1° Edição, 1° revisão
Eu escrevo esse post com extrema tristeza.
Minha educação sempre esteve pousada sobre dois pés:
Um na liberdade e outro no senso democrático.
Eu faço menção ao "senso democrático" porque a democracia ainda não atingiu a sua maturidade.
É um conceito vago, confundido com liberdade total, bagunça, etc.
Fico extremamente triste porque parte da minha educação devo ao povo estadunidense.
Meu vínculo cultural com eles é inequívoco, mas não cega a minha percepção crítica.
É como o amor aos meus pais, pois nunca fui indiferente aos seus erros.
Amor talvez seja a capacidade de ver o lado bom apesar do lado ruim, algo com que todos nós lutamos e faz parte da nossa natureza, enquanto não alcançarmos o vôo maior da evolução espiritual.
Amor talvez também seja a capacidade de ver o lado bom, apesar do lado ruim e inevitável da natureza humana.
Ao assistir este vídeo:
USA: An Illinois senator goes viral after confronting masked ICE agents - France 24
eu digo a vocês, doeu!
Minha primeira namorada foi americana.
Tive namoradas latinas.
E por meio de todas elas, eu aprendi a amar o mundo, indiferente à diferença de sua cultura.
O vídeo dói!
Uma mulher agoniada, a senadora, gritando na calçada da vizinhança, pedindo que seus moradores fiquem em casa porque o ICE, um grupo de pessoas brutas (raw people like thugs), tal como bandidos, vão caçando pessoas nas ruas da maneira mais rude, imprópria e absurda.
Uma situação surreal, coisa de ficção horrorosa!
Imagine algo assim no Brasil!
O povo brasileiro não tem vocação natural para isso.
Bolsonaristas que me perdoem!
Espero que seu extremismo seja enterrado junto com o de Trump.
E lembro, veementemente, que os extremistas estadunidenses (Ku Klux Klan e cia) não podem fechar os olhos para o fato, que parte da grandeza de seu país, foi construída com o sangue de latinos, africanos, e outras nações.
Não existe grandeza no isolacionismo, ou no ufanismo ortodoxo, onde uma raça pretensamente superior possa substituir todas as outras.
Pensamento assim é fruto de pretensão extrema, consequência da ignorância extrema.
Por mais que alguém busque justificar ações assim, através da pretensa superioridade branca que me faz recordar Hitler com o seu livro "Minha Luta" (Mein Kampf) — uma apologia ao desamor humano —, resta o fato inequívoco da contribuição de diversas raças para a falsa grandiosidade dos nativos exclusivamente estadunidenses, quando sem um judeu como Einstein, e muitos outros, não haveria o EUA que existem hoje, lembrando que Elon Musk (África do Sul) veio reviver o apogeu da NASA, quando os puros americanos não puderam fazê-lo.
E a lista é infinita de contribuintes de outras nações com os EUA, seguindo alguns a título de ilustração:
Madeleine Albright (Czech Republic, USA)
Nikola Tesla (Serbia, USA)
Andy Grove (Hungary, USA)
Elie Wiesel (Romania, USA)
Levi Strauss (Germany, USA)
Oscar de la Renta (Dominican Republic, USA)
Yo-Yo Ma (France-born to Chinese parents, USA)
John von Neumann (Hungary, USA)
Wernher von Braun (Germany, USA)
Joseph Pulitzer (Hungary): Revolutionized journalism and founded the Pulitzer Prizes.
I.M. Pei (China): Designed iconic American buildings like the JFK Library and the Rock & Roll Hall of Fame.
Gloria Estefan (Cuba): Brought Latin music into mainstream American culture.
Trump é um homem "rogh and raw" que fez fortuna justamente por esta natureza, um meio de enriquecimento que infelizmente ainda prevalece nos EUA, e que não foi capaz de evoluir culturalmente, distando do futuro como as pirâmides do Egito distam do arranha-céu Burj Khalifa (Dubai, UAE).
Ainda bem que existe a esposa dele, que com sutileza medida e contida, uma vez ou outra, tenta salvar o desastrado marido do pior, a exemplo da Ucrânia.
Um povo cujo acesso à educação vai se tornando algo como uma coisa de uma elite econômica, só pode mesmo terminar nas mãos da demagogia daqueles que prometem milagres ao preço que ninguém quer pagar, mas que só descobre depois que votou, quando então é tarde.
Trump vai cair, mais cedo ou mais tarde, como todos os déspotas, acompanhado daqueles cidadãos brasileiros que buscam seus favores em prol de si.
Ninguém tem o poder, nem mesmo o presidente da nação mais rica do mundo, de tripudiar tanto sem que as consequências reconduzam ao estado de equilíbrio, mais cedo ou mais tarde.
É só questão de tempo.
E se até agora meus prognósticos se cumpriram, espero que neste eu não me decepcione.