abril 19, 2025

Analisando Governos V - A Soma Social: Pequenas Ações, Grandes Efeitos

 

 1° Revisão


Talvez o leitor se pergunte porque essa série tenha relevância.

Afinal de contas, problemas de outros países não são necessariamente problemas nossos.

De fato, pode não ser necessariamente um problema que nos implique, porém, a distinção daquilo que implica ou não depende de uma percepção construída, e que habilita o indivíduo a entender as coisas de uma forma diferente, bem como a perceber o que antes não percebia, tal como um marido distraído que descobre tarde demais que a relação não é tão confiável.

A importância dos EUA para o Brasil depende do conhecimento que o indivíduo tenha das implicações sociopolíticas e do relacionamento comercial mundial, incluindo o nosso próprio. Afinal, tudo converge para um ponto básico: grana para gastar com liberdade.

Todos nós, em todos os países, estamos sujeitos ao “efeito corno”.
O interessante é que tal efeito conduz até mesmo a atitudes extremas em virtude dos brios masculinos ofendidos.

Eu, particularmente, entendo que a minha honra dependa apenas de mim mesmo, do que eu faça, e não dos outros, uma vez que não posso ser responsável pela dignidade alheia, apenas pela minha própria.
Tão logo percebida uma conduta inadequada para o seu ponto de vista, compete a você mesmo distanciar-se dela ou não, e nisto reside de fato a sua honra, em se tornar corno ou não.

No âmbito sociopolítico, o indivíduo parece importar-se pouco ou nada com esse sentimento, já que a desgraça de muitos conforta seus egos. Funciona mais ou menos como uma reunião de dependentes químicos ou emocionais, onde a individualidade encontra conforto e apoio na coletividade para suportar aquilo que tem dificuldade de mudar em si.

Esta característica social do ser humano, ou seja, quando em grupo, tem seu lado negativo.
Quando algo não termina bem em consequência de atitudes tomadas pela maioria, que resultam num "corno político", o indivíduo encontra conforto e se acomoda: “não foi só eu, mas muita gente”.
Pronto, ego justificado, paz encontrada.

Talvez seja por isso que quando um político traia as expectativas populares, a reação não tenha o mesmo efeito esperado de reação e contestação, e tudo isso se ameniza diante da desculpa da descrença, ou do sentimento de impotência, em se “tomar alguma atitude”.

Graças a isso, homens como Putin e Trump, que já entenderam muito bem o comportamento sociopolítico, onde a força bruta do poder dá o toque final na comodidade individual, anulando a participação nos seus próprios destinos.

Outro fator importante está no efeito da individualidade.
Quando alguém fica sabendo de um garoto, ou garota, ou mesmo de uma geração, com alto índice de rejeição à educação, sua atitude é um misto, que entre outras coisas, pode resultar em pensamentos compensadores como, por exemplo:

“Melhor, sobra menos concorrência para os cargos de topo, e barateia a mão-de-obra para quem quer produzir”.

“Isso não me prejudica e também não me compete. O rapaz tem a liberdade de escolha, e a criança renitente não oferece solução”.

Pronto! Argumentação construída para sossegar a consciência míope.

O que não se pensa, ou não se quer pensar, é que aquela parcela da população que rejeita a educação mais extensivamente, ou termina como “funcionário” do crime organizado, ou termina sem muito preparo para entender o mundo em que vive, e se torna “vítima pela ignorância”, que impede a percepção da realidade e sustenta a ingenuidade onde a razão não alcança.

A popularização de teorias alopradas, sem qualquer fundamento científico, tal como o terraplanismo, bem como das intermináveis teorias de conspirações, revelando "segredos super ocultos" cuja origem e veracidade vagam pelo imaginário do indivíduo, é fruto de uma educação de massa sem estímulo à cultura e ao raciocínio.

A eleição de Trump é, na maioria, consequência deste fenômeno social.
É notório para aqueles que acompanham Trump, que ele parece só ter compromissos com os próprios objetivos, consequentemente, suas informações são moldadas para atendê-las.

Em um email que assino, “TheFreeDictionary”, veio o anúncio para esta notícia abaixo, que logo notei que seria fake:
Trump’s Third Term - the hidden 150 trillion resource




Pensei de pronto, como seria possível manter este segredo tanto tempo com tanta gente se digladiando por poder, sem que a informação vazasse, sendo que a toda hora ouvimos vazamentos de informações secretas daquele país?

Após conferir com algumas pesquisas, já que confirmavam minha suspeita, comecei a pensar por outro prisma.

É extremamente importante para Trump, na próxima eleição, cultivar a esperança do povo em seus milagres, mesmo que seja necessário cultivar em grande parcela da população despreparada um milagre que possa tirá-los das dificuldades que os EUA plantaram para si. Certamente isto alimenta o mito do "salvador da pátria", literalmente, o herói que resolve o problema daqueles que não resolveram seus próprios.

Nota: Hitler, Putin e outros, usaram a mesma estratégia para tirar vantagem dos sistemas democráticos.
O leitor poderá conferir através da história, como eles se elegeram por plasmarem os sonhos de um povo.

Democracia é tão frágil quanto ingênua.
É um "prato cheio" para as águias do despotismo.

Na hora de votar, à medida que cresce o número de eleitores deste tipo, o total de seus votos fazem a grande diferença nos resultados.

Para suportar democracia é preciso que a maioria da população tenha um bom grau de instrução e conscientização.

Quanto maior o número de pessoas desassistidas culturalmente, como também revoltadas com o próprio sofrimento, maior o ensejo para o despotismo, sem atinar que este efeito atribuído aos governantes é de fato compartilhado por eles próprios através de seus votos.

O velho caso do indivíduo que faz da vida dele uma “caca” e depois joga a responsabilidade para os pais, as escolas de onde ele fugia, para os governos insalubres em que ele votou, enfim, para tudo, menos para si próprio.

E o que acontece lá nos EUA com a deterioração da educação e da qualidade social é o mesmo que ocorre aqui no Brasil.

Então quando um garoto rejeita a escola, ele também rejeita parte da solução que beneficia a vida de todos.

E não é pelo conflito que devemos buscar a solução, mas renovando a forma de educar, oferecendo a sedução necessária à imaturidade para aquela parcela que participa, de uma forma ou de outra, de nossa sociedade, mas não encontra ânimo em estudar da forma como o ensino ensina hoje.

Um povo ingênuo não pode sustentar democracia.
Termina sempre vítima da esperteza egocêntrica de ditadores, porque o caos só favorece à ditadura, nunca à liberdade. Os regimes mais despóticos nasceram da degradação social culminada em crises sociais.

E quando o número dessa parcela despreparada cresce, vemos o que acontece até na maior economia democrática do mundo, prestes a fenecer pelas próprias mãos.

É por isso que os governos fazem o básico, mas nunca o melhor pela educação.
Não interessa povo instruído.
A eleição pelo voto popular precisa de massa moldável.

Diante do ataque de Trump a todas as universidades estadunidenses, fica claro a intenção de tornar as massas futuras cada vez mais crédulas pela própria ignorância, através da lavagem cerebral que nasce na fase mais suscetível do indivíduo, quando ele chega nesse planeta para a jornada que começa com o corpo nu, e prossegue na trajetória da sua formação cultural, aprendendo fake news como tarefa de escola.
O mesmo plano de Putin para a Ucrânia, e certamente adaptada à Rússia.

Então leitor?
Será que os assuntos dos EUA, da Rússia, etc. são tão distantes dos nossos?






 

 


abril 15, 2025

Analisando Governos IV - Completando o Quebra-cabeça




 

 1° Revisão


Resumindo e retomando parte do contexto formado a partir de posts anteriores com o objetivo de concluí-los através de pensamento único, buscando uma forma simples de expor um assunto complexo, sigo lembrando que, se um país tem tecnologia para vender, ele precisa de compradores, e como forma de viabilizar a troca e aumentar as vendas, ele também precisa ser flexível no modo de pagamento para viabilizar os negócios, ampliando o leque de possibilidades que seus clientes têm à oferecer como base de troca, mesmo quando encontram similares internos no país vendedor, de modo a sustentar a balança comercial de ambos.


Mesmo que se penalize parte do mercado interno de um país, aquela outra parte que oferece mais vantagens agregadas à proteção de divisas de uma nação é favorecida, ou seja, a segurança e o crescimento são prioridades.

A liderança econômica e tecnológica dos EUA permitiram que pudessem exercer por algum tempo o papel de protetores desse status quo definido após a segunda grande guerra mundial, porque favorecia o “stablishment”, ou seja, o estado da situação quando é favorável como está.

Nesta posição de vantagem, os meios militares tornaram-se um grande “business” estadunidenses, mas como em todo negócio, se mal aplicado, não há retorno mas prejuízo. E os EUA aplicaram mal seus recursos em muitas ações militares.

O tempo passou, e por circunstâncias internas do próprio país, os EUA acabaram por colaborar na construção de seus concorrentes, além de adquirir o fardo dos reveses de suas ações militares mundiais.

A “águia” não aproveitou bem seu voo.

O papel estadunidense perdeu preponderância com o crescimento de países que foram descentralizando e deslocando os polos tecnológicos através de seu próprio crescimento interno, com ajuda do próprio EUA.

Temos então uma nova situação, como a de um “vendedor” que já não mais está sozinho em seu mercado, ou até mesmo nem mais tem os produtos que tinha antes, porque a concorrência cresceu, mas a empresa que ele representa nem tanto.

Nessa situação, à medida que as vendas de um país caem, é preciso controlar melhor os gastos, escolhendo melhor com o que se gasta, com o que se importa, do contrário o país adquire débito crescente, como quem gasta mais do que ganha.

Os EUA tinham um papel mundial que dependiam justamente daquela situação anterior, e com a mudança, o equilíbrio de suas contas começa a mudar, fazendo-se necessário transicionar seu papel mundial, porém exigindo a forma certa.

É comum o comentário na mídia, inclusive nos EUA, culpando e criticando o seu presidente, no caso o Trump, contudo, quem o colocou lá? Não foi seu próprio povo?

Decorrente disso, assumindo os efeitos da democracia, pode-se concluir que a percepção da maioria do povo americano é que mudou à medida que “os tempos de fartura” vão se tornando menos fartos e mais competitivos.

As pessoas já regidas em sua maioria por um desejo de mudança imediata, sem levar em conta as consequências de suas próprias ações passadas e as prováveis futuras, foram se posicionando de maneira cada vez mais radical, típica do desespero míope.

Trump é consequência disso, e também do desejo de se acreditar em líderes que façam milagres rapidamente. Esse comportamento, no sentido oposto, é exatamente o mesmo de muitos empregadores que transferem para os seus empregados tal responsabilidade.

Toda mudança abrupta exige uma dosagem proporcional de autoritarismo.
Os meios democráticos são lentos, exceto quando há uma grande convergência de opinião, o que não é a tendência mundial nesse momento.
Essa é uma das razões porque a democracia começa a ceder espaço no panorama mundial.

Como se já não bastasse o sentimento rebelde crescente subsidiado pela contestação radical do senso moral tradicional, afirmando a criminalidade como uma atividade concorrente ao modelo legalizado de negócios, que por si só obriga o crescimento de forças controladoras de natureza autoritária, como são as estruturas de policiamento, ainda precisa suportar uma agilidade crescente de mudanças onde não basta mais haver espaço para a discussão, mas também é vital considerar o seu tempo de conclusão e a sua efetivação.

Os partidos democráticos mundiais agonizam e se afundam neste desafio diante da profusão de digressões divergentes de seus membros, onde o sucesso aparente e temporário desse tipo de conduta que materializa o senso democrático redunda em caos e atrasos durante as lutas que advém desse consenso leiloado durante a sua formação.

Democracia que transforma consenso em balcão de negócios, não é de fato a democracia que coloca à frente a transformação social, mas prioriza a cartelização do poder econômico. Uma aberração.

Então eu penso se vivemos uma “democracia virtual”, ou “um leilão de oportunidades”?

Diante da diversidade de opiniões e da necessidade de mudanças drásticas, só mesmo a autocracia logra sucesso na empreitada em sociedades moralmente atrasadas, todavia não garante sucesso em suas consequências.

Muda-se rápido, corre-se velozmente, mas para onde?
Pressa para o abraço ou para o atoleiro?
Esta resposta ninguém sabe ao certo, mas os que são adeptos da força bruta ganham apoio popular, e a massa, como quem assina em branco uma procuração — faça o que quiser contanto que você me beneficie — acaba vítima da própria ilusão.

Esta situação nasce do desespero que vai tomando conta do senso popular.

NOTA:
Eu quero ressaltar que o autor é democrata diante da cruel escolha à opção restante de espírito autocrata, mas que também não podemos partir para o negacionismo dos defeitos e qualidades de ambas.
É preciso renovar o sentido do senso de democracia, como venho tratando em várias publicações anteriores.

Acredito que vivemos a farsa da ignorância, de boa fé ou não.

Em um mundo cuja dinâmica socioeconômica fosse outra, menor e mais restrita, seria possível pensar em isolacionismo como forma de proteção interna.

O mundo atual é completamente diverso do anterior porque os meios de integração ao somarem competências reformulou o dinamismo evolutivo pelas mãos da globalização, uma realidade que conflita com o senso de territorialismo, conforme já mencionado em outro post.


É como se na sua vida pessoal as coisas não fossem bem, porém, dependendo de várias pessoas, precisasse ir negociando com cada uma delas um relacionamento melhor para ajustar às suas necessidades, ao invés de criar animosidades com todos ao mesmo tempo.
Nada esperto seria.

Trump, ao que parece, talvez ainda não tenha aprendido essa lição, mas se blefa, imagina que a “sua mão” não esteja tão pior que a dos outros parceiros de jogo.

Um país pode ser visto como uma pessoa no modo coletivo, porque conceitualmente é isto que representa.


Vivemos um momento incrível, em que os modelos superados estão no ocaso de seus seguidores pelas consequências que advirão, enquanto os novos modelos socioeconômicos desafiam a percepção cega pela inércia moral daqueles que carecem dos meios principais para subsidiar a compreensão desse novo mundo que nasce, enquanto mergulhados na inconsciência das vantagens individuais a qualquer preço.


E fechando o nosso quebra-cabeça, podemos entender que o panorama mundial é de renovação intensa, e não existe progresso sem os ruídos que ele causa, mas que certamente são compensados pelos passos seguintes em direção à melhoria social.

E se uma ponta de descrença tomar conta de seus sentimentos, basta comparar o momento atual com as condições de vida dos séculos anteriores.



abril 11, 2025

Você é jovem? Então aproveita a dica! Vale Para Sempre...

 

 3° Revisão


Antes de você ler este texto, eu gostaria de perguntar a você!

Supondo que você tenha 18 anos, então...

Quando você tinha 15 anos, você sabia mais ou menos que sabe hoje?

 

Bem, se você responder menos, temos um problema.
Parece que você não aproveitou bem o seu tempo... ou talvez alguma injunção física de ordem patológica tenha tomado os créditos que o tempo acresce à sua vivência.

A maioria vai responder, certamente, que a “pessoa de hoje” é mais esperta que aquela de ontem, afinal o cara do primeiro grau nunca será o mesmo do seu último grau que alcançou na estrada da educação.

 

Agora, imagine você daqui a 10 anos?
Vai saber ainda mais, não é?!

E daqui a 20 anos?

 

Então o que é envelhecer?
Envelhecer é agregar conhecimento, constantemente, se você sabe aproveitar as suas experiências e o seu tempo.

Jogou a vida fora?
Agregou pouco!!!
Vai envelhecer sem progredir muito, exceto pelas suas rugas!
😊


Discriminar o conhecimento alheio é o mesmo que discriminar:

- livros

- tudo o que você lê na media digital

- evolução

- aprendizado

 

Conclusão: discriminar o ontem é o mesmo que punir o amanhã com a “mesmice” do ontem, como quem desperdiça aprendizado condenando o amanhã com a estagnação do hoje, bloqueando a sua própria evolução, porque certamente o mundo não para. Isso sim é velhice!


Descriminar o conhecimento de quem envelhece bem é perder a oportunidade de se ganhar tempo!

Juventude autêntica precisa conhecer o ontem para NÃO repetir o hoje.

O nome disso é evolução, e como pode existir evolução sem o aprendizado do ontem?


 

 


IA e Suas Maravilhas Perigosas

 1° Revisão


Quando entrei no Gmail, na minha caixa pessoal, havia o seguinte aviso:

A image da comunicação foi posta aqui, porque por alguma razão o "Blogger" não aceitou.


Confesso que parei para decidir se iria ou não habilitar o serviço.
As facilidades que a IA oferece são tentadoras.
Muito, muito tentadoras!

Então comecei a pensar como alguém em frente de uma vitrina babando pela mercadoria ali exposta, um de seus sonhos de consumo enquanto decide se compra ou não.

Neste momento particular imaginamos em nossos sonhos dourados todas as vantagens que vamos colher da nova aquisição, colocando em segundo lugar tudo o mais, porque o sentimento do momento, preso do ímpeto do desejo reprimido, não vê outra coisa que a própria satisfação.

A realidade vem depois, quando a fatura do cartão de crédito chega, ou pelo uso quando caímos na real e descobrimos que não era tudo aquilo que imaginávamos.

Um dos sonhos mais almejados, acredito por todos nós, é achar as coisas que guardamos em um local, de preferência bem “facilzinho” que acaba virando uma bagunça pela quantidade de coisas acumuladas, uma quase “caixa de pandora”, mas que pelo menos nos conforta com a sensação que não está perdido. Está lá, em algum lugar, mas está lá.
Quando eu tiver tempo eu procuro...
😊 Um dia!...

IA tem o poder de facilitar a busca achando aquelas coisas que às vezes, de tão difícil, pensamos que perdemos, sem contar com o tempo gasto na procura.
IA também tem o poder de sumarizar, agregar e no futuro, certamente poderá até dar alguma organização à nossa bagunça.

Esses são os pontos positivos.
Babei!
E você, não?!

Analisando pelo lado positivo, resta analisar pelo outro lado, como sempre “girando o cubo” das perspectivas possíveis.

IA também pode extrair perfis, selecionar dados pessoais, capturar uma série de informações que nem mesmo o seu amigo mais íntimo conheceria.

Habilitar IA vasculhar seus documentos e e-mails é o suicídio da privacidade, porque IA não oferece segurança, ao menos por enquanto, mas certamente vão começar a oferece-la como se fosse real. Fala sério!!!  (depois eu explico em outro post o porquê!, me lembra de escrevê-lo
😊)

O ponto fraco de habilitar IA em nossos documentos é que geralmente pensamos que não temos nada a esconder ou proteger, mas... o tempo passa... você esquece que seu “fofoqueiro virtual” está lá, usando todo o poder de sua inteligência digital para levar todas as informações para seja lá quem for, que só Deus sabe quem e com que intenções estão coletando hoje e que poderão mudar amanhã. Sabe como é, né! Grana é grana!!!

A gente esquece, e como não temos meios de controlar tudo, porque pelo hábito vamos informando o nosso e-mail em mil lugares e para mil pessoas. Nem sabemos ao certo para que repassamos nosso e-mail, ou nossos e-mails.

Então você resolve criar um e-mail privativo, mas e os e-mails antigos quando você nem pensava em tudo isso?! 
Então vamos inverter, vamos usar o velho para o privativo!
Sem chance, né!!! (precisa explicar?)

A questão é que não tem jeito.
E-mail é privativo por natureza.
Muita coisa que chega não é, mas outras podem ser...

Seus documentos pessoais também.
Quanto a estes você pode até criar uma pasta local, ou na nuvem, para deixar lá o que não deve ser compartilhado.
A questão é:
“Você nunca vai falhar na sua organização?”

Eu particularmente, pela experiência acumulada em mais de 30 anos usando máquinas digitais para guardar tudo, porque abandonei o papel desde a década de 90 (acredite se quiser, mas pode acreditar), quando naquela época tínhamos tijolões (aqueles telefones móveis pesadões com bateria enormes) e “3Com”, um aparelho parecido com o celular de hoje, mas que não tinha telefonia embutida, apenas as funcionalidade de arquivar informações de forma parecida àquela que usamos hoje, mas sem serviço de nuvem.


Nunca me arrependi por ter abandonado o papel, porque achar informação numa agenda ou papéis soltos, formando grandes arquivos de pastas suspensas, era simplesmente um pesadelo.
O lado negativo é que de vez em quando eu preciso escrever um pouco e treinar a minha assinatura, porque a mão ficou tão viciada em digitar depois de tanto tempo sem escrever, que quando escrevo parece uma experiência nova! Surreal né?!
Eu olho para uma caneta daquelas com tinta, não aquela que usamos nos recursos digitais, e parece algo antigo, muito antigo, mas que eu gosto, tenho carinho e até tento encontrar uso para elas...

Com essa experiência de digitalização eu aprendi que não há como a gente não falhar em nossas organizações pessoais, mesmo porque o modo de organizar muda com o tempo, seja por necessidades diferentes, ou através de uma forma nova de ver as coisas por outras perspectivas.
O leitor pode acreditar nisso porque minha obsessão em como organizar as minhas informações levaram-me a criar uma app para isso, o drillback. Logo, logo disponível ao público.

Quanto à minha experiência com IA, começou a 20 anos atrás quando me formei com uma tese individual na área.

Contei a minha experiência porque os leitores jovens tendem a imaginar a necessidade que defini o hoje como algo estático. Só o tempo mostra que somos mutáveis, e, portanto, evolutivos.

Uma coisa é certa: as coisas mudam.
A vida não é estática.
Amém!!!

E a morte é renovação, transposição para um novo estágio de aprendizado, e nunca o fim!

Melhor que duvidar, é alegrar-se com isso.
Sua alma nunca deixará de existir e evoluir.


Então pense muito bem antes de ir habilitando serviços de IA que trazem a materialização de um sonho à primeira vista e o pesadelo da arapuca amanhã pela da perda de individualidade a longo prazo, cuja necessidade de preservá-la só vai descobrir quando será tarde demais.

A gente nunca sabe na vida quando a individualidade pode se tornar uma benção, ou mesmo um bote salva-vidas.
 
Eu não habilitei IA em meus documentos e e-mails, e jamais vou habilitar, mas ainda assim não me sinto seguro.
Por que?
E se formos “habilitados”, queiramos ou não??!!

Acredito que estejamos vivendo o fim de uma era com alguma privacidade digital.
A pressão política, econômica e social por medidas preventivas de segurança certamente irão mudar as regras de hoje que ainda adicionam alguma segurança.

Hoje, você dirigi seu carro digitalizado.
A IA, se vacilar, poderá ser dona da sua vida pessoal, e seu celular rastreando tudo.
Uauuuu! Você virou uma marionete, porque tendo tanta informação será muito fácil manipular você e os seus.

A vida privada retornará àqueles que presam a liberdade fora do mundo digital.
Carros não digitalizados, originalmente ou não.
Sistemas de informação desconectados.
Sistemas de informação conectados por computação quântica reunindo um volume de dados de segurança brutal em substituição às senhas, constantemente alterados, algo que nossas máquinas populares ainda não podem fazer.

Enquanto isso, na transição em os dois mundos, do digital para o quântico, preserve-se o quanto puder, porque ninguém “pode com o amanhã e as suas surpresas”.


Apesar disso tudo, eu amo IA, mas é como mulher bonita!
Fica esperto!

 


abril 10, 2025

Analisando Governos III - As Ironias das Incompetências

 2° Revisão


Dando continuidade a esta série de análise socioeconômica e política traduzindo o "economês" e as amenidades do "politiquês", tudo regado a termos "socialmente corretos" — que são até capazes de apresentar um oásis onde temos apenas um buraco nas areias de um deserto —, vamos reconstruindo uma parcela da razão mais realista que nos move como seres coletivos, e cuja individualidade, muitas vezes ludibriada, soma aos erros políticos através do voto não suficientemente consciente, que nos remete para a citação de Joseph de Maistre, um filósofo e diplomata francês do século XIX:

"Toute nation a le gouvernement qu’elle mérite."
("Toda nação tem o governo que merece.")

A ironia dessa frase, cuja crueza é tão intensa quanto apropriada, é que grande parte do povo acaba recebendo as consequências pela participação de um ato cuja intenção não consolida o mérito da reprovação.

Pondo em miúdos a sutileza da frase anterior através de um exemplo prático, imagine que seu filho de 5 anos derruba uma cadeira sobre si mesmo. Os pais certamente terão um comportamento diferente quando o irmão de 15 anos faz o mesmo. Então o filho mais velho, revoltado diz que o caçula é protegido, e pode tudo.

Somos capazes de entender este contexto familiar de forma tão simples e intuitiva, mas não conseguimos ver as similitudes existentes em contextos mais diversos, mas cujo princípio é o mesmo, ou seja, quando as nossas ações refletem "a intenção do que fazemos" ou "do que esperávamos fazer".

O pai não pune o filho menor porque não vê consciência, mas dependendo da gravidade da ação do filho maior, poderá reagir para não incentivar comportamentos similares.

E a democracia hegemônica pune pelas consequências os “filhos de uma nação”, sejam eles menores ou maiores, indistintamente, pelas consequências que traz.

À primeira vista, o leitor pode imaginar que a solução do problema esteja apenas no nível acadêmico de um povo.

Vamos continuar analisando...

A determinação de Trump ao aplicar pesadas tarifas alfandegárias aos países, especialmente a China, aprofunda as raízes chinesas quanto à posse e propriedade daquelas empresas que tiveram origem americana quando para lá migraram.

A Apple produzindo na China torna-se ainda mais chinesa, porque não mais se trata apenas de uma transposição de localidade de fabricação, mas de um recurso estrangeiro sendo discriminado e tarifado no seu próprio país de origem.
Os empresários e investidores tornaram seus capitais "chineses".


Simplificando, é algo como um filho que abandona a casa dos pais e deixa de ser família, e passa a ter um tratamento diferenciado.

O termo "globalização" de tão "gracioso" enfeitiçou a todos, independente de níveis acadêmicos.

Neste contexto percebemos que a ação da solução expatriando um recurso nacional esqueceu-se de lembrar que somos seres eminentemente territorialistas, e que a "globalização" era uma abstração que colocava um conceito tão forte à parte com base em premissas conjecturais temporais.

As guerras são territorialistas, e de uma forma ou de outra terminam na defesa de algum valor sustentado por seu espaço territorial.

Notamos que a inconsciência não é reflexo exclusivo do grau de instrução, sendo movida e condicionada por diversos valores racionais e emocionais.

A conclusão é que não só o povo mais iletrado vota mal, mas também empresários, investidores e etc.

A ironia é que Trump colocou o dedo na ferida, ressuscitando a verdade que nos rege, resgatando-nos de nossas ilusões. Suas atitudes trazem consequências boas e ruins, apesar dos custos discutíveis de suas estratégias abruptas na defesa da parcela de realidade que elas contêm.


Uma dessas consequências boas foi levantar o véu da nossa realidade evolutiva que restringe as nossas soluções produtivas interativas de natureza universal.

Globalização e territorialismo sempre disputarão enquanto a nossa capacidade de "amar o próximo como a nós mesmos" não pavimentar as estradas da humanização global.

 

abril 05, 2025

Analisando Governos II – Entendendo o Presente Através do Passado

2° revisão


As medidas de proteção tarifárias de Trump seriam acertadas ou um tiro no próprio pé?

(ou nos pés do povo?)



Analisar as coisas é como olhar para um cubo.


O máximo de facetas que poderá ver de uma só vez será 3 delas, mesmo colocando um espelho por trás para capturar as 3 restantes, ainda assim a sua visão ficará privada dos detalhes menores de cada uma. Uma análise mais profunda, exige rodar o cubo.


A análise humana depende de viés emocional.
Se algum conhecido atingiu um sucesso inquestionável, todos tenderão a comentar positivamente sobre essa pessoa, não necessariamente por todo o conjunto de qualidades que ela possui. Se essa mesma pessoa não obteve algum sucesso que seja socialmente valorizado, os comentários sobre ela tenderão às percepções negativas, fruto da rejeição daquilo que não valorizamos.

Lembre-se que valor é uma percepção relativa pessoal.
Uma determinada sociedade elenca pontos comuns que se tornam o “padrão desejável” e admirado.

A análise econômica e política sofre o mesmo processo, como qualquer outro assunto.
A ideologia do analista e o grau de simpatia pelos envolvidos vão determinar o viés da análise.

Este texto vai oscilar entre o lado positivo e negativo dos pontos abordados, na busca de fortalecer algum senso de equidistância do viés pessoal, trabalhando mais a visão racional que emocional.

Então o leitor pode ficar confuso, porque a grande maioria dos textos buscam justamente o viés, ou seja, são propagandas de alguma forma buscando conduzir a opinião pública, porque nisso reside o senso comercial da sociedade, que através dele garante sua subsistência.


Olhar para as coisas sempre ponderando os lados negativos e positivos de cada faceta, torna a leitura um exercício, porém o leitor está acostumado à leitura de curral, ou seja, aquela que conduz a uma conclusão, preferivelmente simples e com sentido partidário, refletida pelo viés do autor que cumpre seu objetivo “evangelista”.

O senso comum de sentido partidário é o que sustenta os salários milionários do futebol e outros esportes de grande audiência popular. Este texto, todavia, não vai oferecer a você esse tipo de conclusão incentivando o partidarismo, mas a matéria prima para você entender a lógica dos eventos e ser capaz de perceber por si mesmo de forma menos restritiva o que acontece no seu presente, quando passamos a olhar as coisas em suas várias formas e consequências. Isso é um exercício de liberdade de pensamento, quando tentamos nos libertar das nossas próprias premissas.

Para entender o hoje, a gente precisa dar uma espiada no ontem.

Pegando uma carona no túnel do tempo, voltaremos aos idos de 1630 a 1661.
Os holandeses ocupavam o nordeste brasileiro e impulsionavam a indústria do melaço e da rapadura local incentivando os engenhos, que transportados para a Holanda, ali eram refinados tornando-se o açúcar branco, que alimentava as suas exportações de um produto muito procurado.

Muito esperto os Holandeses, porque se fizessem o refinamento do açúcar no Brasil perderiam o controle da posse desse conhecimento (know-how) que lhes permitia a liderança nesse mercado.

Quando Portugal consegue retomar o nordeste brasileiro, assina com a Holanda o Tratado de Haia de 1661.
Este tratado indenizava a Holanda, reconhecia a propriedade de Portugal sobre o Brasil e Angola, e permitia a Portugal trocar vinho por açúcar com a Holanda.

Este exemplo ilustra o conceito de “balança comercial”, onde um país busca equilibrar suas contas com o comércio de outro pelas trocas de produtos entre ambos.
Se um país compra mais que vende, vai ter que desembolsar recursos para cumprir o saldo devedor da balança comercial.

Os holandeses foram hábeis em muitos pontos.

Sabendo que a sua permanência no Brasil não iria durar, com o aprendizado adquirido no incentivo da cultura canavieira nordestina, buscou fontes alternativas de produção em regiões cujo clima se assemelhasse à do Brasil, desenvolvendo alternativamente a cultura canavieira no Caribe.

 




Quando ficou interessante para os holandeses devolver a terra espoliada, a Holanda ainda manejou para receber de Portugal uma indenização conforme ficou estipulada no tratado assinado.

Como os holandeses detinham a tecnologia do beneficiamento do açúcar naquele momento, e uma vez que Portugal tinha muito vinho, os portugueses entenderam que seria uma boa estratégia trocar com a Holanda o seu vinho pelo açúcar holandês, e incluíram isso no tratado. Acontece que o vinho não tinha demanda nos países baixos porque os holandeses preferiam a cerveja e o gin ao vinho.

O Tratado de Haia de 1661 jogou Portugal em sérias dificuldades financeiras, pois a exportação de vinho não cobria as despesas das importações de açúcar, e para piorar ainda mais, a guerra desta disputa destruiu boa parte dos meios produtivos do nordeste brasileiro, pois os engenhos perdidos não mais podiam agregar a força produtiva anterior.

Esta foi outra grande jogada holandesa, porque mais um produtor daquela matéria-prima era posto de lado no mercado de açúcar favorecendo o monopólio da Holanda.  Provavelmente, a velha política de “terra arrasada”, ou seja, eu lhe entrego o que sobrou, se sobrou...

À época do tratado, a Holanda já tinha firmado sua base produtiva no Caribe e não dependia mais da produção brasileira. Sendo a dona destas rotas, manteve a sua liderança na comercialização do açúcar.

Voltando para o presente

A proposta de Trump de proteger os meios produtivos estadunidenses faz sentido, mas como comentei no post anterior, a forma de fazê-lo é o que vai diferenciar uma política protecionista que alcança o sucesso ou o retrocesso.

Da forma inadequada, agrava ainda mais a economia do país, jogando-o no atoleiro da recessão, ao invés de incentivá-la, além do custo colateral de desfazer laços econômicos, políticos e militares.

Imaginando que uma política protecionista seja bem aplicada, as vantagens cobrem as desvantagens compensando os sacrifícios com benefícios maiores. Do contrário, é o caos.

No passado, o Brasil aplicou política protecionista de forma intensiva e ostensiva.
Como resultado, ficamos atrasados tecnologicamente na esperança que esse “gap” fosse suprido internamente, e muitas empresas nascidas desta proteção acabaram por minguar, porque uma iniciativa precisa vencer pelo valor de troca que agrega ao mercado e não pelas mãos da proteção que sustentam um valor virtual de mercado.

Imaginavam os políticos da época e seus assessores econômicos, que a carência interna promoveria o suprimento das necessidades e os meios respectivos para produzi-la.
Infelizmente, o parque industrial e o mercado não funcionam por regras tão simplistas.
Existe o “background” tecnológico e cultural da nação, e a vocação de seu povo precisa ser impulsionada por vetores de incentivos múltiplos e de muito longo prazo, que vão evoluindo e adaptando-se às mudanças externas e internas, em constantes ajustes.

Trump parece repetir parte da mesma experiência vivenciada na recessão dos EUA em 1930, assim como a nossa aqui no Brasil.

Outros fatores também participaram da trajetória negativa nas últimas décadas dos EUA

Excesso de gastos externos que, se aplicados internamente poderiam ter alavancado os EUA, mas que foram utilizados externamente sem os retornos esperados, algo já comentado em post anterior.

Dificuldades sociais na sustentação de seus meios de produção.
Por que o parque industrial estadunidense foi transferido para a China?

Entre outros motivos, vamos destacar que a sindicalização da mão-de-obra estadunidense era muito forte, através de sindicatos poderosos como a AFL-CIO e a Teamsters Union.
Na tentativa de proteger a força trabalhadora, os excessos cometidos pelos sindicatos acabaram por gerar duas consequências nefastas para a economia: o aumento do custo de mão-de-obra que tirava a competitividade das empresas, e o seu efeito colateral que construiu percepções de padrão de vida e “direitos trabalhistas” que insuflaram o constante desejo de uma vida mais fácil do que poderia ser realmente provida.

Sobre o tema, tem um documentário sobre um milionário Chinês que tentou inverter essa tendência, trazendo uma indústria da China para os EUA.

Ao invés de produzir na China os vidros que fabricava, reabre uma fábrica desativada da General Motors em Ohio, nos Estados Unidos, transformando-a em uma unidade de produção de vidros automotivos, e começou a produzir com a mão de obra local estadunidense, trazendo da China apenas a sua equipe de alguns funcionários de alto escalão para orientar os meios de produção.

O choque cultural foi intenso. As dificuldades com sindicatos e a mentalidade dos funcionários precisaram da paciência e da persistência chinesas.

Este episódio foi documentado através de um filme que foi o primeiro projeto da Higher Ground Productions, produtora fundada por Barack e Michelle Obama, que resultou no documentário, "Indústria Americana" (American Factory), filmado em 2019, e dirigido por Steven Bognar e Julia Reichert, retratando a história do bilionário chinês.

A narrativa explora o choque cultural e as diferenças nas práticas de trabalho entre os funcionários americanos e os gestores chineses, destacando as complexidades das relações trabalhistas em um ambiente globalizado.

Indústria Americana recebeu aclamação da crítica e venceu o Oscar de Melhor Documentário em 2020.


É a velha briga entre patrões e empregados


De fato, nunca deixou de existir a “ganância capitalista” — fazendo uso do jargão muito empregado nas greves trabalhistas brasileiras.

Isso gera uma experiência negativa nos empregados que passam a analisar tudo pelo prisma único dessa ganância, perdendo-se a noção real de limites onde é preciso lembrar que uma empresa é uma entidade que precisa manter-se competitiva no mercado e fornecer uma margem decente de lucro que justifique o empreendimento.

Conclusão: os dois lados cometem desatinos.

Naquela ocasião, a China oferecia mão-de-obra mais barata, mais disciplinada, ausente de sindicatos e desesperada por iniciativas que gerassem oportunidades de trabalho, o que determinou a migração de parte do parque produtivo dos EUA para a China, principalmente na área tecnológica. Quem não se lembra da Apple?

A liberalidade e a Criminalidade

A liberalidade do “americanismo” dos EUA sempre foi confundida com os excessos de liberdade pessoal. Basta dizer que o cinema eternizou o cowboy, cuja lenda era resolver as necessidades pelo livre exercício do viés pessoal disputado à bala.

Certa vez, conversando com um jovem, ele me afirma:
“Se democracia é liberdade, então eu posso fazer o que quero, certo?! “

Eu respondi “errado”, e foram mais de duas horas pouco produtivas tentando explicar a ele e seus colegas algum conceito inicial de liberdade social vs. a individual.
Eu não contava encontrar toda essa dificuldade na compreensão dos limites pessoais.

Ele e seus amigos ficaram revoltados comigo, como se o conceito que lhes passava fosse um produto pessoal e não uma contingência comum à vida em sociedade.

Tanto o conceito “cowboy” de estilo de vida, quanto à falta de senso social, remete à criminalização dos meios produtivos no Brasil, pois todos nós sabemos que o criminoso e o estereótipo real do cowboy — não a do mocinho imaginário cultuado pelo cinema — são muito semelhantes pelos métodos que empregam para resolver suas estratégias comerciais.

Se está no meio do caminho, então ou vende barato, ou morre.
Se compete, ou para de competir, ou tem o mesmo destino.
Se atropela morre, ou se fala, também.
Tudo é resolvido por uma única e simples estratégia: a do mais forte prevalecendo pela agressão extrema à vida — o argumento final em qualquer caso.

Hoje, a criminalidade, com o dinheiro do tráfico, vai investindo nos meios produtivos legais, usando suas próprias regras sob a fachada dessa legalização. Recentemente, a Polícia Federal emitiu um relatório relatando que mais de 1.000 postos de gasolina pertencem ao crime organizado.

E o que tudo isso tem a ver com o tema do post?

A mentalidade social é a base do sistema econômico de um país.

Consequências Socioeconômicas do Unilateralismo Extremo

Empresas estadunidenses cansadas de lidar com uma mão-de-obra que pelo excesso de protecionismo e salários tornou-se antiprodutiva e mal-acostumada, somando-se também a tudo isso a miopia política que não soube administrar a relação de capital e produção, acabaram por encontrar seus caminhos na China, atendendo os anseios de um povo sedento de oportunidade e com muita vontade para o trabalho cujo passado comunista mal administrado soubera incutir o valor dessa oportunidade.

O sofrimento deponta o véu da realidade, em qualquer alma ou cultura.

Conclusão: os EUA doaram os empregos e o know-how para o inimigo porque nem os políticos, nem o povo, nem os empresários conseguiram um consenso em prol de seu próprio país.

 

O esvaziamento dos meios de produção foram ocorrendo ao longo das décadas seguintes, fazendo da China a provável próxima maior economia do mundo, tornando a liderança dos EUA ameaçada paulatinamente pelo vácuo econômico crescente deixado pela migração produtiva cada vez maior.

Uma lição para o povo e para os empresários.


Revertendo a Política e Reconduzindo a Nação


Pensar em uma medida política agressiva que reverta o estado construído em décadas, revertendo-o em meses ou poucos anos é um quadro de otimismo e presunção duvidosos.

Ao processo de reversão, acresce ainda a resistência interna, uma vez que carrega o fardo de um contexto formado pela contingência acumulada pela cultura de seu povo, seja conduzida pela ambição do capitalismo, ou pelas mãos das vantagens laborais induzidas por um sindicalismo excessivo que adoece a capacidade produtiva, encarecendo o produto final, reduzindo a sua qualidade e a capacidade de evoluir.

Precisamos ainda lembrar de um outro fator.
Quando os EUA lideravam os meios produtivos e tecnológicos, de máquinas a computadores, fazia-se necessário vende-los para sustentar o parque industrial que os produzia.

Precisamos ainda lembrar de um outro fator.
Quando os EUA lideravam os meios produtivos e tecnológicos, de máquinas a computadores, fazia-se necessário vendê-los para sustentar o parque industrial que os produzia.

É assim que retomamos ao começo.
Se uma nação não tem meios de produzir tecnologia, só pode comprar um computador trocando por bananas, abacaxis, carnes, minerais, e outras matérias primas diversas de que disponha.

Nestas circunstâncias, torna vantagem para o país com superioridade tecnológica viabilizar as compras de seus produtos tecnológicos, trocando computador por geleias, bananas, bois, etc., mesmo que não os necessite, o que certamente vai competir com produtos internos similares.

Foi assim que os EUA foram viabilizando suas tarifas alfandegárias à entrada de produtos diversos. Se de um lado, a indústria local de geleia é penalizada, do outro, a indústria de ponta é incentivada.

Então, se você é presidente de seu país, o que você faria?
Protegeria as geleias dos fabricantes locais e deixaria a indústria de ponta marcando passo por falta de venda que subsidie seu avanço? Enquanto isso, seus inimigos continuam caminhando...

Infelizmente, se o país tem tal vocação tecnológica, eu, se presidente, tomaria a decisão de incentivar a indústria de ponta mesmo que sacrificasse boa parte do parque industrial interno que fabrica as mesmas coisas que outros também fabricam com resultados similares.

Já sei... Já sei...
Se você fabrica geleias, não vai votar em mim!  :-(
Todavia... todos aqueles que dependem de insumos tecnológicos vão.
É melhor você começar a redirecionar seu negócio de geleias para revender o importado.
De produtor, aproveitando a cadeia logística, passa-se a distribuidor.
Enquanto isso, a industria local pode fabricar algo que o importado não tem...
Essa é a luta pela sobrevivência, onde a necessidade de muitos conduzem a de poucos.


Infelizmente, uma guerra é vencida com superioridade tecnológica e econômica.
Então é melhor alavancar a economia pelas mãos da tecnologia.

Clima e Inversão de Valores nas Relações Comerciais

Neste quadro econômico é preciso fazer um aparte esclarecedor.
O panorama da produção agrícola mudou muito nas últimas décadas com o avanço da tecnologia. Veja como as coisas vão se entrelaçando.

Antigamente, produzir bananas ou fabricar geleias era desvantajoso.
Caminhamos para uma época em que a comida começa a ter mais valor agregado que a tecnologia convencional, não aquela de ponta vencendo seus próprios limites.

Os desafios da superpopulação em um planeta cujo clima vai degradando a sustentabilidade, tornará a produção de alimentos o grande filão econômico sustentado pela alta tecnologia.
E isso já começa acontecer.

Vim de uma época em que cansei de ouvir de meus professores de história e economia que produção de base e matérias primas sustentavam uma relação nociva com a balança de pagamentos, porque baratos para vender em troca do que era muito caro para comprar quando se tratavam de produtos processados ou tecnológicos.
A banana era barata, mas o equipamento de som era uma fortuna.
Essa relação vai se invertendo.

Hoje, uma compra mensal de alimentos no supermercado para sustentar uma família já representa um valor maior que um celular popular.

Comida vai se tornando gradativamente um item mais caro que os artefatos tecnológicos populares produzidos em massa, principalmente se levarmos em consideração que a compra de alimentos do “mês” dura aproximadamente aquele mês, enquanto os artefatos tecnológicos muitos meses ou anos.

Compare o custo diário de uma banana com ou de um celular e vai descobrir que já está vivendo nos “portais desse futuro”.

Retornando ao tema e resumindo, já que é algo que envolve muitos fatores, e o leitor precisa juntar os pedaços de informações com paciência para montar a colcha de retalhos da realidade em que ele está imerso.


EUA no Presente

Se no passado era vantajoso para os EUA liberar a importação, agora ocorre o inverso diante da reversão contextual.
A China já não é mais aquele país estendendo as mãos pedindo por recursos, mas aquele pais que estende as mãos para fornecê-los na forma de investimentos.

E tem esbanjado, e tal como os EUA, seu déficit interno já aponta as garras que vão trazendo recessão interna. Os dados econômicos chineses são filtrados pelo partido, mas sabe-se por outros indicadores que eles também podem vir a tomar do mesmo remédio, embora com outro sabor, porque as regras são as mesmas para todos.

Não há milagre, exceto na Igreja Católica.
Para mim, milagre é a explicação do que não conseguimos explicar ainda, portanto, não existe milagre de forma alguma, apenas um vácuo preenchido pela nossa ignorância que leva o título de milagre.

Trump percebe o problema, mas o seu imediatismo agressivo é o seu maior inimigo, sem falar do seu discurso pouco comprometido com a realidade das suas afirmações, o que nos leva a pensar que, ou ele é mal-informado, ou mal-intencionado, ou mal assessorado, ou tudo isso e mais alguma coisa.
How knows?!! Do you?

O fato é que o descompromisso com a verdade é um requisito fundamental para construir a confiança.
Infelizmente, desesperados encontram esperança naquilo que imaginam, porque sua capacidade de racionalizar está prejudicada pelo desiquilíbrio emocional.

Efeitos Colaterais da Democracia

Enquanto Trump atropela, Biden ficou como aquela aranha que acaba presa na própria teia. Embora equilibrado e inteligente, as mãos de um presidente terminam atadas nos sistemas políticos democráticos.
Tais regimes precisam dividir intensamente o poder, porque é justamente onde reside parte da sua natureza, como também para se proteger, já que a liberdade traz seus contratempos.

A divisão excessiva de poder termina ralentando o compasso dos trabalhos quando não congela em virtude das disputas e divergências, ou seja, só funciona bem quando a maioria pensa aproximadamente da mesma forma, mas então nesse caso torna-se desnecessário tanta divisão de poder, já que haveria consenso.
A democracia como a conhecemos parece uma ideia bonita, mas quando se começa a pensar melhor, percebe-se que está na hora de repensá-la.
Tudo precisa evoluir. A democracia também.

Na democracia atual, todos falam, mas poucos mandam.
Nos regimes opostos, autoritários, um fala e todos calam, adulam ou solidarizam.

Tem solução?

Então fica a pergunta na cabeça do leitor...

A solução virá à medida que a divergência for sendo reduzida pela convergência de opiniões à pelo amadurecimento social, espontâneo ou não, onde os sistemas de poder distribuídos encontrarão algum conforto na solidarização das medidas maiores necessárias à sobrevivência de seu povo e a preservação de suas divisas.
Então, a carga administrativa nas costas do povo será menor porque será mais otimizada.

A convergência acontece em períodos de crise, sejam naturais (terremoto, furacão, tsunami) ou promovidas por conflitos militares de grande extensão (guerras mundiais).

Uma convergência natural e espontânea só ocorre pela evolução moral e social, e fora disso, só mesmo os sofrimentos naturais ou aqueles impostos pelos conflitos extensos, generalizados.

A polarização é a varanda desse processo.
Ignore a sua ansiedade por saber o que está por trás da porta sob esta varanda.



março 30, 2025

Analisando Governos Através de Um Oportuno Exemplo

 

Vou utilizar o exemplo Trump vs. Musk, porque um caso internacional reduz a interferência emocional de cidadão e as suscetibilidades políticas nacionais, o que deixa o assunto mais fácil de ser analisado por nós brasileiros, contudo não ocorre o mesmo para os estadunidenses — “Sorry for that, but maybe, an american may do the same using another country as na example, like Brazil, for instance! 😊”.

 

Os EUA caminhavam para a falência.
As contas não fechavam, exigindo sempre aportes adicionais através de árduas lutas políticas para a autorização de extensões de gastos.

Os EUA arcavam, e ainda arcam, com muitos programas globais de suporte criados em outras eras e contextos, e também muitas ações militares externas cujo fracasso ficou latente, enquanto o cidadão americano ficava sem apoio à saúde pública e à educação.

Tudo isso ainda acrescido de uma política externa e de uma filosofia econômica de globalização que fragilizou extremamente os meios de produção internos e portanto devorou muitos postos de trabalho.

Essa estratégia deixava claro que o enfraquecimento interno estadunidense versus uma política externa altamente dispendiosa levavam os EUA à insolvência.
Por duas vezes precisaram revisar o teto de gastos do governo estadunidense, autorizando sua ampliação, denotando uma crise que ficou latente ao término do governo Biden.

Se eu tivesse direito de voto lá, seria um democrata, não porque o partido esteja no melhor caminho, pelo contrário, mas porque entre dois males só resta escolher o “menos ruim”.

E por que?
O partido republicano historicamente está muito associado com “extremismo”, enquanto o partido “democrático” é mais aglutinador socialmente, já que busca resolver assuntos políticos de maneira mais inclusiva, tal como a discussão de gêneros, política externa agregadora, etc.

Embora eu seja de alma um “democrata”, mesmo que estadunidense fosse, fica evidente que Biden e o partido democrata havia “perdido a mão”, presos em contextos do passado, o que resultaria no ocaso da supremacia americana, levando os EUA ao caos em poucos anos, ou talvez menos se ousassem um confronto bélico globalizado. E não estavam longe disso...
Putin percebeu a fragilidade e fez seu jogo, aliás muito bem feito, embora não signifique que esteja necessariamente correto, mas sim efetivo do ponto de vista dele próprio, tal como expansionismo territorial e político.

Convém lembrar da desastrosa política nuclear interna estadunidense, quando um tratado de desarmamento nuclear, abriu espaço para que os Russos espertamente o utilizassem como meio de atingir a supremacia mundial nessa tecnologia, enquanto os estadunidenses usaram como um subterfúgio para diminuir suas despesas ignorando a oportunidade de crescimento dos russos neste sentido.
Erro terrível.
Armas nucleares são necessárias para manter o equilíbrio entre os desiquilibrados governantes de nosso planeta.
Você não pode usá-las sem o risco de autodestruição, mas precisa tê-las para não se submeter à chantagem daqueles que têm!

É um absurdo do ponto de vista humanitário?
Sem dúvida, mas a nossa primitividade gananciosa acaba por exigir tais soluções de modo a manter as fronteiras no lugar em que estão.

Eu realmente não posso acreditar que o governo dos EUA estivesse alheio a tudo isso.
Certamente sabiam, mas diante do excesso de gastos, fecharam os olhos, assim como fecharam os olhos para a fuga do capital produtivo investido nos países asiáticos.
Esse ônus dos governos anteriores levaram os EUA aos desafios atuais e que Trump imagina resolver de supetão, tal como um garoto bravo e intempestivo.
Muito do que ele pensa estaria num bom caminho se a forma de fazê-lo fosse adequada.
Isso seria pedir muito de Trump.

Outro quesito a considerar é a discriminação de gênero incentivada pelo partido republicano, outro tópico que condena o partido pelo seu extremismo.

A força de uma pessoa trans a ponto de transformar a sua fisiologia original em outra, certamente determina a construção de um carácter forte impulsionado por uma natureza tão intensa como aquela que é imprescindível num campo de batalha.

Eu só faço um tipo de discriminação!
Eu apenas discrimino pessoas pelas suas atitudes, mais do que palavras, embora estas últimas possam ser uma antecipação do futuro ou apenas uma solução social de verdade que podemos ignorar.

Apesar de não gostar do estilo “Trump” e “Musk”, é preciso sangue frio e imparcialidade para ver os erros e acertos da forma mais próxima ao pragmatismo que uma administração imbuída da obrigação de fortalecer seu país precisa atender.

O que justifica parcialmente as atitudes desse governo “Trump/Musk” é a extrema necessidade de redução das despesas em função da necessidade maior de realocar recursos econômicos para outras necessidades mais emergentes que o tempo provou necessárias, reconstruindo seu parque industrial e sua independência econômica que no passado suportou e permitiu a sua vitória na WW2.
Um país sem autonomia é presa do inimigo.

Porém... é aquela velha história...
O tempo passa e as prioridades mudam, e a inércia política impede a ação em tempo real.

A tendência à oligarquia e à ditadura é mundial.
Ela  vai tomando as rédeas em todos os setores, sejam políticos, administrativos ou produtivos.


Por que?
À medida que uma população se torna mais rebelde, menos comprometida com as necessidades públicas e sociais, maior a necessidade de políticas fortes, ditatoriais.

Veja um exemplo.
Quando o povo sai às ruas de uma forma incontrolável, o exército acaba assumindo a tarefa de restituir a ordem.

O exército é uma instituição “ditadora” por natureza intrínseca à sua organização,  porque é extremamente hierárquica e sem a liberdade pessoal de manifestação ao longo da cadeia de comando, cujo princípio básico organizacional repousa no cumprimento de ordens recebidas que devem ser cumpridas 
de cima para baixo sem questionamentos, onde a análise pessoal não conta, ou conta pouco, ou ainda com ressalvas em casos especiais quando o a inteligência ou a esperteza de um superior reconhece o valor da informação de que precisa de um subalterno.

A famosa liberdade de expressão estadunidense sustentada pela primeira emenda começa a ser questionada e posta de lado através de soluções que a ignoram.
Estão mandando todos os arruaceiros de volta para casa.
https://www.nytimes.com/2025/03/20/us/politics/republicans-trump-free-speech-campuses.html

Fazem muito bem!!!
O que um estudante estrangeiro tem que se intrometer e tumultuar o país onde é visita?
Afinal ele foi lá para estudar, ou para trabalhar como agitador político subsidiado por interesses de seus país de origem?

Não é uma forma interessante de guerrilha aproveitar-se das amenidades legais de um país para enfraquecê-lo e confundi-lo socialmente?

 A imigração em massa tem o mesmo efeito.
O indivíduo entra no país com a mão estendida de um pedinte, e tão logo melhora sua posição, busca influenciar a política interna do país que o acolheu trazendo os mesmos problemas que o fizeram evadir-se de sua terra natal.
Isso é latente principalmente para os povos com tendência ao fanatismo religioso, onde a forma de governo é teocrática (... acho que para bom entendedor, meia palavra basta!).

O partido democrático adotou a estratégia errada.
Tem sido muito "paizão ou mãezona", “dando muito mole”, e dessa forma não se mantém a ordem, assim como um sargento mansinho não comanda o pelotão, ou ainda, um comerciante que aceita muito fiado acaba falido.

Não só Trump, mas legisladores e políticos começam a compreender que o excesso de liberdade causa caos.
Ou seja, tudo que é extremo está fadado a problema extremo, quando então a solução extrema acontece, para então retornar à moderação assim que o sofrimento pelos excessos extingue a esperança social no extremismo.

A liberdade excessiva é um extremismo, assim como a ditadura é o seu lado oposto pela restrição extrema.

Crianças choronas e manhosas poderiam ganhar de seus pais essa percepção através de uma educação menos permissiva, mas justa, como um presente entregue logo na tenra idade, ajudando a construir uma sociedade menos alienada aos seus limites civis.

O que é preciso não é mudar de partido, mas o partido.

Os democratas precisam aprender que idealismo precisa andar de mãos juntas com o pragmatismo da autodefesa e do respeito empregados na defesa da construção da ordem social e econômica.

Está absolutamente certo mandar de volta para casa ativistas políticos estrangeiros disfarçados de estudantes.

Se o partido democrata não se realinhar rapidamente, aprendendo com as lições de seus fracassos e através da observação dos acertos republicanos, vai acabar virando o partido dos sonhadores  perdedores, vivendo de um idealismo do passado que impede que contribuam com o presente na manutenção da ordem através do exercício do equilíbrio que usa o autoritarismo despótico nos excessos despóticos sociais, concomitante à redução dos efeitos dos conceitos discriminadores que apenas dividem o povo estadunidense e enfraquecem o país, causando cicatrizes que duram gerações e não fecham.


Os EUA precisam recuperar o tempo perdido por políticas externas desastrosas e pródigas, onde tanto o partido democrata quanto o republicano são responsáveis.
Não acredita?
Analise as sucessões presidencias por partido.

Anteriormente, havia uma sintonia maior quanto a algumas das diretrizes majoritárias, que a polarização foi corroendo ao longo do tempo, à medida que os ajustes começaram a ser percebidos e as ações propostas divergiam. Isso é uma das causas da polarização em qualquer país ou cultura.


E como a Europa fica nisso pelas mãos da NATO?

O continente Europeu acomodou-se à política paternalista dos EUA, tal como a Alemanha, tornando-se displicente quanto às suas políticas militares internas de segurança, assim como tantos outros países deste continente. Era conveniente, tal como um filho mal acostumado com uma mãe superprotetora que vai fazendo pelo filho o que ele mesmo deveria fazer por si próprio.
É lógico que isso não funciona.

Agora, a Alemanha corre para recuperar o tempo atrasado, votando por um dos maiores orçamentos do pós-guerra para esta finalidade.
Fica óbvio que precisamos desconsiderar o período em que ficaram de mãos atadas pela derrota incondicional sofrida na WW2.

A NATO precisa renascer.

Esse desafio é também seu grande momento de reerguimento através do crescimento de seu papel e influência mundiais que precisam ser revistos.
Criado no pós-guerra (WW2), esqueceram que o tempo passou e que o contexto mudava paulatinamente.
Grave erro político de seus participantes que, talvez pelo comodismo ou talvez pela inércia política que rejeita tudo que é novo, foram de certo modo apáticos diante das necessidades que a realidade impunha.
Políticos fogem da rejeição como o diabo foge da cruz.

O EUA precisam se fortalecer a ponto de ficarem tão fortes quanto uma Rússia somada à China, porque este é o meio de se manter o equilíbrio político-econômico, vital à contenção do expansionismo territorial, como por exemplo a invasão da Ucrânia.

Infelizmente não é o que acontece por enquanto.
Parece que Trump tem a ilusão de dividir o bolo entre ele e o Putin.
No final das contas, é o Xi Jinping que vai apagar as velas!!


Alguns países da Europa, quando comparados ao passado, degradaram em pujança e perderam  a representatividade bélica e econômica que já tiveram.
Assim como os EUA, eles precisam repensar seus papéis no continente europeu.

Os países europeus são geralmente pequenos quando comparados a países continentais, alguns deles no topo da cadeia socioeconômica, então eles precisam compensar seus territórios menores com mais eficiência, a exemplo da Coréia do Sul.

É bom lembrar que a Coréia do Sul não é um exemplo ideal porque caiu no extremismo pelo excesso que conduz ao stress as novas gerações (burnout).

O grande desafio é a dosagem, porque a diferença entre remédio e veneno está na quantidade.
A moderação é um atributo da excelência, um desafio ao trabalho de aperfeiçoamento da nossa individualidade.

Extremismo é a emoção descontrolada que destrói e mata, cedo ou tarde.


A Inglaterra é um país insular que depende de suas antigas possessões obtidas durante o seu auge do colonialismo descarado e convertidas em “ Commonwealth realms”, um colonialismo com novo rótulo, que visa somar força política, além de proteção militar sob um título mais aceitável.

É uma solução relativamente limitada e frágil, como repetia a Rainha Elizabete — além de rainha era uma política sensível.
Seria preciso que seus participantes pudessem seguir o caminho dos pequenos países asiáticos para pertencer ao topo que o futuro reserva à supremacia dos vencedores na disputada tecnologica que irá compensar os obstáculos inerentes ao seu espaço geofísico natural.
Provavelmente, à medida que alguns deles despontarem em pujança, buscarão independência se o “Commonwealth” não se tornar genuinamente interessante às partes.


Nenhum partido tem todas as verdades, nem todas as melhores soluções.

Assim como cada um de nós precisa trabalhar em equipe, unindo forças para a consecução de um objetivo comum, a despeito de nossas diferenças pessoais e mágoas, também os partidos políticos precisam exercitar a união independentemente dos interesses e vantagens econômicas dessa relação, tal qual a divisão de dois rios que se unem para desaguar na foz de um estuário fluvial, já que um país pode ser imaginado como um rio ou lago.

Trump vai exercendo a autocracia.

Eu penso em Trump como um "projeto", porque ele, afinal, é um projeto de retrocesso político.

É fácil começar um projeto.
Difícil mesmo é finalizá-lo bem.

Hitler parecia tão fantástico em seu início aos olhos ansiosos e ingênuos de uma população ansiosa e  agressiva querendo soluções mágicas, de uma hora para outra, como forma de compensação de erros acumulados ao longo de sua trajetória enquanto nação, assim como toda a parcela da população estadunidense que votou em Trump por similitude de sentimentos.

Hitler caiu, e levou todos juntos, assim como os seus devaneios de poder.


Trump/Musk percorrem um caminho de recuperação pela imposição de poder.

O que preocupa não são os devaneios, 
mas a forma de implementá-los.


No final das contas, a diferença entre o sucesso e o fracasso está mais na forma de implementar um objetivo que nele próprio, já que todo objetivo evolui ao longo da sua execução, ou fenece pela sua improbidade.

Faço votos para que os EUA não precisem destruir seu passado para reconstruir seu aprendizado de retorno para ele.

Todos, enquanto cidadãos ou países, precisam que o maior bastião da democracia mundial reencontre seu caminho, ressurgindo da experiência do amadurecimento que finalmente pode compreender que democracia não é liberdade ampla, mas divisão de poderes com responsabilidades conjecturais.






 

 

>sites

https://www.nytimes.com/interactive/2025/us/trump-agenda-2025.html

https://www.nytimes.com/video/us/politics/100000010059382/democrats-responding-to-trump.html

 

 

Analisando Governos V - A Soma Social: Pequenas Ações, Grandes Efeitos

   1° Revisão Talvez o leitor se pergunte porque essa série tenha relevância. Afinal de contas, problemas de outros países não são necessa...