novembro 29, 2022

Contra Deus


 


Contra Deus ninguém luta.

Apenas se engana, provisoriamente, enquanto Ele aguarda, pacientemente, o momento da lucidez necessária provida pelos sofrimentos das consequências colhidas para que a ingenuidade do opositor transforme-se na força que agrega a construção do amanhã dele próprio e de todos os seus irmãos, sem exceção.

A negação da sua existência faz parte do processo de evolução que aos poucos vai acrescentando à capacidade de percepção àqueles que buscam um sentido maior para a vida.

Aqueles que ainda nem isso buscam, vão apenas percorrer um caminho mais longo até que a encruzilhada da vida os conduza para esse caminho.

O "status quo" do Universo é imutável.

Somos nós que mudamos, seres que participam desse processo de evolução da vida a partir do crescimento pelo entendimento racional e emocional.

Nenhuma religião é dona de Deus, já que criada pelo Homem inspirada em eventos divinos, contém a sua natureza falível.

Nem tão pouco Deus teria uma religião, pois algo supremo é ele próprio o caminho, a verdade e a luz.






novembro 26, 2022

Hot Crowns - Capítulo III - A Estratégia

 


PREÂMBULO

 “Hot Crowns” é uma distopia política contando a história de uma nação imaginária na luta para encontrar seu melhor caminho nos descaminhos da paixão.
Qualquer semelhança com a história de qualquer nação é mera coincidência.

O imaginário é uma colcha de retalhos onde costuramos nossas percepções e sob ela nos abrigamos.

Este post faz parte de uma série: Capítulo anterior


Hot Crowns – Cap. III – A Estratégia


A oposição lutava com o “carisma consolidado” que leva os mais exaltados ao fanatismo!

Fanatismo ameaça a estabilidade do poder de um reino pois o radicalismo é cego pela paixão que lança mão do imediatismo a qualquer custo como promotor de soluções.

Uma vez que um líder preenche o vácuo de liderança faz-se muito difícil superá-lo.

Não basta uma nova liderança ser tão cativante quanto a primeira.
Ela precisa ser mais sedutora.


Diante do impasse pela falta de vocações, restava aos opositores da dinastia Opus uma estratégia nova que pudesse abrir um caminho à solução que se buscava: finalizar a hegemonia daquela dinastia pois a oposição temia que ela pudesse se radicalizar caso os destinos do reino prosseguisse sem qualquer ação mediadora.


Em um dos condados do reino surge um grupo com essa nova estratégia.

Se não era possível competir com o carisma e a articulação política da dinastia Opus, então restava apenas mergulhar nos meandros de seu poder para encontrar as ilicitudes, e a partir delas desgastar a sua imagem diante de evidências e provas, conduzindo os culpados às penalidades cabíveis, até mesmo à supressão da liberdade.

A teoria era brilhante, mas na prática ardilosa já que exigia um grande esforço de diligência investigativa, muita sorte que dependia de informações de terceiros no afã de levantar os “descaminhos” do poder na busca de recursos monetários por meios alternativos, uma vez que o rastro das atividades  sensíveis precisam desaparecer como condição básica de execução, ainda mais tratando-se de pessoas de altíssima influência e poder econômico, portanto possuidoras de todos os meios à disposição de seus interesses para atingir seus objetivos.


Afinal de contas, um rei sustenta-se por sua capacidade de diretriz econômica e política, sendo esta última a habilidade de negociar interesses concomitantemente à simpatia pública.


Este condado concentrou-se na busca das eventuais falhas de sigilo na distribuição de recursos econômicos, já que sem estes não há reinado que se sustente.

Reis precisam de recursos, riquezas e moeda de troca de favores, sem o que não podem exercer seus poderes à plenitude, e no afã desta conquista, acabam cedendo às oportunidades sedutoras dos caminhos tortuosos, já que mais fartos e ágeis, que vão traçando ao longo de seus reinados os cursos de rios tortuosos conduzidos por um mal comum: a ambição humana como meio de alavancar ação.

O sorriso é a porta de entrada, mas a capacidade econômica é o meio para a porta de saída.


Esse condado concentrou-se em rastrear todas as operações econômica de Opus I, registrando seus envolvimentos com grandes personalidades do reino.
O trabalho não poderia deixar de florescer!

Todo rei que se preze precisa negociar poder através de favores que se convertem em moeda de troca. 

O desafio consiste em fazê-lo sem que a corrupção torne-se um estilo que acabe por prender a sua vítima nos laços da dependência.

Grandes nobres estavam na lista desses favores do rei em operações oficialmente não regulares, mas frequentes em qualquer reinado, embora essa frequência não justifique a ilicitude, termina por se converter em modus operandi comum a qualquer sistema político, pois nasce de uma característica humana que define seu atraso social, principalmente quando os objetivos finais são escusos, inconfessáveis.


A "Lei" sempre está aquém das necessidades dos maiores interesses e os lobbies buscam atualizá-la, mas enquanto isso, como o grande capital não tem o hábito da espera, precisa antecipar-se a ela.

Com o tempo, mediante as ações de grupos que negociam interesses, as leis são paulatinamente flexibilizadas para atender os lobbies mais poderosos.


Este grupo do condado, à medida que avançava nos trabalhos, começou a produzir evidências jurídicas, quando então entendeu que diante das provas era o momento de iniciar processos administrativos reais.
Por isso procurou um juiz que tivesse a coragem de fazê-lo, já que do sucesso ou insucesso da empreitada certamente acarretaria reveses pesados de toda ordem para todos aqueles que ousaram contestar as irregularidades de tão forte dinastia.


O condado deu por início os processos que envolviam não só o rei como altos nobres, começando por estes, abrindo o seu caminho através dos enfrentamentos menores para subsidiar o maior.

Afinal, um rei não subsiste sem carisma e sem poder econômico!
Uma vez que é certo que qualquer reinado tem seus segredos à disposição de quem possa escrutiná-los e prová-los, o grupo trabalhou intensamente como só mesmo devotos o fazem.

Até hoje, ninguém sabe contar os motivos que levaram aquele juiz de condado e seu grupo a desafiar poderes de uma dinastia real tão poderosa, muito superior a deles.
Uns acreditam que o fora por idealismo e patriotismo, outros alegam interesses pessoais na busca de ascensão rápida. Outros, ainda, entendem que por ambos, quando se justifica a segunda através da primeira à própria consciência.

O fato concreto é que eles apostavam suas carreiras, as suas vidas.
Uma aposta alta que logo conquistou o interesse de todos!

Seja como for, as ordens de prisão começaram a ser expedidas pelo juiz com base no que fora recebendo, e a cada réu cúmplice do rei Opus I que fora preso havia de ser subjugado a interrogatórios que pudessem destrinchar as intrincadas cadeias de recursos que subsidiavam as operações econômicas de Opus I que teciam a capa da transparência, algo tão cobiçado.

Opus I, além de político era também hábil em apagar suas pegadas de poder, no entanto, inexiste ser humano perfeito, e algumas ossadas ficaram mal enterradas ao longo de sua caminhada apesar de todos os esforços em contrário.


À medida que as investigações prosseguiram, a divulgação dos eventos foram se popularizando e adquiriu grande interesse público onde as grandes personalidades do reino pareciam ter perdido o direito à exceção do erro, fazendo parecer que a lei de fato valia para todos, da mesma forma.
Teriam mesmo arrancado a venda de Têmis, a deusa da justiça?!
Venda essa, aliás tão subjetiva, pois a mesma venda que ignora o privilégio, também ignora.
Seja como for, esse símbolo de fato reflete o nosso senso de justiça à sua natureza humana, jamais divina.

O povo via isso com os olhares do alento e da esperança que só a miopia da natureza humana proporciona.

O processo de julgamento finaliza condenando os réus que, insatisfeitos, recorreram à sua revisão, que no entanto confirmou a sentença condenatória.
O juiz determina a prisão de Opus I em ato único na história às vésperas em que se preparava para voltar ao poder.

Era um momento dramático, que tirava um rei em plena atuação no palco político na frente da plateia de todo o reino!

A prisão do rei, ainda mais nestas circunstâncias, tornou-se um show que rivalizou com os maiores eventos desportivos já havidos no reino, ecoando por todos os outros, onde a justiça parecia florescer  naquele reino renovada e com a força de credibilidade genuína que deveria ter, projetando a imagem daquele grupo e do juiz ao pedestal de heróis para uns e super vilões para outros.

A grande muralha acabava de ser erguida, separando o mesmo povo, definitivamente.

Opus I usou de todos os recursos, alcançando os juízes mais altos do reino em novo julgamento, que no entanto confirmaram por maioria de votos os resultados anteriores.

Aquela minoria que se posicionara contra não esgotaria suas ações na frustração daquele momento. Até o senso de direito ganhou seu muro da vergonha separando duas verdades, já que este senso se baseia na verdade, e ao que parece a verdade seria uma só, mas dessa forma fazia nascer duas verdades que solapavam o sentimento de confiabilidade no próprio exercício da justiça que decidia sem a competência da segurança em fazê-lo.

Ao todo, três cortes confirmaram as mesmas decisões.

Opus I parecia estar fadado a permanecer um longo tempo no cárcere, maior que o seu prognóstico de vida face à sua idade avançada.

O reino em polvorosa ficou sem Opus I e seu substituto não tinha o perfil que era preciso para competir com Rufinus, o líder que havia conseguido aglutinar a oposição da dinastia Opus, outrora dispersada, e com quem competia à ocasião em que houvera sido encarcerado.

Rufinus representava a oportunidade que a longo tempo era esperada como solução de substituição a Opus I que pudesse alavancar a massa em número compatível aos seguidores da dinastia Opus.
Talvez fosse essa a esperança daquele grupo e seu ousado juiz, dar ao povo uma oportunidade nova, contudo, o entrave maior consolidou-se pela ausência de um líder que pudesse realmente conduzir de forma segura esse processo de transição, já que não basta subtrair algo deixando vago o que não se pode substituir. 

O vácuo de liderança traga o equilíbrio, e o equilíbrio se conquista pela sedução da maioria.

A estratégia daquele condado havia sido concluída com êxito, buscando conciliar a lei com a política na prevenção de solução da continuidade indômita de Opus I e sua dinastia, mas o tempo traria surpresas inesperadas para todos, onde tais falhas de estratégias e de talentos mudariam permanentemente o espírito e a cultura desse reino.


Continua no próximo capítulo...





novembro 23, 2022

Hot Crowns - Capítulo II - O Revés

 


PREÂMBULO

 “Hot Crowns” é uma distopia política contando a história de uma nação imaginária na luta para encontrar seu melhor caminho nos descaminhos da paixão.
Qualquer semelhança com a história de qualquer nação é mera coincidência.

O imaginário é uma colcha de retalhos onde costuramos nossas percepções e sob ela nos abrigamos.

Este post faz parte de uma série:  capítulo anterior 


Hot Crowns – Cap. II – O Revés


Opus I, que dera inicio à dinastia da oposição pelo povo contra o status quo, diante da necessidade de um retiro espiritual para decidir os novos caminhos de expansão de seu reino, havia endossado o empossamento de Opus II, um dos mais fiéis de sua dinastia, na premissa que poderia governar através de sua influência, quando necessário, até seu regresso.

O poder, no entanto, tem a força que nos toma por refém dos nossos desejos mais íntimos de grandeza, tornando-nos cegos, surdos e com profunda amnésia de nossas origens, resultando  na indiferença àqueles que nos sustentam no poder, imaginando que esse momento de delírio megalomaníaco é por si só suficiente para que nos suportem as intemperanças da arrogância e da intolerância durante o apogeu desse poder.

Opus II buscava impor sua autoridade  aos murros sobre sua mesa imperial, porém ficava cada vez mais isolado do conselho.  A sua intemperança denotava mais sinal de fraqueza do que demonstração de força. Era na verdade, uma lacuna de poder que buscava impressionar através de explosões de temperamento descontrolado.

Os verdadeiros líderes seduzem, envolvem e conduzem sem que os liderados se imaginem seduzidos, envolvidos ou conduzidos.

Esse não era o perfil de Opus II, cuja fala dura repelia quando deveria atrair.
Faltava-lhe o dom de cativar.

Assim começou a queda de Opus II ao longo dos anos através do poder subjacente do conselho que esperava o momento certo para agir. Havia no conselho uma oposição que aguardava uma oportunidade no silêncio enquanto cavava os túneis sob os alicerces políticos do rei substituto no desejo de minar toda a dinastia de Opus I, para sempre!

 

No momento certo,  mediante as fraquezas de Opus II e pelo desgaste político constante que as suas posturas somadas às decisões impopulares vinham corroendo seu equilíbrio político, o conselho percebeu a oportunidade para depor o sucessor temporário de Opus I de tal forma que transformasse essa ação como legítimo instrumento de salvaguarda do reino e trouxesse para essa iniciativa os louvores dos heróis que resgatam o povo de um futuro sombrio nas mãos de uma dinastia ímpia.

A estratégia deu resultado aos olhos populares mediante um show organizado pelo conselho diante da massa em evento público que por meio da votação demonstrava que a maioria dos votos contrários à continuidade de Opus II consumava a legitimidade da manobra de interesses.

O circo político estava instalado levando as massas ao delírio, atraindo a atenção de todo o reino.
Um show que continuaria a adubar os ânimos do povo, outrora mais distante dos reveses políticos, mas que agora crescia em sua participação, porém cada vez mais dividido. Parte da população tornara-se seguidora da dinastia Opus e o restante dividia-se em grupos rivais, o que dificultava estratégias unidas de manobra política na luta pelo poder.

O fruto inusitado da novidade daquelas ações gerava um estado de surpresa e confusão.
Os meandros jurídicos, conforme as leis do reino, serviam de amortecedor emocional, mas não evitavam a emoção crescente represando-se na alma da massa dividida e confusa.

Rei deposto é rei substituído.

Ao conselho não restava outra opção que não fosse escolher o próximo da linhagem real —  o príncipe Lupus —  que apesar de não contar com o carisma de que necessitava, ainda assim tentou autenticar-se no governo do reino, contudo enfrentado objeções de parte da corte e do conselho, já que ali estava não por escolha mas pela demanda sucessória naqueles casos. Ainda assim, os rivais felicitavam-se por acreditar que o mal maior havia sido superado sinalizando um passo à frente em direção às suas metas na disputa de poder.

Durante o curto reinado de Lupus, não lhe foi possível conquistar a alma do povo nem tão pouco segurar as rédeas da corte, apesar de seu porte educado não ser capaz de fomentar a liga que estabelece a hegemonia de comando.

Um poder estável é mantido pelo poder econômico e pelo carisma.
Faltava a Lupus ambos.

Ainda, tornando tudo pior, os bons ventos que sustentaram o início do reinado de Opus I haviam sido substituídos gradualmente por mudanças desfavoráveis do panorama geral em todos os reinos. Uma mudança de sorte que passa desapercebida aos olhos dos súditos, cuja massa é pragmática tomada pela necessidade de suprir o cotidiano sem muita memória do ontem, porque "investimento" é algo para nobres que podem aguardar o tempo para o seu retorno financeiro, onde instrução faz parte desse privilégio, seja pela educação ou pela vocação, algo que não é acessível à grande maioria.

E assim Lupus teve a sua chance e sem a ajuda da sorte e sem um carisma competitivo ficou à deriva das forças evocadas pelas boas lembranças e do carisma da dinastia Opus gravadas na alma do povo durante o seu reinado, ora pelo fanatismo, ora cultivadas pelos pequenos favores à  população carente. Eram sementes que continuaram a germinar mesmo depois que o lavrador abandonara a terra.

Era necessário conter a massa que começava a dar sinais de uma inquietude que preocupava a corte e o conselho, trazendo constrangimento à estabilidade do reino.

Era preciso encontrar um rei que pudesse rivalizar em carisma com Opus I, já que Lupus fracassara, apesar dos esforços deste em permanecer mais tempo.

O conselho do reino aprendera a lição que não se erradica uma liderança sem que se possa substituir por outra de igual força, pois o déficit de poder agregador é tão ameaçador quanto o seu excesso.

Mas quem? E como?

Apesar dos esforços, não se encontrava talento à altura e não havia tempo para formá-lo.

Talvez fosse a hora de mudar de estratégia, buscando outros meios, porém quais?

Esse era o desafio que buscava abrir a porta para a renovação do poder através da subjugação da dinatia Opus.


Continua no Cap. III


novembro 18, 2022

Hot Crowns - Capítulo I




PREÂMBULO

 “Hot Crowns” é uma distopia política contando a história de uma nação imaginária na luta para encontrar seu melhor caminho nos descaminhos da paixão.

Qualquer semelhança com a história de qualquer nação é mera coincidência.

O imaginário é uma colcha de retalhos onde costuramos nossas percepções e sob ela nos abrigamos.

Este post será editado através de uma série sequencial.

Este é o primeiro da série.



Hot Crowns – Cap. I – A Vitória


Como toda boa história, esta não será diferente. Também começa com...

Era uma vez um reino que há muito lutava por uma identidade política que estabelecesse uma ordem diversa daquela que há muito vigorava.

Finalmente, um rei logrou sucesso na disputa da coroa e pela primeira vez a oposição pode ocupar o posto mais importante do reino, o posto N.1!

Esse rei havia adquirido grande habilidade política ao longo de uma longa trajetória de luta pela identidade política daqueles que eram explorados pela oligarquia reinante compostas pelos donos dos capitais.

Ele reunia a esperança das multidões que há muito sonhavam com o seu governo.

Durante os anos iniciais este rei reconstruiu a estrutura de que necessitava para cumprir as promessas de bonanças financeiras e estabilidade social pelo labor de sua longa experiência.

Foram anos de paz, estabilidade, tudo favorecido por uma conjuntura mundial social e política favoráveis. Dessa forma, este rei além da experiência, fora também agraciado com a sorte de um contexto favorável.

O povo feliz e aqueles que lutaram para que galgasse a liderança do reino estavam satisfeitos.

Aqueles que não, também não tinham oportunidade de reclamar porque os bons ventos das finanças aquietavam os ânimos.

O mesmo vento que aquecia a economia mundial também aqueceu a cobiça daqueles que buscavam aproveitar um pouco mais das benécias do momento, levando o reino a alavancar seus negócios concomitantemente aos interesses pessoais de seus favorecidos — a mesma oligarquia anterior que soubera adaptar-se aos novos tempos. 

A oposição tomada pelo silêncio da desvantagem apenas aguardava sua oportunidade.

O tempo passou.

O rei, precisando descansar, indicou um substituto que obteve aprovação da maioria.

O substituto, porém, mesmo que refletisse as ideias do rei anterior, não tinha construído o traquejo da negociação com a oligarquia e o povo que formam a ponte de estabilidade aparente que todos gostam de usufruir em seus sonhos de segurança e felicidade.


Continua no Cap. II


novembro 15, 2022

Comunismo, Um Sonho Que Prática Virou o Pesadelo do Povo Que Dizia Proteger

 



Achei essa imagem na Internet.

Gostei porque representa exatamente o que vemos na prática!
Um mão decepada e ensanguentada sustentando um sonho que amputou de seu corpo o próprio membro.

Bem significativo. "Very meaningful".

Na prática, comunismo é isso mesmo!

A teoria é linda!!!
É o céu na Terra.
O poder do povo pelo povo!

Tão belo quanto a história do Chapeuzinho Vermelho ou da Cinderela.

Na prática o que vemos como resultado final do comunismo???

Vemos uma China que enriqueceu quando flexibilizou seu regime vermelho em prol do capital “capitalista” que alavancou seu crescimento industrial formando a nação que hoje Xi Jimping submete aos seus rigores pessoais, ou seja, suas opiniões despóticas do que seja adequado para a China, levando seu povo ao desespero e às manifestações violentas contra os absurdos do isolacionismo para conter o COVID a qualquer custo, prendendo as pessoas em casa sem prover subsistência. Algo como que condenando à morte por você ter COVID ou à prisão domicilias, já que que não podem sair de casa a qualquer pretexto!

Não acredita?
Existem várias notícias a respeito, segue o link da última, manchete 
hoje na BBC:

China zero Covid: Violent protests inGuangzhou put curbs under strain


Um homem não pode ter tanto poder assim.

Apenas um homem, nunca!

 Homens são falíveis e portanto é preciso criar um regime onde o consenso prevaleça para nos proteger das loucuras do autoritarismo quando alguém sonhando pousar como “pseudodivindade” inebriado por seus sonhos de grandeza extrapola a realidade.

No site abaixo, cujo link está no final, respondi aos seus idílicos sonhos “comunistas” na forma como segue:


Todas as nações comunistas estão atrasadas em relação às não comunistas.

Putin é um fracasso já que herda do comunismo o espólio de atraso tecnológico.
(Sorte da Ucrânia. Sorte nossa!)

King Jong Il outro caso de fracasso do comunismo, onde a qualidade de vida do povo nem se compara com a qualidade de vida do povo da Coreia do Sul.

A China só alavancou seu sucesso econômico quando foi capaz de flexibilizar sua política atraindo capital do mundo “capitalista”.

O comunismo é um fracasso econômico e mundial.

A maioria dos regimes comunistas provêm uma renda per capta inferior àquelas dos regimes não comunistas.

O comunismo é um fracasso social na prática que só tem servido ao despotismo.

Aliás, seu único grande sucesso.

Basta olhar para todos os países que adotam tal política para ver como o povo vive na miséria ou muito pior que em outros regimes onde o “Estado” não é o senhor absoluto. 

Comunismo é uma ideologia boa na teoria, na prática é um pesadelo para o povo.
 
Qualquer regime que conduz ao extremismo pela ditadura, o que é algo natural na ditadura pelo "Estado" é um "lixo".

Publicado no Reddit em 15/11/2022:

www.reddit.com/r/brasillivre/comments/yv2vqm/comment/iwi61im/?context=3

 

E o povo continua sonhando com a história da carochinha, ou seja, um Estado provedor que vai suprir as compensações às desigualdades humanas!

Isso nunca vai acontecer enquanto o Homem não aprender a "amar o próximo como a si mesmo"!

E quando isso acontecer, qualquer regime será bom!


Minha experiência com a plataforma de media digital Reddit

  

 




Minha experiência com a plataforma de media digital Reddit foi um momento divertido recheado de surpresas boas e não tão boas.

Afinal de contas, qualquer inciativa humana tem suas restrições, mas se você transformá-las em uma oportunidade de diversão e desafio, o que antes era “chato” fica muito divertido — serei capaz de “baipassar” o sistema?

Eu procurei o Reddit como uma plataforma de intercâmbio de ideias onde pudesse divulgar as minhas.
A priori, o Reddit cumpre seu dever, porém, ainda deixa muito a desejar...

Parte do seu direito de se expressar vem do número de pontos que você possui em termos de aprovação da comunidade, que são chamados de “karma”, nome aliás que vem bem a calhar já que uma ideia compartilhada acresce seus “Karma” no sentido teosófico.

Ao votar você pode retirar o acesso de postagem do autor dependendo do número de pessoas que concordem com você ou não. A discordâncias subtraem pontos do seu karma.
Ou seja,  você tira do indivíduo o direito de opinar contrariamente à maioria, pois muitas comunidades exigem um número mínimo de karma.
O sistema dá essa deixa, funciona assim.

O lado positivo dessa política é que se evita os ataques das dissidências, algo que seria tão comum se não fosse essa barreira de proteção.

O lado negativo dessa mesma política é que a plataforma vira instrumento do fisiologismo e da ditadura do pensamento.

O algoritmo atual é infeliz, acho eu!

A plataforma de postagem tem sucesso, talvez também porque reforce um sentimento que hoje é o desejo da maioria.

O efeito disso é que o isolamento da diversidade oposta à ideia do grupo, a médio e longo prazo, cria nichos de condicionamentos mentais, onde as pessoas ficam com a sensação de que estão absolutamente certas porque todos comungam o mesmo pensamento.
Isso é uma condição de conforto, mas infelizmente e cruelmente imprópria à autocrítica.

Esse tipo de estratégia incentiva à auto-hipnose de grupos que se isolam em suas ideais, o que vai criando uma crença cada vez maior naquilo que se deseja acreditar.

É o caminho para o fanatismo.

Ou o algoritmo reflete de fato esse desejo da plataforma, ou é incapaz de prover uma filtragem da diversidade de pensamento adequada às hostilidades das divergências.

Seja como for, Reddit necessita de melhoras para habilitar a expansão livre de ideias de seus usuários.

E quanto ao sistema de moderação? Como funciona?

Foi divertido burlar suas barreiras e pareceu bastante ingênuo à medida que existem muitas formas de burlar o sistema que não detalho aqui por motivos óbvios.
Bom, eu sou um profissional de TI e reconhecer padrões e algoritmos faz parte da profissão.

Minha história em poucas palavras:

- Fui condenado por ideias não extremistas em grupos que se autoproclamam como “brasileiros que sustentam um site de pensamento livre” (eu disse, livre!  kkk),  mas que na verdade abrigam o sentido do radicalismo que é moda no momento.

A desaprovação geral foi rápida e perdi todos os meus pontos, ficando sem “Karma” suficiente para postar, ou seja, para publicar minhas ideais.

A comunidade me puniu, saindo de quase 30 pontos para apenas 6 pontos em poucas horas, o que me deixava inelegível para publicar nos sites, ou comunidades, que exigem um mínimo de pontuação a partir de 15 pontos  ou mais (karmas).

Achei o algoritmo uma ode ao fisiologismo.
Você fala o que querem ouvir, tudo bem!

Do contrário, você é execrado.

Eu não recorri ao Reddit para suprir meu ego mas para divulgar minhas ideais que extremismo não é solução para o crescimento de uma nação.

Aceitei a perda dos “karmas” como quem aceita a perda de pontos num jogo onde o juiz é tendencioso.

A plataforma não deveria punir você porque as pessoas discordam, restringindo sua capacidade de expressão.
A plataforma, através do algoritmo atual favorece o autoritarismo, à ditadura.

Neste aspecto o Reddit é uma plataforma pobre que deixa muito a desejar.

Veicular ideias e ser capaz de exercer um poder moderador imparcial ainda parece um desafio aos algoritmos de moderação.

Quem sabe se o tempo não trará ao Reddit a evolução necessária para acompanhar seu tempo no tempo certo, nas necessidades que o hoje impõem?

Tenho certeza que “meu colegas de TI” lutam por isso.

 

 




novembro 12, 2022

Poder Moderador Uma Necessidade e Um Meio Para a Autocracia e a Manipulação De Massa





Postei hoje de manhã no "reddit" o seguinte texto no canal de "artigos":


Afinal, o que seria ser um gênio?

Podemos observar três qualidades principais que suportam a genialidade.

A partir destas três características, podemos imaginar contextos especiais de acordo com a intensidade de cada qualidade na composição da natureza de uma pessoa.

E se o gênio tiver alta capacidade de inteligir, mas for desprovido das demais?

Genialidade precisa de um toque especial.

A capacidade exclusiva de lembrar tudo é algo extremamente valioso, mas se for despojada de um toque pessoal de criatividade e inferência que diferencie do comportamento humano médio, torna-se algo parecido com o potencial que máquinas são capazes de suprir.



Após alguns minutos, o post foi censurado e removido pelo moderador do site.





Inconformado com o critério de arbitrariedade, torne a postar no canal de "discussão", o seguinte:


Quando um poder “moderador” deixa dúvidas à manipulação da autocracia?

O moderador removeu hoje um post meu e documentei.

Fiquei na dúvida do porquê.

O texto é apolítico, não tem discurso de ódio ou preconceito.
É uma análise tranquila tratando da distinção da capacidade de inteligir e da sua interação com a memória na formação do talento.

Vejo, no entanto, post e textos liberados com palavras de baixo escalão e com viés de toda natureza.

Seria justo que o moderador desse SIM satisfação do seu critério de reprovação de forma pontual, ou seja, não basta apresentar um link para “as regras”. É necessário apontar no post removido onde está o texto e a respectiva regra que ele inflige.

Do contrário, media vira ferramenta de manipulação de massa.
O que então nos diferiria da política Russa, Chinesa e etc.?



Além dos pontos que também me removeram, pois a pontuação é importante para ter direito a publicar, também censuraram o direito à discussão democrática, como eu já esperava.




www.reddit.com/r/brasil/comments/yt6xcr/quando_um_poder_moderador_deixa_duvidas


Então eu pergunto para o leitor:

Já vivemos numa "ditadura do sistema", porém silenciosa, sub-reptícia?

Enquanto as postagens mais descabidas circulam, textos que levam análise ampliando o horizonte do "pensar" parecem não agradar, seja qual for a desculpa para censurá-los.

Então decorrem algumas questões...

Imagine o perigo que o poder do sistema tem através da media nas mãos manipuladoras de um sistema que poderia, por exemplo, favorecer a desinformação e conduzir subliminarmente seus leitores?

Tudo com aparência de algo muito democrático, lícito e mesmo ingênuo.

Então eu penso nos jovens.
Se eles não podem ser preparados para analisar e pensar, o que seria deles no futuro, num sistema assim?

"Assets" do sistema?


Quando jovem recebi aulas de "raciocínio" durante os últimos anos de preparo que antecediam o ingresso ao terceiro grau de instrução.

Nestas aulas o objetivo não era memorizar a informação dada pelo professor para então, apenas demonstrar a capacidade de repetí-la em uma prova. O objetivo era outro: éramos estimulados à análise e questionamento livres.

Isto foi no final do período da ditadura militar.
Pensando bem, parece que aquela ditadura tinha seu viés de liberdade mais tolerante que o atual!

Tik-Tok e "diversions", mesmo perniciosas podem!
Até mesmo na China!!!!

Agora.... Pensar é censurável!  :-)




novembro 06, 2022

O Governo Nem Sempre é a Causa, Mas Pode Ser a Consequência

 



Este post vai ser curto e o leitor vai entender rapidamente o porquê.


Nem sempre o governo é a causa da ditadura, muitas vezes é a consequência da ditatura cultural que o povo endoça, carrega, seja no lar, no trabalho ou politicamente.

Diz a máxima popular:
"Cada povo tem o governo que merece!".

Ao longo do tempo, o que a história tem demonstrado é que governos assíncronos com a vontade popular acabam mais cedo ou mais tarde caindo (revolução bochevique, etc.)

O Brasil autocrata de hoje não é necessariamente uma consequência top-down, mas bottom-up.

Em outras palavras, grande parte do povo sustenta a autocracia.

Por isso o leitor possa compreender, através de outro vetor social, porque a polarização está em voga.

:-|



novembro 02, 2022

A Provável Causa da Radicalização Conduzindo a Maioria ao Extremismo

 






Por que povos pacíficos tornam-se radicais sustentando o extremismo como solução de massa?


Soluções extremas surgem do desespero alimentado pela desesperança.
Extremistas são pessoas como outra qualquer, que em determinado ponto, perdem a esperança pelas vias da espera e demandam solução imediata, a qualquer preço.

O sistema político e judiciário, sustentado por uma economia viável são os antídotos aos extremismos de toda ordem.

Democracias sustentam-se por quatro vias principais: politica, justiça, economia e educação.


Quando a política entra em crise de conduta e credibilidade, espera-se que a justiça reestabeleça a ordem.

A "lava jato" representa o grande gatilho de intensificação dessa polarização.
Coincidência???
Não, certamente.


Um sistema judicial que condena e inocenta a mesma ação, demonstrando a sua volatilidade e fragilidade, deixa de representar a esperança de milhares de almas, que perdem o rumo quando a última esperança cai por terra diante da ordem que precisava ser reestabelecida através da verdade.

Afinal de contas, o poder judiciário é o guardião da ordem de uma nação.
É Ele que sustenta a credibilidade do povo em suas Leis.

Se o guardião falha, se confunde, vacila, a crença na ordem cai por terra, fazendo fermentar o desejo de ajuste social por meios radicais, através da luta onde as facções irão medir suas forças.

O nome disso é "guerra".

Brasil está em "guerra" social e política e o grande fator de contribuição foi a perda do prestígio do sistema judiciário onde a máxima autoridade é o STF (Superior Tribunal Federal).
O máximo comando sempre recebe os créditos da vitória ou da derrota, não é isso?

Eu me pergunto como um juiz poderia garantir sua imparcialidade mediante indicação política!!!
Justiça não pode ter viés de qualquer espécie, jamais!!!

A imparcialidade é o capital que constitui o direito ao crédito de seus julgamentos.


O STF jamais poderia ser composto por indicação política, e sim por "meritocracia".


Se um presidente ou partido persiste muito tempo no poder, ele pode querer ir moldando politicamente seus ministros, incluindo o STF.
Um exemplo recente:
Bolsonaro quer 'controlar' STF com proposta que amplia nº de ministros, diz Celso de Mello

Temos também o mesmo exemplo pelo PT, cujo ministro esforçou-se por retribuir sua indicação.

Você não faria o mesmo?
O ser humano é fraco e o sistema deve proteger-se de sua fraqueza.


Os cargos no STF não deveriam ser vitalícios, mas temporários e com espaço de tempo entre os exercícios de mandato para habilitar uma reeleição.


Isto seria o mínimo para reduzir o efeito do "interesse pessoal" sobre o "coletivo".


O STF está devendo à nação o "mea culpa".

E se os ânimos continuarem a escalar, a lei vira mera decoração constitucional, como já aconteceu várias vezes ao longo da história das nações.

Afinal, o que é lei?
É um conjunto comum de princípios comuns aceitos pela maioria e sustentados pelo poder econômico.

Quando o poder econômico se divide, a lei se fratura.
Qual versão vai valer?
Nas guerras, a vitória determina a conquista do espólio e força uma versão sobre a outra.


Ainda temos tempo de consertar, mas será um caminho muito difícil diante de um novo presidente com um passado tão polêmico, independente de quem fosse o vitorioso.
Ambos tinham processos e têm!!!


Quem deveríamos culpar: os que condenaram ou os que inocentaram?
Quem está certo???


Ambos estão na corda bamba da dúvida e da desconfiança que sustenta a desordem que leva à exaltação de ânimos conduzidos pelo extremismo da desesperança que busca uma solução rápida a qualquer custo.

Este é o Brasil de hoje, e também o "status quo" de outras nações que têm problemas semelhantes.
Dessa forma, não temos do que nos envergonhar já que é um mal comum, mas muito a temer pela desagregação da ordem e da economia, já que a política está esfacelada por conveniências.

A democracia está em "cheque", mas o autoritarismo também!!

A diferença é que a situação da primeira é transparente e da segunda é aparente pela repressão.

Precisamos reconstruir o senso de respeito e de ordem começando pela revisão e aplicação da Lei com mais lisura, transparência e coerência.

Difícil conviver com um presidente cujo passado é tão polêmico, tão pouco o seria com o outro, cujo presente deixou tantas lacunas, que se não fossem por elas, teria vencido com tranquilidade.

Mais difícil ainda aceitar um sistema judiciário que ao invés de aclarar e colocar os pingos nos "Is", adiciona mais combustível na fogueira da dúvida com duas decisões antagônicas.

STF, apesar do seu "egrégio saber", que parece ser insuficiente para alijar os efeitos da indicação política, ou seja do vetor "viés de QI", o que não se coaduna com o senso de imparcialidade de juízes, ainda mais ocupando as mais altas posições do sistema judiciário.

STF, como cidadão, eu sinto que devem um "mea culpa" à nação, principalmente pela forma como reverteram o processo com provas fora do mesmo, o que é uma aberração, ainda mais de forma não transparente.

Também aqueles que condenaram devem um "mea culpa" porque, afinal de contas, alguma coisa no processo deu margem a um retrocesso pelo STF.


Eu não consigo aceitar a dubiedade de algo que precisa ser por natureza justo e certo, e acredito que também os aproximadamente 25% da nação que não aceitaram as opções propostas à presidência.


A minha crença que extremismo é um mal maior resguarda-me pela certeza que faz conter meus ânimos, o que me protege da paixão do extremismo, mas a muito custo, porque nas minhas veias corre sangue "verde, amarelo, azul e branco" da nossa democracia, jamais o vermelho que se derrama através de soluções autoritárias como assistimos pelo mundo não democrático.


NOTA:

A autor não tem partido político no momento, porque não crê que a política possa ser algo em que se abandona os princípios defendidos para atender negociações de alianças convenientes de última hora.
Uma coisa que assistimos como algo trivial e normal durante estas eleições, mas que para mim é parte da causa que nos conduz ao caos da descrença. Você não sabe, de fato, em quem vota, porque seu candidato pode mudar a bandeira conforme a oportunidade dos ventos políticos.


novembro 01, 2022

Extrema Direita ou Esquerda? Qual a Sua Opção?


 


A sociedade é uma rede de conexões humanas.

Cada um de nós, ao longo da vida, ao menos uma vez já experimentou a paixão do radicalismo, adotou alguma atitude extrema, seja pelo desespero ou pela paixão, ou ainda por uma certeza tão certa quanto à nossa incapacidade de perceber alguma alternativa melhor quando a alma, extremamente envolvida emocionalmente, não deseja outra coisa que alimentar esse mesmo sentimento.

Politicamente, extrema direita e extrema esquerda acabam se unindo pelas pontas no círculo da vida por seus resultados finais comuns. Ambas, terminam em ditadura, opressão, autocracia e terror.
Nota: se lhe parece inverossímel, veja nota no final da publicação com informações adicionais.

Não importa se ditatura de esquerda ou de direita, pois todas as ditaturas são imposições de minorias sobre maiorias. Seja pelas mãos fascistas, nazistas, socialistas, comunistas ou pelos excessos do capitalismo. Nascem da certeza que um pequeno grupo ou um homem pode consertar o mundo.

Faz parte da nossa herança cultural extremamente arraigada à ordem disciplinar da hierarquia que nos salva do caos já que precisamos de líderes, uma vez que não somos capazes de agir coletivamente através de pensamentos comuns que nos conduzam à produção harmônica de resultados.

A maioria de nós é incapaz de imaginar uma sociedade em que a liderança seja um "sentimento comum agregador" e que portanto, liderança transforma-se apenas em coordenação, mas nunca em imposição, já que precisa ser consubstanciada também pelo sentimento de aprovação geral.

A diversidade ainda é inimiga da harmonia enquanto falta a inteligência para compor a malha do jogo da vida pelas vantagens que ela traz diante da riqueza de alternativas diferentes, transformando tudo o que não é reflexo de nós mesmos em inimigos de nossos valores.


O resultado coletivo final é sempre a submissão popular ao comando de ditadores.
Estes,  muitas vezes nascem de intenções iniciais autênticas que terminam corrompidas pelos egos inchados daqueles que acabam por acreditar que possuem o poder consertar o mundo através de seus métodos.

Nenhum dos grandes líderes religiosos, em todos os tempos, e que se consagraram notoriamente reconhecidos por sua grandeza espiritual rogou a si mesmo a possibilidade de impor sobre o livre arbítrio alheio as regras de suas convicções pessoais.
Nem mesmo Jesus, um ser capaz de multiplicar alimentos, curar e levantar mortos.
Gandhi alicerçou suas ações inspirado por seu exemplo  para reconstruir a identidade de seu povo.
Foi uma das raras pessoas que entendeu o poder de seus ensinamentos e que conseguiu aplicá-los na prática. E o significado deste feito é enorme, provando-se que são exequíveis mesmo na modernidade, quando o Homem começa a galgar sua evolução pautada fundamentalmente pela tecnologia.

 

Quando me desespero, eu me lembro que durante toda a história o caminho da verdade e do amor sempre ganharam. Tem existido tiranos e assassinos e por um tempo eles parecem invencíveis, mas no final, eles sempre caem - pense nisso, sempre.
Mahatma Gandhi


"Olho por olho e o mundo ficará cego. "
Mahatma Gandhi


E o tempo passa...
O tiranos entram e saem, e o mundo continua mundo, apenas agravado pelas consequências dos extremos.


Radicais ou extremistas não respeitam lei nem a divergência negociada, apenas seus próprios desejos devem prevalecer. Eles se tornam a personificação da brutalidade dos ditadores e autocratas.

Tudo não passa de delírio, um misto de ego sem limites e a perda da noção daquilo que sustenta uma sociedade.
Perdem o principal propósito que um líder reúne, já que dele é esperado a orientação à transformação social na escalada evolutiva sem transpor o senso individual de crescimento coletivo, já que evolução não é imposta, mas é, antes de tudo, a percepção espontânea de novos valores sociais e materiais mais harmônicos com o sentido da vida compartilhada quando o indivíduo passa a perceber suas vantagens em detrimento da violência tirana.

Todos os ditadores, a seu tempo, caem e desaparecem apenas enriquecendo fatos históricos sem muita importância já que apenas repetem os mesmos erros de sempre: imposição do Homem pelo Homem.

Alguma imposição é uma necessidade porque sem ela não haveria ordem.

Então o leitor deve se perguntar:
Isso não seria uma contradição?
Ou, ainda, um mal necessário??

A resposta vem da observação de fatos naturais, da mesma natureza que nos provém a criação e que nos sustenta até hoje.


"A batata é uma alimento conhecido e popular, porém contém glicoalcaloide que age como fungicida ou pesticida. Em grandes doses, ela causa problemas gastrointestinais, paralisia e alucinações, podendo levar à morte em casos mais raros. Consumir pequenas porções do tubérculo não faz mal, mas comer dezenas de batatas grandes, de uma vez, pode ser arriscado."
summitsaude.estadao.com.br

O uso de insulina é solução às diabetes.
Em doses maiores que as necessárias, mata.

Morfina anestesia a dor, mas acima da dosagem recomendada é fatal.

A água constitui a maior parte do nosso corpo — 50 a 75%, porém se consumirmos água em excesso causará problemas sérios, desequilibrando as taxas de sódio e potássio podendo levar a graves consequências, inclusive à morte.

O sódio e o potássio são essenciais, desde que participem dentro de taxas adequadas.
O excesso mata.

Se a floresta é derrubada para criar gado, gera-se proteína para sustentar a vida.
Se houver excesso, converte-se em morte pelo superaquecimento planetário.


Tudo na natureza é regido pelo princípio da "proporcionalidade adequada".


Extremismo é antinatural e representa desequilíbrio.
O resultado final é sempre destrutivo.
E não importa o carácter da atividade, se política, econômica, religiosa, etc.


Extremismo ou radicalismo social é fruto da exacerbação alimentando os excessos dos sentimentos negativos calcados no imediatismo brutal.

Fanatismo é cego porque é fruto da paixão.

Paixão é um extremo da emoção que perde a conexão com a razão, que vira serva do sentimento a criar subsídios aparentemente racionais para dar suporte à paixão, de modo que pareça razoável, lúcida e racional.

E desde quando a racionalidade com viés pode ser considerada racionalmente justa?

Você se submeteria ao julgamento de um juiz fanático?

Fanáticos pensam menos. Temem e ambicionam demais.

É o princípio da "loucura sã".
Parece normal, age como um indivíduo equilibrado mas está consumido pelo vírus da paixão.

Não existiram facções sem que uma delas existisse primeiro.
Uma sustenta a outra, ambas filhas da incapacidade de se conectar à vida com equilíbrio.

O equilíbrio planetário depende da melhoria do nosso equilíbrio comportamental coletivo.

É necessário afastar o ego e o medo para aproveitar o que há de positivo em todas as iniciativas que precisam contemporizar com o meio social e físico que sustentam a vida.

Nenhum extremo, até hoje, provou ser solução, pelo contrário, foi sempre o caminho para a dor das revoluções sociais e das guerras.
O fanatismo patrocina ambas.

Enquanto isso... o desequilíbrio dos extremos sociais vão patrocinando o desequilíbrio dos extremos climáticos.


NOTA:

É bom lembrar que os extremos conduzem às situações extremas.
Extrema esquerda e direita unem-se pelas pontas extremas.
Não importa o regime, acaba tudo na mesma vala!

E para quem desejar conhecer um pouco mais sobre os descaminhos dos radicalismos:

https://alsdias-eassim.blogspot.com/2022/03/e-foi-assim-que-aconteceu-e-continua.html

https://alsdias-eassim.blogspot.com/2018/10/voto-de-reprovacao-nao-e-voto-nulo-ou.html

https://alsdias-eassim.blogspot.com/2018/04/regimes-socialistas-vs-regimes.html

E também pode pesquisar sobre nazismo, facismo, comunismo (Mao Tse Tung/China, Stalin/União Soviética).

A história é rica de fatos e ensinamentos neste sentido.

Só nega quem não quer ver ou não conhece...

outubro 22, 2022

Preconceito - Origens, Raízes e Polarizações






Antecipadamente, peço desculpas ao leitor.
Este é um texto de conteúdo intenso porque questiona hábitos sociais, entretanto são justamente eles que oferecem boas oportunidades de reavaliação e um bom teste de autoanálise e de percepção coletiva.
A imagem de um copo foi elegida por sua simbologia forte pois remete à última ceia de Cristo e à mística do Santo Graal, sendo contudo, parte do contexto cotidiano 
que também simboliza posturas sociais independentes de crenças religiosas ao longo de gerações desde tempos remotos.



Por que tanto preconceito?

O preconceito tem sua origem na necessidade de autodefesa através da vaidade pela busca da superação constante dos nossos complexos de inferioridade.

Sentir-se superior é fonte de autoconfiança e conforto emocional, mas depende da existência de algo relativamente inferior.


Por que tanto complexo de inferioridade?

Todos nós temos limitações, embora diferentes, que deixam claro a mensagem de que somos muito restritos e vulneráveis.

Temos intensa dificuldade de lidar com estes dois sentimentos porque ameaçam o nosso instinto de sobrevivência física e emocional. 

Então, para equilibrar esses sentimentos que as restrições instigam, criamos padrões e ações que busquem contrapor tudo isso.

Sentimos que beber em um copo especial faz de nós alguém também especial, superior em alguma forma.

Então criamos padrões de superioridade.

Inventamos diversos copos, um para cada finalidade.

As regras sociais vão sendo rebuscadas com sofisticações desnecessárias a pretexto de refinamento social. Aqueles que atendem a elas fazem parte de uma elite. Por conseguinte, aqueles que estão fora desse "clube" então em desvantagem, taxados em posição inferior.

Criamos termos tal como "bárbaros" ou designamos uma pessoa como "simples" para apontar a falta desse "refinamento social" pertinente a uma cultura, bem como uma multidão de outros eufemismos para sustentar o disfarce elegante de uma natureza emocional insegura.


O preconceito nasce assim.
E ele é alimentado toda vez que criamos e mantemos pretensas regras ou justificativas para categorizar a qualidade superior de algo ou de alguém em detrimento dos demais, quando as diferenças de fato não determinam um incentivo a uma verdadeira natureza espiritual efetivamente agregadora. Pelo contrário, são regras de consequências deletérias, desagregadoras pois infligem o látego da humilhação e instigam a revanche, estimulando ações ora pelo desejo de pertencer ao "clube social", ora pelo desejo de destruí-lo quando a rejeição dói no ego, ou mesmo pela frustração quando inacessível.

A história está repleta de casos assim, pois a maioria de seus grandes eventos nascem do fruto dessa desagregação. 

O preconceito é um padrão incentivado em cada escolha que fazemos, mas não é uma condição "sine qua non", e portanto, devemos ficar atentos para dirimir o quanto de nossa decisão foi proveniente deste mal.

A escolha de nossas roupas no sentido de agregar valor a nós mesmos e de nos qualificarmos em faixas próprias da sociedade é tão discriminador quanto as sociedades que classificam seus cidadãos em castas.
Enfim, são conceitos que partilham o mesmo sentido de criar estratificações sociais.

E fazemos tudo isso sem pensar, sem sentir, como se fosse algo tão natural como atender às nossas necessidades físicas. Tais como elas, as necessidades psicológicas impõem necessidades tão prementes quanto.

O comportamento impensado é vivido de forma natural, normal ou mesmo como uma grande obrigação social trivial do cotidiano, sem levar em consideração que nesses pequenos gestos vamos alimentando a torrente do preconceito de múltiplas formas, porque embora diversos têm a mesma origem emocional.

Raramente pensamos nisso porque, afinal de contas, a cultura social é um pacote fechado que você ganha de presente mas que representa uma obrigação, antes mesmo que você seja capaz de avaliá-lo. A mente infantil é condicionada pelo hábito comportamental sem muita capacidade de análise ou objeção, contudo, compete à mente quando adulta reavaliar cada um dos itens dessa herança cultural.



Na busca de uma diretriz, quando eu penso em Jesus, o modelo comportamental dos que se dizem cristãos no sentido de seguidores de Cristo, observa-se que Ele viveu um exemplo oposto — simplicidade e amor sem discriminação.

Então, diante da contradição de nossas idílicas crenças culturais, precisamos buscar o "perdão" das nossas contravenções à nossa própria crença, quando então, convenientemente, inventamos meios de expurgar a culpa através de pequenas ou grandes "penitências" oferecidas pelos cultos religiosos como subterfúgio ao peso da consciência, todavia sem trabalhar a mudança do hábito.

Não funciona, apenas alivia provisoriamente.

É como soprar um machucado. Alivia a dor, mas aumenta a infecção.

A "majestade" de Cristo não veio de atos externos emprestados à força de convenções, mas do comportamento moral e da capacidade intelectual que banhavam de luz a todos que se aproximavam, sem que Ele precisasse fazer alarde de suas próprias capacidades.

Jesus era antes de tudo um agregador pelo amor e repudiou cada hábito que nos incentivasse no caminho oposto, fosse ele consagrado pela cultura de seu povo ou não. Deixou sua mensagem clara, repetidamente, ou melhor, exaustivamente.



Temos que viver em sociedade. É verdade.


Podemos e precisamos acompanhar alguns padrões básicos necessários para que possamos conviver socialmente. Importante seria fazer isso sem alimentar o sentimento de superioridade e de vaidade. Principalmente a última que vive sob o disfarce da dignidade.


Negar-se a tomar um copo de vinho usando um copo de água pode ser uma ação de escolha sutil.

Se o momento é definido pelo rigor da etiqueta social, nada mais natural que atendê-la para não ferir sentimentos desnecessariamente. Se o seu sentimento não comunga os propósitos que atendem à futilidade da vaidade e do sentimento de superioridade, torna-se uma ato de carinho e tolerância com aqueles que ainda não entendem seu ponto de vista.

Se o momento não requer tal rigor, ou tanto rigor, pode ser uma oportunidade para o exercício da simplicidade e da lembrança que devemos manter viva em nossas mentes — a rejeição às regras que alimentam esse rio caudaloso da descriminação e do preconceito.

É preciso sorrir das nossas próprias frivolidades, porque afinal de contas... um copo é um copo, cuja utilidade básica é conter líquidos, mesmo que pensem aqueles que procurem justificar as suas diferenças como atributos de qualidades especiais à cada tipo de bebida!

Se o odor de uma bebida é afetado de alguma forma, talvez pela proximidade do seu manejo ao segurá-la, então uma sanitização poderia resolver, substituindo a longa haste.


No singelo ato de segurar um copo, você pode definir a natureza e a forma de participar da sociedade, se engrossando as fileiras da discriminação e do preconceito ou buscando agregar valor à união social.


O preconceito é o berço das divisões que finalmente culminam em conflitos que escalam até as polarizações radicais, eventualmente terminando em guerras.


Então você reclama da miséria que a guerra traz no bojo da destruição de toda ordem, inclusive daquela dignidade que você tanto protegia e alimentava quando segurava orgulhosamente o seu copo de vinho, fazendo da haste e dos dedinhos arranjados o seu símbolo de status. Nestes momentos, sob o manto da miséria que a guerra traz à maioria, a dor e a desesperança descobrem a frivolidade das ações que pareciam ingênuas, mas que reforçavam ações maiores no mesmo sentido, tornando-se os tijolinhos da construção dessa destruição.

O sofrimento nos desperta para a realidade dos nossos erros.


Pequenas ações e grandes efeitos — efeito borboleta.


NOTA: 

Se você, ao ler o texto, ficou desconfortável por sentir-se de alguma forma identificado, console-se comigo, porque este texto nasceu das minhas próprias ponderações pela autocrítica.

:-) 

:-| 

:-(



outubro 18, 2022

Sem esperança?! Meio "down no high society"? Não fique não!...

 



Vivemos atolados de notícias radicais de toda natureza.

Ainda mais nesta eleição de 2022 para presidente onde os candidatos destilam suas diferenças indiferentes aos planos de gestão que deveriam estar propondo!!!...

O povo realmente quer plano de gestão?
Ou o povo quer mesmo "rinha de galos"?

O povo tem o que deseja, o que merece.

O povo é culpado?
O sistema é culpado?

Não existe culpa no processo evolutivo.

Somos o que somos, frutos de uma natureza cuja origem desconhecemos, mas cujo destino nos cobra as consequências.

Do mosto ao vinho, leva tempo.

Quantas vezes você precisa repetir algo até que você incorpore e não esqueça, e não erre mais?
Várias vezes, não é?

Assim é com o aprendizado coletivo.
Quem gosta de história, parece vê-la repetir-se muitas vezes.
A cada repetição, um pequeno passo adiante é somado na escala do aprendizado, mesmo que aparentemente desprezível ou até imperceptível.

É assim que tem que ser.
A verdadeira escola segue o ritmo de seus alunos porque o aprendizado é algo que se deva incorporar naturalmente e de boa vontade. É um ato espontâneo de volição pessoal que provém do esforço individual cujos limites vão sendo testados pelos embates de interesses.

Não existe fim, exceto o da ignorância e do ódio. Então, o que antes era um exercício de liberdade através da força medida nesses embates de interesses, perde seu propósito quando os interesses começam a convergir para um sentido único de compreensão.

A verdade é uma só.
Se houvesse duas conflitantes, uma delas seria mentira.
A paz advirá dessa convergência de compreensão na descoberta dos verdadeiros valores que subsidiam a felicidade efetiva de todos, onde a felicidade pessoal não encontra os limites dos sentimentos de restrição pois que compartilha um sentido comum mais harmônico.

Uma sociedade radicalizada pela divisão de percepções díspares e conflitantes sugere um longo caminho, porém o processo de aprendizado é acelerado pelas consequências proporcionais à intensidade com que se manifesta.

Tudo se resume no custo deste caminho cobrado em sofrimento e que acolhemos a cada opção, e que também através dela aprendemos a escolher. É o exercício do livre-arbítrio na busca pela felicidade.

O destino é único mas o preço da passagem é cobrado em tempo e contrição.







outubro 09, 2022

Você Daria Uma Segunda Chance?




Se o seu filho repete de ano, o que você faz?

1. Tira o seu filho da escola e o condena a uma vida com menos recursos do que aqueles que a instrução oferece.

ou

2. Dá ao seu filho a chande de repetir o ano até que supere a dificuldade e aprenda a lição?


Qual das duas decisões parece mais coerente com o sentido de amor, perdão e correção pelo aprendizado?

Qual das duas opções é mais próxima do sentido de falta de perdão e de punição exagerada, injusta?


Se Deus é capaz de fazer nascer uma vez, porque não poderia fazer nascer uma segunda, uma terceira e etc. até que o "aluno" aprenda e corrija o seu comportamento?

Se nós que somos os aprendizes das mensagens de amor e perdão trazidas por Cristo, então por que todos não mereceriam uma nova oportunidade até o aprendizado?

Por que Deus, que seria algo tão perfeito e de puro amor, condenaria alguém a uma pena eterna?

Uma "única chance de acertar", "uma única vida" e "inferno eterno" não têm coerência com Cristo.

Múltiplas vidas até que se alcance a felicidade é muito mais compatível com tudo aquilo que Cristo veio nos ensinar através do amor e do perdão.





Então Jesus lhes contou esta parábola: "Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la? E quando a encontra, coloca-a alegremente nos ombros e vai para casa. Ao chegar, reúne seus amigos e vizinhos e diz: 'Alegrem-se comigo, pois encontrei minha ovelha perdida'. Eu digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se.
Lucas 15:3-7

Da mesma maneira, vosso Pai, que está nos céus, não deseja que qualquer desses pequeninos se perca. 
Mateus 18:14







setembro 24, 2022

Mariposas e Humanos: Alguma coisa em comum!





Mariposas e Humanos trafegam na escuridão.
Mariposas por serem insetos de hábitos noturnos.
Humanos por serem seres navegando através do tempo pela busca do conhecimento na escuridão da ignorância. É a força que provém do "dom da razão" e que disputa pela curiosidade o domínio do meio que o subjuga.

Humanos e mariposas, ambos se deslumbram com a luz, podendo eventualmente fenecer por essa mesma atração irresistível.

Diante da "débil razão", o instinto de sobrevivência toma lugar nas decisões, assessorado pela intuição e estimulado pelo desejo. 

Quanto menor a nossa capacidade de compreensão, maior é o papel do sentimento na definição de valores e ações.

Em nossa busca, emprestamos "conhecimento" daqueles que admiramos por ter uma qualidade que não possuímos, acreditando que esse processo seja confiável justamente porque, de tão natural, passa mesmo desapercebido à nossa autocrítica.

Alguém, cuja projeção social se destaque, é candidato a influenciar seus admiradores pelo ofuscamento da razão que o brilho do sucesso lhes causa. Almas desejosas de preencher o vazio daquilo que tanto estimam, mas não possuem, são presas fáceis do deslumbramento.
Esse processo de transferência alivia o "void" da impotência e da frustração.

Fãs "emprestam" ou "copiam" algo que muitas vezes nem mesmo ponderam a respeito.
Simplesmente copiam.
Simplesmente replicam.
Simplesmente endossam.
Simplesmente aplaudem por estarem felizes em idolatrar seus ídolos.
Simplesmente agem no embalo do deslumbramento.
Um processo hipnótico autoinduzido.

E a propaganda, através do marketing, tira imenso proveito desse deslumbramento hipnótico, tornando obrigatória a rotina da associação de imagens, ícones e comportamentos que são avidamente consumidos pela compulsão psicológica de massa.

Esse processo é tão velho e intrínseco à alma humana quanto ela mesma.
Civilizações mais antigas idolatravam, e algumas ainda idolatram, elementos naturais (fogo, água, terra, ar, etc.) como seres divinos.
À medida que fomos aprendendo um pouquinho, começando a entender melhor o ambiente que nos sustenta a vida, fizemos a transposição de nossas crenças dos elementos naturais para as entidades imaginárias, caminhando pela criatividade do universo politeísta à singularidade do monoteísmo.

É justamente este instinto de idolatria que alimenta grande parte dos fenômenos sociais, dos quais muitos terminaram conduzindo seus seguidores às catástrofes que a história vai catalogando aos milhares.


Hitler magnetizou a geração de uma nação.
A população em massa votou espontaneamente endossando suas ideias que refletiam a falsa luz do ressurgimento da dignidade alemã através da submissão pela força de outros povos, usando a discriminação como meio agregador para fortalecer o sentido de união de um povo através da pretensa superioridade de uma raça.

Vivemos ainda o extremo absurdo onde um povo justifica o direito de submeter outro, ou mesmo exterminar, a pretexto de razões diversas que acabam diluídas pelo tempo no caldo da insanidade dos genocidas, deixando escorrer de seus escombros os efeitos deletérios às nossas construções do hoje, infectando o presente e o futuro, como se já não bastasse destruir o passado.

E assim, vemos o ressurgimento do fascismo, do nazismo, além de outros extremismos, tais como fantasmas ressurgindo da morte trágica causada por seus próprios efeitos, voltando a assombrar a paz mundial, tirando vantagem do "esquecimento do aprendizado social" que foi virando passado para as gerações futuras, algo que passa a pertencer ao imaginário sem a experiência da dor que é vivenciada.

Simplesmente copiar o pensamento daqueles que admiramos é um movimento do sentimento que rouba à razão a sua função de análise.

È preciso colocar o sentimento em seu devido lugar, sob a contenção da cautela e da parcimônia.
Mais ainda, exige cuidado redobrado com aqueles que nos cercam de afetividade construída no cotidiano da convivência orientados pelo desejo de influenciar e controlar as nossas ações.

A razão precisa pautar-se pela imparcialidade enquanto busca um aprendizado.
O processo exige esforço contínuo na busca da resposta que muitas vezes só a persistência logra sucesso.

É cômodo e prazeroso "clonarmos" o comportamento daqueles que admiramos.
É como se estivéssemos adquirindo uma parte dos poderes e qualidades dos nossos heróis, algo que tanto ambicionamos a ponto de tornar o nosso bom senso cego, de fato!

Os sentimentos podem se transformar na tumba da razão enterrada sob a laje do prazer e da preguiça que buscam o caminho mais fácil e confortável ao ego.

Infelizmente, o sentimento não raciocina, apenas compila a soma de nossos desejos, consolidando o seu atestado de incompetência para dirimir as decisões. Baseia-se naquilo que somos hoje, quando a razão busca construir aquilo que podemos ser amanhã à procura de suprir as lacunas do hoje que tanto nos prejudicam.

O melhor caminho indica o controle que suporta esse sentimento de ansiedade até encontrarmos a resposta daquilo que procuramos, porém através de nós mesmos, para então consolidar ou não o pensamento daqueles que admiramos e respeitamos. Não existe aprendizado real sem a vivência na prática através da experiência que marca as nossas almas. E este processo exige paciência e espera, tal como amadurecem as boas bebidas que pagam o seu tributo ao tempo até que possam assumir seu lugar no topo do paladar mais exigente.

É preciso sempre questionar os nossos heróis, agindo ora como promotores públicos na defesa da sociedade, ora como seus advogados de defesa.
A imparcialidade é o que faz diferença na qualidade final da destilação de nossos pensamentos.

Afinal de contas, seremos nós que arcaremos com as consequências de nossas decisões e não aqueles que elegemos como ídolos.

Proteja o seu corpo pela sua cabeça, que é o seu melhor escudo.

É preciso caminhar pelas próprias pernas ao invés de buscar a carona de um "colo" mesmo que elas sejam fracas, porque o seu fortalecimento se consolida justamente por essa caminhada.

Os lobos se alimentam de cordeiros.
Os influenciadores de mariposas.



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"Every man has his own courage, and is betrayed because he seeks in himself the courage of other persons."

"Todo homem tem sua própria coragem e é traído porque busca em si mesmo a coragem de outras pessoas."

Ralph Waldo Emerson (1803-1882) 



"Men often bear little grievances with less courage than they do large misfortunes."

"Os homens muitas vezes suportam pequenas queixas com menos coragem do que grandes infortúnios."

Aesop (620 BC-560 BC) 



"Efforts and courage are not enough without purpose and direction."

"Esforços e coragem não são suficientes sem propósito e direção."

John F. Kennedy (1917-1963) 



"There is no living thing that is not afraid when it faces danger. The True courage is in facing danger when you are afraid"

"Não há ser vivo que não tenha medo quando enfrenta o perigo. A verdadeira coragem está em enfrentar o perigo quando você está com medo"

Frank Baum (1856-1919)


Coragem é a capacidade de conviver com a incerteza apesar do medo que nos aconselha.

O sinismo precede ao golpe, que sucede ao aprendizado, muitas vezes adicionado das consequências da vingança.

Do autor do post


Radicalism and the Israel vs. Hamas Series - The Search for Solution N.6 - Segregation and Genocide

GENOCIDE IS PART OF OUR CULTURE AND SO IS SEGREGATION WHY WORLDWIDE PUNISHMENTS ARE INEFFECTIVE AND AMBIGUOUS How can we be sure of this? Al...