas - A Procura da Solução N.1

Existe solução para o radicalismo?


Este artigo é o primeiro de uma série, já que o assunto é extenso por natureza e bastante controverso.


A resposta curta é que existe e depende que o avanço socioeconômico não deixe vácuos de crescimento tão acentuados em parcelas de civilizações, além do que, o número de radicais que influenciam os destinos globais não se torne uma superioridade numérica às demais opções.


Se o processo de contenção não for um trabalho contínuo, à medida que o tempo passa, o acúmulo do problema poderá atingir o ponto de massa crítica onde não haverá espaço para outras soluções que não sejam igualmente radicais.

É similar ao que acontece com uma explosão atômica, porém aqui, seria de ordem social, varrendo democracias e formas de governo que não possam competir com o novo modelo emergente.

A guerra armada contra o radicalismo é a solução igualmente radical para conter o radicalismo.

A frase acima parece incoerente, mas a coerência do radicalismo é restrita mesmo: atende apenas à imposição de interesses pela força.

Conflitos armados poderão ser reduzidos substancialmente quando a sociedade for mais eficiente para amenizar os vetores que fomentam o radicalismo.

O radicalismo tem ao menos três facetas:

- radicalismo emergencial,
- radicalismo incentivado,
- radicalismo nascido da natureza agressiva intrínsica ao indivíduo.


radicalismo emergencial torna-se desnecessário quando o radicalismo incentivado perde força à medida que seus vetores foram atenuados por soluções proativas.

O radicalismo que é fruto de agressividade extrema não tem solução porque faz parte da natureza do indivíduo, e o seu controle obedece apenas ao princípio da superioridade numérica para que possa ser contido, mas improvavelmente eliminado, porque mudar um indivíduo com características que marcam a sua natureza é um processo longo, de ordem muito pessoal, cujos resultados são pequenos sem que o mesmo deseje tal mudança.


E por que um indivíduo muda seu comportamento?

Geralmente pelo desconforto ou sofrimento que agregam penalidades que ele não deseja mais suportar.
Enquanto isso, dificilmente haverá espaço para mudança enquanto ele entende que o sofrimento que lhe é causado vem de terceiros, ou de contextos sociais, e não dele mesmo. 

Enquanto há justificativa, a inércia mantém o indivíduo sob o apanágio da própria desculpa.


Também é necessário lembrar que um indivíduo esta imerso no 
processo humano que é uma colcha de retalhos e que quando buscamos respostas muito simples através da política ou da luta armada, apenas continuamos a patinar na mesma ladainha que ao longo dos séculos retém o ser humano neste "loop" (ciclo) enfadonho de repetições dos mesmos problemas porém com nomes diferentes.

Você verá que a série conecta contextos aparentemente muito diferentes, mas que são na verdade partes de um mesmo todo, que exercendo sobre o indivíduo uma influência comum, indutora de seu comportamento, vai arregimentando novos radicais.


O texto foi construído como a engenharia constrói uma ponte grande, quando os pedaços menores são elaborados à parte e depois unidos. 
Esta união de pedaços é justamente o propósito da série, demonstrar que os acontecimentos estão interligados e que não são isolados, mas fazem parte de uma causa comum, cujo tratamento ainda não adquiriu consciência sociopolítica proficiente que possa alternar nossos destinos em curto prazo.

E se você for um radical, ou imediatista — do tipo muito apressado querendo tudo para ontem— , esta série é excelente para testar a efetividade da sua crença, desde que a sua vontade de agir seja tão intensa quanto a de pensar antes de fazê-lo, porque depois pode ser tarde demais.


Arrependimento não faz o relógio retroceder.



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