novembro 07, 2023

Vencendo o Tempo e o Preconceito


 

VOCÊ E O TEMPO 

Se você ao lembrar-se de você mesmo lá no seu passado, você diria que hoje você sabe mais ou menos que ontem?

Se responder que continua a mesma coisa, então o tempo passou e você não saiu do lugar, não aproveitou.
Se sabe menos, então é melhor consultar um médico.

Se responder que hoje você sabe muito mais que aquele garoto ou garota do ontem, então você aproveitou bem o seu tempo para crescer, progredir, e superar os seus limites do hoje.

Se hoje você tem 20 anos, e ao se lembrar de quando tinha 15 você chega à conclusão que a pessoa de 20 teve um tremendo "upgrade", então imagine o que será a pessoa de 30, de 40, etc.

Tirando-se os problemas de saude que afetam a eficiência de aprender e relembrar nossas lições, tal como Alzheimer e outras circunstâncias, enquanto você permanecer ativo e aberto para as coisas novas continuará enriquecendo sua percepção.


CONFLITO DE GERAÇÕES

Se você pudesse voltar no tempo, talvez gostasse de conversar com o seu eu menos experiente e adiantar algumas informações para livrá-lo de problemas e sofrimentos.
Isto é o que geralmente os pais fazem com seus filhos.

A questão é que, em geral, um estado anterior de compreensão nem sempre tem os meios de entender um estado posterior. Então acontece o conflito de gerações.
Aconteceria até com você mesmo, entre o eu do hoje e o do ontem, se as viagens no tempo fossem uma realidade disponível para nós.


A CONTA DO TEMPO

O tempo passa e inevitavelmente apresentará a conta de como foi aproveitado.

Se nos excedemos em gastá-lo com diversão pura, aquela que nos acrescenta pouco, mas nos diverte muito, certamente o tempo contará em seu desfavor.

Em contrapartida, quando somos hábeis no uso do tempo, ele passa de inimigo para aliado.

Certas perguntas ajudam a manter o foco sobre o aproveitamento do tempo.
Por exemplo, o que aprendi no dia de hoje?
Ou ainda, dessa atividade, o que restará dela para o amanhã?


O QUE É VELHO?

Depois do que foi dito, o conceito de velhice pode ser repensado.
Uma coisa torna-se velha quando fica superada.

A questão temporal é relativa e não determinante, ou seja, o tempo por si só não serve como base de julgamento.

Se um determinado equipamento não tem substituto, então ele continuará atualizado, vencendo o tempo. Um exemplo disso são as seringas utilizadas pela medicina para injeções.

O princípio da "seringa" já era utilizado desde os tempos do velho Egito, Grécia e Roma.
Recebeu avanços tecnológicos a partir do século XVII em diante.
O início da adoção da seringa plástica descartável começa na década de 50 e até hoje permanece em uso, ou seja, ela tem por volta de 70 anos e ninguém ao pegar uma seringa descartável diz que é algo velho, pelo contrário, a percepção é de algo moderno e mais seguro, que faz parte do presente e não de algo que pertence ao passado.

Ao mesmo tempo, se analisarmos os computadores, podemos lembrar que um processador (CPU) e sua respectiva placa mãe podem ficar ultrapassados em seis meses a um ano, ou ainda menos.
Em poucos anos você estará olhando para aquela sua estação de jogos como uma relíquia.

Aplicando o mesmo raciocínio ao ser humano, podemos ter um velhinho de 18 anos de idade que se tornou obsoleto pela incapacidade de absorver novas informações, ou seja, de aprender, de mudar e se adaptar às novas necessidades.

Paralelamente podemos ter um homem de 70 anos acompanhando o seu tempo ou mesmo liderando o seu tempo, a exemplo de muitos cientistas e políticos.

Pouco importa se o jovem tem 18 anos se a sua utilidade social foi comprometida!
Em contrapartida, um lider de 70 anos permanece liderando porque continua criando soluções.

Hoje, mediante as próteses, o conceito de velhice fica ainda mais diluído pela possibilidade de trocarmos partes do nosso corpo que perdem a sua funcionalidade, independente da idade do paciente.
Um jovem de 18 anos pode ter problemas que um homem saudável de 70 não tem!


A velhice depende de ao menos quatro vetores:

- herança genética

- modo de viver

- capacidade de aprender.

- sorte: o imprevisível que não controlamos.


O VALOR DAS COISAS


Tudo o mais que busca medir as coisas por conceitos que não atendem o sentido de utilidade e superação é expressão de futilidade e preconceito.


FUTILIDADE

A futilidade busca fazer prevalecer o conceito estético, que é temporário e relativo, como também duvidoso e pessoal, sobre quaisquer outros.
O que era moda há seis meses torna-se descartável apesar de útil, consumindo desnecessariamente novos recursos do planeta, já que aquilo que é substituído continua plenamente funcional, mas vaidosamente inútil.

O conceito de moda precisa ser revisto para tornar-se adequado à política verde que visa conter o aquecimento do planeta. As fibras de tecidos são um dos principais poluentes do ambiente marinho já que a sua decomposição é muito lenta. Cientistas identificaram a presença de fibras de séculos anteriores.

A vaidade e a futilidade aquecem o planeta e precisa se adequar aos novos tempos.

 

PRECONCEITO

O preconceito estabelece padrões cujo foco é a discriminação sem senso de justiça à utilidade e à meritocracia. O preconceito é apenas uma justificativa para o ódio e a impotência da frustração.

O preconceito está na base das maiorias dos conflitos e guerras.
Guerras aquecem o planeta.
Os recursos que destinamos às guerras precisam ser convertidos na restauração do equilíbrio climático.
Guerras e conflitos precisam encontrar penalidades globais e modos alternativos de solução.
Quando o ser humano, em sua maioria, entender o óbvio, talvez seja tarde demais quando então o sacrifício para a recuperação planetária arrancará lágrimas de saudades dos tempos em que poderíamos ter resolvido, mas não o fizemos.

 

COMPROMETIMENTO COM O TEMPO

Na estrada do tempo, acelerada pela competição do homem com as máquinas inteligentes, só aqueles que não pararem de caminhar todos os dias terão alguma chance de viver pelo que acreditam.

Um futuro que não é ruim se pensarmos que o descompromisso da juventude vem das facilidades do presente, mesmo que o presente pareça suficientemente desafiador, o futuro vai prover ainda mais desafio diante da evolução tecnológica e do aquecimento global.

Os pais protegem excessivamente suas crianças imaginando que as preservam.
Na adolescência encontram-se despreparados para a realidade que lhes foi omitida.
Então os pais se perguntam onde erraram.
 

Enquanto na Coréia do Sul as crianças são submetidas a um regime excessivo que lhes rouba a infância, os latino-americanos seguem nos excessos opostos criando jovens que não conhecem o valor do tempo, alheios ao futuro pela fuga através das drogas ou dos "Tik Toks", sem interesse ou condições emocionais de entenderem seu tempo, pois apenas cultuam o preconceito da velhice imaginando que a juventude por si própria é um valor superior e suficiente para lhes garantir o futuro quando então não serão jovens!
Incoerência. Esquecem que a cada dia envelhecem.


A educação continua obsoleta, aquém das necessidades de seu tempo.
Professores mal remunerados, mal treinados, mal orientados, insistem em aplicar didáticas superadas  e medíocres, muitas vezes, ou talvez em sua maioria, tendo que suportar a falta de apoio dos pais que então mais interessados em proteger o ego de seus filhos quanto os próprios, quando deveriam incentivar o sentimento de respeito que é a matéria-prima da base do aprendizado, e abraçar o esforço de contribuir para reduzir a mediocridade do ensino. 

Como alguém pode estar disposto a aprender alguma coisa de uma fonte que despreza?

A sociedade investe pouco e mal diante de um círculo vicioso onde os filhos mal-educados de hoje serão os pais mal-educados de amanhã criando filhos igualmente mal-educados, porque milagre não acontece. Ninguém deixa de ser o que é porque se tornou pai!!!

Como esperar um comportamento diferente dos pais de hoje que foram os alunos mal educados do ontem?

A facção da sociedade que insiste em viver aquém das necessidades de seu tempo vai ser alijada socialmente e, portanto, a marginalização vai aumentar aceleradamente, sobrecarregando aqueles que entendem o seu tempo.

 

O COMPLEMENTO NECESSÁRIO

Esperar soluções apenas pelas mãos da ciência para continuar viabilizando nossa existência não será suficiente.

É preciso mudança de atitude social.

Se não podemos mudar pelo amor ao próximo, precisamos mudar pelo amor a nós mesmos através do senso prático como meio de sobrevivência.

 

O Efeito de Impermeabilização do Tempo Sobre a Psiquê

À medida que envelhecemos ficamos cada vez menos receptivos aos pensamentos alheios.

A carência potencializa esse efeito.

 

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