junho 29, 2015

A Emoção Vista de Outra Forma




"Emoções ou sentimentos são estados de desiquilíbrio da força."

Parece algo tirado do filme "Guerra nas Estrelas".
Acredito que o autor tenha tentado denominar de alguma forma a energia que constitui a expressão do espírito - esse "algo" que anima a matéria.

E penso que a "força" seria a energia gerada pelo efeito existencial.
Vou denominar aqui de efeito-existência.

Entendemos como super natural que sejamos regidos pelos sentimentos - raiva, tristeza, dor, amor, alegria, medo, vaidade.
De fato o é porque definem nossa natureza corrente.
Tal fato pode assumir outra visão se visto por outro ângulo, utilizando outro referencial.

As religiões têm em comum que os efeitos das nossas ações formariam o nosso resumé, utilizado em nosso julgamento por uma divindade.
Seja essa divindade interna, nós mesmos através da nossa consciência, ou externa, algo como Deus.

A divindade pode ser vista como alusão a um novo referencial - uma outra forma de vermos a nós próprios.

Porém, e se pensarmos em outra direção?!...
E se o sentimento for apenas uma representação instável do desiquilíbrio do efeito-existência?

Instabilidade nos remete a pensamentos de controle.
Controle é de certa forma repressão, limitação de algo que pode fugir do desejável.
Se há controle, há presença de desiquilíbrio.
A ausência de desiquilíbrio dispensaria qualquer controle.

Eu penso em "equilíbrio" como um estado natural, estável por natureza, onde não há alegria porque inexiste tristeza, onde não há controle porque inexiste desarmonia.
Equilíbrio representa estabilidade, não há alternância de estados emocionais.
Desaparecem os conceitos de dor-conforto, alegria-tristeza, enfim toda a dicotomia emocional que nos rege.

No estado de plenitude a energia fluiria com intensa harmonia e portanto inexistiria sentimento tal como o conhecemos.
A ausência de sentimento é por nós interpretada como algo frio, sombrio e doentio, porque não conseguimos imaginar nada diferente daquilo que não carregue a emoção em alguma de suas formas.

Faz sentido pensar que o estado de equilíbrio puro aproxima-se de algo como não estar feliz por não ter tristeza.
Não se sentir confortável, por inexistir dor.
A dicotomia é substituida por uma forma única, pura e estável.
É o estado da alma que transcende em direção à unicidade.
A razão não mais sobrevive como uma entidade autônoma, disputando seu espaço com os sentimentos, como se cada um deles fosse parte de um quebra-cabeça instável, mutante onde as peças repentinamente perdem seus encaixes pois que se transformam em outras durante o processo evolutivo em busca de harmonia.

Tal como a luz pura, seríamos algo como um lazer do efeito-existência.
O lazer porém é direcionado, ao passo que essa energia emanada do efeito-existência flui como uma frente de onda contínua gerada pela forma-pensamento.
Forma-pensamento é um termo tirado da literatura espírita onde o ser não mais faz uso da forma corpórea.

Toda a nossa vida parece girar em torno do controle e melhoria dos nossos sentimentos.
Nossos erros são em sua grande maioria gerados por disfunções emocionais.
Nossos meios de correção passam pela necessidade de educarmos, aperfeiçoarmos e reavaliarmos emoções-ações.
Nossas ações são ditadas pelas emoções.
Nossa vida e as consequências que suportamos são presas das mesmas.

Fica claro que a nossa existência tem como objetivo principal a educação emocional, que se nutre do aprendizado constante que por sua vez abre os horizontes da percepção, agilizando a correção comportamental.
Afinal, o nosso comportamento é efeito de sentimentos somados.


É por isso que é difícil imaginar algo diferente disso, e supor que amor não é sentimento mas uma forte energia de harmonia agregadora, construtora, buscando induzir tudo o mais no mesmo sentido que trafega.

Amor é a nossa concepção mais pura de sentimento.
Também muito confundida com os impulsos hormonais e as carências emocionais.
Muitas vezes que pensamos amar, na verdade buscamos suprir necessidades pessoais, tais como a fuga da companhia de nós mesmos, ou o meio de equilibrar necessidades físicas.

O estado de plenitude não carrega esse tipo de amor.
Transcende a isso.

Neste contexto, passa a fazer muito sentido a afirmação que o "céu está dentro de nós".



junho 26, 2015

Mudando de Vida



Tenho o hábito de passar algumas horas pensando, exclusivamente filosofando com o objetivo de encontrar soluções que norteiem o espírito.
Normalmente saio desses momentos com bons resultados, pequenos grãos de conhecimentos.

Eu buscava uma maneira de lidar com a emoção que melhorasse a eficiência do controle.
Existe um método que emprega a substituição de uma emoção por outra.
Funciona, mas é restrito.


Encontrei alternativa que está sendo mais eficaz para mim e alavancou a eficiência do meu controle sobre a emoção.

Baseia-se no seguinte princípio:

Toda emoção é fruto de uma crença-objetivo.
Corrija a crença-objetivo.

Por exemplo, se está sofrendo por vaidade, concentre-se em aprender humildade.
Se está sofrendo por alguma perda material, concentre-se em desenvolver o desprendimento e aproveite para crescer em coragem.
Isto é, escolha uma nova crença-objetivo para aquele contexto que lhe resgate o equilíbrio.

Afinal, tudo é oportunidade de crescimento dependendo da forma como vemos, ou seja, da nossa crença-objetivo.


-------------------------------------------------------------------------------
Desenvolvendo o Conceito

De tão simples, parece óbvio, o que nos leva a fazer pouco do princípio.
No entanto, pense através de exemplos.
Por que estou com medo?

A resposta genérica geralmente é porque teremos que enfrentar algum situação de extremo desconforto, tal como dor intensa, moral ou física, formas de carência (perda de entes queridos, bens físicos),  etc.
O subsídio para o julgamento é decorrente das nossas crenças-objetivos.
Primeiro elegemos aquilo em que cremos.
Os objetivos são gerados a partir do conjunto de crenças que de tão impregnadas em nosso pensamento, passam a definir a nossa natureza através do nosso comportamento.

Um objetivo ameaçado gera profunda ansiedade, medo, angústia, etc.
Um objetivo perdido, não alcançado, gera frustração, depressão, tristeza, etc.
Um objetivo atingido gera sensação de poder, alegria, segurança, etc.
Um objetivo perdido pode exigir revisão das crenças-objetivos, ao passo que um objetivo alcançado reforça o conjunto crença-objetivo.

Evolução é mudança, sem o que, não aperfeiçoamos nem corrigimos os erros de um processo.
Alterar uma crença-objetico é um processo doloroso porque fere o senso de dignidade, orgulho, sentimento de segurança, padrão de comodidade, etc.
Por isso, o processo de aprendizado geralmente é acompanhado pela dor.

Diante do exposto, se nos dispomos a “reconhecer as necessidades de ajuste do conjunto crença-objetivo” com maior flexibilidade, diminuímos a sensação dor.
Para alcançarmos isto, é necessário antes alterar dispositivos do sistema crença-objetivo que estão emperrando o processo.

No fundo teimamos em remanescer na zona de conforto, mesmo em detrimento do progresso. Ou seja, queremos é estar bem, mesmo que isso signifique estagnação.
Isto é, no fundo, nossa crença-objetivo poderia ser resumida assim: “melhor um estagnado feliz que um andarilho sofredor – afinal para onde estamos seguindo?”.

Realmente acreditamos que estar bem, sentir-se bem, é sinal de sucesso e representa nossa crença, que por sua vez nos lança em objetivos de buscar isso a qualquer custo.

Resolvi repensar essa “crença-objetivo”.
Lembrei que...
Tudo é temporário nas dimensões em que trafegamos.
A dimensão “tempo” garante a incerteza do amanhã.
Portanto o tempo sempre será ameaça do sucesso, porém àqueles que ainda não o alcançaram é sinônimo de esperança.
Tão logo o sucesso seja alcançado, o tempo se converte em ameaça novamente.
Quando o sucesso se vai, o tempo novamente se converte em esperança.
É um sistema cíclico, instável por natureza.

Essa característica é intríssica ao modelo crença-objetivo que o sustenta.

Como melhorar a sustentabilidade?
Não há como, se não alterarmos o modelo crença-objetivo que funciona tal qual um “modelo matemático” do sistema.
Se queremos alterar os resultados, precisamos alterar “as equações”.
Precisamos de outro “modelo metemático”.
Comece a repensar tudo aquilo que não agrega estabilidade ao modelo.



maio 02, 2015

Abra os olhos antes que seja muito tarde




Neste momento, na França, tirando vantagem do oportunismo de um evento popular e usando isso como pretexto, cogita-se da possibilidade de criar legislação que permita monitorar as comunicações sem qualquer suporte de ação judicial prévia.
Junte a isso, o movimento do governo estadunidense (EUA) que visa acabar com a criptografia.
Quais as consequências disso??? Apenas a quebra de sigilo???
Talvez você pense... “Eu não me importo, nada do que eu trafegue pela Internet é assim tão importante...”

Não esqueça do efeito colateral dessas medidas!!!
Tais medidas permitirão que os governos passem a ter informação sigilosa global !
Um “governo” nada mais é que um grupo de pessoas disputando cargos.
Tais pessoas passariam a ter controle sobre informações comerciais e sociais tirando proveito de condições ímpares. Seria o mesmo que só você e seu grupo passasse a ter informações privilegiadas na bolsa, etc.
Lembra do escândalo do Eike Batista, processado por enriquecimento ilícito causado por “informação privilegiada”!

Se aprovam leis assim, um grupo de pessoas passa a ter informações privilegiadas por direito legal !
O que fizeram com a Petrobrás será amostra grátis do que farão com as sociedades mundiais.
Você não vai apenas perder a sua parca privacidade de Internet – Você estará fornecendo meios rápidos para converter-se num escravo econômico de um sistema oligárquico, algo infinitamente pior que uma ditadura ou comunismo.

Acho que estou sonhando???

Então está na hora de abrir os olhos e começar a juntar os fatos ...

Take action here to tell French lawmakers not to pass the bill!

      The so-called Information Bill (projet de loi relatif au renseignement) was first introduced shortly after the killings at the newspaper Charlie Hebdo in January of this year.

Sadly, the French government is now using the killings as a pretext to push forward dangerous legislation that will give the intelligence services the ability to monitor communications with no judicial oversight.

France has already expanded its surveillance capacity twice in the past 14 months, yet the new bill was introduced through an emergency procedure which removes any possibility of needed democratic debate.


agosto 29, 2014

Cat present - Seems joke, but real!




Seems joke, but reality - my cat did that!

Ooh  my God!!!!
Really big surprise, I stood still for a few moments trying to figure it out what to do...
In the meanwhile, it kept looking at me with that face "Why didn't you like such a great present such like that? Frustrating..."

Hard to explain... but anyway he got it someway, shrugged and for my complete despair began eating
the most delicious part of its precious present, by its point of view of course - the crunchy head...
Oh! disgusting...  No way!

It was not necessary to say a word to show it my disapproval!
After two times, it finally got that I definitely don't like rats...
I got really relieved! No more cat presents!

Why does not exist the expression "he won a cat present"?!
Just greek present...
Unfair...

Parece piada, mas meu gato fez isso!




Parece piada, mas meu gato fez isso!
Oh meu Deus!!!
Realmente uma grande surpresa, eu fiquei parado por alguns minutos tentando decidir o que fazer...
Nesse meio tempo, ele olhava para mim com aquela cara "Por que você não gostou de um presente maravilhoso como esse? Frustrante..."

Difícil de explicar... mas de qualquer forma ele compreendeu de alguma maneira, deu de ombros e para o meu completo desespero começou a comer a parte mais deliciosa de seu precioso presente - é claro, pelo ponto de vista dele - a crocante cabeça...
Embrulhou o estômago... não dá...

Não foi necessário dizer uma palavra para mostrá-lo a minha desaprovação.
Depois de duas vezes, ele finalmente compreendeu que eu definitivamente não gosto de ratos...
Fiquei realmente aliviado! Sem mais presentes de gato!

Por que não existe a expressão "Ele ganhou um presente de gato" ?
Somente presente de grego...
Injusto...

setembro 11, 2013

Quando a vida parece não fazer sentido...


Uma criança de cinco anos se aproxima do pai debruçado sobre um computador exibindo símbolos e cálculos matemáticos avançados. Curiosa, ela pergunta o que o pai estava fazendo.

O pai torna o rosto para o filho, expressando um sorriso carinhoso enquanto busca a melhor resposta. Era preciso encontrar algo que pudesse satisfazê-lo, pois desta forma a criança iria se sentir mais próxima dele.

O pai então explica que estava montando um “carrinho novo” para o seu cliente.

A criança feliz com a resposta faz seus comentários entusiasmados e retorna ao seu mundo infantil repleto de imaginações irreais, próprias da idade.

O pai, satisfeito, pondera a enorme distância que ainda aguardava o filho até que pudesse compreender a real dimensão da sua atividade, um modelo matemático da aerodinâmica de um novo carro de corrida que lhe haviam encomendado.

Buscar entender o sentido da vida é algo tão distante para nós quanto o é para o filho de cinco anos daquele engenheiro.
Diante desse fato, a solução mais madura é aceitar que “as coisas são como são”, e dar tempo ao tempo, porque lá adiante surgirá sempre um novo pedaço do quebra-cabeça da vida que aos poucos vamos montando no panorama mental de nossa razão na busca do sentido maior de tudo isso.

Enquanto isso, ficamos com algo menor, que proporcione alguma direção na vida e que nos ajude a completar a etapa corrente até a próxima que nos brindará com mais um pedaço desse enorme quebra-cabeça.

fevereiro 17, 2013

Freedom & Future



The FBI is asking Internet companies not to oppose a controversial proposal that would require firms, including Microsoft, Facebook, Yahoo, and Google, to build in backdoors for government surveillance...

In meetings with industry representatives, the White House, and U.S. senators, senior FBI officials argue the dramatic shift in communication from the telephone system to the Internet has made it far more difficult for agents to wiretap Americans suspected of illegal activities, CNET has learned.

 The FBI general counsel's office has drafted a proposed law that the bureau claims is the best solution: requiring that social-networking Web sites and providers of VoIP, instant messaging, and Web e-mail alter their code to ensure their products are wiretap-friendly.

...

From:
http://news.cnet.com/8301-1009_3-57428067-83/fbi-we-need-wiretap-ready-web-sites-now/



The old generation has nothing to care about, but the new one doesn't even understand what's going on.

It's exactly the new generation that will carry the burden of a dyeing freedom.

The interesting point is that they don't understand what they are loosing like moths attracted to the shining devices that magically connect them to their "dream world".

If they knew, stopping using in order to protest against would come a good way to change their future.

When talking with young people, they look at me with an interrogation mark coming out their eyes.

What is this guy talking about?

Isn't he overstating the whole thing?"

Who knows!

The "Cloud Atlas" saga ...

Believe it, or not, it' a possibility since nobody for sure are able to guarantee how life really works...

Plant you seed.

janeiro 26, 2013

The New Age starts ...




The FBI is asking Internet companies not to oppose a controversial proposal that would require firms, including Microsoft, Facebook, Yahoo, and Google, to build in backdoors for government surveillance...

In meetings with industry representatives, the White House, and U.S. senators, senior FBI officials argue the dramatic shift in communication from the telephone system to the Internet has made it far more difficult for agents to wiretap Americans suspected of illegal activities, CNET has learned.

 The FBI general counsel's office has drafted a proposed law that the bureau claims is the best solution: requiring that social-networking Web sites and providers of VoIP, instant messaging, and Web e-mail alter their code to ensure their products are wiretap-friendly.

...

From:
 http://news.cnet.com/8301-1009_3-57428067-83/fbi-we-need-wiretap-ready-web-sites-now/

                    ----------------------------------------------

The old generation has nothing to care about, but the new one doesn't even understand what's going on.
It's exactly the new generation that will carry the burden of a dyeing freedom.
The interesting point is that they don't understand what they are loosing like moths attracted to the shining devices that magically connect them to their "dream world".
If they knew, stopping using in order to protest against would come a good way to change their future.

I do not belong to the new generation, and when talking with young people, they look at me with an interrogation mark coming out their eyes.
"What is this guy talking about?
Isn't he overstating the whole thing?"

I'm quite sure that I'm not.
So, what have you to do with it? Aren't you older?
Yes, I am, but if we come back, certainly we'll find what was left behind.
Maybe, by that time, I'll have no memories what freedom was like before and as a moth, I'll be flying around the killing shining too, or maybe I'll be one of those that will be fighting to get back what we once had.

Who knows!
The "Cloud Atlas" saga ...
Believe it, or not, it' a possibility since nobody for sure are able to guarantee how life really works...
Plant you seed.


janeiro 25, 2013

Pensamentos esparsos


Suscetibilizou-se com a opinião de alguém, então reveja a sua!
------ 

Ninguém é culpado pelas minhas decepções; elas são resultado das minhas expectativas.
------  

Coragem liberta, inspira e anima. Verte o jorro do tônus da vida à alma humana, e tem sabor
de vitória - aquela que conquistamos sobre nós mesmos, sobre o medo.
------  

Felicidade é descobrir prazer naquilo que precisa ser feito a partir daquilo que dispomos agora.

janeiro 21, 2013

Cloud Atlas - A Viagem – Um filme que traz uma visão criativa, original e inteligente da Reencarnação




O filme surpreende pela forma original  de tratar um assunto bastante conhecido e controverso – A Reencarnação, ou as sucessivas vidas de uma mesma alma, que através de experiências repetidas vai crescendo na compreensão de que as suas ações refletem num contexto comum muito maior, retornando seu efeito, positiva ou negativamente, compondo dessa forma o seu próprio futuro muito além da existência carnal de uma única vida, bem como multiplicando consequências por toda a cadeia formada pelo universo de almas que compõem aquela imensa comunidade de espíritos em graus adjacentes de evolução.

O que se destaca no filme é que a mensagem é extremamente lúcida, sintetizada no princípio de que sejamos almas conectadas umas às outras.

Uma forma simples de entender um fato inegável – a nossa vivência obrigatoriamente depende de outra e, por conseguinte, os seus atos refletem nesta longa cadeia de interações.

Isto lembra o “efeito borboleta”.

Aos poucos vamos constatando que visões diferentes não passam de um mesmo princípio visto sob ângulos diferentes, a exemplo de uma pessoa que poder trajar vestimentas diversas, sem contudo alterar sua natureza.

O título em português é muito feliz, pois afinal, o filme ilustra a viagem da alma, fazendo jus ao roteiro intrincado por múltiplos eventos dos mesmos personagens em “tempos” de existências diferentes.


janeiro 11, 2013

Viajantes do tempo-espaço



Talvez imaginem que não passo de um tolo, por conta de não mais acreditar que possamos controlar nossas vidas. Podemos e necessitamos interagir com ela, ampliando ou amenizando eventos positivos ou negativos que compõem o nosso destino.

Quando jovem, porém, eu carregava a convicção de que somos nós que fazemos nossa vida, e que traçamos nossos destinos.

O passado, no entanto, escarneceu dos meus esforços diligentes, bem estudados e cujo planejamento sempre pareceu tão bom que contou com o apoio do senso comum.
Esse mesmo passado tinhoso, marrento que fazia questão de demonstrar seu poder medindo forças com a minha razão em prol de intuições descabidas, que acabavam por se confirmar em realidades inesperadas, tombando por terra meus melhores planejamentos, ensinando-me constantemente que a autoconfiança esbarra com a prepotência.

Tanto fez ao longo dos anos, que me convenceu da impotência diante do desconhecido, onde por mais racionais, organizados e planejados que se possa ser, ainda assim não podemos adivinhar as interações provocadas por eventos imprevisíveis do macro cosmos a que pertencemos, prognosticáveis apenas por uma força maior que determina a linha mestra do processo que conduz nossos destinos, deixando-nos apenas as tarefas menores de interagir com ele através das opções que temos.

Tal como uma linha férrea que determina o curso, deixa-nos apenas a escolha de percorrê-la de forma mais rápida ou não com algumas variações pessoais que determinam a qualidade com que empreendemos tal viagem da alma.

Quando imaginamos ter a liberdade por possuirmos o poder de definir nossas vidas, pode ter certeza que a vida comunga por um tempo com os nossos sonhos, nada mais.

Acordamos de nossas fantasias tomados pela dor da desilusão, extenuados pela impotência, onde o destino retoma para si o curso de nossas ações, levando de roldão nossos sonhos, esperanças e crenças que desvanecem tal como fantasias pueris.

A arrogância da juventude cede à superação pela aceitação na idade madura, aprendizado que só o peso dos anos constrói em nosso caráter cravado pelas cicatrizes da luta que empreendemos em defesa daquilo que imaginávamos acreditar.

Existe uma verdade muito maior que aquela que pensamos perceber, uma vez que a vida é expressão incomparavelmente maior que a nossa própria.

A vida, contudo, tem seus deliciosos caprichos e materializa-se para alguns como personagem cúmplice de um destino ditoso, parceira nas realizações profícuas de uma vida de sucesso, ora disfarçado como dádiva divina, ora como dívida que se vai acumulando ao longo do tempo, consumindo o nosso futuro em pesado resgate dos erros que acumulamos em troca desse aparente sucesso.

Raras vezes, o sucesso brota como flor autêntica do avanço da alma na direção do espírito, sem constrangimentos que as restrições da matéria provocam, ou sem o peso dos prejuízos morais utilizados como moedas de troca na barganha pelo conforto.

Como flor de rara beleza surgindo em meio à multitude de outras expressões da vida, não clama pra si a beleza que carrega, nem mesmo abraça o desejo de reconhecimento da perfeição que transcende tudo o mais. Segue o seu ciclo, e morre tão discretamente como nasceu e viveu.

Hoje ciente que a vida toma para si as ações quando julga necessário, finco-me na luta diária apenas pela razão de manter sã a consciência que sustenta o equilíbrio do espírito e resguarda a sanidade quando não podemos evitar a dor.

A dor quando impingida à alma despreparada, desguarnecida pelo arrependimento que rouba nossas defesas e nos faz sucumbir perante o próprio julgamento, conduz na maioria das vezes à prostração da alma, que jaz inerte, magnetizada na dor auto imposta, quando não se perde nos labirintos da loucura sem mais encontrar saída para a razão  por si mesma.

E assim trafega a alma, nessa viagem patrocinada pela vida, que muitas vezes assume o papel da morte para transformar o que somos hoje, fazendo-nos renascer amanhã em outra expressão desconhecida da pregressa.

E por conta do novo que não pode ser conhecido do velho, para que não desapareça antes mesmo de nascer, trafegamos de um ponto a outro, sem sabermos de onde viemos e para onde vamos.

Em meio à nossa ignorância, ainda imaginamos ter o poder de controlar esse processo, quando no máximo temos as migalhas das opções, que assim mesmo nos obriga às decisões mais cegas que conscientes, apostando mais que supostamente escolhendo, porém sempre colhendo os seus frutos.

Meros viajantes de origem desconhecida, sem destino próprio que não aquele conduzido pelo processo que o transporta.

Viajantes do tempo-espaço que ignoramos, não sabendo ao certo se nos deslocamos porque fluímos ou se fluímos porque nos deslocamos, no entanto sentimos a dor da transformação sem compreendermos sua natureza.


NOTA:

Ontem fui ao cinema e assisti ao filme "A Viagem", com Tom Hanks.
Veio bem a calhar.

outubro 27, 2012

Depressão Tem Remédio




Assim como uma droga age sobre o organismo mudando o estado emocional, também o pensamento que gera sentimento tem o mesmo poder.
Pensamento racionais são inócuos, contudo sentimentos produzem efeitos de euforia, tristeza e tudo o mais que você já está cansado de saber.

O que parece uma desvantagem ou problema pode ser convertido em vantagem e solução dependendo do ângulo que se olhe.

Assim é com o sentimento.
A seu favor, ergue seu ânimo, acerta seu rumo.
Contra, coloca tudo a perder.

Depressão tem muitas causas e podem ser até mesmo de origem somática, ou seja, seu organismo não sustenta o equilíbrio de substâncias que o mantém bem. Neste caso, a ajuda médica é o caminho, mas onde o quadro clínico seja de origem psicológica, excluindo-se as psicopatologias, podemos obter bons resultados com algumas regras simples.

REGRA 1
Contenha suas expectativas.
Expectativas geram ansiedade.
A ansiedade não satisfeita sustenta a decepção que alimenta a depressão.

REGRA 2
Contenha sentimentos.
Ficar muito feliz e comemorar é ótimo, mas é porta aberta para a liberação incontida de sentimento.
Acostumados a liberar sentimentos, fica difícil contê-los.
Tudo que sobe muito, pode mergulhar fundo, também.
Expresse sentimentos, mas os tenha sob controle.
Sem exageros, vá adquirindo esse equilíbrio paulatinamente, através de uma busca constante, sem pressa e madura. Tudo tem seu tempo, do contrário você gera ansiedade e fere a regra 1.


Regra 3
Cuide daquilo que alimenta seu corpo e sua mente.
Um corpo saudável suporta melhor o ânimo e a determinação.
Reduza o excesso de gordura, açúcar, álcool e tudo mais que notar consumo em demasia.

Reduza também o excesso de pensamentos negativos. Principalmente eles.

Listinha básica:

Preocupação: se não pode resolver, então de nada adianta preocupar-se.
Concentre sua atenção em resolver ao invés de alimentar ressentimentos, medos e outras “nóias” que gostamos de “amamentar”...

Orgulho:  grande parte da ansiedade vem do orgulho ferido ou querendo se firmar.
Se você ponderar, podemos ser infinitamente inteligentes e belos dependendo da comparação que se faça, ou o inverso.
Comparações têm sentido restrito àquele que você se prender.
Busque o que lhe favorece.

Ódio/Ressentimento:  uma dupla infernal, literalmente, sugando nossas energias e conduzindo-nos a poços profundos da depressão após estados de “força aparente” que a reação ao desafeto parece sustentar invencivelmente.  
Ledo engano.

Todos nós temos restrições de alguma espécie e fragilidades.
Qualquer sensação de superioridade é sempre fugaz como a ilusão que a sustenta.

O que isso tem a ver com depressão?
Tudo, porque depressão é a ressaca do sentimento na direção errada.

Consciência tranquila e coragem são lenitivos da alma que sustentam o equilíbrio e contêm a depressão, seja ela explícita ou implica, consciente ou inconsciente.


Comece devagar, seguindo as 3 regras.
Com o passar dos meses, vai perceber uma melhora gradativa do seu equilíbrio emocional.

Lembre-se:  a natureza não dá saltos, portanto persistência e calma que o resultado vai chegando aos poucos e não espere maravilhas (regra 1).

Acredite.
Funciona.



outubro 20, 2012

Vivendo Outra Pele




Ontem, estive no NY shopping com um amigo.
Erik é um jovem de seus 30 anos caminhando para a maturidade dos 40.

Batemos papo, e depois acabamos assistindo ao filme "As Vantagens de Ser Invisível" (The Perks of Being a Wallflower - USA 2012).
No final da noite, enquanto ele devorava seu “mega hamburger” no Outback, eu me deliciava com um pedaço da torta "de New York".
Passamos a conversar sobre a importância de sermos capazes de ouvir pontos de vista diferentes sem impor tantas barreiras que nos tornassem  completamente impermeáveis às novas ideias e as suas possíveis vantagens.

Revivera aquele momento em papéis trocados, onde eu no papel de Erik, o mais jovem, ouvia o que um mais velho falava, achando que compreendia, porém interpretando tudo como uma tentativa de imposição de ideias,  de me fazerem aceitar algo a mim mesmo inaceitável.
Nós, enquanto mais jovens, temos uma sensação de "eternidade" para as nossas verdades.
O tempo mais tarde vem transformando tudo, roubando tudo e nos obrigando a entender que tudo é muito fugaz, até mesmo aquilo que somos hoje.

A noite terminou sem que ele entendesse de fato o que eu tentava expor.
Percebendo que havia feito a minha parte assim como outros o fizeram, com a consciência leve por ter retornado à vida o que dela recebera, avaliei que todos nós entendemos quanto estamos prontos, mas o conhecimento rejeitado, ainda assim fica ali, na memória para ser ressuscitado pelas lembranças do futuro.

Já ao final de nossa conversa, contei que havia vivido o mesmo momento, e que pudera compreender só mesmo depois dos 50 anos.
Ele guardou silêncio, e nos despedimos.
Ele tomou o taxi, retornando para casa já por volta de uma hora da madrugada.

Enquanto dirigia-me ao estacionamento para pegar meu carro fui avaliando a passadas largas o que havia dito, e concluí que naquela conversa eu aprendera muito mais comigo mesmo.
Que naquele encontro, eu havia falado muito mais para mim mesmo.
Irônico... 
Talvez com ele ocorra o mesmo, garantindo a síndrome do "Looper"  - aquele filme "Looper - Assassinos do Futuro"!

É impossível entender o espírito de ideias divergentes, sem abandonarmos as próprias, ao menos por alguns momentos.
Um ator, que é um profissional treinado, muitas vezes precisa de uma boa concentração, e várias tentativas para conseguir viver o papel do personagem.
Nós que atores não somos, ficamos desprovidos dessa habilidade de abandonarmos a nós próprios por alguns momentos, ao menos,  para viver sem medo e preconceito,  o papel de outro personagem, tendo a certeza que retomaremos o que somos, sempre acrescidos com o que aprendemos.

Cada vez mais admiro essa profissão de ator.
Fica aqui minha sugestão:  o MEC deveria incorporar a matéria como obrigatória na grade dos cursos de formação infanto-juvenis.
Teatro deveria fazer parte do curso assim como o português e o inglês - tudo elabora a capacidade do indivíduo comunicar-se e interagir socialmente.
Afinal, representar também traz excelentes oportunidades de melhorarmos o convívio social e profissional, e de quebra aumenta a chance de aprendizado com algum personagem de forma muito mais intensa do que aquela que a razão oferece.

Entender não basta para compreender.
É preciso também viver para sentir.

setembro 10, 2012

A Interpretação é Um Fenômeno Multidimensional



Você observa um homem enfrentando a sua pobreza.
Poderá pensar:
                Aí está um perdedor!
                ou
                Aí está alguém vencendo as contingências da carência.

Um mesmo fato, carrega múltiplas interpretações.
Escolha aquela que fortaleça o espírito.               

--


A vida é doce proporcionalmente  à aceitação e adaptação que desenvolvemos.
 
--


A emoção afeta inevitavelmente nossas decisões.
Use a emoção como fonte de energia, direcionando-a para o foco que elegeu.
A emoção sempre acompanha o pensamento diretor, eleito pelo foco.
Fortuita e egocêntrica, rouba a cena da razão desperdiçando nossos planos, fazendo pouco do nosso empenho.
Caprichosa e eloquente, exige educação permanente, porém goza da força do sentimento.

--

O Radicalismo, A Dualidade e A Polarização Fazem Parte do Nosso Carácter Sem Quem Nem Mesmo Tenhamos Consciência da Sua Origem

  NOTA: É recomendável conhecer o conteúdo do post anterior para compreender melhor este. O esporte atrai milhares de torcedores desde temp...