2° revisão
As medidas de proteção tarifárias de Trump seriam acertadas ou um tiro no próprio pé?
(ou nos pés do povo?)
Analisar as coisas é como olhar para um cubo.
O máximo de facetas que poderá ver de uma só vez será no máximo 3 delas, mesmo
colocando um espelho por trás para capturar as 3 restantes, ainda assim a sua
visão ficará privada dos detalhes menores de cada uma. Uma análise mais
profunda, exige rodar o cubo.
A análise humana depende de viés emocional.
Se algum conhecido atingiu um sucesso inquestionável, todos tenderão a comentar
positivamente sobre essa pessoa, não necessariamente por todo o conjunto de
qualidades que ela possui. Se essa mesma pessoa não obteve algum sucesso que
seja socialmente valorizado, os comentários sobre ela tenderão às percepções
negativas, fruto da rejeição daquilo que não valorizamos.
Lembre-se que valor é uma percepção relativa pessoal.
Uma determinada sociedade elenca pontos comuns que se tornam o “padrão
desejável” e admirado.
A análise
econômica e política sofre o mesmo processo, como qualquer outro assunto.
A ideologia do analista e o grau de simpatia pelos envolvidos vão determinar o
viés da análise.
Este texto vai oscilar entre o lado positivo e negativo dos pontos abordados,
na busca de fortalecer algum senso de equidistância do viés pessoal, trabalhando
mais a visão racional que emocional.
Então o leitor pode ficar confuso, porque a grande maioria dos textos buscam
justamente o viés, ou seja, são propagandas de alguma forma buscando conduzir a
opinião pública, porque nisso reside o senso comercial da sociedade, que
através dele garante sua subsistência.
Olhar para as coisas sempre ponderando os lados negativos e positivos de cada
faceta, torna a leitura um exercício, porém o leitor está acostumado à leitura
de curral, ou seja, aquela que te leva a uma conclusão, preferivelmente simples
e com sentido partidário, refletida pelo viés do autor que cumpre seu objetivo
“evangelista”.
O senso comum de sentido partidário é o que sustenta os salários milionários do
futebol e outros esportes de grande audiência popular. Este texto, todavia, não
vai oferecer a você esse tipo de conclusão incentivando o partidarismo, mas a
matéria prima para você entender a lógica dos eventos e ser capaz de perceber por
si mesmo de forma menos restritiva o que acontece no seu presente, quando
passamos a olhar as coisas em suas várias formas e consequências. Isso é um
exercício de liberdade de pensamento, quando tentamos nos libertar das nossas
próprias premissas.
Para entender o hoje, a gente precisa dar uma espiada no ontem.
Pegando uma carona no túnel do tempo, voltaremos
aos idos de 1630 a 1661.
Os holandeses ocupavam o nordeste brasileiro e impulsionavam a indústria do
melaço e da rapadura local incentivando os engenhos, que transportados para a
Holanda, ali eram refinados tornando-se o açúcar branco, que alimentava as suas
exportações de um produto muito procurado.
Muito esperto os Holandeses, porque se fizessem o refinamento do açúcar no
Brasil perderiam o controle da posse desse conhecimento (know-how) que
lhes permitia a liderança nesse mercado.
Quando Portugal consegue retomar o nordeste brasileiro, assina com a Holanda o Tratado
de Haia de 1661.
Este tratado indenizava a Holanda, reconhecia a propriedade de Portugal sobre o
Brasil e Angola, e permitia a Portugal trocar vinho por açúcar com a Holanda.
Este exemplo ilustra o conceito de “balança
comercial”, onde um país busca equilibrar suas contas com o comércio de outro
pelas trocas de produtos entre ambos.
Se um país compra mais que vende, vai ter que desembolsar recursos para cumprir
o saldo devedor da balança comercial.
Os holandeses foram hábeis em muitos pontos.
Sabendo que a sua permanência no Brasil não iria durar, com o aprendizado
adquirido no incentivo da cultura canavieira nordestina, buscou fontes
alternativas de produção em regiões cujo clima se assemelhasse à do Brasil, desenvolvendo
alternativamente a cultura canavieira no Caribe.
Quando ficou interessante para os holandeses devolver
a terra espoliada, a Holanda ainda manejou para receber de Portugal uma
indenização conforme ficou estipulada no tratado assinado.
Como os holandeses detinham a tecnologia do beneficiamento do açúcar naquele
momento, e uma vez que Portugal tinha muito vinho, os portugueses entenderam
que seria uma boa estratégia trocar com a Holanda o seu vinho pelo açúcar holandês,
e incluíram isso no tratado. Acontece que o vinho não tinha demanda nos países
baixos porque os holandeses preferiam a cerveja e o gin ao vinho.
O
Tratado de Haia de 1661 jogou Portugal em sérias dificuldades financeiras, pois
a exportação de vinho não cobria as despesas das importações de açúcar, e para
piorar ainda mais, a guerra desta disputa destruiu boa parte dos meios
produtivos do nordeste brasileiro, pois os engenhos perdidos não mais podiam
agregar a força produtiva anterior.
Esta
foi outra grande jogada holandesa, porque mais um produtor daquela matéria-prima
era posto de lado no mercado de açúcar favorecendo o monopólio da Holanda. Provavelmente, a velha política de “terra
arrasada”, ou seja, eu lhe entrego o que sobrou, se sobrou...
À
época do tratado, a Holanda já tinha firmado sua base produtiva no Caribe e não
dependia mais da produção brasileira. Sendo a dona destas rotas, manteve a sua liderança
na comercialização do açúcar.
Voltando para o presente
A proposta de Trump
de proteger os meios produtivos estadunidenses faz sentido, mas como comentei
no post anterior, a forma de fazê-lo é o que vai diferenciar uma
política protecionista que alcança o sucesso ou o retrocesso.
Da
forma inadequada, agrava ainda mais a economia do país, jogando-o no atoleiro
da recessão, ao invés de incentivá-la, além do custo colateral de desfazer
laços econômicos, políticos e militares.
Imaginando
que uma política protecionista seja bem aplicada, as vantagens cobrem as desvantagens
compensando os sacrifícios com benefícios maiores. Do contrário, é o caos.
No
passado, o Brasil aplicou política protecionista de forma intensiva e ostensiva.
Como resultado, ficamos atrasados tecnologicamente na esperança que esse “gap”
fosse suprido internamente, e muitas empresas nascidas desta proteção acabaram
por minguar, porque uma iniciativa precisa vencer pelo valor de troca que
agrega ao mercado e não pelas mãos da proteção que sustentam um valor virtual
de mercado.
Imaginavam
os políticos da época e seus assessores econômicos, que a carência interna
promoveria o suprimento das necessidades e os meios respectivos para produzi-la.
Infelizmente, o parque industrial e o mercado não funcionam por regras tão
simplistas.
Existe o “background” tecnológico e cultural da nação, e a vocação de seu povo precisa
ser impulsionada por vetores de incentivos múltiplos e de muito longo prazo,
que vão evoluindo e adaptando-se às mudanças externas e internas, em constantes
ajustes.
Trump
parece repetir parte da mesma experiência vivenciada na recessão dos EUA em
1930, assim como a nossa aqui no Brasil.
Outros fatores também participaram da trajetória negativa nas últimas décadas dos EUA
Excesso de gastos externos que, se aplicados
internamente poderiam ter alavancado os EUA, mas que foram utilizados
externamente sem os retornos esperados, algo já comentado em post
anterior.
Dificuldades
sociais na sustentação de seus meios de produção.
Por que o parque industrial estadunidense foi transferido para a China?
Entre outros motivos, vamos destacar que a
sindicalização da mão-de-obra estadunidense era muito forte, através de sindicatos
poderosos como a AFL-CIO e a Teamsters Union.
Na tentativa de proteger a força trabalhadora, os excessos cometidos pelos
sindicatos acabaram por gerar duas consequências nefastas para a economia: o
aumento do custo de mão-de-obra que tirava a competitividade das empresas, e o
seu efeito colateral que construiu percepções de padrão de vida e “direitos
trabalhistas” que insuflaram o constante desejo de uma vida mais fácil do que
poderia ser realmente provida.
Sobre o tema, tem um documentário sobre um
milionário Chinês que tentou inverter essa tendência, trazendo uma indústria da
China para os EUA.
Ao invés de produzir na China os vidros que
fabricava, reabre uma fábrica desativada da General Motors em Ohio, nos Estados
Unidos, transformando-a em uma unidade de produção de vidros automotivos, e
começou a produzir com a mão de obra local estadunidense, trazendo da China
apenas a sua equipe de alguns funcionários de alto escalão para orientar os
meios de produção.
O choque cultural foi intenso. As dificuldades com sindicatos e a mentalidade
dos funcionários precisaram da paciência e da persistência chinesas.
Este episódio foi documentado através de um
filme que foi o primeiro projeto da Higher Ground Productions, produtora
fundada por Barack e Michelle Obama, que resultou no documentário, "Indústria
Americana" (American Factory), filmado em 2019, e dirigido por Steven
Bognar e Julia Reichert, retratando a história do bilionário chinês.
A narrativa explora o choque cultural e as
diferenças nas práticas de trabalho entre os funcionários americanos e os
gestores chineses, destacando as complexidades das relações trabalhistas em um
ambiente globalizado.
Indústria Americana recebeu aclamação da crítica e venceu o Oscar de Melhor Documentário em 2020.
É a velha briga entre patrões e empregados
De fato, nunca deixou de existir a “ganância capitalista” — fazendo uso do jargão muito empregado nas greves trabalhistas brasileiras.
Isso gera uma experiência negativa nos empregados que passam a analisar tudo pelo prisma único dessa ganância, perdendo-se a noção real de limites onde é preciso lembrar que uma empresa é uma entidade que precisa manter-se competitiva no mercado e fornecer uma margem decente de lucro que justifique o empreendimento.
Conclusão: os dois lados cometem desatinos.
Naquela ocasião, a China oferecia mão-de-obra mais barata, mais disciplinada, ausente de sindicatos e desesperada por iniciativas que gerassem oportunidades de trabalho, o que determinou a migração de parte do parque produtivo dos EUA para a China, principalmente na área tecnológica. Quem não se lembra da Apple?
A liberalidade e a Criminalidade
A liberalidade do “americanismo” dos EUA sempre foi confundida com os excessos de liberdade pessoal. Basta dizer que o cinema eternizou o cowboy, cuja lenda era resolver as necessidades pelo livre exercício do viés pessoal disputado à bala.
Certa vez, conversando com um jovem, ele me afirma:“Se democracia é liberdade, então eu posso fazer o que quero, certo?! “
Eu respondi “errado”, e foram mais de duas horas pouco produtivas tentando explicar a ele e seus colegas algum conceito inicial de liberdade social vs. a individual.
Eu não contava encontrar toda essa dificuldade na compreensão dos limites pessoais.
Ele e seus amigos ficaram revoltados comigo, como se o conceito que lhes passava fosse um produto pessoal e não uma contingência comum à vida em sociedade.
Tanto o conceito “cowboy” de estilo de vida, quanto à falta de senso social, remete à criminalização dos meios produtivos no Brasil, pois todos nós sabemos que o criminoso e o estereótipo real do cowboy — não a do mocinho imaginário cultuado pelo cinema — são muito semelhantes pelos métodos que empregam para resolver suas estratégias comerciais.
Se está no meio do caminho, então ou vende barato, ou morre.
Se compete, ou para de competir, ou tem o mesmo destino.
Se atropela morre, ou se fala, também.
Tudo é resolvido por uma única e simples estratégia: a do mais forte prevalecendo pela agressão extrema à vida — o argumento final em qualquer caso.
Hoje, a criminalidade, com o dinheiro do tráfico, vai investindo nos meios produtivos legais, usando suas próprias regras sob a fachada dessa legalização. Recentemente, a Polícia Federal emitiu um relatório relatando que mais de 1.000 postos de gasolina pertencem ao crime organizado.
E o que tudo isso tem a ver com o tema do post?
A
mentalidade social é a base do sistema econômico de um país.
Consequências Socioeconômicas do Unilateralismo Extremo
Empresas
estadunidenses cansadas de lidar com uma mão-de-obra que pelo excesso de
protecionismo e salários tornou-se antiprodutiva e mal-acostumada, somando-se
também a tudo isso a miopia política que não soube administrar a relação de
capital e produção, acabaram por encontrar seus caminhos na China, atendendo os
anseios de um povo sedento de oportunidade e com muita vontade para o trabalho
cujo passado comunista mal administrado soubera incutir o valor dessa
oportunidade.
O sofrimento deponta o véu da realidade, em qualquer alma ou cultura.
Conclusão: os EUA doaram os empregos e o know-how para o inimigo porque nem os políticos, nem o povo, nem os empresários conseguiram um consenso em prol de seu próprio país.
O
esvaziamento dos meios de produção foram ocorrendo ao longo das décadas
seguintes, fazendo da China a provável próxima maior economia do mundo, tornando
a liderança dos EUA ameaçada paulatinamente pelo vácuo econômico crescente deixado
pela migração produtiva cada vez maior.
Uma lição para o povo e para os empresários.
Revertendo a Política e Reconduzindo a Nação
Pensar em uma medida política agressiva que reverta o estado construído em décadas, revertendo-o em meses ou poucos anos é um quadro de otimismo e presunção duvidosos.
Ao processo de reversão, acresce ainda a
resistência interna, uma vez que carrega o fardo de um contexto formado pela contingência
acumulada pela cultura de seu povo, seja conduzida pela ambição do capitalismo,
ou pelas mãos das vantagens laborais induzidas por um sindicalismo excessivo
que adoece a capacidade produtiva, encarecendo o produto final, reduzindo a sua
qualidade e a capacidade de evoluir.
Precisamos
ainda lembrar de um outro fator.
Quando os EUA lideravam os meios produtivos e tecnológicos, de máquinas a
computadores, fazia-se necessário vende-los para sustentar o parque industrial
que os produzia.
Precisamos
ainda lembrar de um outro fator.
Quando os EUA lideravam os meios produtivos e tecnológicos, de máquinas a
computadores, fazia-se necessário vendê-los para sustentar o parque industrial
que os produzia.
É assim que retomamos ao começo.
Se uma nação não tem meios de produzir tecnologia, só pode comprar um
computador trocando por bananas, abacaxis, carnes, minerais, e outras matérias
primas diversas de que disponha.
Nestas
circunstâncias, torna vantagem para o país com superioridade tecnológica viabilizar
as compras de seus produtos tecnológicos, trocando computador por geleias,
bananas, bois, etc., mesmo que não os necessite, o que certamente vai competir
com produtos internos similares.
Foi
assim que os EUA foram viabilizando suas tarifas alfandegárias à entrada de
produtos diversos. Se de um lado, a indústria local de geleia é penalizada, do
outro, a indústria de ponta é incentivada.
Então,
se você é presidente de seu país, o que você faria?
Protegeria as geleias dos fabricantes locais e deixaria a indústria de ponta
marcando passo por falta de venda que subsidie seu avanço? Enquanto isso, seus
inimigos continuam caminhando...
Infelizmente,
se o país tem tal vocação tecnológica, eu, se presidente, tomaria a decisão de incentivar
a indústria de ponta mesmo que sacrificasse boa parte do parque industrial
interno que fabrica as mesmas coisas que outros também fabricam com resultados
similares.
Já sei... Já sei...
Se você fabrica geleias, não vai votar em mim! :-(
Todavia... todos aqueles que dependem de insumos tecnológicos vão.
É melhor você começar a redirecionar seu negócio de geleias para revender o importado.
De produtor, aproveitando a cadeia logística, passa-se a distribuidor.
Enquanto isso, o industrial poder fabricar algo que o importado não tem...
Essa é a luta pela sobrevivência, onde a necessidade de muitos conduzem a de poucos.
Infelizmente,
uma guerra é vencida com superioridade tecnológica e econômica.
Então é melhor alavancar a economia pelas mãos da tecnologia.
Clima e Inversão de Valores nas Relações Comerciais
Neste
quadro econômico é preciso fazer um aparte esclarecedor.
O panorama da produção agrícola mudou muito nas últimas décadas com o avanço da
tecnologia. Veja como as coisas vão se entrelaçando.
Antigamente,
produzir bananas ou fabricar geleias era desvantajoso.
Caminhamos para uma época em que a comida começa a ter mais valor agregado que
a tecnologia convencional, não aquela de ponta vencendo seus próprios limites.
Os
desafios da superpopulação em um planeta cujo clima vai degradando a
sustentabilidade, tornará a produção de alimentos o grande filão econômico
sustentado pela alta tecnologia.
E
isso já começa acontecer.
Vim
de uma época em que cansei de ouvir de meus professores de história e economia
que produção de base e matérias primas sustentavam uma relação nociva com a
balança de pagamentos, porque baratos para vender em troca do que era muito caro
para comprar quando se tratavam de produtos processados ou tecnológicos.
A banana era barata, mas o equipamento de som era uma fortuna.
Essa relação vai se invertendo.
Hoje,
uma compra mensal de alimentos no supermercado para sustentar uma família já representa um valor maior que um celular popular.
Comida vai se tornando gradativamente um item
mais caro que os artefatos tecnológicos populares produzidos em massa,
principalmente se levarmos em consideração que a compra de alimentos do “mês”
dura aproximadamente aquele mês, enquanto os artefatos tecnológicos muitos
meses ou anos.
Compare o custo diário de uma banana com ou de
um celular e vai descobrir que já está vivendo nos “portais desse futuro”.
Retornando ao tema e resumindo, já que é algo
que envolve muitos fatores, e o leitor precisa juntar os pedaços de informações
com paciência para montar a colcha de retalhos da realidade em que ele está
imerso.
EUA no Presente
Se
no passado era vantajoso para os EUA liberar a importação, agora ocorre o
inverso diante da reversão contextual.
A China já não é mais aquele país estendendo as mãos pedindo por recursos, mas
aquele pais que estende as mãos para fornecê-los na forma de investimentos.
E tem esbanjado, e tal como os EUA, seu déficit
interno já aponta as garras que vão trazendo recessão interna. Os dados
econômicos chineses são filtrados pelo partido, mas sabe-se por outros
indicadores que eles também podem vir a tomar do mesmo remédio, embora com
outro sabor, porque as regras são as mesmas para todos.
Não há milagre, exceto na Igreja Católica.
Para mim, milagre é a explicação do que não conseguimos explicar ainda,
portanto, não existe milagre de forma alguma, apenas um vácuo preenchido pela
nossa ignorância que leva o título de milagre.
Trump
percebe o problema, mas o seu imediatismo agressivo é o seu maior inimigo, sem
falar do seu discurso pouco comprometido com a realidade das suas afirmações, o
que nos leva a pensar que, ou ele é mal-informado, ou mal-intencionado, ou mal
assessorado, ou tudo isso e mais alguma coisa.
How knows?!! Do you?
O fato é que o descompromisso com a verdade é um requisito fundamental para
construir a confiança.
Infelizmente, desesperados encontram esperança naquilo que imaginam, porque sua
capacidade de racionalizar está prejudicada pelo desiquilíbrio emocional.
Efeitos Colaterais da Democracia
Enquanto Trump atropela, Biden ficou como
aquela aranha que acaba presa na própria teia. Embora equilibrado e
inteligente, as mãos de um presidente terminam atadas nos sistemas políticos democráticos.
Tais regimes precisam dividir intensamente o poder, porque é justamente onde
reside parte da sua natureza, como também para se proteger, já que a liberdade
traz seus contratempos.
A divisão excessiva de poder termina ralentando o compasso dos trabalhos quando
não congela em virtude das disputas e divergências, ou seja, só funciona bem
quando a maioria pensa aproximadamente da mesma forma, mas então nesse caso
torna-se desnecessário tanta divisão de poder, já que haveria consenso.
A democracia como a conhecemos parece uma ideia bonita, mas quando se começa a
pensar melhor, percebe-se que está na hora de repensá-la.
Tudo precisa evoluir. A democracia também.
Na democracia atual, todos falam, mas poucos
mandam.
Nos regimes opostos, autoritários, um fala e todos calam, adulam ou
solidarizam.
Tem solução?
Então fica a pergunta na cabeça do leitor...
A solução virá à medida que a divergência for sendo reduzida pela convergência
de opiniões à pelo amadurecimento social, espontâneo ou não, onde os sistemas
de poder distribuídos encontrarão algum conforto na solidarização das medidas maiores
necessárias à sobrevivência de seu povo e a preservação de suas divisas.
Então, a carga administrativa nas costas do povo será menor porque será mais
otimizada.
A convergência acontece em períodos de crise, sejam naturais (terremoto,
furacão, tsunami) ou promovidas por conflitos militares de grande extensão
(guerras mundiais).
Uma convergência natural e espontânea só ocorre pela evolução moral e social, e
fora disso, só mesmo os sofrimentos naturais ou aqueles impostos pelos
conflitos extensos, generalizados.
A polarização é a varanda desse processo.
Ignore a sua ansiedade por saber o que está por trás da porta sob esta varanda.