1° Edição, Sem revisão
Este post estende o assunto
iniciado no post Escolhas.
“Regimes e processos apenas movem a roda
da vida na sucessão de experiências cíclicas, que conduzem o ser no aprendizado
da sustentação do equilíbrio dessa gangorra de decisões, à medida que reduz a
distância entre os pés onde pousam cada lado da dúvida, ...”
Se o leitor tiver uma opinião formada sob a
intensidade da emoção partidária, vai se decepcionar com o texto, porque
leitores assim buscam textos que os apoiem naquilo que desejam apoio. Não
buscam por uma reflexão ponderada e equidistante.
Uma vez que os grupos são formados porque “a união faz a força”, o efeito
colateral adverso da grupalização é que seus participantes reforçam o que
desejam reforçar, portanto, encontrarão mais dificuldade para analisar outras
perspectivas que não sejam aquelas que desejam ver. A chance de se desenvolver comportamentos
obsessivos aumenta, porque a troca de energias na mesma direção age como o
alimento do fanatismo.
“O pior cego é aquele que não quer ver”.
A questão é que a sociedade humana é justamente a composta pela noção de agrupamento, onde a menor célula costuma ser a família, como em tantos outros casos similares encontrados na natureza.
Resumindo o pensamento do post anterior "Escolhas",
percebe-se que até mesmo o que parece necessário, natural e bom, pode trazer
seu lado negativo.
O agrupamento social, por ser tão natural, é menos visualizado pelo seu possível lado negativo.
A vida é uma “gangorra de decisões”,
frequentemente dificílimas.
Sob esta perspectiva vamos analisar alguns
momentos políticos que vivemos.
“Israel vs. Hamas”
Segundo o noticiário, o próprio Netanyahu, em exercício anterior,
chegou a repassar recursos ao Hamas com a intenção de contribuir com os
propósitos civis da Faixa de Gaza, já que a sua economia dependia de ajuda
externa. Netanyahu certamente fez isso vislumbrando alguma vantagem adicional
porque líderes políticos são pragmáticos.
O Hamas, por outro lado, alegava que lutava contra a ocupação israelense dos
territórios palestinos, e a influência maléfica de Israel que contribuía para o
isolacionismo da causa Palestina e seu enfraquecimento, prejudicando sua
independência econômica.
Durante muito tempo, assistimos à troca de
agressões, incluindo troca de mísseis entre ambos.
Israel, com mais recursos, construiu o “Domo de
Ferro” com o propósito de se proteger.
A busca de justiça nunca chegaria a consenso buscando contabilizar o resultado
de quem errou mais nessa “luta de interesses” para se definir quem seria a
vítima e o réu.
A “gangorra da vida” vai sempre oscilar entre os lados, a favor do mais economicamente pesado.
É como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, ou as disputas territoriais da China
(invasão do Tibet, Twaian, Filipinas, etc.) e massacres de culturas minoritárias (Xinjiang/Uyghur, etc.).
O Brasil também teve suas disputas territoriais no passado, e ainda hoje busca através da diplomacia o reconhecimento da Elevação do Rio Grande (ERG), que apesar do nome é uma área submersa do tamanho da Espanha e rica em minerais importantes.
Assim como Putin também alega razões histórias que justificam a invasão da
Ucrânia, a China faz o mesmo com Twaian, e o fez com o Tibet.
O Hamas luta pelo mesmo princípio de direito: uma nação palestina.
A Inglaterra é um exemplo excelente para o tema!
A Índia, pelas mãos de Gandhi, constitui um dos maiores exemplos de luta pelo direito de um povo
conquistar sua liberdade civil, constituindo-se como uma nação aglutinada por
seus valores culturais, sociais e genéticos.
O modelo econômico inglês ainda contempla conquistas territoriais passadas ainda em vigor.
O “Commonwealth” é composto por 56 países sob a chefia do rei da Inglaterra.
Alguns de seus participantes clamam pela independência pelos mesmos direitos de outros países no passado. Segundo algumas notícias, a Inglaterra justifica-se para continuar impondo seu
modelo econômico que os reivindicantes não teriam como se sustentar pela própria economia.
Mas isso não seria um problema deles, dos reivindicantes?
E se eles não podem se sustentar, porque o interesse em mantê-los, já que
se pode pressupor que dariam prejuízo ao invés de lucro?
“Caridade” inglesa?
Irlanda e Escócia não tentaram o mesmo?
Não foi a independência do Brasil também um
exemplo disso?
A África não vive sob a mesma ditadura dessa
luta mediante genocídios étnicos em massa, a exemplo de Ruanda, Sudão,
Camarões, etc.?
A revolta e a exacerbação levam à formação de grupos radicais.
Sob a visão
desses grupos, resta-lhes a guerrilha quando mediante os meios diplomáticos terminam impotentes pelas mãos do poder econômico.
Não foi a trajetória de Bin Laden,
amparada pela justificativa ideológica que se sentia ameaçada pelos valores
ocidentais?
Disso tudo, ao menos podermos tirar uma conclusão estatística.
O terrorismo, como o ato último do desespero extremista, demostra que causa danos ao
inimigo ao custo do próprio suicídio, sem ganho real de longo prazo.
O que o leitor pode concluir?
Toda essa destruição se arvora nessa “gangorra de opiniões sob as ambições exacerbadas”
sempre em busca da mesma coisa — hegemonia versus liberdade — aonde nenhuma
parte cede e só resta o conflito como tentativa de solução.
Essa gangorra só encontrará equilíbrio quando for acrescido ao peso do poder
econômico, também o peso de ideais como aqueles que Gandhi defendeu, e outros
grandes expoentes da alma humana que não eram tomados pela ambição cega, assassina.
Tudo tão fútil!
Olhe o mapa de hoje e compare com aquele do tempo do Império Romano no seu apogeu!
Valeu tanto sacrifício, tanto sangue, tanto sofrimento indescritível?
Toda a história humana é baseada nisso, dos Vikings às Cruzadas, Império Otomano, a luta da Alemanha nas duas guerras, etc. etc. etc.
Tudo passa, e só restam os escombros dos desatinos.
Enquanto isso a sociedade agoniza em um
planeta com o mesmo destino.
Homo sapiens?
Really?
Ambição e poder descontrolados são a prova da
nossa burrice emocional uma vez que são genocidas e suicidas.
Enquanto isso o povo vai votando em líderes impróprios, porque o modelo dos
regimes democráticos elenca homens assim como as únicas alternativas de voto para
uma população despreparada, ou deixa sem opção para aquela que não é.
Quanto aos regimes autocráticos, a ambição é
eleita por si mesma!
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