Eu não sei se foi o tempo ou se foi o conhecimento que vai tecendo as estradas do meu pensamento e da minha emoção.
Certamente, ambos!
O que sei é que à medida que entendo melhor o mundo, a emoção adapta-se muito melhor às contingências que a vida vai impondo, e a minha convicção é o que me sustenta o equilíbrio onde a depressão tem pouco ou nenhum espaço.
Eu não sou um homem religioso, porém também não sou areligioso no sentido geral que as pessoas normalmente emprestam ao termo.
Eu não acho que a fé deva ser o sustentáculo de nossas atitudes sem o apoio da razão esclarecida.
Onde a razão falha, sobra a convicção cega que é presa fácil da demagogia e da manipulação ideológica.
Hoje, eu posso olhar para esse homem, Putin!, não como um líder da Rússia, já que líderes não reprimem seu povo nem tão pouco o mantém sob a ignorância da propaganda política como única fonte de informação, mas como um homem lutando por uma convicção equivocada.
Coitados dos russos.
Se ligam a TV, o que escutam é notícia filtrada pelo Kremlin de modo a conduzí-los à lavagem cerebral através da desinformação. Apenas aqueles que conseguem vencer a barreira da comunicação obtêm notícias do ocidente de modo a poder analisar melhor a situação de seu país.
O povo russo é refém do ditador que elegeram sem que o soubessem.
O mesmo pode acontecer com o Brasil pelas mãos dos candidatos extremistas.
E com a tranquilidade que os anos me proveram, eu olho para Putin sem qualquer sentimento que não seja de respeito pela queda a que todos estamos submetidos: a luta por nossas convicções até que se provem equivocadas.
Putin é um "Russo" com letra maiúscula, lutando por aquilo que entende como sendo a luta pela identidade do povo russo, da recuperação do poder de uma malograda União Soviética que marcou a alma dos seus nacionalistas extremistas.
Até o amor tem suas contraindicações.
Em excesso, perde a mão e se mete pelos descaminhos da paixão.
Putin é isso: um nacionalista apaixonado, crente que a sua missão é devolver à Rússia o patrimônio perdido.
O caminho de Putin é sem volta.
Retrocesso é a sua decadência total.
Como havia dito em post anterior, quem imagina que Putin esteja blefando, vai se decepcionar.
Qual o lado positivo que podemos aproveitar de um processo tão doloroso, cujo preço mal começamos a pagar?
Diz o ditado que Deus escreve certo por linhas tortas.
Ou seja, Deus aproveita nossos descaminhos na recondução de nossas condutas.
Os atos de Putin eclodem num momento global onde ideologias extremistas polarizaram a atenção popular.
Isto significa que o povo está extremista.
Razão do extremismo?
A resposta infelizmente não é curta, porque é uma colcha de retalhos, ou seja, muitos motivos diferentes resultantes num efeito comum: descontentamento.
Já começamos a sentir os efeitos no "bolso" dessa crise mundial que clama por uma definição ideológica, onde a luta pelos extremos "parece a solução".
Nazismo, nunca morreu!
Fascismo, nunca morreu!
Escravatura, nunca morreu!
Enfim, as mazelas do desespero humano através de uma solução radical sempre persistiram na alma humana através de gerações.
Ela nasce do extremo desejo que um indivíduo nutre por um "desejo-ideal", onde não há preço estipulado a se pagar pela sua conquista.
Putin é uma ferramenta da vida, originada por ela mesma, que conduzirá o extremismo à sua redefinição.
A guerra na Ucrânia apenas começou.
Perdurará por um bom tempo, mesmo que por um milagre os combates fossem suspensos.
No entanto, o problema permaneceria em solução.
EUA que abraçaram Trump com força, aproximadamente 43% da opinião popular.
Venezuela tomada por Maduro.
Myanmar tomado pelo general Min Aung Hlaing.
França optando em mais de 40% por Le Pen, uma candidata de extrema direita.
Alemanha sob a influência de líderes conectados à causa russa.
Espanha que navegou pelo despotismo e conta com a democracia restaurada recentemente.
Brasil disputando preliminarmente duas extremidades já testadas e com passado nada recomendável: Lula e Bolsonaro.
Bolsonaro apresentando uma tendência declarada ao golpe militar e Lula cuja indicação (Dilma) não evitou utilizar as cores vermelhas no planalto, mesmo sob a desculpa de comemorar-se outra coisa.
Nossas cores são: verde, amarelo, azul e branco, se é que ela (Dilma) ainda não sabe disso!
Duas facções cujos destinos não parecem muito democratas!
E por aí vai...
E o povo na sua ingenuidade e desconhecimento também vai...
Tudo isso é bom apesar da negritude do horizonte!
O mundo precisa amadurecer.
O extremismo precisa ser varrido da esperança humana como solução social.
Putin é apenas um estopim de um processo acumulado ao longo da história humana e que assume proporções mundiais porque a tecnologia nos uniu em tempo real através de todas as regiões do planeta.
Esse fenômeno já era esperado quando a Internet começou a prover tal integração.
AI (Inteligência Artificial) virá multiplicando o "modus operandi" cujas consequências poderemos reconhecer através dos resultados de suas consequências.
A alma humana multiplicada pelos bits da própria inexperiência, espelhando-se no processo de autoconhecimento.
Este processo ira produzir uma aceleração do amadurecimento planetário através do estímulo de massa que, aliado à guerra que obriga à escolha de um lado, e portanto à definição de seu carácter, irá imprimir pelas consequências da própria escolha o caminho do aprendizado que precisamos percorrer como nações.
É uma oportunidade de aprendizado fantástica provida por uma força maior que sustenta a vida desde os primórdios quando nem mesmo sabíamos que seríamos descendentes de "homo sapiens".
A coragem, a pré-disposição em aprender e o desejo de acertar são os nossos únicos aliados na sustentação do equilíbrio durante a nova fase de aprendizado que iremos vivenciar coletivamente.
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