agosto 18, 2022

Democracia e Voto Útil - Prós e Contras


 

O voto útil é decorrente de dois efeitos principais:

- As pessoas gostam de votar em alguém que tem chance de ganhar.
(Confundem esporte com democracia...)

- No segundo turno a eleição polariza, e os eleitores votam no melhor (ou não tão pior) com o objetivo de se evitar que o pior ganhe.


O segundo turno reforçou o hábito do voto útil e, infelizmente, é um desserviço à democracia.
A pesquisa de intenção de voto reforça esse efeito "cardume", ou "boiada" — a tendência de seguir o bando para onde ele for sem mesmo convicção própria.

Por todas estas razões, os eleitores vão se acostumando a uma forma de pensar pela maioria, o que restringe as vantagens da democracia, contra si próprios.

PRÓS

- Em determinadas circunstâncias, fortalece o sentido de rejeição dos eleitores.

- Aumenta as chances de que não haja segundo turno.

- Reduz o número de candidatos, o que reduz as dificuldades pela diversidade de propostas.

- Se o candidato fez um bom governo, terá maior probabilidade de ser reeleito.


CONTRAS

- O sentido do voto transforma-se em competição quando deveria ser por convicção.

- É algo cômodo, porque seguir a maioria traz a convicção de que estamos apoiados e provavelmente no caminho melhor, já que é da tendência humana sentir-se seguro ao pertencer a um grupo forte, numeroso.

- Diminuem as chances de se renovar grupos que já estabeleceram políticas viciadas ao longo dos anos pelo exercício de poder repetitivo.

- Favorece o despotismo, a ditadura transparente dos lobbies político-econômicos.

- Se o candidato fez um mau governo, a oportunidade de reeleição é maior.



Se no primeiro turno, as pessoas que não aceitam os dois candidatos com mais intenção de votos nas pesquisas decidissem por alternativa independentemente da possibilidade de êxito, haveria maior oportunidade para resultados novos, melhorando a chance de renovação, pois o "voto democrático" precisa ser feito por convicção daquilo que não queremos mais e por aquilo que desejamos ter, ao invés de ser transformado em um "jogo" onde a nação perde as vantagens oferecidas pela democracia.

Quando dois candidatos estão muito populares nas pesquisas, mesmo que a experiência anterior já tenha provado que não apresentaram os resultados esperados, dificilmente serão vencidos por um novo candidato devido a essa "inércia eleitoreira", exceto quando algo de muito grave ocorre, como foi o caso da lava jato.

Democracia na mão de leis e políticas demagogas, onde a nação não investe em educação porque não é conveniente, transforma os eleitores em refém pela incapacidade de exercer com clareza seus plenos poderes democráticos e só favorece o despotismo das ditaduras.

É preciso ter convicção para se votar em algum candidato mesmo que ele não lidere as pesquisas,
No segundo turno é fácil, você só tem três opções, considerando que branco ou nulo acabam na mesma.

Se o voto fosse antes exercido por convicção, ao menos no primeiro turno, certamente traria maiores oportunidades de renovação, algo que o Brasil necessita, e muito!

A existência de dois turnos só favorece ao modelo político atual, já que muitos pensam que decidindo logo no primeiro elimina-se a necessidade do segundo. Aliás, uma vantagem patética.

Uma modelo democrático cujo objetivo fica "sabiamente" deturpado e manipulável — a vitória da melhor proposta eleita pelo povo.

Tem muita gente inteligente no mundo utilizando meios sutis de puxar os cordéis de marionetes.

Infelizmente, nem sempre a inteligência promove a evolução social.

O que fazer diante de opção, quando os candidatos são mera repetição de um passado que já conhecemos?
Resta a terceira opção, que é o voto branco ou nulo, uma alternativa legal que está disponível ao eleitor pelo sistema eleitoral.
Se o eleitor votasse mais por convicção pessoal, o sistema democrático teria maior qualidade de representatividade.

Neste caso, o que  aconteceria se 33% dos votos fossem brancos ou nulos?
Não ficaria claro o repúdio?
E se atingisse 51%?
Não seria justo anular o pleito para definir novos candidatos por falta de representatividade?

Democracia que vale a pena é democracia representativa, onde o voto expressa aprovação ou rejeição, e não uma falta de opção, porque a opção o sistema oferece. Compete ao eleitor ter coragem de usá-la.




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