maio 31, 2024

Meu Eu, Minha Casa, Meu Mundo - Tudo Meu!

 

O que Nazismo, Fascismo, Jihadismo e Outros Regimes Políticos Extremistas têm em comum?

Imposição pela força.

O que os difere?
A causa que justifica a escravidão social a pretexto de um bem social maior.

Liberdade é algo complicado.
Aliás, muito complicado!

Certa vez, conversando com um jovem por volta dos 19 anos que era meu vizinho, e por isso nos conhecíamos há anos, o que lhe fez sentir-se livre em dizer o que pensava, ele argumentou que uma vez que cada pessoa tinha a sua liberdade, então ele poderia fazer o que bem entendia.

Liberdade para ele era um símbolo que definia uma terra sem fronteiras.


O garoto ficou muito irritado quando comecei a argumentar que a liberdade existe apenas dentro das nossas fronteiras socioeconômicas, sem ferir o direito alheio, expondo-lhe que quando extrapolamos essa fronteira, automaticamente roubamos a liberdade de alguém, como um fazendeiro que estende a cerca sobre o terreno do vizinho.

Diante da dificuldade dele entender isso, prossegui...

"Agora imagine que pela propriedade de seu vizinho passa um rio que também passa pela sua, sendo que este rio é vital para a sua sobrevivência.

O vizinho entendendo que tudo que está dentro de suas fronteiras é dele, resolve mudar o curso do rio, desviando-o para o mar.

A sua propriedade que dependia dele seca e a sua sobrevivência fica em risco.

Pensando de outro modo, o rio não é realmente dele por estar em sua propriedade, pois o mesmo passa por várias outras e dessa forma é algo compartilhado onde apenas o acesso naquele trecho seria dele, nada além disso.

Se o conceito de liberdade de alguém fere o do próximo, ou da sociedade, então começa a disputa e onde não há negociação vence a força."


Surpreso, percebi a tremenda dificuldade que ele tinha para entender e aceitar o conceito de "respeito".
Infelizmente, a sua rejeição não foi superada pela argumentação lógica.

O conceito é simples e parece suficiente, mas para muitos ainda é incompreensível!


No lar, um marido ou esposa com personalidade forte e poder econômico assumi o papel protetor  maior impondo as orientações pessoais sobre os demais pois  entende como a melhor estratégia. Mesmo que as suas intenções e estratégias sejam ótimas, os elementos da família poderão agir como o garoto. Não entendem, Não aceitam. Então começam uma guerra silenciosa, uma guerra fria onde a mentira faz parte do arsenal da luta pela "liberdade" que sentem que lhes foi suprimida. 

Mais cedo ou mais tarde, a autoridade sempre é consumida pelo tempo, e todo o esforço de coerção somado às consequências da rejeição resulta nas sequelas sociais familiares que fazem parte do cotidiano de todos nós.

Se o seu critério soube avaliar a exposição de sua autoridade sem excessos e se adaptar ao crescimento de todos, então sobra-lhe apenas a consciência tranquila, do contrário, apenas amargura.

Quando penso nos regimes autoritários, não importa a razão que lhes justifique a ação, lembro que isso tudo começa em casa onde a necessidade imposta pela educação e convívio obriga a trafegar por uma estrada de via única para cada mão, onde cada ultrapassagem precisa ser avaliada com precisão para não tomar o espaço emprestado na hora errada.

E esse começo na origem doméstica muitas vezes é justificável porque a liberdade pleiteada ainda não podia ser exercida. Outras vezes não, tornando-se a expressão do ego que se sente seguro e confortável apenas quando todos agem à sua moda.

Esse problema é insolúvel porque é parte do nosso aprendizado, promovendo um atrito inevitável uma vez que o sentido de liberdade é a base do problema e depende da capacidade de cada um perceber seus próprios limites à medida que evolui na sua capacidade de entendimento e sensibilização aos sentimentos alheios.

Como uma criança pode entender seus próprios limites se eles ainda estão em construção?
E se esse processo de construção permanece inacabado na fase infantil migrando para a adulta?

Certamente vai nascer mais um indivíduo que à medida que goza da própria liberdade de escolha começa a namorar a supressão dessa mesma liberdade de seu próximo, algo tão contraproducente, e ilógico quando à sua própria capacidade de compreensão.

À medida que a população avança numérica e tecnologicamente, o processo de percepção e o refinamento desse conceito torna-se mais intenso, onde o sofrimento é o melhor professor na falta do  entendimento que ainda não alcança.


O sofrimento é inevitável onde o respeito não encontra acordo.


A Alemanha luta contra neonazismo, ou seja, o renascimento de algo que esperávamos extinto para sempre.

Na Itália, temos o recrudescimento do fascismo.

A segunda guerra mundial não foi suficiente para extirpar esses males, porque suas sementes sempre sobrevivem de alguma forma.

No oriente médio temos os regimes teocráticos agindo nos moldes de uma guerra santa, buscando impor seu modo de vida a outras pessoas e nações.

No leste europeu, um ditador impõe o seu modo de pensar a seu próprio povo, o mesmo que o elegeu, e também a seu vizinho, um povo fora de suas fronteiras, assim como um ex-marido que não aceita o divórcio e continua perseguindo a ex-mulher.
Cruel e sem dignidade!


No Oriente, uma nação em pele de cordeiro que se amamentou da pujança do oeste econômico, copiando tudo, empregando sua força de trabalho nascida dos rigores da extrema miséria econômica e social de seu passado isolacionista, agora forte e adulta, quer impor suas convicções sobre seus progenitores econômicos, tudo sustentando-se em sua maior parte pela cabeça de um único homem sobre todos os demais, expondo a "síndrome da divindade" de que são vítimas todos os ditadores, levando-o a compartilhar parte da loucura de seus antecessores como solução ideal de modelo social.

O mundo alimentou, e ainda alimenta, a cobra que agora transformou-se em dragão, que cuspindo o fogo de seu poder produtivo vai queimando a vitalidade e a liberdade de outras nações.


O partido de extrema direita em Israel buscando a segurança depois de ocorrência traumática, tenta eliminar sua causa cortando pretensamente o mal pela sua raiz.

Nem mesmo a WW2 pôde fazer isso, porque quando ceifamos um terreno repleto de ervas daninhas, suas sementes libertas pela ação da limpeza são carregadas pelos ventos das ideologias, indo brotar em outros lugares, tal como um câncer soltando suas metástases.

Dificilmente Israel aceitará a criação do estado palestino porque perderia o seu controle.
Uma vez um país, a intervenção de Israel sobre outro país seria algo diplomaticamente muito mais complicado.

A tentativa de eliminação do mal causado pelo Hamas na forma atual é tão inocente quanto o pensamento do agricultor que imagina livrar-se para sempre das ervas daninhas simplesmente ceifando-as ou arrancando-as pela raiz. Ele esquece que nas propriedades dos vizinhos ele não tem controle e sempre haverá o transporte das sementes da reincidência pelo vento quente das reações que sopra dessas mesmas vizinhanças.

A situação de Israel é bastante difícil, pois simboliza um povo oscilando entre o papel de vítima de uma ideologia social e o de autor de uma ideologia semelhante que lhe vai roubando o papel anterior.

Fica ainda mais complicada porque terá que assumir o controle de uma região maior, cujo policiamento precisará ser realizado como forma preventiva de segurança sobre uma população mista onde a pressão pelo expurgo étnico cresce cada vez mais, identificando-se suas raízes crescentes pelas ações extremas que até impedem a ajuda internacional que busca amenizar a severidade da miséria que eles próprios impõem como medida de solução que vê a morte como saída, tal como sofreram no passado no sentido inverso.

Gaza é um símbolo de uma inequação que não fecha porque falta em alguns termos os parâmetros necessários.

Gaza é um dos símbolos do "meu EU, minha casa, meu mundo. Tudo meu!"











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