Os objetivos do movimento Jihadista nos fazem lembrar das Cruzadas.
As Cruzadas reuniram fins religiosos, militares e econômicos da Igreja Católica que através da força buscou libertar Jerusalém (a Terra Santa) do domínio turco de crença islâmica entre os séculos XI e XIII.
Nas Cruzadas temos a violência justificada por ideologia e fé para atender os interesses socioeconômicos, o que se assemelham às justificativas do movimento Jihadista e à maioria dos movimentos que se utilizam da fé para promover mudanças à força bruta sobre outros, usando a intransigência como matéria-prima deste sentimento de certeza única que apenas as próprias convicções são válidas e verdadeiras.
A estratégia do terrorista apoia-se na força que a chantagem tem sobre aqueles que cedem abandonando a própria vontade.
A chantagem trabalha o princípio que, diante da impossibilidade de um enfrentamento direto, utiliza-se de algum artifício que atinja o ponto fraco do inimigo para submetê-lo, já que pelos meios usuais não é possível, ou é mais dispendioso, então este subterfúgio torna-se uma solução de estratégia.
Um pequeno aparte "polêmico" sobre terrorismo
Terrorismo é uma estratégia militar adotada quando não se pode confrontar o inimigo pelos moldes militares convencionais. Então, lança-se mão da fragilidade dos cidadãos como forma de submeter a vontade de seus dirigentes políticos.
Se formos analisar friamente, o poderio militar de uma nação mais poderosa sobre outra também é uma forma de submissão.
O primeiro utiliza-se de uma fragilidade enquanto o segundo de uma superioridade econômica.
Este tópico é mais detalhado em outro post:
Terrorismo vs. Guerra - Você Consegue Explicar a Diferença?
Fica a seguinte pergunta no ar!
Disparar mísseis sobre a população como tem feito Putin e Netanyahu não valeria por centenas de homens-bomba?
No primeiro caso usam mísseis. No segundo usam fanáticos.
Fanáticos são bem mais baratos e existem aos milhares.
Sim, porque disparar mísseis destruindo edificações civis com ou sem um pretexto de eliminar o inimigo principal é o mesmo que um homem-bomba matar civis.
Ou seja, o cidadão é ignorado diante de um objetivo maior.
Esta é a realidade!
Deixo ao leitor para tirar as suas conclusões, porque o mundo afogou-se numa série de amenidades para o mesmo tipo de crime, puro eufemismo hipócrita!!!
São meras palavras diferentes para confundir um público menos atento!
Nos regimes democráticos, ou mais democratizados, a opinião pública é o ponto fraco do governo.
O Nazismo era um partido de extrema direita e, portanto acreditava no mesmo tipo de estratégia para promover suas mudanças.
Cabe lembrar que ao extremista o valor da vida tem um significado inferior diante de um propósito maior: o objetivo da causa sobre a qual empenham a sua bandeira.
Extremistas colocam a vida humana em segundo lugar porque além de relativamente barata, esta pode ser também justamente a causa do problema. Não existe a crença da transformação do indivíduo já que o seu valor é intrinsicamente ligado à sua origem. Neste caso, se a origem é considerada ruim, a solução caminha por sua destruição inequívoca.
O Jihadismo vai se alastrando pelo oriente e África
Boko Haram no oeste e al-Shabaab no leste.
E por que o Jihadismo se alastra?
As condições sociais extremas são vetores deste crescimento.
O indivíduo sem recursos, sem preparo é presa fácil.
É o mesmo que acontece com o Brasil, onde a população que rejeita o sistema, ou seja a escola, acaba encontrando na criminalidade seu meio de subsistência.
É o mesmo que acontece com a pirataria mundial, nas costas africanas e etc.
Este site mostra os pontos mais proeminentes e é bem interessante:
https://www.icc-ccs.org/piracy-reporting-centre/live-piracy-map
Pessoas assim não precisam da imposição pela força pois são presas fáceis da logica torcida que parece trazer uma solução digna para a sua miséria, nem mesmo que seja pela imolação dos outros ou de si mesmo!
O indivíduo despreparado é vulnerável, pois é preciso lembrar que a fé é cultivada pelos hábitos religiosos que dispensam o critério racional já que alega lidar como uma força maior incompreensível onde o ato de crer por crer torna-se a única forma prestigiosa de render reverência.
É o ato da crença pelo ato do sentimento daquilo que seria correto, mas não necessariamente racionalizado, ou daquilo que seja a verdade, mas não necessariamente comprovada.
Logo vê-se que a fé através da percepção do sentimento sem subsídios mais qualificáveis à qualidade do pensamento é mero instrumento de arregimentação de almas em rebanhos de seguidores que abandonam o direito à própria liberdade de pensamento pelo comodismo da segurança de se sentirem seguros por pertencerem a um grupo que reza pela mesma cartilha, como se quantidade garantisse a qualidade dos princípios. Se assim fosse, a Alemanha Nazista teria sido um poço de virtudes, já que tomou conta da grande maioria do povo alemão àquela ocasião. É o famoso efeito de massa, ou de cardume, quando um grupo chama atenção dos demais que passam a segui-lo simplesmente impressionados pelo número de adeptos fazendo-lhes parecer que aquele é o caminho a tomar também!!!
É uma grande desafio de personalidade alguém sustentar um pensamento diverso da maioria e ainda precisar enfrentar a solidão de suas convicções.
Um movimento se alastra porque obtém eco social que atende às esperanças do indivíduo.
O mesmo fenômeno ocorre em outras regiões onde as condições sociais são semelhantes e portanto propícias, já que a miséria e a ignorância é impotente contra a brutalidade de grupos armados ou a má fé do pseudo-argumento — os famosos "fake news" criando a visão doutrinária de massa.
O Jihadismo não se trata de um movimento isolado, mas de uma cadeia de movimentos afins, embora com diferenças entre eles, porém a base central é comum.
Israel poderá sufocar o Hamas, mas dificilmente conseguirá exterminar suas sementes, cujo adubo reside nas próprias falhas de relacionamento entre mulçumanos e israelenses através das divergências de objetivos e pela forma como se relacionam mediante uma guerra fria constante externadas em violências de assentamentos étnicos, conflitos de ruas e assassinatos raciais.
Também não existe negociação duradoura com movimentos radicais porque fere seus objetivos nativos que é a dominação pela força.
Toda negociação apenas ganha mais tempo para grupos extremistas agirem melhor organizados.
A contenção do extremismo pelo extremismo apenas conduz ao genocídio infrutífero e contraproducente.
Infrutífero porque não consegue resolver o problema, e contraproducente porque através do ressentimento estimula ainda mais o ódio que fomenta as suas bases.
Como Gandhi disse:
"Um olho por um olho, acaba todo mundo cego."
Uma boa abordagem contra o extremismo é trabalhar a conscientização da população e utilizar serviços de inteligência assim como fizeram os EUA na eliminação de Osama bin Laden e Israel na busca de criminosos nazistas na WW2.
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