Tomar decisões é o ponto crítico da jornada da vida.
Decidiu mal e poderá pagar até mesmo por toda uma vida por uma decisão que durou apenas alguns segundos de irreflexão.
Nesta luta por escolher a melhor decisão, seu grande aliado é o seu poder de separar a coisas, colocando em caixinhas diferentes e específicas.
Uma decisão é fruto do pensamento que conclui algo sob a emoção daquele momento.
Seria isso, simplificando, porque existem outros fatores, por exemplo físicos, e para os espiritualistas, as influências.
A proposta é trabalhar com aquilo que é mais fácil identificar e controlar.
O primeiro passo é separar a razão da emoção o que facilita muito entender o momento que estamos vivendo em determinado momento.
Vamos usar um exemplo onde alguém faz alguma coisa terrível para você, causando um grande dano.
O primeiro impacto é o da emoção.
Se for muito grande, não sobra espaço nem mesmo para o segundo momento: a razão.
Convém lembrar, que as pessoas não emotivas, têm sequência de prioridades inversa.
Tratando do mais usual, ou seja, de pessoas emotivas, nestas circunstâncias mais extremas acabamos tomando a decisão exclusivamente pela emoção.
"Bad choice"! :-(
É a pior escolha.
Emoção apenas faz com que abramos a porta ao inimigo porque ele de algum modo soube nos fazer infelizes e manipular isso para obter reação, então simplesmente revidamos o mal que nos foi feito da forma mais rápida que a emoção encontra, cumprindo o objetivo dele, causar reação que pode nos enfraquecer.
O problema é que a emoção não pensa, só sente!
E quem não pensa antes de agir, pode se quebrar feio! Muito feio!
Então como funciona a técnica?
A primeira coisa que você faz diante do impacto de uma notícia é "não fazer"!
Preste atenção no tipo de emoção que lhe predomina naquele momento.
Ela é o começo, o fio da meada.
Se for ruim, é preciso primeiro controlá-la e substituí-la por algo mais construtivo.
Isso pode parecer algo lento, que não atende à velocidade com que precisamos reagir.
Ledo engano!
Depois que você treina essa etapa, ela fica tão automática que o processo é instantâneo.
Se a emoção é de urgência, pense em calma para decidir o melhor, pois ajuda equilibrar o processo mental.
Se for de ódio, revanchismo, deixe para ponderar depois quando o efeito maior do impacto tiver passado.
Em termos de autodefesa física, a estratégia segue a prática das artes marciais através de treinos constante que vão condicionar os reflexos.
Estratégias podem ter pontos fracos.
Nesta estratégia temos dois principais pontos frágeis:
- represamento emocional inconsciente,
e
- envolvimento emocional.
Cada vez que trabalhamos um sentimento pode haver algum represamento gradual de emoções, mesmo que inconsciente.
Se houver envolvimento emocional, por exemplo família, o processo fica mais intenso.
Este processo de represamento é difícil de identificar na fase inicial, mas à medida que cresce, vamos sentindo progressivamente uma irritação maior. Neste momento, pergunte-se: "Por que estou irritado?"
Não aceite as primeiras respostas que buscam justificar a sua irritação. Descarte-as.
Vá a fundo na causa. Seja sincero ao menos com você mesmo! :-)
Esta irritação é um processo traiçoeiro que pega a gente sem perceber, resultando numa explosão repentina a partir de algo que é relativamente pequeno e não justificaria a reação.
É a famosa gota que transborda o copo.
Lidar com isso é um desafio.
Um bom antídoto é mudar a forma como vemos as coisas, pois dessa forma não haverá meios de represar algo que não gera efeito colateral negativo porque o seu tratamento mental mudou o foco.
Buscar espairecer ajuda, mas é uma solução temporária, passageira.
Alivia momentaneamente mas não garante que os níveis de represamento retornem a zero.
Há uns anos atrás, esse processo silencioso me pegou de surpresa quebrando anos de total estabilidade emocional enquanto eu seguia, primordialmente, apenas a estratégia de separar a razão da emoção de forma individual.
Coisas negativas têm seu lado positivo e já que pagamos o seu preço vamos aproveitar o que podemos colher de bom daquilo que de ruim inevitavelmente nos aconteceu.
Seria algo como ir ao supermercado, passar no caixa, pagar e não levar a mercadoria.
Já pagamos pela consequência do que é ruim, então vamos trabalhar no lucro para compensar.
Aquele acontecimento serviu para me alertar que havia uma lacuna naquela técnica e também para me lembrar que aquele pensamento de confiança excessiva por imaginar que já chegou aonde queria ter chegado era falso, mesmo a despeito de muitos anos de sucesso, fazendo-me lembrar que sempre pode existir um passo a mais para ser dado, e quando chega essa hora de dar este passo adicional, não podemos desanimar pensando que os limites parecem infinitos.
Nestes momentos ajuda muito lembrar o quanto você já caminhou na direção certa e o desperdício de abandonar a viagem depois de tão longa trajetória, voltando de mãos vazias que lhe obrigariam a encontrar outro meio de prover solução, ou seja, nadar, nadar e morrer na praia!
Jamais!! :-)
Ótimo artigo.
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