maio 17, 2024

Série O Radicalismo e o Dilema Israel vs. Hamas - A Procura da Solução N.5 - IDEOLOGIA RACIAL




Os EUA saem como heróis que mudaram o curso da WW2 consolidando sua fama de libertadores e guardiões da democracia e da liberdade humana, ao menos àquela época.

De fato, os japoneses deram um tiro no próprio pé com o ataque a Pearl Harbor, fazendo ingressar na guerra um país continental que desequilibrou as chances alemãs e japonesas. Isto é prova que a confiança , o apoio e a fé incontestes em líderes não é necessariamente um bom caminho. O povo japonês pagou caro por sua ideologia com a morte de milhares, tanto nos campos de batalha como fora deles. Dobrados em seu orgulho, e refeitos de seus erros, através de empenho, garra e força, reconstruíram sua nação com o apoio dos antigos inimigos (Plano Marshall) e hoje são seus aliados.
Os seus líderes anteriores estavam errados e conduziram o povo para o descalabro.



Até onde vale seguir alguém simplesmente porque você não está preparado para ter a sua própria opinião independente de qual seja a opinião da maioria?



Os estadunidenses também puderam chegar primeiro ao domínio da arma nuclear, já que a Europa estava soterrada pela destruição do conflito mútuo e economicamente fragilizada.

Hiroshima e Nagasaki encerram definitivamente o conflito mundial da WW2, diante de uma contabilidade cujo balanço seria ainda pior sem uma medida drástica, pois que custaria ainda mais vidas do que aquelas ceifadas.




A WW2 foi uma guerra que durou 6 anos e matou por volta de 60 milhões de pessoas.


Essa aura de libertadores sustentou o modelo americano de vida vendido para o mundo todo através de Hollywood, sua indústria cinematográfica que excedeu a qualidade mundial à época, porém essa mesma aura escondia suas manchas encharcadas de sangue pelos conflitos internos da Guerra de Secessão e outras que sustentaram a mesma base dos princípios de Hitler — a discriminação racial —, trocando judeus por negros, chineses e etc., ou seja, a discriminação sempre encontra um motivo mesmo que seja irrelevante para "assassinar" todos que não sejam  próximos à imagem de seus algozes.

EUA e Alemanha, dois países enfrentando os mesmos problemas com finais completamente diferentes.



Soterrados pela propaganda, dificilmente pensamos nisso.




Discriminação é apenas uma válvula de escape da crueldade egocêntrica da alma humana que precisa de uma justificativa para expor-se aos seus instintos assassinos.

A discriminação racial promovida por Hitler na Alemanha foi drástica, mas outros países não ficam atrás como o próprio EUA, assim como a Inglaterra, a Índia, a Rússia, a China e etc. 

Talvez haja algum país isento de culpa.
Se existir esse país, provavelmente não é habitado por humanos ou simplesmente não houve a oportunidade.

E quando eu vejo o que o ser humano é capaz de fazer, sinto medo de mim mesmo e me dá calafrios quando o povo esquecido, ou sem informação, começa a erguer as barricadas das diferenças.




O sentido humanitário é muito relativo e depende de cada cultura e do estado de alma predominante no momento de vida daquele povo.

Quantas vezes nós utilizamos o "senso humanitário" dos dois lados, colocando o bem como fachada para o mal que desejamos consolidar?




Então somos levados a ponderar...

Segundo Hitler, quantos judeus precisavam ser eliminados para compensar o prejuízo social provocado por eles?
Segundo ele, todos!

Quantos palestinos ainda precisarão morrer para compensar os judeus que morreram no fatídico ataque do Hamas a Israel?

Segundo os números da imprensa, o ataque do Hamas causou 1000 mortes e 200 sequestros, aproximadamente.

Segundo a mesma imprensa, o número de mulçumanos mortos pela reação israelense já passa de 30.000 pessoas.

Valeria um judeu 30 mulçumanos?
Segundo Netanyahu, talvez mais se os ataques israelenses continuarem nos mesmos moldes seguidos até agora, porque dificilmente Israel poderá eliminar todas as "sementes" do inimigo imiscuídas não só no meio do povo palestino de Gaza e adjacências como também acobertadas por outras nações descontentes com o povo israelita.



O direito à vida de um ser humano é maior que o de outro?
Incluindo os psicopáticos?
E a pena de morte, como fica neste contexto?

Muitos responderão sim!  
Alguns com base ideológica, e outros com base na capacidade do indivíduo de amealhar recursos econômicos.

Infelizmente somos isso, ao menos em grande parte, por enquanto e por um bom tempo!!!




A estratégia de Netanyahu faz lembrar um pai de família, cuja família foi assassinada pelo vizinho que desapareceu, escondendo-se na vizinhança. Teria o pai de família o direito de destruir a vizinhança para eliminar o assassino?

E se a vizinhança tem o hábito de acobertar assassinos?

Por outro lado, sabendo que o pai de família não poderia eliminar a vizinhança, não continuaria esse assassino tirando vantagem de se esconder nela, servindo de exemplo e estímulo para outros?


Até onde o povo de Gaza foi conivente com o Hamas e até onde foi sua vítima?


Se a atitude de Netanyahu é desproporcional, de outro lado também desestimula futuras estratégias terroristas que sigam o mesmo modelo de esconder-se sob o manto da anonimidade do povo que lhe acolhe, estimulando o povo sob tais circunstâncias a colaborar menos, a submeter-se menos reagindo com a discrição que busca evitar sua própria morte por um lado ou pelo outro.



O fato marcante é que não existe lado isento de culpa e que uma reação extrema conduz a outra tão ou mais extrema.

Outro fato marcante de nossa personalidade é que um erro grave de um dos lados tem o dom de nos tornar cegos aos erros do lado oposto.

É preciso lembrar que o estopim do conflito começou com um ataque covarde do Hamas sobre civis israelenses.

O direito a autodefesa é um direito básico, porém os seus limites ficam confusos quando o inimigo mistura-se ao povo e o povo com o inimigo.


Embora cada lado tenha suas razões em conflitos mantidos a décadas, dirimir quem é o mais culpado quando o erro de um lado induz a erros do outro lado é pura perda de tempo porque não há como contabilizar os eventos e obter um resultado líquido.

A única solução plausível seria zerar as reclamações dos dois lados e começar de novo, porém o que garantiria que não haveria uma reincidência de alguma parte?



Enquanto a boa vontade sincera e recíproca não prevalecer, vai sempre prevalecer a razão do mais forte sem solução de paz.


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