1° Edição, Sem revisão
Os modelos de democracias e as suas falhas são um assunto que venho comentando.
Resumindo, podemos dizer que as democracias omissas podem se tornar
instrumentos disfarçados ou amenizados de autocracias, ou seja, alternativa de ditaduras sob a pele da liberdade
relativa.
Veja Putin!
Ele se diz eleito pelo voto, assim como Maduro na Venezuela.
Quem acredita? :-|
Liberdade total é um conceito apenas abstrato, já que somos restritos pela nossa própria natureza.
Não podemos voar, precisamos respirar, dependemos de alimentos que dependem de solo, água e luz, tudo mantido por uma intrincada cadeia que sustenta a vida.
Assim também é a liberdade de pensamento/ação, porque ela está atrelada às restrições de nossa natureza humana perfazendo o caminho da evolução espiritual, ainda primitiva.
Lutamos para entender o exercício da liberdade, e de como organizá-la através de modelos que busquem acomodar interesses díspares.
Um exemplo excelente é o que está
acontecendo na Sérvia.
Segundo o noticiário, o povo sérvio dividiu-se naqueles que apoiam a situação e
aqueles a antagonizam, diante dos protestos contra corrupção, e etc. Enfim, desgoverno.
E na falta de uma resposta concreta na
direção de conciliar valores, apelam para a violência para serem ouvidos. A
mesma estratégia adotada pelo terrorismo, como descrita no post “A Gangorra da Vida”.
Observa-se que uma reivindicação justificável
transforma a sua origem autêntica em algo que caminha pelos mesmos princípios da
criminalidade, onde a violência parece justificar-se pelo embate das forças.
Este aparente caos da ordem nas democracias é o efeito da “Democracia Omissa”.
Os modelos democráticos atuais são falhos em muitos pontos, intencionalmente ou
não.
Um deles é este: o “Sistema” escuta o povo na hora da eleição, mas assim que
terminada, faz ouvidos surdos ao clamor popular.
A democracia tem ouvidos durante uma breve janela de tempo do período eleitoreiro,
depois torna-se surda pela autoridade eleita pelo próprio povo, e este se torna refém
de uma forma autocrática disfarçada. Muitas vezes, transforma-se em armadilha (Rússia, Venezuela, etc.).
Uma verdadeira democracia deveria oferecer meios céleres e efetivos que mantivessem a vontade popular sob demanda constante, principalmente em assuntos que obtivessem grande relevância para a opinião pública. Não vale só na hora do voto, não!
Uma alternativa, entre outras, seria dispor de instrumentos de votação nestas
ocasiões que fossem suficientes para afastar líderes que se distanciaram do
povo durante o seu julgamento, e tais direitos precisariam ser garantidos por meios não políticos,
porque dando total poder ao político é o mesmo que transformar o voto em um
anzol onde a isca é a promessa, e o povo faminto, à busca de comida, não tem outra
opção que beliscar ora em uma isca, ora em outra, tentando adivinhar qual delas
lhe dá mais esperanças na obtenção do alimento, sem que as suas entranhas sejam
fisgadas pelo anzol da mentira, o golpe da autocracia.
Promessas de campanha eleitoral deveriam se tornar contrato com fé pública, cuja
cláusula de garantia teria como caução o próprio mandato.
Escândalos de corrupção deveriam provocar o afastamento imediato do cargo até que o julgamento se concluísse, contudo, o que adiantaria julgar se a corte que julga também tem viés
político?
Assim como uma mesma corte pode julgar o réu culpado, e depois anular todo o processo de culpabilidade, resta a questão que a “Democracia”
repousa sob uma frágil “ciência de direito” onde o resultado vaga nas mãos do
momento de seus executores.
Fosse o “Direito” um sistema respeitável, um julgamento não poderia ser anulado
em sua totalidade, porque é improvável, comprometedor, e inadmissível, aceitar
que seus métodos falhassem em sua totalidade.
100% de fumaça???
Como fica a credibilidade de seus princípios, tais como a prova testemunhal, documental,
pericial, material, indireta/indícios, ilícita, e tanto outros instrumentos que justificam a
sua existência como algo digno de se confiar a vida e o destino de nossas vidas?
As consequências não tardam, tanto internamente, quanto externamente no âmbito internacional.
O desgaste de uma corte condena a sua própria credibilidade, que se torna alvo da crítica e contramedidas de outros governos aproveitando-se das oportunidades nas buscas de seus interesses, principalmente em julgamentos de casos onde se busca corrigir erros com princípios semelhantes por fórmulas diferentes e até conflitantes, trazendo soluções que deveriam caminhar pelo mesmo princípio de direito que rege a idoneidade tanto de seus réus quanto da própria corte.
Democracias pelos modelos atuais são autocracias fragmentadas disfarçadas nas mãos de poucos, já que a opção na hora de voto nasce destes poucos e cuja oferta, muitas vezes, não oferece outra alternativa exceto trocar seis por meia-dúzia, e depois suportar um sistema de justiça cujos princípios podem falhar completamente, principalmente quando a corte é eleita por indicação política. Um total absurdo!!!!
Diante de tanto desatino das lideranças, os liderados explodem ao atingir o
limite de suas paciências ao suportar o peso desses erros em suas vidas, lançando mão do ilícito para corrigir outro.
E o ciclo vicioso se perpetua, ora entre nações, ora entre os governos e seus
povos, tentando corrigir um erro com outro, indefinidamente.
Ainda assim, alguma “democracia” existe nestas democracias fragmentadas,
enquanto aquilo que se publica goza de tolerância uma vez que não tenha muita repercussão.
Em países totalmente autocratas,
um texto assim, com ou sem repercussão, traria a condenação tanto para quem
escreve quanto para aquele que lê.
Os fins não justificam os meios, quando
estes se tornam tão condenáveis quanto aqueles que se buscam corrigir.
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