Sempre ouvi, desde criança, a seguinte premissa:
"É preciso dialogar porque é conversando que se entende!"
Parecia uma premissa sensata aos ouvidos jovens.
Eu sentia, no entanto, que faltava alguma coisa nesse "ensinamento" martelado em meus ouvidos, mas na dúvida decidi vivê-lo.
Só o tempo veio me sussurrar as respostas cavalgando nas ventanias de meus erros.
Que tal dialogar com Putin sobre paz?
👀 👀 👀
Talvez, a esperança justificou tantas reuniões para discutir a paz entre Ucrânia e Putin.
Afinal é uma premissa universal e que alimenta quase uma obrigação de uma "verdade" tida como básica, preliminar.
Enfim, dizem que a esperança é a última que morre (ou matam!).
Hoje, depois que os anos passaram, enquanto os fracassos foram somando os aprendizados, eu penso que o diálogo só é efetivo quando ambas as partes fazem uso da palavra sobre o mesmo leito de ética e crença.
Do contrário, é o mesmo que dialogar em idiomas diferentes que são reciprocamente desconhecidos.
Não faz sentido e nem faz pontes de entendimento.
O diálogo tem como pré-requisito a necessidade que haja algo em comum entre as partes.
Por exemplo, quando um casal perde o diálogo é porque seus valores e objetivos já estão tão distantes um do outro, que se abriu uma vala entre ambos que vai engolindo tudo, inclusive o sentido de razão.
Diálogo só faz mesmo sentido se ambos adotam códigos comportamentais e de ética compatíveis, onde haja pontos em comum (as pontes de entendimento) que tecem a costura que mantém o sentido desse diálogo.
As premissas de Putin são exclusivamente dele.
Idem de Zelensky.
Em necessidades diametralmente opostas, diálogo é mero blá, blá, blá.
Serve para ganhar tempo, ou apenas perder.
O risco é que, além do tempo, muitas vezes também arriscamos outros valores.
É muito custo sem retorno que faça diferença.
Passei a ter muito mais retorno adotando a técnica da ação mediante o "diálogo silencioso". 👍
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