Este post trará diversos assuntos interligados usando uma sequência nem sempre
linear, mas ainda assim entrelaçados, tal como na vida. Conectar os pontos faz
parte do jogo divertido de combinar as peças do quebra-cabeça.
As notícias
são assim! Como peças de um quebra-cabeça que o leitor vai unindo para formar o
panorama total, ou algo mais próximo disso, já que a realidade é subjetiva e restrita
às informações que a constituem.
O objetivo desse blog não é buscar seguidores!!!
Mas buscar pensadores!!!
Seguidores são uma responsabilidade!
Eu não desejo tal responsabilidade!
Seguidores “copiam e colam” e portanto não representam seres que fazem
diferença, porque normalmente suas decisões são reflexos de terceiros.
Por isso o site não tem anúncios, porque eu não vendo ideias, apenas as compartilho
e cabe a você decidir o que há de interessante nelas, e então elaborar você
mesmo as suas conclusões.
Eu defendo que o indivíduo precisa construir suas próprias bases, e assumir a
responsabilidade por elas, porque ninguém pagará por suas opões, senão você mesmo.
Aqui, eu apenas colaboro fornecendo matéria prima para o pensamento pela
conexão de fatos e opiniões.
-- --
Na
sequência dos últimos posts, abordamos IA e a reviravolta republicana pelas
mãos de Trump.
Como tudo
na natureza, temos dois lados, sempre vantagens e desvantagens.
Referente a IA, o modelo autogenerativo do DeepSeek tem alguns pontos fracos:
* Ele
depende de muita informação e treinamento para gerar "conhecimento"
ou "inteligência" própria.
* Disso
decorre que a demanda de energia e tempo são maiores.
* Dessa
forma, o que o modelo economiza no aprendizado assistido, ele dispende de
outras formas.
Como vê,
não podemos interpretar as notícias da forma como elas nos são entregues.
Logo, a guerra não me parece tão desigual, mas que provocou um boom, ahhhh isso
provocou!
O importante mesmo era o “boom”!.
Neste comentário, o leitor começa a perceber como que “eu percebo” as notícias.
Elas despontam do impacto na media. A gente recebe o impacto, mas sem levar tão
a sério.
Afinal de contas, não existe nada que não tenha suas vantagens e desvantagens.
Agora, vamos para outro assunto. Trump!
Por que Trump ganhou?
Todos nós
fizemos essa pergunta, de uma forma, ou de outra.
Sempre existirão muitas abordagens, mas a que prefiro é aquela onde a eleição
reflete a satisfação de um povo com o governante/partido anterior em
contrapartida às expectativas em que o povo aposta para as mudanças que desejam
como forma de curar as suas frustrações não atendidas.
Por mais de uma vez o governo estadunidense não conseguiu fechar suas contas,
quase paralisando suas atividades. Se isso acontecesse com você, seria o mesmo que
você gastasse bem mais do que pode, e então precisasse correr atrás de crédito
para honrar os seus compromissos. Se você não mais tiver crédito no mercado,
você estará falido.
E isso
aconteceu durante o governo Democrata.
Existem atenuantes, pois foi um momento duro, onde os EUA dispenderam muito com
ajuda internacional, como por exemplo nos conflitos envolvendo a Ucrânia e
Israel, mas não para por aí.
Os EUA vêm sangrando há muito tempo com intervenções internacionais que poderiam
evitar, e pior, sem o sucesso esperado, colhendo mais fracassos militares e
políticos que lucros, tais como os erros no Vietnã, Somália, Afeganistão
(Taliban), Iraque e outros interesses, numa contínua guerra sem fim. E guerra custa
caro! Ainda mais longe de casa!
Junte-se a isso, a transferência de parte de suas forças industriais para a China,
que se transformou em concorrente, enfraquecendo o seu parque industrial e
favorecendo a concorrência.
Enquanto isso, a saúde e a escolaridade nos EAU acabaram sem o amparo
necessário.
O presidente Barack Obama(Democrata) buscou amenizar a carência da saúde
através do Obamacare (Affordable Care Act - ACA), e foi severamente criticado,
enfrentando até hoje resistência e ameaças à permanência do projeto.
Ao mesmo
tempo faltou sensibilidade para o presidente Joe Biden e do seu partido perceberem
o momento político de seu povo. Se um vociferante oponente ganha espaço popular
apesar de toda pressão judicial de seus crimes, então fica mais que óbvio que o
povo está se identificando mais com um perfil forte na esperança de solução,
colocando tudo o mais em segundo plano, inclusive o carácter lícito do candidato
a presidente.
Algo
semelhante acontece na Argentina com a eleição de Milei, que trouxe promessas
de soluções, como cortes radicais nos gastos do governo de modo a promover o
equilíbrio econômico do país, dizendo não à mesmice do governo anterior.
A extrema direita ganhou espaço pela força que promete o mito de solução e segurança
onde o fracasso de outros partidos abre espaço para o seu próprio funeral.
Não é fenômeno meramente político, mas muito mais social decorrente de coisas
simples como preço dos alimentos, índice de desemprego, inflação e outros itens
que corroem as condições de sobrevivência do povo que sente isso direto na
própria pele sem amenidades.
Não foi o que aconteceu na Alemanha de Hitler?
Ele também era de extrema direita, e a força de seu discurso, cheio de ódio e
ressentimento foi encontrando eco e sintonia com o desejo alemão de superar
suas perdas da WWI, lutando por seu reerguimento.
Sufoque um povo hoje, e ele responderá, cedo ou tarde.
É por isso que ouvimos falar de genocídio praticado com os uígures, um povo de
minoria étnica em Xinjiang, a noroeste da China.
Muito mais frequentes e intensos são o eventos genocidas no continente africano.
E por que?
Porque o ódio tem sementes extremamente poderosas.
Aqueles que praticam o genocídio visam erradicar as sementes desse ódio, mas
nunca conseguem, e um dia, de uma forma ou de outra, tal como fênix, ressurgem
das cinzas das brutalidades sofridas buscando justiça.
Hitler só
chegou onde chegou porque disse ao povo o que ele queria ouvir, e no momento
certo, cuja sintonia com a massa acabou por elegê-lo como herói e vingador, o
salvador da pátria atendendo à ingenuidade de uma esperança que é mais
sentimento exaltado do que razão!
E povo o que é, senão mais sentimento do que cérebro?!
A infeliz percepção do sentimento acima de tudo, os conduziu ao extermínio e
sofrimento intensos impondo à Alemanha um derrota tão desastrosa quanto os
comentários finais de Hitler repudiando o próprio povo alemão como
responsáveis!
Brabo, hein!!!
Por isso, eu não acredito na democracia plena, igual para todos, porque nada
mais desigual do que direitos iguais
para pessoas diferentes.
E não é justamente este preceito que a lei estabelece através de intermináveis
artigos que vão discriminando o julgamento desta ou daquela ação? Deste ou daquele
perfil comportamental?
Legislar é essencialmente isso!
E a discriminação econômica também não determina classes?
Classe A para quem pode pagar classe A.
A nossa sociedade é baseada em meritocracia, ao passo que a democracia plena é
baseada no descompromisso desses princípios que nos regem!
Não faz sentido!!! Absolutamente nenhum!!!
Só mesmo quem não teve tempo de pensar pode realmente suportar que democracia é
sinônimo de tudo igual para todos.
Seduz quem pensa pouco.
Infelizmente, a maioria.
Infelizmente, por outro ângulo faz sentindo sim, leitor!
Sabe por que?
Porque atende aos interesses demagógicos, por influenciar pessoas com pouco ou
nenhum acesso à cultura. Influenciar pessoas despreparadas é mole, e de fato
uma covardia!!!
Oferecendo um ensino que não consegue cativar seus alunos, que resulta em alta
evasão escolar, é muito interessante demagogicamente.
Eles dirão: damos oportunidade de ensino gratuito através das escolas públicas,
mas infelizmente a evasão é muito grande!
Eles não querem aprender!
Não são
apenas os alunos, mas também os professores que sem investimento ministram
aulas pobres que não cativam o interesse dos alunos.
Quanto menor a cultura, mais frágil a razão e mais determinante se torna a
emoção como meio de decisão.
Tudo isso aumenta o risco de um repeteco da experiência alemã entre 1933 a 1945.
Voltemos para Trump.
Um homem associado com extremismos e declarações flamejantes...
Alguma semelhança com a experiência alemã?!
Ainda por algum tempo, qualquer candidato que desejar fazer frente a Trump terá
que jogar pelas mesmas regras, usando os mesmos truques e sentimentos que falam
à grande parte da população.
E os democratas não perceberam isso!
Kamala não tinha esse perfil apesar de outros que a qualificavam para a
disputa.
O problema
daqueles que se tornam elite é que eles se distanciam do povo.
Trump teve a mesma sorte de Hitler. Chegou com o discurso certo na hora certa.
Não foi sagacidade, foi a coincidência de alguém que deu sorte de estar
expressando um desejo comum pela forma que era desejada pela maioria estadunidense
por ocasião das eleições.
Então o senso de justiça ficou abaixo da necessidade de reforma.
Não importa ter um criminoso desde que resolva os nossos problemas!
A verdade é essa!
Dura e crua.
Isso me faz lembrar da nossa experiência aqui no Brasil com Lula e STF.
Um candidato apto precisará rivalizar com Trump atos tão vociferantes, intensos
e repletos de bravatas, mostrando o velho e mítico espírito do cowboy,
disparando as balas verbais de seu revólver político em direção aos seus inimigos,
ou àqueles que não mais querem se submeter aos seus caprichos, imprimindo aquele
senso de força raivosa que acalma a ansiedade de um povo que sabe que caminha
para a corda bamba se não tomar cuidado, e por isso gosta disso, porque
interpreta tudo isso como poder de mudança!
Ledo engano!!
O EUA lutaram muito lá fora e abandonaram-se internamente.
Fica perceptível essa visão pelas atitudes de Trump e seu partido, e não é para
menos, um país que não está conseguindo fechar suas contas tem que sanitizá-las,
se quiser voltar a ser o que foi, do contrário desestabiliza sua economia
interna a exemplo da Argentina, e do que poderá acontecer ao Brasil de forma mais intensa.
A verdade é que o EUA de hoje é um país em situação relativamente frágil, e
cachorro que muito late não morde, e quando morde é tardio, porque seu inimigo
enquanto isso, no silêncio, vai tomando ação para silenciá-lo. E Xi já mostrou
a calma e o silêncio que um inimigo mortal sabe conservar.
Não posso
deixar de admirar o estilo de Xi, mesmo sabendo que suas intenções são mortais
à liberdade como a conhecemos, por isso eu separo admiração de opção/ação. Não
é à toa que foi eleito o grande líder da China, tornando-se algo que lembra um
imperador e sua corte — o partido
comunista.
São
imperialistas e se não tiverem uma força moderadora, irão dominar o quanto
puderem.
Quanto aos EUA, não há como escolher o lado pior, se Democratas ou Republicanos,
porque ambos trouxeram contribuições e desacertos.
Os Republicanos pelas mãos de Elon Musk irão buscar equilibrar as contas do
governo, porque em aritmética básica política não conta e os EUA precisam
disso.
O EUA desempenharam é ainda desempenham papéis magníficos, tanto na área humanitária
como através de suas defesas ideológicas, muitas vezes uma liberdade que se
expressa apenas nos anseios dos discursos mas que não suporta a realidade do
cotidiano e morre, abandonando seu próprio povo.
Em alguns aspectos, o Brasil com todas as dificuldades devidas aos desvios
políticos e à corrupção inerente ao sistema, ainda assim é, de certa forma menos
cruel que o estadunidense, tanto na educação quanto na saúde, porém ainda muito
longe do necessário.
Não fosse a corrupção no Brasil, seríamos primeiro mundo.
O EUA não enfrentam mais um inimigo com alguns parceiros, mas um bloco
econômico com interesses fragmentados, difusos, contraditórios e entrelaçados
formando uma teia complexa de interesses que a globalização teceu, e não há
como dela se desvencilhar.
Alguns
analistas, inclusive americanos, em suas publicações mencionam a tentativa de
retrocesso em algum momento político. Isso é totalmente equivocado por qualquer
um que acredite nisso como solução. Fortalecer a economia de seu país não
significa caminhar para o isolamento, mas reestruturar a sua diversidade
produtiva de modo a estabelecer o equilíbrio de sua balança comercial, porque
trocar é fundamental, uma vez que os recursos estão espalhados pelo mundo sob
diversas mãos que os controlam.
Por
exemplo, o Brasil precisa do EUA, e vice-e-versa.
Hoje talvez menos que os “americanos” precisem da gente, mas o futuro tem suas
surpresas, seus novos parceiros e alianças, e quantos países que bradavam sua
superioridade na relação de dependência não terminaram amargando os prejuízos
do isolacionismo, caminhando para a depressão econômica e científica?!
O que vai determinar as lideranças do novo mundo que está por nascer virá do
entendimento que a luta armada aos poucos transfere-se para as lutas de
bastidores do business mundial.
Será o jogo econômico de interesses multilaterais que determinará a hegemonia
daquele que puder prover mais influência nas rotas das commodities, nas
soluções ambientais de toda espécie, porque logo será a diferença entre a produtividade
e a carestia, e mais tarde entre a morte e a vida.
Quem dominar tecnologias de recursos hídricos, geração de soluções à
continuidade da produtividade da biomassa que sustentará de forma regenerativa a
atividade humana, ou seja a famosa e tão falada economia sustentável, poderá permanecer
ou ascender ao topo do poder.
Temos as plantações ressentindo-se do aumento da temperatura, regiões secando,
enquanto o fogo vai substituindo o verde, a exemplo do que aconteceu na
Califórnia recentemente, quando aprendemos que fogo corre rápido e o mundo
precisará aprender a correr ainda mais rápido para substituí-lo com
soluções.
Realmente, os EUA precisam cuidar um pouco mais deles próprios.
A época de extrema fartura e vantagem tecnológica e econômica se foi, junto com
os sonhos de uma Hollywood tomada pelas chamas de um clima radicalizado.
Apesar das grandes contribuições do partido Democrata e seus presidentes, eles
perderam o tom do momento. A perda de Elon Musk
para os republicanos já marcava problemas internos intensos, e essa
falta de percepção.
Kamala Harris, apesar de excelente opção, era solução fora do timing político.
É covardia atribuir a ela o fracasso, pelo contrário, ela conseguiu um sucesso esplêndido
diante das circunstâncias, mas para rivalizar de igual para igual com Trump precisava
ter o mesmo dom da retórica agressiva, mesmo que o fizesse de forma mais
elegante, um dom que a crueza de Trump carece.
O partido republicano, também com longa tradição histórica de contribuição (Abraham
Lincoln), infelizmente assumiu o momento tomado de um sentimento de radicalismo
graças a Trump.
E Trump escolheu o homem certo para cuidar das contas do “business público”.
Se Musk não conseguir, o partido Republicano ficará em situação difícil, e
provavelmente poderá querer varrer a sujeira para debaixo do tapete de alguém,
até do próprio Musk se ele estiver frágil politica e/ou economicamente.
Na Alemanha de Hitler, Hitler tinha o voto massivo do povo, e a oposição que
aparecia, ele exterminava. Putin gostou da fórmula de poder. Um discípulo
esmerado!
Quanto aos EUA e Trump, precisamos lembrar que quase a metade não votou nele,
muito parecido ao que acontece num Brasil dividido.
Isso tem as suas vantagens, pois quando um líder tem apoio popular total, o
orgulho e a presunção sobem à cabeça do líder que perde a noção da realidade.
Além disso, tanto nos EUA e Brasil, seus presidentes têm seus cordéis de
controle.
Se Trump blefar demais, os EUA vão precisar mostrar o jogo (como no poker) e
isso vai se tornar, muito provavelmente, um peso insustentável para a sua
economia já claudicante, já que à época de Hitler havia supremacia bélica e
tecnológica inquestionável durante o período do pré-lançamento das campanhas de
conquistas territoriais, o que não acontece com os EUA.
O mundo, durante a WW2, precisou se dedicar com afinco para superar essa defasagem
sob as penalidades do conflito.
Esse quadro difere muito da situação atual entre os países, incluindo os EUA.
Seria necessário um estopim de proporções excepcionais, não pelo tamanho, mas
qualitativamente, que pudesse definir rapidamente blocos que pudessem entender
que o momento oferecesse vantagem muito larga de vitória e submissão do bloco
opositor para que a WW3 venha acontecer.
O que
desiquilibra este cenário é a guerra nuclear.
O que a mantém restrita é o desiquilíbrio incontrolável das projeções técnicas
que poderiam garantir vitória para um dos lados.
Acredite. Se não fosse isso, houve momentos que a WW3 poderia ter acontecido.
Hoje, o que eu desejo sinceramente, para todos os países que lideram a economia
mundial é que haja continuidade dessa fragilidade econômica de forma
generalizada, reflexo de uma nova era que se aproxima por novos desafios em
face de super população e da ameaça dos recursos insuficientes para mantê-la da
forma com vem sendo mantida.
Guerra custa muito caro, e pobre não faz guerra!
E se um país buscar a guerra sem alavancar muito bem as suas bases, será como os
fogos de artifícios que brilham com esplendor mas terminam no chão, para serem
varridos.
Felizmente, a manutenção das bases de um povo depende de muitos recursos que
hoje estão muito distribuídos e entrelaçados como anteriormente comentado, e
não existe guerra que suporte intensa divisão de necessidades, como não existem
fogos de artifícios que suportem a umidade interna.
Enquanto
isso, graças às divisões, entrelaçamentos e fragilidades, vamos ganhando tempo
sob uma paz frágil e constantemente ameaçada, porque mata úmida não pega fogo, mas
se tornando muito seca e com ventos favoráveis, uma faísca é suficiente para consumir
tudo à sua volta.
A História como ciência é fantástica!
É pena que muitos professores não a saibam transmitir.
Todo criança adora uma história, e se bem contada, ela prestará atenção e irá
assimilar sua mensagem.
A maneira como a História é ensinada nas escolas é um desastre.
Não cativa.
Não mergulha no imaginário do aluno.
O nosso presente sempre repete a história com as transformações da evolução
agregada, mas os princípios humanos que a regem mudaram pouco quando comparados
à tecnologia que a transfigura.
Por isso a história se repete, e também se renova quando “advinha” nosso
futuro.