abril 13, 2022

Quando faz Sentido o Diálogo?



Sempre ouvi, desde criança, a seguinte premissa:

"É preciso dialogar porque é conversando que se entende!"

Parecia uma premissa sensata aos ouvidos jovens.

Eu sentia, no entanto, que faltava alguma coisa nesse "ensinamento" martelado em meus ouvidos, mas na dúvida decidi vivê-lo.
Só o tempo veio me sussurrar as respostas cavalgando nas ventanias de meus erros.


Que tal dialogar com Putin sobre paz? 

👀 👀 👀


Talvez, a esperança justificou tantas reuniões para discutir a paz entre Ucrânia e Putin.

Afinal é uma premissa universal e que alimenta quase uma obrigação de uma "verdade" tida como básica, preliminar.
Enfim, dizem que a esperança é a última que morre (ou matam!).

Hoje, depois que os anos passaram, enquanto os fracassos foram somando os aprendizados, eu penso que o diálogo só é efetivo quando ambas as partes fazem uso da palavra sobre o mesmo leito de ética e crença.

Do contrário, é o mesmo que dialogar em idiomas diferentes que são reciprocamente desconhecidos.
Não faz sentido e nem faz pontes de entendimento.

O diálogo tem como pré-requisito a necessidade que haja algo em comum entre as partes.

Por exemplo, quando um casal perde o diálogo é porque seus valores e objetivos já estão tão distantes um do outro, que se abriu uma vala entre ambos que vai engolindo tudo, inclusive o sentido de razão.

Diálogo só faz mesmo sentido se ambos adotam códigos comportamentais e de ética compatíveis, onde haja pontos em comum (as pontes de entendimento) que tecem a costura que mantém o sentido desse diálogo.

As premissas de Putin são exclusivamente dele.
Idem de Zelensky.

Em necessidades diametralmente opostas, diálogo é mero blá, blá, blá.

Serve para ganhar tempo, ou apenas perder.
O risco é que, além do tempo, muitas vezes também arriscamos outros valores.

É muito custo sem retorno que faça diferença. 

Passei a ter muito mais retorno adotando a técnica da ação mediante o "diálogo silencioso". 👍



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